II
Kondrak estava sentado junto com outros capitães e generais da L.D.A. Ao seu lado, o líder da raça trompox, Kaezar. Ele era azul e baixo. Os braços fortes do líder evidenciaram uma vida baseada em derreter metal para construir armas e lutar. Esta era a cultura dos trompoxianos, afinal. Os três olhos do líder fitavam com interesse o palco diante de si. Cientistas trompoxianos preparavam o lançamento da Armageddon. Kondrak assistia a cena em silêncio, como se estivesse presenciando uma peça de teatro sobre morte e renascimento. A extensa tela acima do palco mostrava em tempo real os mísseis Armageddon. Kondrak sorriu.
Haviam colunas de sustentação aos lados da sala de exibição, enquanto no meio havia vários bancos ocupados por seres de cargos importantes da L.D.A. Desenhados nas colunas, haviam símbolos de armas trompoxianas. Apesar de usar armas quase sempre, Alpha se enojou daquilo. Finalmente conseguiu entender a repulsa que Mazu tinha de armas como aquela. Como uma raça inteira podia adorar ítens mortais?
Alpha e Qui-va estavam juntos atrás de uma das colunas de sustentação. Eles observavam em silêncio o desenrolar da exibição. Nenhum guarda. Talvez estivessem cuidando do perímetro de fora, pensou Alpha. Mas, ele ainda achava tudo isso muito estranho. Dois norinianos estavam escondidos atrás de uma coluna do outro lado da sala, enquanto os dois restantes estavam na coluna ao lado de Alpha e Qui-va.
Entre os cientistas acima do palco, estava Neru, o líder substituto da raça t’wi. Quando o show parecia pronto, Neru, com sua pele verde coberta por escamas com manchas negras (ele quase tinha a aparência de um lagarto), se pôs em frente do palco e começou a apresentação:
— Senhores, após tanta espera, venho anunciar que agora todos vocês terão o prazer de testemunhar o poder da Armageddon — ele apontou para as imagens da tela dos mísseis; eram quatro. — Feita do melhor minério que nós, t’winianos, poderíamos proporcionar e, claro, com a ajuda dos nossos parceiros trompoxianos, a Armageddon finalmente ganhou vida. Nossa arma vingadora contra o culto e os traidores do nosso governo. Da nossa galáxia.
Todos aplaudiram, entusiasmados.
— Convido o líder da cúpula a subir no palco e fazer as honras de pressionar o botão de lançamento da Armageddon. O planeta alvo está na mira. O primeiro de muitos.
Kondrak se levantou de seu assento sob mais aplausos e subiu no palco. Neru abriu espaço para que o líder da cúpula se aproximasse do painel acima do palco, onde estava o enorme botão vermelho. Quando pressionasse aquele botão, o destino de muitas vidas mudariam. Mas não de Aurora. Kondrak sabia disso.
Antes que ele pudesse aproximar seu dedo no botão, gritos o fizeram olhar para trás. Ele não estava impressionado. Era como se ele já esperasse por isso. Todos os generais e capitães se levantaram de seus assentos e observaram com pavor a chegada dos rebeldes na sala de exibição. No entanto, nenhum deles sacou suas armas, afinal Kondrak ordenara que não era permitido armas durante a exibição.
Alpha apontava sua arma para cada um deles enquanto seguia pelo espaço vazio entre as duas fileiras de bancos. Todos os seres daquela sala o olhavam, abismados. Eles reconheceram a face de uma gente que um dia fora uma lenda. O agente filho de outra lenda. Olhares desaprovadores acompanhavam os passos de Alpha. Qui-va e os cinco norinianos vinham logo atrás, também armados e prontos para atirar.
Alcançaram o palco sem interrupções. Neru e os cientistas estavam com as mãos postas para o alto, com exceção de Kondrak.
— Teste cancelado, seus merdas — Qui-va atingiu a cabeça de Neru com sua arma, o fazendo cambalear para trás. — Não há mais Armageddon. Mais de nós estão vindo para cá.
