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Capítulo 30 - Safira azul

Dizem que quando se está em uma viagem, a ida costuma se demorar mais do que a volta. Bem, eu poderia concordar facilmente, caso eu não estivesse indo de minutos em minutos perguntar a um tripulante francês quanto tempo ainda restava.

A quase todo momento, eu saía de dentro da cabine e me debruçava sobre a borda do navio para observar qualquer sinal das minhas tão amadas terras irlandesas, o meu verdadeiro lar.

Ao contrário do que imaginei, o rei Henri II compreendeu meus motivos para não permanecer em Paris, permitindo que eu partisse quando quisesse, mas com a única condição de sempre enviar-lhes cartas ou lhes fazer visitas.

Mais uma vez, ele me surpreendeu ao conceber a bênção para que eu me casasse com Isaac logo que chegasse a Spéir, deixando evidente a sua alegria por me ver vivendo. Prometeu-me ainda que cuidaria de todos os documentos políticos e religiosos para que tudo ocorresse bem.

Quanto ao mais, os trinta e cinco dias em que fiquei no palácio foram recheados de bons momentos. Pude conhecer meus outros irmãos e alguns de seus príncipes ou princesas consortes em bailes elaborados pelo nosso pai de sangue com o intuito de me apresentar oficialmente à Corte e à sociedade francesa.

Simon e Léanne me fizeram companhia todos os dias, deixando tudo mais acomodável na minha estadia por lá. Ambos me mostraram um pouco da Dinastia de Valois e suas outras casas afiliadas, como os Klemaant, por exemplo, além de me ensinarem a língua dos francos.

No dia de minha partida, os dois prometeram-me uma visita para dali a algum tempo, já que seus afazeres acumulados não os deixariam em paz por algum tempo.

Como se soubesse o quanto me torturaram por me fazerem esperar, não demorou muito para que anunciassem a proximidade do porto speriano. Meu coração começou a bater euforicamente para poder estar com os pés em terra firme e matar a saudade de todos que eu amava.

Mais uma vez, inspirei a brisa celta que passava por ali e balançava meus cabelos, abrindo um sorriso em seguida. Estava somente a pensar no quanto senti falta de casa assim que pude ver um deslumbre dos casebres do Litoral e de parte da faixada do palácio mais ao longe.


✦✦


— Que bom que tudo ocorreu bem por lá! Eu estava sentindo tanta falta de você por aqui, Saphira! — Fiore me abraçou mais uma vez logo que acabei de lhe contar sobre o reino franco.

Assim que desembarquei, ela estava à minha espera com alguns guardas e uma carruagem do palácio. No momento em que nos vimos, sabíamos somente nos abraçar e quase gritar de tanta saudade.

— O que houve enquanto eu estava ausente? — perguntei, olhando pela janela algumas pessoas nas alamedas. — Sinto que Spéir está diferente.

— Sua Alteza está equilibrando os poderes da Corte e da Igreja ao mesmo tempo em que favorece os comerciantes ao abrir mais portos e fazer alianças com outros reinos irlandeses e escoceses. Muitos estão gostando de suas reformas e ideias. — Disse com um sorriso orgulhoso.

Inevitavelmente, eu acabei sorrindo também. Isaac com certeza seria um bom rei para as nossas terras. Não via a hora de reencontrá-lo novamente.

— Oh, acabei de me lembrar! — ergueu as sobrancelhas, ainda mais animada que antes. — Sua Alteza e o príncipe Klemaant conseguiram a aprovação para a implantação da Marinha, o que deve acontecer dentro de alguns meses.

— Santas águas, mas que ótima notícia! — vibrei junto com Fiore novamente. Finalmente o sonho deles seria realizado, trazendo benefícios para todos nós.

— Há outra ainda melhor: o contrato matrimonial com a Lady Suzan foi revogado, assim como o seu com Zen Harrington. Além disso, a rainha recebeu a permissão do rei da França para que você e Sua Alteza possam se casar.

Uma alegria indescritível cresceu em mim, provocando balanços em meu coração e barriga pela expectativa. Tudo estava se encaminhando.

— Mas os ingleses não ficaram furiosos por terem mais uma rainha francesa no trono de Spéir? — franzi as sobrancelhas, um pouco preocupada pelo que eles poderiam fazer para nos prejudicar.

— Um pouco, eu diria. Para revogar os acordos, a condição fora casar o futuro herdeiro da Coroa speriana com uma das futuras crianças da Dinastia Tudor. Sua Alteza não teve outra opção a não ser aceitar e prometer seu futuro filho. — Fiore ofereceu-me um sorriso condolente. — Por outro lado, eles a aceitaram por ter metade do sangue inglês.

Essa ideia de prometer filhos em nada me agradava, eu nunca concordaria com tal estupidez. Crianças teriam de pagar para que o Império Britânico não ameaçasse o restante de independência que nosso reino tinha.

No entanto, agora que o trato foi feito, eu só esperava que nosso futuro herdeiro compreendesse os motivos e fosse capaz de amar seu consorte ou que, ao menos, conseguisse uma solução até lá.

— E sobre as Sullivan? — tornei a perguntar, lembrando-me daquele terrível episódio.

— A grã-duquesa já foi enviada para o seu reino de origem, onde responderá pelos seus atos e provavelmente será executada. Lady Suzan está sob a responsabilidade da rainha e não retornará ao reino britânico enquanto a criança não nascer.

