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》Capítulo 36《

Voltei galeraaa!!! e para comemorar teremos dois capítulos HOJEE!!

》Flora《

As palavras de Laura chegam a mim como socos no estômago o fazendo revirar de repulsa. Seu desespero está nitidamente estampado em seu rosto inchado, porém isso não justifica o ato que está cogitando fazer. Ela não pode tirar esse bebê, não pode tirar uma vida que não a pertence.

-Você não entende, Flora. -Diz enquanto dirige em direção a sua casa.

Em meio a preocupação com Laura consigo sentir um frio na barriga por estar indo dormir em baixo do mesmo teto que Pedro. Empurro esta sensação para o fundo da mente e volto para o presente.

-Entendo sim, você fez merda e agora quer fazer outra maior ainda, só que não é assim. O que você está carregando aí dentro é uma vida! -Grito com a minha chefe e aponto para sua barriga.

Não sei quando consegui toda essa intimidade com Laura e sua família. Talvez o contato no hospital diariamente nos fez criar um laço. Só sei que sinto uma conexão com eles cada dia mais forte. É como se um mês fosse um ano.

- Flora, o pai da criança quase me bateu, ele não quer esse filho... E... nem eu! Isso foi uma das coisas que prometi a mim mesma.

- O que? Você está maluca? Essa criança está dentro de você e não dele, Laura. E como você promete algo assim para si? - A cada palavra sua meu estômago revira mais. Eu entendo as que optam por não ter filhos, mas tratar assim como se fossem bichos asquerosos? Meu Deus, o que essa mulher tem na cabeça? - E quanto a esse babaca, por que raios não o denunciou? Não pode bater em mulher, muito menos grávida. Qual o nome dele? Vamos na delegacia agora!

- Você está louca? - Laura grita e soca o volante. - Eu não sei o que ele seria capaz de fazer. Ele me ameaçou, Flora. Será que você não entende?

- Cuidado! Você está dirigindo. Quer fazer seu pai ter um remember do último acidente? - digo já me arrependendo ao lembrar de Pedro no hospital naquela situação agoniante. -E não, eu não entendo. Se um cara te ameaça e quase te bate, é uma obrigação sua denuncia-lo a polícia.

- Eu estou com medo...-Ela fala baixo, quase que para si mesma.

Me pergunto o que está se passando em sua cabeça e por que ela quer tanto tirar o seu bebê. Não parece apenas medo do cara e sim algo mais. Posso ver no seu olhar.

Mas o que seria?

Quando abro a boca para perguntar, avisto o enorme portão do Condomínio Vila Bela e acho melhor ficar em silêncio.

- Minha família não sabe de nada, Flora...- Se vira para mim por um instante.

Entendi o que quis dizer.

- Pode deixar, não vou falar nada. Quem tem que falar alguma coisa é você mesma.

- Obrigada. - Está apreensiva.

Atravessamos o portão e logo Laura estaciona em frente a casa mais bonita daquele lugar. Subimos os pequenos degraus da casa. A loira para em frente a porta e respira fundo antes de entrar comigo logo atrás.

A grande sala se põe a nossa vista. Antes que possa admira-la novamente, um par de olhos verdes encontra o meu e tudo em volta parece ir para Nárnia. Fico impressionada, como alguém consegue ser tão bonito?

Dessa vez não está com sua toca "tapa tufo de cabelo faltante" e sim com um boné preto para trás. Devo ressaltar que ficou mais bonito ainda. Essas cores escuras fazem seus olhos criarem mais vida.

-Flora? -Pedro sorri para mim e se levanta. -O que faz aqui a essa hora?

- Vou dormir aqui hoje. - Respondo rápido.

- Sério? - Seu sorriso se abre mais, me deixando anestesiada por segundos - Mas por que?

-Aaah... Eeeh... nos encontramos e começamos a... a conversar e quando vimos já era tarde. -Laura se apressa para responder. Eu fico apenas calada, se tem uma coisa em que sou péssima, essa coisa se chama: Mentir.

É claro que não é uma mentira tão grande, mas também não é verdade. Até porque eu não a encontrei sorrindo e muito menos ficamos conversando coisas aleatórias como grandes amigas e perdemos a hora. Nada disso!

Pedro estreita os olhos ao olhar para a irmã.

- O que houve com seu rosto? - Questiona.

- Nada! - Laura se vira e começa andar em direção a escada. - Vamos Flora, vou te mostrar o quarto de hóspedes.

- Espera, Laura! -O dono do olhar verde corre até a irmã e a vira para si mais rápido que um raio - Por acaso estava chorando?

Meu Deus, não consigo mover um músculo do lugar. E nem devo na verdade.

- Não! -Tenta se soltar e quase consigo ver lágrimas brotando eu seus olhos novamente.

- Como não, minha irmã? Seus olhos estão inchados. - Observa um preocupado Pedro.

Inchados é pouco. Existe um pêssego em cada olho dela.

- Não é nada. Só um mal estar. - tenta fingir mas Pedro não acredita e pergunta novamente, dessa vez mais baixo e suave.

- Laura, o que aconteceu?

Laura já não consegue controlar as lágrimas insistentes e abraça o irmão.

Pedro esfrega suas costas de uma forma delicada e calma, mas seu semblante é de preocupação. Não diz uma palavra até ver que a irmã se acalmou finalmente.

- O que houve, Laura?

A tentativa de esconder falha miseravelmente.

- Eu... eu estou gravida

-O que?! - Uma voz grave e madura questiona bem atrás de mim.

Sr. Apolo para no meio da escada parado.

- Como assim você está grávida, Laura? - O homem desce os degraus rapidamente e para bem em frente ao Abraço dos filhos. Pedro parece perdido para variar e eu continuo em choque, parada diante das revelações familiares deles às meia noite e dez de uma sexta. Bom, agora sábado.

Laura fica pálida.

Acho que já chorou o equivalente para acabar com a seca no mundo, mas eis que consegue chorar mais com o questionamento do pai.

- Isso é bom minha irmã, por que está chorando assim? Uma criança é um presente, não é?

- É sim, meu filho. Por que não me contou que reatou com Tomás, Laura? - Não consigo identificar a expressão de Sr. Apolo - E como assim você aparece grávida do nada?

O que? Tomás?

Eles já namoraram?

- Tomás? - Laura abaixa a cabeça. Posso sentir uma tristeza profunda saindo de seus poros. - Essa criança não é dele, pai.

Agora consigo ver claramente o semblante do Senhor, confusão e tristeza. Um misto que não combina muito bem.

- É de quem então? Por que eu não conheço seu namorado, filha?


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Amo vocês♥

kisses, Maria

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