Enquanto Qui-va ameaçava todos, Alpha analisava o rosto de cada um. Os convidados pareciam surpreendidos, com exceção de Kondrak e o líder dos trompoxianos. Algo estranho estava acontecendo, Alpha conseguia sentir. Sua intuição dizia que aquilo…
Antes que pudesse descobrir o que havia de estranho, seres encapuzados emergiram das sombras do telhado da enorme sala e pousaram no chão. Todos tinham starshines em mãos. Estelares do culto de Tenebris. Eram muitos, Alpha podia contar cinquenta deles; surgindo como ninjas da escuridão. O que veio a seguir impressionou tanto Alpha como Qui-va: os estelares começaram a atacar os generais e capitães da L.D.A em seus assentos. Matavam cada um deles com apenas um golpe. Sangue de vários corpos se esparramou pelo chão. Gritos ecoaram pelo salão.
Antes que Alpha ou Qui-va pudessem reagir, todos estavam mortos. Entre a poça de sangue e o amontoado de corpos sem vida, estava o líder dos trompoxianos, Kaezar. O único que não fora morto.
Qui-va ergueu sua mão e fez o sinal de ataque. Ninguém respondeu. Os cinco norinianos nos quais ela escolhera para realizar a missão foram mortos em um piscar de olhos junto com os outros. Ela abaixou sua mão e clicou em um botão no comunicador em seu pulso. O sinal de socorro. Reforços seriam enviados.
— É doce da parte de vocês pensar que conseguiram invadir uma instalação secreta sem esforços. Não perceberam os caminhos deixados propositalmente livres para que vocês agissem. É assim que grandes predadores capturam sua presa — Kondrak falou enquanto andava pelo palco.
Naquele momento, Alpha entendeu tudo. A repentina aparição do culto, Kondrak, o líder da raça trompox e a Armageddon. Tudo estava conectado.
— E agora, o ato final — Kondrak olhou para os estelares encapuzados; sob seu olhar, todos pareceram entender a ordem.
Dois estelares subiram ao palco e agarraram os braços de Qui-va; um deles chutou o calcanhar da noriniana, fazendo-a cair de joelhos no chão e gritar de dor. Outro par de estelares encapuzados veio em direção à Alpha. O agente atirou em ambos, porém o disparo não causou sequer um dano nos estelares. Desistiu das armas, largando-as no chão e ativando suas botas a jato. Avançou para cima, mas não alto o suficiente; um dos estelares, alto e forte, assim como Mazu, agarrou seu pé esquerdo e o puxou com extrema facilidade. Alpha caiu de costas no chão. Ar escapou de seus pulmões humanos.
— Desgraçados! — esbravejou.
O agente se levantou, mas antes que pudesse realizar qualquer outro ataque, o estelar à sua esquerda atingiu o rosto de Alpha em um soco de punho fechado; o próximo soco veio à direita. Esquerda, direita, esquerda, direita. Alpha estava de joelhos no chão, ainda resistindo. A cicatriz em seu olho inchou (e doía como o inferno).
Qui-va tentou se levantar para ajudar Alpha. Péssima ideia. O estelar que segurava um de seus braços finos a atingiu em cheio com um soco no nariz. Sangue escorreu pelo seu rosto amarelado. Ela pode sentir o gosto do próprio sangue.
Alpha mais uma vez tentou se levantar, mas foi impedido por uma arma branca brilhante a centímetros de seu pescoço. De perto, ele conseguia sentir todo o calor e poder de uma starshine. Bastasse um movimento brusco e aquela espada poderia cortar sua garganta com extrema facilidade. O estelar que segurava a espada o observava por debaixo do capuz.
— Para que lutar? Basta deste show. Já temos tudo o que precisamos, não temos? — agora o líder Kaezar estava ao lado de Neru em cima do palco; ambos observavam Kondrak. — Logo, logo, toda essa sujeira será jogada para debaixo do tapete.
— É assim que vocês agem, não é? — O brilho dourado da starshine se refletia no suor do rosto de Alpha. — Escondem toda a merda embaixo do tapete e culpam inocentes. Eu deveria ter imaginado que você fazia parte disso.
— Uma nova era está chegando, agente Space Hunter. Os mais sábios se juntam a nova ordem de Aurora — Kondrak apontou para os dois líderes: Neru e Kaezar. — Enquanto aos fracos, eles voltarão para o lixo de onde vieram. É a seleção natural da vida. Por isso não faço apenas parte disso, como sou líder disso.
— Porque? — Alpha fitava Kondrak.
