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Prólogo

Antes de tudo... Deixem essa linda música tocando enquanto leem. Ela dará um clima a mais para a leitura...

https://youtu.be/scd-uNNxgrU


Lambeth Asylum, Whitechapel, Londres, 1888

Jacob passou os braços ao redor da mulher de longas mechas acobreadas ao seu lado, sentindo o sangue dela empapar suas roupas, a medida que sua respiração ficava cada vez mais irregular. Ele lhe encarou os olhos âmbares semi abertos, sentindo a culpa o consumir mais uma vez.

Era sua culpa. Por sua culpa ela estava ali, ferida, cansada, com frio e sendo levada dele aos poucos pela febre. Ela sempre fora fraca para o frio, sempre buscando calor nos braços dele. Calor esse que ele quase não tinha para ela agora.

— Me desculpe... Eu sinto tanto... — ele a abraçou, selando seus lábios aos dela, sentindo novamente uma breve onda de felicidade tomar seu corpo quando ela retribuiu ao beijo. — Isso é minha culpa... É tudo minha culpa... Durante todos esses anos, eu cometi erro atrás de erro com você, Foxy. E mesmo assim, você me perdoou.

— O nome disso é amor, Jacob. — a voz dela soou baixa e fraca, enquanto ela fechava os olhos e se aninhava contra seu peito, buscando o mínimo de calor que ele pudesse lhe oferecer, buscando aquele abrigo que apenas ele podia lhe dar. — Sem esses erros você não seria o homem que é hoje, não teria se tornado o líder e Mentor experiente que é.

— Mas eu poderia ter evitado tantos deles... Eu poderia ter evitado te machucar tantas vezes... Eu poderia ter evitado Jack. — ele a encarou preocupado, a apertando contra si ao ver seu corpo tremer, tentando a aquecer.

Ela tossiu algumas vezes, o fazendo amaldiçoar as paredes de pedra fria de sua prisão, a umidade que fazia com que o limo crescesse nelas e fazia com que suas roupas estivessem sempre gélidas e úmidas. Amaldiçoou que Jack sentisse tanta raiva dele que precisava dela ali para o torturar ainda mais.

— Se eu tivesse feito isso você não estaria aqui agora... Não estaria assim... É tudo minha culpa, Raposinha. — ele podia sentir as lágrimas grossas e quentes lhe descendo pelo rosto, deixando um sabor salgado e amargo em seus lábios. — Me perdoe, por favor...

Ele a apertou com força contra si, chorando baixo, abraçado a seu corpo febril, temendo a perder.

— Eu amo tanto você, Jacob Frye. — a voz baixa dela o fez sorrir minimamente. A cada vez que ela o respondia, ele sabia que ela ainda estava ali.

— Eu também te amo, minha Raposinha teimosa... — ele desviou os olhos dela, apesar de ouvir a baixa e rouca risada dela. Jacob voltou os olhos para a porta, encarando a figura de aparência ameaçadora que os encarava, a lâmina da faca brilhando em sua mão.

— Que cena mais bela... Seria uma pena se eu a estragasse. — a voz ameaçadora soou abafada pelo saco de estopa que ele usava para esconder seu rosto.

Jacob apertou a ruiva contra si mais uma vez, olhando para seu maior erro, o qual estava prestes a os matar.


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