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Dimholt, a porta sob a montanha

Aerin pov's

Legolas e eu estávamos retornando às nossas tendas,que coincidentemente eram próximas,quando vi a silhueta familiar daquele a quem menos esperava ver tão longe de Imladris.

-Tio Elrond!?-Me afastei de meu agora namorado indo até o elfo mais velho e o abraçando.-O que faz aqui?

-Apenas realizando uma entrega em nome de minha filha.-O senhor de Valfenda apertou os olhos me observando-Você está mais feliz,devo assumir que ele é o responsável por isso?-Indicou Legolas distante de nós por respeito em não ouvir nossa conversa.

-Em grande parte,sim.

-Encontrei os pais dele ao entrar no acampamento,Aurora estava alegre,agora vejo o motivo.

Minhas bochechas coraram,a rainha até me dissera que já considerava-me parte da família.

De repente,um brilho de entendimento chegou aos meus olhos sobre a presença do meio-elfo mais velho.

-Você trouxe a espada de Elendil para Aragorn,estou certa?

-Como sempre,perspicaz.-Ele sorriu de maneira afetiva.-A hora está chegando,Aerin.

Compreendi do que se tratava.

-Eu sei,sinto isso a cada passo desta jornada desde que Frodo se separou de nós,e Sauron me viu através da Palantir.-Suspirei tristemente.

Sua expressão não mostrou surpresa,claro que já era de seu conhecimento o que acontecera.

-O futuro é incerto em seu caso,sua mãe preparou-a bem.

-No entanto,as possibilidades não estão a meu favor.-Respondi resignada-E ainda assim,meu coração escolhe não retroceder por todos aqueles a quem amo.

-Eu não imaginaria de outra forma,tens um espírito corajoso e altruísta.-Seus dedos tocaram meu rosto suavemente.-Me preocupo com você tanto quanto com Arwen.

-Como ela está?

-Aguentando ao máximo,as sombras vindas de Mordor a afetam drasticamente,sua vida depende da sorte do Anel.

Tio Elrond tentava esconder,mas eu via a inquietação e temor pela vida da filha mais nova.

Eu me preocupava com Arwen,ela fazia parte da família afinal e tinha um carinho especial por sua pessoa.

-Eu não vou deixá-lo vencer,Aragorn também não,é uma promessa.-Garanti segurando suas mãos.

Sem dizer mais nada,ele me puxou em seu abraço e sussurrou uma frase em Sindarin que me surpreendeu.

Quando nos separamos,eu sorri assentindo,nos despedimos e ele partiu.

...............................

O acampamento se encontrava mais silencioso do que nunca,muitos já haviam se retirado para dormir.

Eu,Legolas e Gimli havíamos preparado nossas coisas e selado Arod.

Então vi Aragorn também saindo,Gimli o esperava na entrada da tenda.

Me aproximei dele com Legolas,vendo Estel puxar Brego pelas rédeas em direção ao caminho que levaria a Dimholt.

-Para onde pensa que vai?-Gimli lhe perguntou.

-Não,desta vez precisa ficar,Gimli.-Aragorn disse ao notar que o anão estava preparado.

-Não aprendeu nada sobre a teimosia dos anões!?-Legolas indagou com divertimento no olhar.

-É melhor aceitar,Mellon Nîn,não deixaremos que vá até lá sozinho,não adianta recusar.-Falei decidida.

Montamos os cavalos e seguimos para o corredor rochoso nas montanhas.

Os homens que ainda estava despertos questionavam aos murmúrios a razão de estarmos saindo,contudo,tinha certeza de que Théoden e os pais de Legolas lidariam com isso.

O dia amanhecia nublado naquela região,estávamos a meio caminho de nosso destino.

-Que tipo de exército ficaria num lugar destes?-Gimli questionou.

-O tipo amaldiçoado -Respondi encarando a estrada em sua atmosfera solitária.

-Há muito tempo-Legolas começou enquanto conduzia  o Arod com uma das mãos,a outra repousada em meu quadril,encostei-me em seu peito-Os homens das montanhas fizeram um juramento ao último rei de Gondor,de vir em sua ajuda e lutar.Mas quando chegou o momento,quando Gondor mais precisava,eles fugiram,desaparecendo na escuridão da montanha.Então Isildur os amaldiçoou a nunca descansarem até que cumprissem sua promessa.

Prosseguimos por uma pequena subida até nos depararmos com o portão de Dimholt.