— Eu poderia te contar todos os detalhes, Alpha. Mas não há tempo. Perdemos tempos demais com esta demonstração falsa para generais e coronéis inúteis da L.D.A. No entanto, finalmente, nos livramos da sujeira. Não completamente. Ainda faltam aqueles que estão no topo. Com a morte da metade dos líderes da L.D.A, estamos livres para passarmos para o próximo passo: A Armageddon.
Kondrak deu as costas para Alpha e se aproximou do painel de controle. Os dedos revestidos de escamas do líder da cúpula da união sondaram o botão por alguns minutos antes de pressioná-lo. Quando pressionou, as imagens na tela mostraram os mísseis sendo lançados em direção a um alvo ainda desconhecido.
— Filha de Gahro — Kondrak falou para Qui-va, apesar de ainda estar de costas para a mesma; ela o fitou, raivosa —, não conte com reforços, minha querida. — Ele sorriu.
A porta metálica do salão se despedaçou em milhares de detritos que voaram pelo salão. Parecera uma explosão, e havia sido isto, de fato. No entanto, foi uma explosão originada do estímulo do príncipe guerreiro estelar Mazu. Os estelares no centro do salão empunharam suas espadas e se colocaram em posição de batalha. Mazu fez o mesmo. Um contra vários. Parecia injusto, porém Mazu estava disposto àquilo.
A horda de estelares encapuzados avançou em direção a Mazu como um enxame de abelhas. Se espalharam por todos os lados e desferiram golpes no príncipe. Nenhum feriu Mazu. Enquanto se defendia dos golpes usando sua starshine, o príncipe se recordou do dia em que a general dos estelares, Hella, lhe ensinara técnicas de defesa. Naquele momento, ele entendeu a importância do treinamento. Girava seu corpo ao mesmo tempo que sua starshine e continuava a bloquear todos os golpes dos adversários. O choque das espadas soltavam faíscas pelo ar.
O círculo ao redor de Mazu estava se encolhendo aos poucos de forma que deixasse Mazu preso. Não havia outro modo de escapar daquela situação se não…
Mazu se lembrou de toda a dor e medo que causara com seus poderes descontrolados. Tinha medo do que corria por suas veias. E os medos devem ser domados e controlados. Usados para benefício próprio. Ele sabia o que fazer.
O príncipe fechou os olhos e permitiu sentir o sangue fluir por suas veias, o estímulo tomar conta de seu corpo e seu coração bater mais forte do que o normal. Quando suas pálpebras se levantaram, uma explosão emanou de seu corpo e dispersou o círculo de estelares encapuzados em sua volta, arremessando todos eles contra as paredes do salão. Não fora uma grande explosão como as anteriores. Mazu conseguira controlar.
Ainda em cima do palco, Kondrak observava com atenção o príncipe.
— Solte meus amigos e acabe com este projeto — ainda empunhando a starshine, Mazu se aproximou do palco.
— Como eu disse, a visita de vocês era esperada.
Um punho possuído pelo estímulo atingiu com força brutal a lateral do rosto de Mazu, o fazendo arquear para o lado. Rapidamente a dona do soco chutou as costelas do príncipe de forma que o mesmo caísse no chão de joelhos. Ainda no chão, Mazu girou seu corpo de forma que desferisse um golpe surpresa em sua atacante. Mazu não contava com a astúcia dela, Morgana. A starshine veio de encontro com Morgana, e ela chutou a espada das mãos do príncipe. O objeto brilhante caiu no chão há metros de distância de Mazu.
Morgana atingiu o rosto de Mazu com vários socos de forma que o príncipe caísse no chão e rachaduras começassem a se formar em volta. A estelar não cessou os socos. Continuou a atingir a face do príncipe repetidas vezes. Mazu tentou revidar, porém suas técnicas não eram nada comparadas às de Morganna, uma guerreira estelar mais ágil e habilidosa.
— Chega — Kondrak ordenou calmamente.
Morgana cessou os socos. Agarrou os cachos brancos do príncipe e ergueu a cabeça do mesmo de forma que ele olhasse fixamente para Kondrak.
— Não sabe o quanto esperei por você — Kondrak olhava para Mazu como se ele fosse a galinha dos ovos dourados. — A chave para a nova era finalmente recuperada.
