Capítulo 4: O quê?
I s a b e l l e
Don't tried hide it at all
Eu tentei esconder tudo
Don't try hide it at all
Não tente esconder tudo
TRUTH - ZAYN
Depois de um mês que eu dormi na casa do meu pai, ele me ligou pedindo para eu ir no hospital. O meu pai me disse que estava internado por causa da bronquite dele. Acreditei mesmo achando que ele não precisaria ficar internado por causa da crise dele de bronquite, já que ele sempre teve e sempre resolveu com a bombinha.
No caminho para o hospital, eu me peguei pensando na minha mãe. Não tenho lembranças e nem fotos dela. Meu pai me disse que ela me deixou com um ano de idade e foi embora para outro país e nunca mais voltou. Eu queria muito conhecer ela. Queria tantas coisas. Queria ter morrido no lugar dela.
Javvad era o nome do meu irmão. Meu pai me disse que ele tinha 19 anos quando morreu em uma batalha. Eu tinha apenas 2. Depois disso tudo, no meu aniversário de 16 anos, eu recebi uma indenização. Perguntei para o meu pai o que era aquilo e ele disse que era do meu irmão. Aquilo me abalou muito porque ele mentiu para mim. Eu não sabia que tinha irmão. Semanas depois ele me deu a notícia que a minha mãe morreu. Eu entrei em um quadro de depressão simples. Não comia, não falava, não fazia nada. As minhas esperanças de conhecer a minha própria mãe eram de 0%.
- Qual é o seu nome? - a recepcionista perguntou
- Isabelle Hartman. Vim visitar o senhor Jarrod Hozier Hartman. - ela assentiu
- Ele deixou a sua entrada liberada. - me entregou um adesivo escrito visitante - O quarto do seu pai fica no terceiro andar, número 1237. - agradeci e entrei no elevador
Peguei meu celular, desliguei ele e esbarrei em uma pessoa quando ia entrar no elevador. Apertei o botão e ouvi alguém me chamando. Olhei para frente e vi ninguém.
Fui até o quarto do meu pai e entrei sem bater. Ele estava conectado a uma máquina que marcava os batimentos cardíacos e com soro na veia. Me aproximei e ele sorriu quando me viu. Meu pai nunca sorriu para mim.
- O... - respirei fundo - o que houve?
- Boa noite, Isabelle - me virei e vi o pai do Harry, Desmond Styles, e o abracei - Seu pai pediu para eu esperar você chegar para contar o que está acontecendo com ele.
- Tudo bem. - fiquei ao lado do meu pai e segurei a mão dele - Pode falar.
- Bom... O seu pai fumou e bebeu durante a adolescência toda... Parou somente agora. - concordamos - E ele me falou que sente constantes dores fortes nos pulmões e nos rins. Ele pensou que fosse a bronquite e pedras nos rins, mas é bem mais grave.
- Fala logo, Desmond. - meu pai disse impaciente
- Você tem tumores malignos nos pulmões e rins... Estão se alastrando por todo o seu corpo e você só tem pouco tempo de vida. - eu abro a boca e já estava chorando - Vou deixar vocês sozinhos.
Me abaixei ao lado do meu pai e eu o abracei. Ele estava sorrindo. Chorando, porém sorrindo. Eu não podia perder a minha única família. Eu não queria.
- Filha... Eu preciso te contar algumas verdades. - ele falou e eu o olhei - Eu não quero que chore e não quero que você sinta raiva de mim. - concordei - Eu não sei quanto tempo eu tenho, mas preciso te dizer a verda. Eu tentei esconder a verdade, mas não conseguir por muito tempo.
- Que verdade, pai? - perguntei e ele fez uma careta logo depois, reclamou de dor - Me conte amanhã.
- Não... - cruzei os braços e revirei os olhos - Tudo bem, meu amor. Volta pra casa e amanhã vem aqui cedo.
- Certeza? - perguntei e ele assentiu
A ficha não caiu. Meu pai. O meu pai já tem data marcada para morrer. Ele não vai conseguir ver os netos crescerem. Ele não vai conseguir me ver formada na faculdade. Mas ele vai encontrar a minha mãe e o meu irmão.
Me permiti chorar dentro do Uber no caminho de volta para casa. Me assustei com a presença do Zayn sentado na minha cama. Ele estava com uma garrafa de vinho em uma mão e uma garrafa de whiskey na outra mão. Sorriu quando me viu e eu o abracei automaticamente.
- Meu pai... Meu pai vai morrer. - falei chorando e me sentei na frente do Zayn - Ele está com câncer na última fase. Eu vou perder o que resta da minha família. O que eu vou fazer?
- Você tem a mim. - ele comentou e passou a mão pela minha bochecha - Tudo bem que nós nos conhecemos há dois meses, mas pode contar comigo. - peguei a garrafa de whiskey e tomei um pouco
- Ele é tudo pra mim... - dei um gole na garrafa - Ele soube quem foi o meu primeiro. Ele que me deu conselhos amorosos no meu primeiro namoro. Ele enxugou as minhas lágrimas quando eu terminei. Ele foi o melhor pai que eu pude ter.
- Eu te entendo... - Zayn comentou enquanto eu bebia mais - Não deveria ter trazido isso pra cá.
- Eu quero beber. - falei - Eu quero o meu pai. - voltei a chorar. Droga de sentimentos. Droga de bebida. - Eu quero esquecer o meu passado por um momento.
- Vamos focar no presente, Belle... O que você quer fazer? - Zayn me olhou e eu sentei no colo dele
- Um arrependimento coletivo. - ele levantou uma sobrancelha - Vou me arrepender por ter bebido muito e me arrepender por ter feito sexo com você... Não que eu não queira, mas é porque eu estou com álcool no meu corpo. - disse embolada e bebi mais um pouco - Vamos logo, Z.
- Seu pedido é uma ordem pra mim, senhorita Isabelle. - ele falou o meu nome roucamente no meu ouvido e em forma de sussurro
Esse homem me deixa louca.
Nós fizemos sexo no meu quarto, na minha cama. Félicité não estava. Um pouco antes de eu entrar no quarto, eu li um bilhete dela na porta da geladeira. Ela disse que iria ficar fora por um tempo indeterminado. Eu não pude fazer nada, já que ela estava em um local desconhecido por mim.
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