ALERTA: Contém heterossexualidade e insinuação de sexo.

Avisarei quando for preciso dar play na mídia.

Kyouka Jirou caminhava tranquilamente naquele fim de tarde. Segurando a alça de sua mochila apoiada nas costas, dava passos calmos com seus sapatos surrados, que ela amava calçar; seus cabelos curtos e roxos escuros balançavam conforme ela andava na calçada de sua vizinhança.

Denki Kaminari buzinou em seu carro novo e Kyouka girou seus calcanhares assim que viu o loiro com metade do corpo para fora do veículo cinza chamando-a para entrar, e assim ela fez.

— Bonito carro. Já desfilou muito com ele? – Jirou soprou com sorriso sacana no rosto assim que entrara no carro e Denki revirou os olhos.

— Fora meus vizinhos há algumas horas, você é a primeira a me ver nesse carro, e advinha? Só porque você que pediu para dar uma volta. – retrucou o loiro.

— Eu te chamei pra sair, não citei nada do seu carro, seu mentiroso. – Jirou deu um peteleco na testa de Kaminari e enquanto ele massageava o local atingido, ela ligou o rádio e uma banda qualquer ressoou no veículo.

— Então, aonde quer ir? – Denki a questionou jogando os fios loiros para trás e a morena acompanhou os movimentos do namorado, que parecia estar em câmera lenta.

— Para qualquer lugar longe daqui. – Ela o respondeu depois de alguns minutos, colocando o cinto de segurança e Kaminari notou a mudança tanto na voz quanto da postura da namorada mas preferiu ficar em silêncio por ora.

O céu com seus tons de amarelo, laranja e rosa deixava Tokyo ainda mais linda, contudo o que roubava a atenção de Kaminari era como aqueles tons dourados do raios de sol dava um magnífico contraste na pele de Jirou, a fazendo ter uma aura angelical. Seus cabelos escuros brilhavam fazendo um desenho que lembrava um batimento cardíaco.

— Denki! Olha a moto!!

Denki girou o volante afim de sair da contra mão que estava sem querer, quase indo de encontro ao entregador de pizza que estava em sua moto.

Jirou me embreagou mais do que bebida alcoólica.
Denki ri de seu pensamento.

— Tá rindo do quê, idiota, quer nos matar?! – Kyouka colocou a mão no peito assustada. — Eu vim para limpar minha mente não ser morta!

— Desculpa, desculpa! – Kaminari com mais atenção do que antes, enquanto seus olhos estavam firmes na pista, pegou na mão da morena que ainda se encontrava no peito e levou para coxa dela, dando um aperto de leve.

Depois da adrenalina baixar, Denki pensou nas palavras de sua amada e se indagou no que a chateava antes de estarem naquele carro. Seu coração se pertubou ao pensar que algo angustiava a garota que amava. E antes que ele pudesse questioná-la o que a incomodava, ela começou:

— Você não estar nem um pouco com medo de amanhã? – Jirou disparou e ansiava que a resposta fosse sim, pois ela não se conformava que era a única que sentia tanto medo do que o futuro pudesse lhe guardar.

Kaminari se indagou no que haveria no amanhã, e então ele lembrou que os dois começariam seus respectivos empregos, onde finalmente seriam heróis profissionais.

— Você está? – Kyouka revirou os olhos.

— Por que você sempre me responde com outra pergunta?

— Eu estou um pouco... Mais sinto mais ansiedade que chegue amanhã do que medo.

Ela analisou as palavras dele e se questionava se era apenas medo que sentia. Há uma semana haviam sido o dia da formatura deles e os dois exerceriam a profissão que sempre almejavam em breve e ao pensar nisso, a barriga da morena se embrulhava.

A antiga 3-A falavam o quanto estavam ansiosos para amanhã no grupo de mensagens mas Jirou só sentia medo, sua mente listava todas as drogas que poderiam acontecer no primeiro dia de seu emprego.

— Meu bem, você só está ansiosa. É uma pena que não estamos na mesma agência, se não prometeria que nunca soltaria sua mão. Mas se qualquer coisa acontecer, ligue pra mim, posso não responder na hora mas... – Kaminari tagarelava e falava o quanto Jirou era incrível e profissional e era por isso que nada de errado aconteceria com ela.