— Não faço parte disso. E como líder, você deveria estar ajudando os seres inocentes lá fora, não ajudando um culto cujo o único propósito é destruição — Mazu falou, enojado.
— Não, não… — Kondrak desceu do palco e se aproximou deu Mazu. — Poucos seres entendem a filosofia daqueles que adoram Tenebris, o criador da escuridão. Acreditamos que, através da destruição, nascerá algo novo, algo melhor. Tenebris é o único criador que pode nos proporcionar felicidade eterna. Ele está em nossos corações.
— Tenebris está morto.
Kondrak riu sarcasticamente.
— Por anos, ele sussurra ordens para mim. No começo, eu não entendi o porque ele escolheu a mim ao invés de um de seus seguidores estelares. Apenas entendi o propósito que o grande criador Tenebris tinha reservado para mim quando a cúpula da união secretamente ordenou que o sistema-solar que abrigava minha raça fosse aniquilado da existência. Os tronari seriam a próxima raça dominante de Aurora. Os líderes das doze raças temiam o poder dos tronari, afinal não seguíamos ordens de nenhuma outra raça da galáxia. Éramos resistência. Não nos ajoelhamos perante aos doze genocidas como as outras raças mais fracas fizeram. Isso gerou nosso fim. Não completamente.
‘’Por conta dos constantes ataques nos planetas onde os tronari dominavam, meus pais, os grandes líderes, me enviaram para um lugar seguro, longe de toda a guerra. Toda minha família morreu quando a estrela do sistema-solar de meu povo explodiu. Créditos à L.D.A e um míssil de alta potência. Meus iguais foram varridos da existência, restando apenas eu, uma criança perdida pela galáxia. Me criei nas ruas, roubando e vivendo em situação precária. O que os doze desgraçados não sabiam era que os tronari eram conhecidos por serem extremamente vingativos. Arquitetei um plano de vingança desde muito novo. Não precisei me juntar ao círculo da revolução, eu era minha própria revolução. Em minha adolescência, me formei em direito nas universidades mais competidas de Aurora, todas localizadas no sistema-capital da galáxia, onde ficam os planetas de legislação, jurisdição e executivo. Eu sabia que, apesar do cargo de líder da cúpula da união ser decidido democraticamente, eram os doze líderes que realmente decidiam quem ocupava o cargo. Então, iniciei minha carreira como político e criei laços com cada um daqueles líderes nojentos. Todos covardes atrás de suas mesas de escritórios. Foi então que a voz salvadora sussurrou em meu coração. Era Tenebris me escolhendo para a missão mais importante que ele concedeu a alguém. Eu não era seguidor de seu culto, mas me juntei por uma causa maior. Nossos planos estavam entrelaçados. Ambos queríamos vingança. Minhas decisões eram as de Tenebris. Quando finalmente me tornei líder da cúpula da união, investi em um projeto secreto. O nomeei de Armageddon. O mesmo nome usado para nomear os mísseis que aniquiliram minha raça. Tenebris sussurrou para mim todos os detalhes do projeto; e a peça mais importante chegaria até mim: um príncipe estelar vindo de muito, muito, distante. Ele trouxe você até nós.’’
Os olhos de Mazu se arregalaram e sua pele se arrepiou. Estava horrorizado. Os sussurros que sempre atormentaram sua vida e foram responsáveis por ferir Mellak era um chamado de Tenebris, e isto não apenas enojou Mazu, mas também o deixou extremamente zangado. Tenebris estava morto. Como ele poderia se comunicar com Kondrak? Como ele ainda poderia ter poder suficiente para sussurrar na mente de Mazu desde criança?
— Você é a chave para o início — Kondrak passou seus dedos afiados pelo rosto do príncipe; Mazu recuou.
— Já disse: eu não faço parte disso! — o príncipe berrou, zangado.
— Mas Tenebris faz parte de você. Ele sussurra sobre você há muito tempo, príncipe. E você respondeu ao chamado do criador. Está na hora, finalmente.
— Vocês podem me levar para o que quer que estejam planejando. Não me importo. Apenas peço em troca que cancelem a rota dos mísseis e poupem vidas inocentes. Eu imploro. Acabem com a Armageddon. Libertem os estelares que vocês usaram para drenar seus estímulos.
