》Capítulo 4《
》FLORA《
Sabe, estou passando por cima do meu orgulho, a cinco horas atrás eu estava praticamente xingando o Sr. Apolo. Eu não sinto vontade de entrar lá naquela empresa, não mesmo! Mas quando vi minha mãe chorar, me senti um lixo por não conseguir ajudar. Provavelmente nem vão me contratar, mas não me sentiria bem de ve-la chorando enquanto perdia uma chance de ajuda-la.
Sem dúvidas essa "oportunidade" era só um meio de me fazer calar a boca, de não espalhar por aí o quanto o filho do dono é um idiota, metido a última bolacha do pacote.
Olho no relógio, já são quase dezenove e meia quando corro feito louca em direção a recepção da Apolo.
—Oi, eu sou Flora Aguiar e vim para a entrevista de emprego — Digo tudo corrido e quase colocando as tripas para fora sem ar.
—Aah me desculpe, mas não estamos mais fazendo entrevistas, encerramos a duas semanas — Informa uma loira com cara de nojo que da vontade de arremessa-la em uma piscina cheia de crocodilos.
—Sim, eu sei, mas seu chefe o Sr. Apolo me ligou hoje e me ofereceu uma entrevista à parte por ter sid...
— Desculpe, mas meu chefe não liga par..
— Na verdade ele ligou sim —Uma voz rouca, e familiar ecoa atrás de mim. Me viro e encontro os olhos de Pedro pela segunda vez em minha vida. São em um tom de verde profundo, iguais aos do pai. A fração de segundos em que me olha, me passam uma imagem de bom moço, o que logo acaba quando fecha a cara para mim e abre um sorriso altamente branco para a recepcionista (cuidado, com toda certeza, pelos melhores dentistas da cidade) — Pode mandar alguém leva-la até a sala dele por favor?
Bom, eu não esperava por isso, no máximo ele chamando um monte de seguranças para me jogar na calçada e frisando mais uma vez que não tenho porte para ser secretaria. Olhando para a recepcionista a minha frente, uma loira alta e com peitos pulando para fora, realmente, eu parecia um filhote de flamingo desnutrido.
Me mantenho calada, não sei o que dizer para esse garoto de cara fechada para mim.
—Sim...Sim senhor -a loira se atrapalha— Eu mesma a levo.
— Por favor, só Pedro e obrigada -se vira para mim— Até mais Flora.
—Até... — Tá, algum ser de luz pode me explicar o que foi isso?
Pedro da passos firmes em direção a grande porta giratória de vidro transparente, com a mesma câmera que vi na sala de seu pai a duas semanas na mão esquerda. Ele é bem alto e, sem dúvidas, pratica exercícios regularmente, o corpo deixa isso bem claro. Enquanto passa pela porta me olha mais uma vez e logo abaixa a cabeça.
O que fez ele ser gentil? Arrependimento? Não sei, mas, acredito que não tenha um cérebro que funcione bem.
—Pode me acompanhar por favor? —Pede a loira peituda com cara de "me esfregue no asfalto".
— Ah sim, claro. —E a sigo pelo corredor até a sala bonita do Sr. Apolo.
Entro na sala um pouco confusa com os acontecimentos questionáveis de hoje. Primeiro: recebo a ligação do dono da Apolo e digo que não quero de jeito nenhum colocar os pés aqui, Segundo: minha mãe é demitida e me sinto um lixo por ter dispensado a oportunidade, Terceiro: o filho do dono, que a aparentemente é um cavalo ignorante dá uma de pônei educado hoje, Quarto: cá estou eu, sentando a frente da mesa do cara que quase xinguei hoje mais cedo esperando por uma entrevista na qual não queria e que agora quero. Ufa!
—Olá senhorita.
— Oi -Me sento e ponho a bolsa no colo.
— Vejo que mudou de ideia.
As circunstâncias é que mudaram meu caro, quase falo, mas, não tenho que expor minha vida.
— Pois é —Deslizo as mãos das coxas para os joelhos— Pensei direito e...resolvi não desperdiçar está chance.
—Bom, então vamos lá.
Sr. Apolo diferentemente do filho, me mostrou ser um homem de caráter, o único defeito é mima-lo. Minha entrevista fluiu muito bem. Ele me fez varias perguntas, Como eu contribuiria para o melhor desempenho de sua empresa, o que de melhor tenho a oferecer, viu meu currículo várias vezes e me mandou fazer um texto respondendo tudo novamente de forma formal.
— Por hoje é só senhorita -pega alguns papéis com anotações e guarda em uma caneta na lateral de sua mesa- Caso seja contratada, entraremos em contato por telefone e e-mail, por isso peço que fique atenta a ambos. Boa sorte.
— Obrigada, ficarei atenta sim, tenha uma boa noite.
É, seja o que Deus quiser.
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