[Play na mídia]

Ela o escutava ruborizada. A morena se admirava como está com seu namorado a fazia um bem danado e não havia algo ou alguém que pudesse a alegrar mais do que ele. Como o loiro a admirava de vez em quando enquanto dirigia, como ele apertava sua mão ou quando a soltava para apertar a coxa dela a fazia delirar num looping eterno. Jirou o amava como nunca pensara que amaria alguém. Kaminari era tudo pra ela e ele não cansava de dizer que ela era tudo pra ele também.

Com o céu já enegrecido, Denki parou o carro e Kyouka distraída com seu celular nem percebeu que o carro estacionou. O loiro passou alguns minutos sondando-la, vendo como ela respirava calmamente, perdida em algum mundo paralelo aquele pelo telefone. A despertando, Kaminari selou a bochecha de Jirou com um beijo estalado e ela o olhou com um sorriso de orelha a orelha dando em seguida um beijo calmo no namorado.

— Vem!

Ele a chamou saindo do carro, então Kyouka percebeu aonde estava. Era um campo no alto da cidade, um pouco afastado dela. Eles já estiveram ali, mas de dia não de noite. A única luz que havia era dos faróis do carro, dando facilidade de observar o cintilar das estrelas naquela imensidão noturna. A morena entrelaçou os dedos com os dos seu namorado e assim como ele tornou a observar as estrelas, que os atraia mais que as luzes da cidade.

Rasgando o céu, a poeira constelar sendo arrastada por meteorito, mais conhecida como estrela cadente, passa pelo vasto teto acima deles e Kaminari lembra a namorada de fazer um pedido.

Kaminari curioso perguntou o que Jirou desejou a estrela e as bochechas da garota esquentaram, coradas. E isso atiçou ainda mais a curiosidade do loiro. O que Jirou desejou não era algo considerado constrangedor para um casal, mas ela que era um tanto tímida em demostrar sentimentos verbalmente, para ela era mais fácil digitar em uma mensagem do que dizer em voz alta o que sente.

Entretanto, de tanto Kaminari insistir, Kyouka junta coragem para dizer:

— Eu-pedir-para-nunca-te-perder... – Disparou Kyouka com os olhos fechados. Ela sabia que para tudo tinha um fim, mas ela não suportava a ideia de não ter mais Denki ao seu lado.

Kaminari selou os lábios de Jirou, e os dois sorriram entre beijos.

— Eu também desejei nunca te perder, Kyouka Jirou.

O jeito apaixonado que a olhava só comprovava que era verdade o que ele tinha dito, então ela sorriu, abertamente, e Denki se sentia privilegiado de ser o motivo dele.

Os dois estavam deitados na grama. Com a cabeça apoiada no seu braço, Kaminari observava a namorada olhar o céu estrelado enquanto dizia sobre seus últimos dias naquela semana, seus medos, seus anseios e o loiro perdia as contas das vezes que pedia para Kyouka repetir, pois se perdia ao olhar a imensidão dos olhos de sua amada que ele alegava ser mais vasto e encantador que aquele céu acima deles.

A morena se sentia tão a vontade ao lado dele como nunca se sentiu com alguém, até mesmo com a melhor amiga, Momo Yaoyozoru. Ela também perdia as contas das vezes que esquecia o que dizia ao ver os pares de olhos amarelos a olhar tão intensamente, causando borboletas eufóricas no seu estômago e pensamentos impuros. Ela indagou se ele sentia a mesma coisa quando ela retribuía o olhar.

O rádio tocava I Wanna Be Yours da banda Artic Monkeys, a música favorita dela. Eles ainda estavam naquele campo, só que dentro do carro.

Denki trilhava o pescoço de Jirou com beijos no banco de trás, enquanto ela marcava as costas dele com as unhas pretas ruídas sobre a camisa branca dele. Ela o queria tanto quanto ele. Ele sempre respeitou o tempo dela e tirando a blusa dele, a morena decidiu que aquele tempo tinha acabado.

Mesmo sem as roupas e o ar-condicionado ligado não foi o suficiente para apagar a chama que gritava naquele carro. Com o vidro embaçado e o refrão da música ressoando "baby I just wanna be yours", eles foram um do outro, incendiando seus corpos em explosão de dois mundos se colidindo.

One-shot inspirada na música que está na mídia, Stargazing da banda The Neighborhood.