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09

Karina's pov:

"Não sei como aconteceu, mas de alguma forma estamos mais próximas. Tão próximas que é como se finalmente você conseguisse me enxergar."

Por motivos que estão além da minha compreensão, Aeri senta-se à minha frente na biblioteca da faculdade na quarta-feira. E eu achando que, depois do nosso encontro no horário do almoço, ela estaria completamente ocupada com sua grade curricular. Pelo menos era o que eu esperava.

Ela tira o celular do bolso e parece focada em seja lá o que está fazendo. Na verdade, ela não diz uma palavra durante um bom tempo. Fico contente por ela não atrapalhar minha leitura, mas ao mesmo tempo me sinto um pouco incomodada com essa cena inusitada.

— Posso saber até quando você pretende ficar em silêncio? — Pergunto, erguendo o olhar do meu livro.

— Não queria atrapalhar sua leitura — Ela diz, dando de ombros como quem não quer nada. —, mas já que você está interessada...

Sorrio.

— Por favor, eu sei muito bem que você não viria atrás de mim na biblioteca se não tivesse alguma segunda intenção. Então já pode ir me dizendo o que é?

— Certo, você tem um bom ponto. — Aeri ergue as mãos, numa falsa rendição. — Seguinte, o pessoal está pensando em relaxar um pouco depois das aulas. Vamos para o café aqui perto. Você quer vir com a gente?

Já conheço esse café. Algumas tardes atrás, as galera e eu passamos por lá depois das aulas. Mas está tarde eu já tenho um compromisso marcado. Uma sessão de leitura com Minjeong. Esse pensamento me faz rir, porque conhecendo bem o temperamento daquela garota, essa ideia ainda me parece um pouco improvável.

— Hoje eu vou recusar, Aeri.

— Pense bem. — Ela me observa com um olhar divertido. — Eu sei que você tem preferência por uma boa tarde e leitura, mas não é problema algum mudar os ares um pouquinho.

Estreitos os olhos, mas acabo sorrindo.

— Obrigada pelo convite, mas hoje realmente não vou poder acompanhar vocês.

— Deixa ela, Giselle — Ningning diz, materializando-se ao meu lado. Posso ver um sorrisinho em seu rosto antes dela continuar: — Acho que Jimin prefere aproveitar seu tempo livre na companhia de Kim Minjeong.

Arregalo os olhos diante do comentário dela.

— Isso é sério?! — Diz Aeri, parecendo ligeiramente surpresa. — Nunca imaginei que você e Minjeong... Quero dizer, ela é uma garota legal, mas também consegue ser bem "intensa".

— Não é nada disso — digo, assegurando-me de manter a firmeza na minha voz.

— Você e Minjeong realmente combinam. — Yizhuo caminha até Aeri, abraçando-a por trás e descansando o queixo no topo de sua cabeça. Ela nunca tem pressa em falar quando o assunto é provocar alguém. — Minjeong agiu de maneira parecida quando conversei com ela sobre esse assunto.

— E por que você faria isso? — Pergunto, tentando entender onde ela quer chegar com essa história.

— Não se preocupe, Jimin. — Ela sorri, ignorando minha pergunta. — Quero dizer, eu só encorajaria você a seguir por esse caminho se realmente acreditasse que pode dar certo.

— Espera, o quê?

Em vez de responder, Yizhuo apenas ri. Então segura a mão de Aeri e a puxa em direção à saída da biblioteca, me deixando sozinha com minha onda de pensamentos confusos.

\[...]

Quando chego em casa, vou direto para o meu quarto. Depois de um banho, fico surpresa ao descobrir o quanto estou exausta, embora o dia ainda esteja longe de terminar. Por alguns instantes me vejo repensando a ideia de fazer companhia a Minjeong na biblioteca, coisa com a qual ela não deve se importar nenhum pouco. Mas...

Visto uma roupa confortável, pego um dos meus livros que trouxe de Busan e vou para a sala da biblioteca. Não bato na porta e simplesmente entro, observando uma cena semelhante a que presenciei da última vez: Minjeong sentada na sua poltrona, segurando um livro em mãos.

Estou em Seul há pouco mais de duas semanas, e, embora ela passe boa parte do seu tempo me evitando, eu a vejo quase todas as tardes para lermos juntas. Ficamos sentadas por minutos que parecem horas de tranquilidade. Ela sempre olhando para o livro da vez, eu sempre olhando para ela. Tão linda. Eu nunca vou dizer isso, é claro, porque se ousar elogiá-la de qualquer forma que seja, ela só vai se irritar e se fechar em copas.

Eu sei que não deveria estar fazendo isso, mas a cada dia que passa, fica um pouco mais fácil convencê-la a conversar, então gosto de pensar que estamos progredindo, pelo menos nesse quesito.

— E não é que ela realmente veio. — Minjeong diz, trazendo-me de volta a realidade.

Fecho a porta atrás de mim.

— Não precisava ficar ansiosa, eu disse que viria quando chegasse da faculdade — digo de forma simpática, olhando para seus olhos.

