Prólogo
A sra. Stanford caminhava pela biblioteca, esperando o horário de encerramento de seu expediente. O lugar estava até que silencioso, para a quantidade de adolescentes que havia ali. Claro, havia um ou outro que fazia barulho, mas nada muito relevante. Finalmente, o silêncio reinava e relógio estava mostrando dez e vinte e nove. Um único minuto, e ela poderia ir embora.
Hope Jenkins e Dustin Cooper estavam envoltos em livros e mais livros sobre psicologia, procurando qualquer coisa que pudesse os ajudar com o trabalho de Dustin para a faculdade.
— Será que vai demorar muito? — pergunta Hope — Acho que é melhor terminar em casa, Dus.
— Relaxa, Hope. Já acabei aqui. — responde o mais velho, fechando seu notebook.
A garota apenas responde com um balançar de cabeça, tomando o resto de seu café, agora frio. Bocejando e coçando os olhos, Hope pega seu celular, logo olhando a hora.
— Puta merda. Já deu dez e meia, Dustin. — diz, passando as mãos no cabelo.
— Ferrou. Rowan já deve ter ido embora e nos deixado aqui.
Como se uma deixa fosse dada, ambos escutam o barulho da porta da biblioteca ser fechada.
— Droga! — dizem os dois em uníssono.
Perto deles estava Vênus Morello, sentada numa mesa atrás de uma prateleira próxima, mexendo no celular e se perguntando o que Dustin — seu ex — estaria fazendo ali. Não que ela ainda gostasse dele, claro que não. Só estava curiosa em saber como andava o garoto que um dia havia lhe feito muito feliz. Afinal, depois de toda aquela briga do término, da besteira que ela havia feito e do modo como ambos saíram machucados, ele merecia ser feliz assim como ela estava naquele momento de sua vida.
Sua atenção se volta para o balcão onde sra. Stanford ficava e seus olhos se arregalaram ao não vê-la atrás do mesmo.
— Merda, já deu o horário! — resmunga.
Se levantando e indo até a porta do local, puxa a mesma pelas maçanetas. A porta já estava trancada.
— Danazzione! — sussurra, voltando a se sentar, tentando pensar em um jeito de sair dali.
Nos fundos da biblioteca, Alexis Turner se encontrava sentada no chão, encostada na parede, mandando mensagens a um garoto que estava ali flertando com ela há poucos minutos.
— Bom, vou ficar aqui mais um pouquinho... — murmura sonolenta, tomando o último gole de sua cerveja e deixando a garrafa vazia em sua mochila.
Encostando a cabeça na parede, Alexis começa a fechar os olhos. Infelizmente, é interrompida por uma voz masculina:
— Ei, licença. Você sabe que estamos presos aqui, certo?
Alexis solta um longo suspiro e abre os olhos, encarando o garoto com cara de tédio.
— Não 'tô com paciência para brincadeirinhas, garoto. — responde voltando a fechar os olhos.
— Não é brincadeira. Estamos mesmo presos. Agora são... — ele confere seu relógio — Dez e trinta e cinco. E a porta está fechada.
— Ah, cara, que merda! — diz ao ver na cara do mais novo que ele falava sério.
Se levantando e pegando sua mochila, Alexis começa a andar em direção à saída. Depois de alguns passos ela para e olha por cima dos ombros para o garoto.
— Você não vem...? — pergunta, esperando que ele se apresentasse.
— Aleksey. Aleksey Makarov. — diz o garoto, andando agora ao lado dela.
— Nome diferente. Gostei. — a ruiva sorri de lado — Sou Alexis Turner, prazer.
— Prazer só na cama, Alexis. — diz o garoto sorrindo maliciosa, arrancando uma expressão de surpresa da garota, que não esperava por aquela resposta.
— Bom, vamos logo. — diz, focando em achar a saída daquele lugar. Infelizmente estava alcoolizada demais para achar a saída.
— Por aqui, garota estranha. — diz o garoto rindo baixo e a puxando pela mão pelo o caminho certo.
