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▪︎ O Garoto Fantasma

Rubi

Não estava nem um pouco tranquila naquela noite mesmo que minha premonição estava prevista para daqui a dois dias me preocupava com ele.

Estava no sótão com a minha mãe treinando alguns encantamentos que seriam úteis para o que estava por vir.

Minha mãe vem de uma linhagem de bruxas elementares é a mais poderosa já que possui ambos os quatro elementos.

— Filha, o que foi? — Minha mãe perguntou preocupada.

— Mãe, sinto um presentinho ruim aqui dentro do meu peito — respondi olhando para o chão.

— Filha não se preocupe, vai dar tudo certo — falou colocando a mão nos meus cabelos.

— Mãe eu vou dormir — avisei indo até o meu quarto.

Fiquei olhando para o meu quadro de fotos onde tinha vários polaroids. Naomi e Axel são os meus melhores amigos desde quando vim pra cá. Somos o melhor trio apesar de nem sempre estarmos andando juntos.

Olhei na janela vendo o quão linda estava aquela noite o céu estava estrelado e uma brisa refrescante batia em minha bochecha até fechei os meus olhos pra sentir melhor aquela sensação.

Fui dormir na que estava ficando bem tarde, amanhã seria outro dia e tudo seria diferente.

No dia seguinte.....

De manhã foi como de costume, mas o diferencial era que os meus pais estavam tomando café em casa.

— Que milagre é esse — falei chamando a atenção de ambos.

— Filha, precisamos conversar — meu pai falou com uma voz calma.

— O que aconteceu? — perguntei começando a ficar preocupada.

— Seu amigo foi encontrado com o peito rasgado parece que tentaram, tiram o coração dele — explicou como se não fosse nada.

Naquele momento comecei a gritar de desespero, não estava acreditando que o meu plano havia dado errado já que não sentia a alma dele em nenhum lugar. E a minha visão havia falhado não aconteceu na data certa prevista por mim.

Não estava mais tendo controles dos meus atos e senti meu corpo tão leve quanto uma pena. Meu pai se aproximou colocando a mão na minha testa me fazendo acalmar, vi todo estrago que havia feito na cozinha.

Estava envolvida nos braços do meu pai como se fosse uma criança de 5 anos.

— Rubi fique em casa hoje — Minha mãe sugeriu.

— Ela não pode — Meu pai falou — Estão interrogando todos os alunos, ela não pode chamar atenção faltando — explicou — O demônio ainda está a solta e tenho certeza que é naquele colégio que precisamos detê- lo, já que ele não cumpriu a missão — me lembrou.

— Está vendo o estado que está a nossa filha? — Minha perguntou ao meu pai que ainda me abraçava em seu colo — Ela não irá sair daqui — falou firmemente.

— Rubi é tão forte quanto nós dois — Meu pai falou me soltando do seu abraço.

Ele tinha razão, eu sou forte tanto é que misteriosamente nasci com uma pedra roxa no meio da testa.

— Mãe papai tem razão eu não posso levantar suspeitas — falei me levantando — Irei descobrir quem fez isso com o Axel — falei decidida — Como ele está? — perguntei tentando me recompor, precisa de pelo menos o mínimo de esperança.

— Ele está em estado de coma, mas quando a missão estiver concluída poderei, salvá - lo — falou me passando um pouco de tranquilidade.

Fui ao banheiro e lavei o rosto para disfarçar aquela cara de choro. Peguei uma caneta delineadora nos olhos fazendo um delineado gatinho grosso e passei um batom roxo nos lábios. Hoje precisava ser forte e não me deixar me abalar com nada que anda acontecendo, irei salvar o meu amigo.

Meu pai havia me levado ao colégio para não chegar atrasada. Quando coloquei o pé lá dentro escutei no megas fones do colégio um aviso da diretoria:

" — Todos os alunos devem ir agora ao teatro preciso fazer um comunicado importante. "

Já sabia o assunto que se tratava então nem fui até lá. Fiquei andando pelos corredores vi uma das serviçais limpando a sala de aula. Todas as salas são iguais, são enormes e amplas, pintadas perfeitamente de um amarelo, conjunto de cadeiras azuis e um enorme quadro negro.