— Nossa, me sinto tão mais confortável agora que sei que você cumpre suas promessas. — Ela retruca no mesmo tom agradável.

Sorrindo, vou me sentar na poltrona, abro o meu livro na página que havia parado e volto minha atenção para Minjeong.

— Você sabe o que acontece quando...

— Sei. — Ela me interrompe.

Arqueio uma sobrancelha.

— Como poderia saber? Eu nem cheguei a concluir minha pergunta.

— Já li esse livro — ela diz, sem levantar os olhos do próprio livro, que me parece ser o volume de Sonhos de uma Noite de Verão.

— Sério?

— Não. Eu menti.

— Como é?

Isso faz com que levante o rosto, com os olhos castanhos cheios de intensidade.

— Está tentando me irritar?

Abro um sorriso inocente para ela em um gesto de afirmação.

— Mas, sério, você leu esse livro ou não?

— Li, no mês passado. É bom. Você também vai gostar se ler de verdade em vez de ficar puxando assunto a cada minuto.

É um bom ponto, e eu realmente quero terminar o livro. Ler nos fins de tarde tem sido uma das minhas partes favoritas do dia. O problema é que isso não se deve somente a leitura propriamente dita. São nessas horas de silêncio, mergulhada na leitura, que Minjeong abandona sua expressão machucada. Nesses instantes, enquanto foca sua atenção no livro em suas mãos, é como se ela se libertasse da realidade, quase esquecendo dos seus problemas. E, para mim, isso é muito melhor do que qualquer livro.

É verdade que minhas interrupções para conversar meio que acabam com esse clima. Juro que tento deixá-la em paz, mas simplesmente não consigo.

— Escuta, Minjeong... — Digo, mas ela não responde. — Posso perguntar uma coisa?

Ela grunhe.

— Aquela mulher que eu encontrei outro dia quando cheguei da faculdade é a sua psicóloga? Quer dizer, eu entendo que em determinadas situações deva ser mais confortável fazer terapia em casa, mas você não me parece o tipo de pessoa que concordaria facilmente com isso.

Espero que ela negue essa impressão, mas ela não faz isso.

— Minha mãe contratou ela há um ano para me ajudar a lidar com o que aconteceu. — Ela diz quase sussurrando.

— Isso te marcou demais, né?

Ela encara a janela, e eu estudo a linha tensa do seu queixo. Então, eu vejo algo, em um breve instante. Ela pisca e seu olhar se suaviza. Os cantos de sua boca se contraem, e eu juro que nunca vi uma garota parecer sofrer tanto. Ela sabe a resposta para a minha pergunta. Ela sabe exatamente o que a transformou na garota que ela é, e isso realmente a magoa muito.

— Minjeong — sussurro, sentindo que eu ultrapassei um limite invisível.

— Será que você pode me fazer um favor? — Ela diz em voz baixa à medida que sua expressão fica mais fechada. — Será que você pode me deixar sozinha? Ou então lembre para o que serve uma biblioteca e leia o livro que tem em mãos. — Ela respira fundo antes de voltar a atenção para a sua leitura, enquanto eu continuo a observando. Minjeong parece despertar o meu interesse todas as vezes que seguimos caminhos opostos.

— Tá, olha, não quero ser inconveniente — digo, levantando as mãos. — Essa não é a minha praia. Mas fica meio impossível ignorar essa situação.

Já não espero mais reação vindo dela, mas ela me surpreende, respondendo:

— Você tem muita bondade no coração, né? Já que você se importa tanto com as pessoas... — Ela se inclina um pouco na minha direção, com um olhar inquisitor no rosto.

Dou uma risada sarcástica, sem me deixar abalar.

— Acredite, conheço algumas pessoas que podem confirmar o oposto. Elas me julgam de muitas formas, mas com certeza "uma pessoa bondosa" não está na lista delas.

— Isso tem alguma relação com nossa última conversa? — Seu tom é sério, e eu me pergunto como uma conversa amistosa e casual chegou a esse ponto.

— Não estamos falando sobre mim.

— Talvez eu queira falar — Minjeong diz.

— Bom, quando você se sentir confortável para falar sobre seu passado, talvez possamos falar sobre o meu.

Ela baixa a cabeça um pouquinho, e eu calo a boca. Ainda não sei quase nada sobre Minjeong, mas durante nossas trocas de clichê percebi que ela não parece ser o tipo de pessoa que se deixa afetar fácil. Porém o que foi que eu vi passar por seu rosto agora mesmo?

Pareceu que era dor.

— Desculpa — murmuro. Não costumo perder a paciência assim, de modo que o ardor na minha face me é pouco familiar e desconfortável.

— Tudo bem — ela diz, abrindo o livro de novo. — Você está certa. Eu não posso querer lidar com os problemas dos outros quando não consigo lidar nem com os meus. Então, se não se incomoda...

É minha vez de me inclinar, e dou um chutinho sutil na perna dela.