Lunna dormia com a cara em seu exemplar de "Mindhunter". Suas mãos ainda estavam no teclado de seu notebook, que permanecia ligado. A garota só acordou pois sentiu alguém a chacoalhando. Ao abrir os olhos, da de cara com um garoto de olhos azuis. Assustada, se afasta rapidamente, quase caindo da cadeira, o que fez o garoto á sua frente rir.
— Que foi, garoto? — pergunta irritada.
Jean realmente não achou que a garota se assustaria tão facilmente. E nem que ficaria tão irritada. Por isso, tentou descontrair um pouco:
— Calma aí, estressadinha, eu só vim te acordar porque já está tarde e... E eu me perdi aqui dentro. Estava na área de livros de esportes, peguei alguns livros para levar para casa e me distraí no celular. Agora não lembro qual caminho em segui e você foi a única pessoa que eu encontrei.
— Não me chame de estressadinha, em primeiro lugar. Em segundo, você não tem cara de quem estuda muito. E terceiro, eu vou te ajudar, mas é só porque eu vou seguir esse caminho, mesmo.
Lunna olha melhor para o garoto, lembrando dele.
— Você é o Jean Charpentier, né? Que joga no time do colégio e venceu as nacionais uma vez?
— É J.C., em primeiro lugar. Em segundo, você não tem cara de quem gosta de basquete. E terceiro, exatamente, sou eu.
— Bom, vamos logo. — diz Lunna, revirando os olhos e guardando suas coisas.
Se levantando, colocando sua bolsa no ombro e pendurando sua câmera no pescoço. Assim, começa a andar, sendo seguida por Jean.
— Seu nome é Lunna, né? — pergunta Jean, a olhando de canto.
— Uhum. — responde a garota, sem tirar os olhos do caminho.
— Você é bem bonita, Lunna.
— Corta essa, J.C. — diz, seguindo o caminho até a saída.
— Essa doeu, hein. — brinca, fazendo a garota revirar os olhos e apertar o passo.
Morgana estava escondida no canto entre uma parede e o balcão da bibliotecária. Em suas mãos havia uma garrafa de vodca russa com apenas dois dedos da bebida. Sua jaqueta estilo militar estava jogada sobre si como um cobertor, enquanto ela estava encolhida. Seus fones de ouvido faziam um rock pesado fluir em sua mente, em um volume baixo.
— Ahn, garota? — uma voz masculina a faz se mexer de leve. — Ei? Acorda aí, maluca. — diz o garoto, a balançando.
— Não me... — ela boceja e se espreguiça — chame de maluca. — ela o encara, agora com a visão entrando em foco.
Á sua frente estava um garoto de cabelos cor-de-mel, olhos castanhos e pele branca. Aparentava estar com vergonha, tímido. Suas bochechas estavam um pouco coradas, e seus olhos avermelhados.
— Tudo bem com você? — pergunta Morgana, franzindo o cenho.
— Uh? Ah, não foi nada. — diz rapidamente, virando o rosto — Bom, eu achei que você estava dormindo.
— Estava quase. Tem certeza de que está bem? Parece estar precisando de uma bebida. — diz, oferecendo sua garrafa de vodca a ele.
— Ah, eu não posso. Ainda não fiz dezoito. — diz, balançando as mãos gentilmente, dispensando a garrafa.
— Bom, mais para mim. — dá de ombros, tomando um gole. — E aí, garoto, qual o seu nome?
— Tobias Johnson. Mas todos me chamam de Toby. E o seu?
— Morgana Thompson. É um prazer, Toby. — sorri de leve e estende a mão para ele.
Tobias hesitou um pouco, constrangido, mas logo tratou de apertar a mão da garota à sua frente, sorrindo em seguida. Morgana dá espaço para ele se sentar ao seu lado e ele o faz.
— Então, Tobias, o que faz aqui a essa hora? — pergunta Morgana depois de uns minutos, quando viu a hora no celular.
