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》Capítulo 3《

                         》FLORA《
 
   Já se passaram duas semanas e nada de emprego, já não sei mais o que fazer. Escuto o telefone tocar lá na sala.

  — FLora telefone para você —Débora joga o telefone na minha direção e some no corredor estreito.

  — Alô?

 — FLora Aguiar? —Pergunta uma voz grave e educada, não me é estranha.

  — Sim, quem fala ?

  — Apolo Medeiros —Responde.

 Como assim Apolo Medeiros está me ligando? Já estou até vendo, vai me comunicar sobre o processo por jogar café no rosto do seu filhinho querido.

  — Qual o motivo da ligação?

  — Da última vez em que estive com a senhorita, meu filho não foi muito educado e...

  — Na verdade ele não foi nada educado —O interrompo.

  — Sim, a senhorita está certa, é por isso que ligo -faz uma pausa— Gostaria de dar-lhe  uma segunda entrevista de emprego como pedido de desculpas, Claro, se ainda estiver interessada.

  Oi? Não serei processada? Ele está me pedindo desculpa? O que está acontecendo? Esse cara só pode estar de brincadeira com a minha cara, duas semanas depois ele inventa de pedir desculpas ?

   — Não é um pouco tarde para pedir desculpas?

  — Sim mas, se ainda estiver interessada...

  — Não, eu não estou!

  — Bom, como quiser—Posso ouvir sua respiração profunda— É uma ótima oportunidade senhorita, não jogue fora assim.

  Ah ele só pode estar de brincadeira.

  — Não estou jogando nada fora! -quase grito— Eu só não quero botar os pés no lugar onde fui maltratada pelo seu filho esnobe e arrogante que acha que pode humilhar as pessoas só por que tem alguns trocados a mais.

  O que é mentira, já que todos sabemos que ele tem MUITOS trocados a mais.

 —Não foi por isso que meu filho agiu daquela maneira, senhorita —Defende o filho, óbvio.

  —Ah me desculpe senhor, por qual outro motivo alguém seria tão ignorante?  —Estou irritada, fato.

  — Ele...

— Por favor, me poupe, não existe explicação para tamanha arrogância , e sinceramente —Bufo— Eu nem quero saber.

 — Tudo bem senhorita, Se por acaso mudar de ideia, tem até as dezenove e meia da noite de hoje.

 — Obrigada, mas não —Desligo antes que possa falar alguma coisa.

   Sério, eu não quero um dia ganhar dinheiro e ficar assim, só se importar com o próprio umbigo, Deus que me livre!

  


   ***

                   

 
 São exatamente seis da tarde quando a mãe da moreninha aparece em casa mais cedo que o normal. As olheiras, rugas e calos nos pés realçam a aparência de exaustão de Patrícia, mas algo parece errado.

   — Porque saiu tão cedo mãe? — Flora vai até a mãe e pega sua bolsa. Patrícia não consegue esconder sua decepção e ela aparece nos olhos marejados— O que foi mãe?

  Fui demitida filha!Não contém as lágrima.

 Calma calma A morena abraça a mãe afagando-lhe a cabeça, tentando acalma - la.

 Você vai encontrar outro Seus olhos estão úmidos e lagrimas se formam. Se dependesse dela, a sua mãe nem trabalharia mais Vou conseguir um também, eu vou lhe ajudar, mãe.

 Tenho que encontrar logo — Funga Vai ficar muito pesado para o seu pai.

  Flora não aguenta ver a mãe envelhecendo tão rápido, se acabando por conta do trabalho excessivo. Sabe que precisa arrumar um emprego logo, "Mas como?" Pensava. Observava a mãe enquanto tentava achar uma solução, por fim se lembra...

  Mãe, que horas são? Pergunta desesperada.

  Quase dezenove horas Olha no relógio, a moreninha pega sua bolsa de pele de rato, digo, couro sintético e sai que nem foguete e torcendo para que consiga voltar a trás.

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