As cadeiras começaram a cair não sei se foi coisa da minha cabeça, mas vi Axel jogando as cadeiras no chão e rindo.

— Meu Deus essas cadeiras não para quieta — falou irritada.

— Se quiser, ajudo a senhora — me ofereci.

— Não precisa — falou saindo da sala.

— Axel, porque está fazendo isso? — perguntei fechando a porta.

— Você está me vendo? — Axel perguntou impressionado.

— Qual última coisa que se lembra? — perguntei.

— Nós estávamos na festa da Daisy e nós dois estávamos prestes a transar — falou sem esconder a cara sem vergonha — Acordei e apareci no vestiário do colégio — contou.

— O que? — perguntei confusa, já que não havia ido à festa, o demônio me usou como isca, fiquei envergonhada só de pensar no que ele havia falado — Sabe porque ninguém te viu? — perguntei vendo ele negar com a cabeça — Você está em estado de coma e se transformou em um fantasma — expliquei.

— Está de pegadinha comigo, Rubi? Isso não é nada a sua cara — me questionou.

— Não estou mentindo — falou — Vamos até o teatro e verá o que estou falando — falei saindo correndo de lá e ele atrás de mim.

Meu feitiço acabou dando certo, me sinto tão orgulhosa de mim mesma. É bom ver meu amigo mesmo ele sendo um fantasma. Quando chegamos lá o diretor contava sobre o terrível estado do grande nadador do colégio. Axel gritava para todos falando que estava bem ali na frente, mas ninguém o escutava ou o via. Sentia pena dele queria tanto poder abraçá - lo naquele momento.

O diretor havia me mandado embora já que sabia o quão próxima eu era do Axel.

Iria ter um interrogatório com o detetive, mas como não havia ido pra festa, então eles não iriam me interrogar.

Naomi se aproximou de mim, me dando um forte abraço.

— Eu sei que está magoada com o que aconteceu, mas o Axel é um rapaz forte e irá sair dessa — falou sendo positiva.

— Eu sei — falei — Vou pra casa mais tarde te ligo — avisei saindo de lá ao lado do meu fantasma.

— Porque só você consegue me ver? — perguntou.

— Acredita em Bruxas? — perguntei vendo ele rir da minha cara.

— Está de sacanagem comigo? — me questionou.

— Diz isso o garoto fantasma — respondi arqueando uma das minhas sobrancelhas.

— Ainda não acredito em você, parece que estou em um sonho — falou.

— Vamos ao hospital aí você verá o que estou falando a verdade — falei — Queria que acreditasse em mim pelo simples motivo de sermos melhores amigos — falei fingindo estar magoada.

Em 20 minutos havia chegado no hospital como não tinha ninguém na recepção usei meus poderes de localização para encontrá - lo.

Alex estava olhando para o irmão dele enquanto segurava a mão dele.

— Me desculpe — pediu — Só espero que não venha atrás de mim — falou.

— Então meu irmão tem algo haver com isso — Axel falou irritado indo até ele começar a esmurrar - lo, por sorte ele não sentia nada.

— Olá Rubiane — falou parecendo um pouco surpreso — Não era pra estar na aula agora? — me questionou.

— O diretor mandou eu sair mais cedo — respondi — Como ele está? — perguntei olhando para o corpo do meu amigo do meu lado, enquanto o seu eu fantasma continuava distribuindo socos no irmão.

— Espero que se recupere — falei tocando no braço do Axel, acabei tendo uma premonição que me assustou um pouco — Melhor eu ir — falei saindo o mais rápido possível dali sem transparecer o medo que sentia naquele momento.

Axel veio atrás de mim, pelo jeito finalmente ele estava vendo que estou contando a verdade.

— Como nunca percebi que era uma bruxa? — me questionou, enquanto andávamos pela rua.

— É um segredo — respondi.

— Olha eu vi a cara que fez quando tocou o meu corpo — falou — Por acaso sentiu algo? — perguntou curioso.

— Finalmente chegamos — falei ignorando a sua pergunta.

Abri a porta devagar para que minha mãe não o visse antes de eu tentar dar uma explicação coerente. Mas fiquei surpreendida ao ver que os meus pais estavam me esperando com os braços cruzados e um olhar irritado.

— Ixi sujou — Axel falou sendo que já sabia disso.

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