》Capítulo 28《
》FLORA《
Mais uma vez, a atmosfera parece parar. Pedro perguntou se eu voltaria. Bom, acredito que a situação em que ele se encontra o deixa assim, diferente. Afinal, ele nem se lembra de nada. Nem de quem é, nem de quem eu sou e muito menos...do nosso beijo. O pior, é que nem posso perguntar " Você bateu a cabeça?" Porque foi exatamente isso que aconteceu.
Não posso ficar vindo aqui, isso só alimentaria minha dúvida sentimental. Me deixaria mais angustiada. E já decidi que se tiver algum tipo de sentimento aqui, vou aniquila-lo.
Não posso voltar!
- Claro, eu volto sim. - Dou-lhe um sorriso amarelo.
Alguém pode socar minha cara até o nariz ir parar na nuca, fazendo o favor?!
Não sei qual o meu problema. As palavras saíram assim, sem nem sentir, quando vi, já tinha falado. Eu não tenho mais controle sobre mim. O que está acontecendo, Deus? Não existe ligação entre meu corpo e o cérebro.
Diante de mim, um sorriso incrivelmente belo se abre, fazendo com que eu queira ficar aqui para sempre apenas o admirando. Sinto uma mão no ombro, meu pai. Aceno para a família Medeiros e saio daquele quarto claro e espaçoso com Kian e o meu progenitor logo atrás.
Cada passo que dou para longe do quarto de Pedro me dá uma sensação esquisita. Logo atravessamos a porta do hospital. Me despeço de Kian. Dou-lhe um abraço apertado. Ele sim merecia gratidão. Passou a madrugada toda aqui sem nem se quer conhecer Pedro. Gosto de pessoas prestativas assim. Que fazem algo para os outros sem querer nada em troca, tudo por livre e espontânea vontade. Kian é sem dúvidas um cara legal. Poderia ter ido embora assim que deixou Laura aqui, mas não, ficou até saber que estava tudo bem com o cara que ele não trocou mais de uma dúzia de palavras. Acho que seremos bons amigos, pelo menos, eu espero que sejamos.
O sol começa a nascer, Kian já está se distanciando. Olho para trás enquanto ando em direção a moto do meu pai e sinto um aperto. A faixada do enorme prédio vai diminuindo. Subo na garupa de meu pai e seguimos rumo a casa com a luz da manhã tomando todos nossos poros. Estou sem forças, encosto a cabeça nas costas de meu pai e fecho os olhos. Sinto o vento frio daquela manhã batendo em meu rosto. Só abro os olhos quando sinto a moto parar. Estou exausta e sem vontade de responder a qualquer pergunta da família, o bom é que provavelmente estarão dormindo. Subo as escadas e abro a porta bem de vagar para não acordar ninguém. Meu pai vem logo atrás em silêncio. Cochicho para ele ir tomar um banho primeiro, e ele vai. Vou no quarto na pontinha dos pés para não acordar Débora, pego uma roupa molinha no guarda roupas, saio e espero no sofá até meu pai sair do banheiro. Ele me dá um beijo na testa sem dizer nada e eu vou para o banho. Agradeço a Deus por meu pai ter agido assim. Não questionou nada, simplesmente me ajudou a chegar lá, e permaneceu ao meu lado o tempo todo e agora, poderia me encher de perguntas mas não, respeitou meu silêncio e eu agradeço por isso. Não quero falar nada, não quero responder nada. Simplesmente não tenho respostas. Entro em contato com a água quente e acalmo meus pensamentos e corpo. Todos meus músculos parecem relaxar e um sono me toma.
*
Estico meu braço esquerdo para me espreguiçar, sem querer soco as madeiras acima de mim. Abro os olhos sem vontade alguma de abri-los e massageio minha mão dolorida por conta do impacto com a cama de Débora. Olho em volta o quarto está escuro, não consigo saber que parte do dia estou. Manhã, tarde, noite? Não faço a mínima. Tomo coragem para levantar e ao sentar na beirada da cama me contorço com a dor nas costas. Deve ser daquele sofá duro e por dormir sentada no hospital. Me levanto, olho para a cama da minha irmã caçula vazia e caminho até a janela. Abro uma pequena fenda e um feixe de luz irrompe no quarto. O raio de sol forte faz com que meus olhos se fechem automaticamente. Abro toda a cortina mesmo assim e todo o quarto fica iluminado. Logo me acostumo com a claridade. Prendo meu cabelo em um coque frouxo como o de costume e saio do quarto procurando o grande relógio de madeira que minha mãe comprou em uma loja de artesanato. São exatamente duas e vinte da tarde. Como posso ter dormido tanto? Por alguns segundos esqueço o que realmente fiz na noite passada, mas logo me recordo de tudo e constato que não foi uma noite comum e muito menos de sono. Baixo o olhar para os três rostos curiosos me encarando. Não sei bem o que falar então, apenas dou um "Bom dia" e sento no sofá junto com ele. Espero até que digam alguma coisa.
Débora quebra o silêncio.
Óbvio.
- Porque passou a noite toda em um hospital com aquele tal de Pedro? - ela se volta para a TV e começa a mudar os canais- Você nem o conhece direito.
É verdade, eu não o conheço. Mas, de certa forma, é como se conhecesse. Não sei explicar, mas tenho essa sensação sempre.
Abro a boca para falar qualquer coisa mas não sai. Meu pai toma a frente e me salva.
- Ele é colega de trabalho dela, sem contar que estava com ela pouco antes do acidente. O celular da Flora até ficou no carro dele.
- Meu celular! - falo mais alto que deveria e todos me olham.
- O que é que tem? -Questiona meu pai.
- Não foi destruído -Digo- Ficou com alguém. Preciso pega-lo.
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Boa noite amores do meu coração! Espero que estejam se divertindo ao seu modo neste carnaval. Eu como sou uma pessoa sedentária e sonolenta prefiro ficar em casa kkkk. Bom, não se esqueçam de votar e comentar. Amo vocês💙.
Kisses, Maria ✴
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