— Vou deixar você ler em paz, mas sei que sou a primeira pessoa a conseguir manter uma relação com você em muito tempo. Claro, não sou psicóloga nem nada do tipo, mas isso não me parece ser um ponto negativo. Então, pode me dizer por que está sendo mais amigável?

Para minha surpresa, Minjeong levanta os olhos do livro quando termino de falar.

— Quer saber por que estou sendo mais amigável? — Ela passa os olhos por meu rosto, de um jeito quase afetuoso e sou pega completamente desprevenida. — Simples, você é uma convidada da minha mãe, só estou cumprindo meu papel como boa anfitriã.

— Não, não é por isso que você está agindo assim — digo, como se falasse sozinha. — E algo me diz que a garota mal-humorada que conheci no primeiro dia não é quem você realmente é.

— Isso fica ao seu critério — ela diz, com tranquilidade na voz. Então volta a olhar para o livro.

A observo por alguns instantes, soltando as primeiras palavras que me vêm à mente:

— O que você acha de sair para caminhar um pouco comigo?

Minjeong levanta o rosto e pisca como se a minha pergunta a tivesse surpreendido.

— Desculpe. O que você disse?

Respiro fundo, com vontade de reformular a minha proposta; tenho certeza de que ela vai se irritar quando eu responder, mas não pretendo voltar atrás.

— Perguntei se você quer sair para caminhar comigo — repito, me preparando para seu ataque verbal.

Ela hesita, e seus olhos correm ao nosso redor antes de pousarem no meu rosto.

— Você está brincando comigo, né?

— Na verdade, não — digo — Você só fica em casa. Talvez fosse bom sair um pouco.

Ela grunhe.

— Por favor, não me venha com esse papo. Será que não podemos apenas ficar em silêncio?

— Olha, não precisa ser sofrido — insisto, deixando meu livro de lado e inclinando-me na sua direção. — E se a gente desse uma volta apenas pelo bairro?

Minjeong morde os lábios, sem se deixar convencer.

— Jimin. — Ela suspira e sua voz sai quase em um sussurro e seus olhos se suavizam de um jeito que eu preferia nunca ter visto. Ela parece estar verdadeiramente preocupada com a minha proposta, com medo de aceitá-la. — Eu acredito que você saiba que esse tipo de convite não deve ser feito a alguém como eu. Não é tão simples para mim...

— Eu sei — murmuro, procurando o seu olhar. — Você ainda não lida bem com isso, certo?

— Sim. Então acho melhor ficar onde estou. Já me obrigo a sair quando é realmente necessário.

Eu não sei bem o que dizer a respeito disso.

— Eu prometo que vou ficar ao seu lado o tempo todo — insisto de maneira quase agressiva.

— Sério, Jimin, eu...

— Por favor... — imploro. Sim, eu imploro. Imploro que ela me deixe fazer alguma coisa, qualquer coisa, para não me sentir um fracasso por deixá-la nessa situação. Respiro fundo e fecho os olhos. — Por favor, deixa eu fazer alguma coisa por você.

— É difícil para você, não é? — Ela pergunta. — Cumprir com a promessa de não interferir na minha vida?

Não respondo, e duvido que ela espere algum tipo de resposta.

— Bem — ela começa. — O que eu ganho com isso?

Arqueio uma sobrancelha, confusa.

— Como é?

— Bom, eu já percebi que tudo com você termina em acordo, então...

Agora quem fica surpresa sou eu. Ela realmente está cogitando aceitar? Imaginei que precisaria insistir até ela se irritar e aceitar, ou, mais provavelmente, me expulsar da biblioteca. Mas vamos com isso, então.

O único problema é que eu não sei o que fazer.

— Bom... — ela diz, parecendo notar que eu não sei como saldar a minha dívida. — Nós podemos decidir isso quando eu precisar de alguma coisa. O que você acha? Negócio fechado? — sugere, estendendo a mão para mim.

Eu a pego e trocamos um aperto de mãos.

Quando faço isso, entretanto, um pensamento me atravessa. Não sei se fico contente ou preocupada ao perceber o que acabei de fazer. Mas Seulgi costuma dizer que felicidade é uma coisa efêmera e que, por isso, devemos nos agarrar a ela o máximo possível, sem fazer perguntas, sem arrependimento.

— Certo. — Digo em tom gentil. — Prometo que não vai ser tão ruim quanto você está imaginado. Pode confiar em mim.

— Eu realmente quero confiar... — Minjeong diz quase em um sussurro.

Seus olhos castanhos pousam nos meus, e passamos alguns segundos nos olhando. É como se estivéssemos nos vendo pela primeira vez. Enquanto eu olho em seus olhos, reconheço algo que vejo na minha própria alma: solidão.

O jeito como ela me olha me faz achar que Minjeong também reconhece isso em mim.

Ela lança um último olhar na minha direção antes de voltar a sua leitura. Não sorri, mas também não franze a testa e, de algum modo, isso parece uma pequena vitória.

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