— Não, Mazu… Você entendeu completamente errado quanto aos planos de Tenebris. Esta não é a Armageddon — Kondrak olhou para as imagens dos mísseis vagando pelo espaço em uma velocidade surpreendente. — Estes mísseis eram cortina de fumaça. Precisávamos da aprovação do conselho interno da L.D.A para prosseguirmos. Agora, todos estão mortos. Isto foi apenas um teste para o que realmente estávamos construindo em segredo. Não sabíamos como poderíamos drenar a energia de um estelar e nem como usá-la a nosso favor, então fizemos testes em mísseis especiais. Um projeto de tamanho poder jamais poderia ser construído sem que o governo soubesse, então a partir disso surgiu o rumor da "grande arma secreta do culto" e a grande arma que o governo de Aurora construiria em resposta. No final, sempre foram a mesma coisa. E como podemos ver...
Os mísseis atravessaram o vácuo na velocidade da luz, deixando um rastro dourado por onde passavam, como uma estrela-cadente cujo único pedido a ser realizado era a morte. A câmera acoplada na parte frontal do míssil captou um planeta. O alvo dos quatro mísseis. Os olhos de Qui-va se arregalaram quando percebeu que aquele planeta era na verdade seu lar. Não teve tempo de gritar, nem mesmo implorar para que cancelassem o percurso dos mísseis. A câmera acoplada em um dos mísseis, antes de se tornar pó, captou o momento em que os quatro mísseis atingiram o solo arenoso de Wongor. Em questão de segundos, crianças e adultos se tornaram cinzas. Todo o planeta desértico foi coberto por uma camada espessa de fumaça. Não restou nenhum sobrevivente.
— NÃO! — Mazu berrou.
A tela acima do palco indicou: ‘’planeta-alvo abatido’’.
Qui-va gritava de dor e sofrimento enquanto os estelares em volta dela firmavam o aperto em seus braços. Alpha estava inerte, como se tivesse sido repentinamente congelado por uma sensação desgastante. Olhava para a tela com horror estampado no olhar.
Os gritos de Mazu ecoavam pelo salão. Enquanto sentia a dor da perda perfurar seu coração como uma adaga, sua memória retomava aos momentos em que passara em Wongor. Todos aqueles seres o aplaudindo após tomarem a muralha; o garotinho finalmente abraçando sua irmã; flores e plantas em volta de um rio cheio de água; seres felizes dançando próximos de uma fogueira; ele e Alpha observando o infinito deserto no calor da noite. Tudo se fora em um piscar de olhos.
— … Tudo funcionou como planejado — Kondrak finalizou. — Neru, Keazar, convoquem o restante dos líderes para um encontro urgente no sistema-capital de Aurora. Todos irão presenciar a demonstração da verdadeira Armageddon. Prendam Qui-va e Alpha e digam para a L.D.A que eles orquestraram o assassinato dos generais em nome do círculo da revolução. Diga também que nosso ataque com mísseis foi apenas uma… Retribuição. A mídia irá gostar desta versão. Quanto à Mazu, levem-o para a nave. Temos que prepará-lo.
— NÃO!
Desta vez, o estímulo de Mazu iluminou todo seu corpo. Ele estava preparado para realizar mais uma explosão. Morgana fechou os punhos e atingiu os dois lados da cabeça de Mazu. O príncipe caiu desacordado no chão. Ela o tirou do chão e o colocou de barriga para baixo em cima de seu ombro esquerdo.
— Larga ele, porra! — Alpha se levantou, porém os estelares encapuzados ao seu lado firmaram o aperto no braço do agente, o fazendo sentir dor, porém ele não se importou.
Qui-va ainda estava no chão, chocada. Lágrimas silenciosas desciam por seu rosto desesperançoso. Agora cavidades fundas preenchiam os lados de seus olhos.
— Agradeço pelos seus serviços, Space Hunter — Kondrak piscou para o agente.
Acompanhado de Neru e Keazar, Kondrak deixou o salão. Morgana vinha logo atrás carregando o corpo desmaiado de Mazu. Alpha continuava a lutar, mas sua força era inútil quando comparada à força de um estelar. Quando Mazu sumiu de vista, Alpha sentiu um familiar desespero interno. O mesmo desespero que ele sentira quando seu pai morrera.
Estava sem esperança.
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