— Vim estudar para ir melhor no colégio — diz baixo. — e acabei ficando preso aqui.
— Aconselho a ver vídeos sobre o assunto. Vale mais a pena e você não sai de casa. — murmura — Eu só vim aqui para fugir um pouquinho de casa, mesmo. Já nem me importo de ficar presa aqui, de tanto que isso já aconteceu. — ri, bebendo mais um pouco da garrafa.
— Nossa. E eu aqui desesperado. — ri fraco.
Os dois continuam a conversar para ver se a noite passava mais rápido.
Frederick Taylor nunca se arrependeu tanto na vida quanto naquele momento. Na hora em que acordou e viu o horário, desejou ter ficado em qualquer outro lugar com barulho, pois quando o silêncio se instaurou na biblioteca, o sono chegou e o mesmo logo adormeceu. Agora, estava tentando fazer contato com algum de seus colegas.
— Droga. — resmunga ao trombar com alguém e cair no chão.
— Olha por onde anda, cara. — um cara, também sentado no chão, fala.
— Dava pra ter desviado, otário. — responde, aíminda tentando mandar mensagens para alguém.
— Esquece. A energia daqui foi desligada pela bibliotecária por conta de gastos. — diz se levantando.
Frederick analisa o quanto sua tela havia quebrado. Resmungando baixo, ele se levanta.
— Qual o seu nome? — pergunta para o cara no qual havia trombado.
— Por que quer saber?
— Gosto de saber o nome de minhas vítimas. — responde Fred ironicamente, revirando os olhos.
— Charlie Sanders, idiota. Agora vê se para de me encher.
— Meu nome é Frederick Taylor.
— Não perguntei. — cantarola o mais velho.
— Poderíamos nos ajudar, vossa senhoria? — pergunta já perdendo a paciência — Acho que não sou só eu que quero sair daqui, então pra de dar uma de rei e tenta cooperar também.
Charlie revira os olhos, não querendo admitir que Frederick tinha razão. Cruzando os braços e encarando o mais novo, Charlie responde:
— Pois bem. Mas vamos tentar não se falar, pode ser? — pergunta, indo em direção à saída.
E assim, os dois seguem para a frente da biblioteca, sem se falar, apenas com uma única missão: sair dali.
Henry Walker se esgueirava até a porta, com receio de que aquela gangue ainda estivesse na biblioteca. Puxando pela maçaneta, o garoto bufa frustrado.
— Esquece. Estamos trancados. — diz uma garota loira, que aparentemente já havia tentado de tudo para sair dali.
— Tem mais gente aqui? — pergunta o moreno.
— Tirando a gente, eu conte o quatro. — diz enquanto apontava para um canto na parede e para uma prateleira atrás dela.
— Puta merda. — resmunga, se sentando no chão.
— Pois é. Estamos ferrados. E sem comida.
— Nem tinha pensado nisso. Eu estou e fugindo de uns caras e não quero que eles estejam aqui também.
Vênus revira os olhos. Henry apenas dá de ombros.
— Sou Henry Walker. Você é...?
— Vênus Morello.
Vênus observa quatro duplas chegarem. Eram Dustin, Hope, Alexis, Aleksey, Lunna, Jean, Frederick e Charlie.
— Agora sim, não podia ficar melhor. — Lunna murmura.
— Ah, mais gente! — Morgana diz se aproximando e puxando Tobias.
— Bom... Vamos ficar aqui a noite toda, certo? — Alexis pergunta e todos concordam — Então que tal nos apresentarmos e jogarmos um jogo? — diz, tirando uma garrafa vazia de sua bolsa, sorrindo.
Mal eles sabiam, que aquilo traria muitas mudanças para suas vidas.
Opa, e aí, beleza?
Gente, vou postar os Crackships depois de um tempo, beleza? Por dois motivos: 1 - quero fazer suspense; 2 - Vou demorar um pouco para fazer.
Ah, e alguns casais já interagiram aí no meio. Quero ver vocês adivinharem quem são.
Beijos da Sweet, galera.
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