Descemos dos animais encarando a escuridão daquela entrada possivelmente mortal.

-Até o calor de meu sangue parece ter sido roubado-Gimli falou baixinho olhando para os lados.

-O caminho está fechado-Franzi o cenho observando-o a frente-Foi feito pelos mortos,e os mortos o guardam,o caminho está fechado.

Um ruído macabro soou lá de dentro causando-me arrepios.

Os cavalos de repente inquietaram-se e,assustados,correram depressa pada longe.

-Eu não temo a morte.-Disse Aragorn sério antes de entrar pelo caminho escuro de Dimholt.

Encarei Legolas e o elfo retribuiu acenando com a cabeça.

Então,juntos,corremos em direção ao escuridão.

Gimli nos seguiu pouco depois,encontramos Aragorn com a espada desembainhada e uma tocha acesa na outra mão.

-O que é?O que estão vendo?-Gimli perguntou cauteloso a mim e Legolas.

-Vejo formas de homens e de cavalos.-O elfo respondeu.

-Panos pálidos como pedaços de nuvem,a morte espreita este lugar há muitas eras.Mas a hora do despertar chegou,o herdeiro vindo do Norte finalmente os alcançou.-Eu falava pensativa.-Eu os sinto,nos observam e seguem nossos passos.

A névoa cobria o chão da caverna profunda,tentando nos segurar.

-Não olhem para baixo-Aragorn avisou.

Os corredores estreitos causavam perturbação,andávamos a procura de qualquer sinal que apontasse para o objetivo de termos vindo aqui.

Até pararmos numa espécie de grande salão,vazio e mal iluminado pelo dia com pequenas frestas abertas nas partes altas.

-Quem entra em meus domínios?-Uma voz arrastada e fria perguntou.

Seu dono era um dos homens da montanha,seu espectro se tornou visível a nós.

-Aquele que terá a sua lealdade.-Disse Aragorn.

-Os mortos não permitem que os vivos entrem.

-Vai permitir a mim.-Estel não se deixou afetar.

O Rei dos Mortos gargalhou sobriamente e,pouco a pouco,os outros fantasmas surgiram nos cercando.

-A porta está fechada.Ela foi feita pelos que estão mortos.E os mortos a mantém.-Ele repetiu a inscrição da entrada-A porta está fechada,agora terão que morrer.

Seus números eram altos,superavam em muito os que tínhamos,e seriam imbatíveis contra as forças de Mordor.

Precisávamos deles.

Os mortos começaram a avançar,Legolas atirou uma flecha,esta atravessou a aura amaldiçoada do rei.

Conjurei a luz sob minha mão,o que fez eles se afastarem.

-Por muito tempo estiveram aqui,escondidos,incapazes de obter o desejado descanso destinado aqueles que morrem.-Desfiz a magia -Chegou a hora de cumprirem sua promessa,de não mais permanecer como covardes mentirosos.O rei de Gondor vem à vocês neste momento.

Como uma deixa,Aragorn ergueu a espada.

-Lute por nós.-Ele pediu ao Rei dos Mortos.-E recupere sua honra.O que me diz?

Todos ficaram em silêncio.

-Sou o herdeiro de Isildur,lutem e considerarei seu juramento cumprido.-Aragorn continuou.

Os fantasmas começaram a desaparecer.

-Lutem e eu os tirarei dessa morte em vida! Então o que me diz?

Eles nos ignoraram.

Rejeitaram a oportunidade de serem libertos.

As paredes de Dimholt tremeram violentamente,as Rochas partindo e desabando a nossa volta.

-Saiam!-Gritei antes de corrermos.

Os ossos do povo das montanhas caindo sobre nós como uma avalanche.

Felizmente,encontramos a saída daquele lugar terrível.

Ao longe pelo rio,os corsários que haviam se aliado a Sauron estavam em seus barcos armados sem dúvida com destino a Minas Tirith.

Os joelhos de Aragorn cederam contra o chão,sua expressão de culpa e tristeza me apertavam o peito.

Legolas e eu o tocamos nos ombros tentando de alguma forma consolá-lo.

Para a nossa surpresa,o Rei dos Mortos saiu das rochas e encarou a Aragorn,que já havia ficado de pé novamente.

-Nós vamos lutar.




Notas finais

Estamos no último filme da trilogia.

O que será que Elrond disse para Aerin?

Espero que tenham gostado bjs e até a próxima!





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