Apertei os lábios e abaixei meu rosto, sentindo uma certa tristeza se apossar de mim. Sei que elas foram responsáveis por muito do que houve comigo, com meus amigos e mesmo com o reino, mas era triste pensar que a criança cresceria longe do pai e da mãe. Se eu pudesse fazer algo...

— E há algumas semanas atrás, — Fiore disse com cautela. — Zen Harrington teve de ser isolado completamente em uma cela. O médico real o diagnosticou com loucura e, por isso, ele tenta se matar ou matar quem estiver próximo a ele todos os dias, mas a rainha ordenou que impedissem por ser incapaz de vê-lo morrer na situação em que está...

Abstive-me de dizer algo ao sentir uma sensação desconfortável em mim de uma leve tontura. As coisas que aconteceram conosco por conta de Zen ainda continuam vivas em minha mente, mas agora meu corpo pareceu reagir com mais força.

— Está bem, Saphira? — Fiore tocou meu ombro, preocupada.

— Estou, foi apenas... — fechei os olhos, esperando o que quer que seja passar enquanto mudava de assunto. — E quanto a Heilee e Bridget?

— Estão no palácio auxiliando a rainha na preparação do casamento e da coroação, que foram marcadas para acontecer na semana após a sua chegada, na primavera. — sorriu, entusiasmada.

A viagem prosseguiu normalmente com Fiore me contando sobre a visita que fez à sua família e amigos nesse tempo. Quando, enfim chegamos ao palácio, a tarde já estava em seu final.

— SANTO RUM, SAPHIRA! QUANTA SAUDADE! — Heilee saiu pela entrada principal, descendo as escadas com rapidez na minha direção, seguida de Bridget, Liam e a rainha.

Seu abraço firme quase me sufocou, mas eu não reclamei e a apertei com tudo o que podia, sentindo as lágrimas umedecerem meus olhos pela emoção em revê-la.

Quando ela me deixou abraçar os outros também, dei-me conta de que era tão amada quanto amava todos ao meu redor e que aquele sentimento era muito gratificante.


✦✦


Assim como as ondas do mar se vem e se vão, o grande dia para todos nós enfim chegou.

Tudo o que acontecia ao meu redor parecia bem longe no momento em que me vi diante de um espelho, praticamente pronta.

Heilee, Bridget e Fiore já estavam devidamente arrumadas, mas ainda assim ajudavam algumas damas e criadas da rainha a terminarem os últimos detalhes que faltavam, deixando meus aposentos bastante movimentado e animado.

Enquanto suas vozes ressoavam pelo cômodo, minha atenção estava voltada completamente para o que eu via, maravilhada a cada peça que eu utilizava.

O vestido escolhido por mim e pela rainha era de um azul royal belíssimo, contendo a saia em muitas camadas rodadas e o recorte do colo em um V de ombro a ombro.

As mangas eram longas e ajustadas nas medidas de meus braços e a estampa era adornada de detalhes orgânicos florais em dourado distribuídos pelo corpo e saia do vestido, combinando com a gargantilha e brincos.

Um coque baixo trançado foi feito em meus cabelos e, no topo da minha cabeça, estava a coroa que me intitulava explicitamente como princesa da França.

Eu estava me sentindo magnificamente bela como nunca havia me sentido antes, pois meu coração me dizia que, enfim, eu estava no lugar certo, ao lado das pessoas certas e amando a pessoa certa.

A ansiedade em vê-lo somente crescia em mim a cada minuto que se passava naquela manhã. Não pude ver Isaac desde que retornei a Spéir devido a ocupação com toda a decoração e últimos ajustes anteriormente selecionados pela rainha.

O cansaço tem me feito sentir um pouco desconfortável e se intensificando nesses últimos dias, mas eu não queria preocupar ou incomodar a ninguém com toda aquela comoção no palácio.

— Está pronta e esplendorosa, Vossa Alteza. — uma das damas disse, tirando-me de meus devaneios e quase me fazendo repreendê-la por não estar acostumada com aquele tratamento.

— Esplendorosa é pouco! Santo rum, eu seria capaz de sequestrá-la e deixar o príncipe se casar com sua própria coroa! — Heilee disse boquiaberta, fazendo todas nós rirmos de seus comentários sempre cômicos.

— Falta apenas algo muito importante. — Bridget sorriu, pegando o lenço branco com o brasão da Dinastia Harrington e a rosa vermelha que estavam em cima da penteadeira e me entregando. — Não foi coroada ainda, mas estou orgulhosa de você.

Eu sorri para ela, já sentindo as lágrimas se acumularem em meus olhos, e peguei os objetos do rito de selagem matrimonial.

— Obrigada, Brid. Mas pode ter certeza de que se estou aqui, é por todas e todos que estiveram ao meu lado. — segurei uma de suas mãos com carinho.

Por fim, Heilee, Bridget e Fiore deixaram os aposentos para se juntarem aos convidados e eu desci logo atrás, sendo guiada por duas damas e dois guardas.

Tanto a coroação como o matrimônio aconteceriam no salão do trono a pedido da rainha e de alguns membros da Corte, mas logo após o término, eu e Isaac decidimos nos pronunciar e cumprimentar o nosso povo pessoalmente, tornando uma parte da celebração pública.

Assim que fui me aproximando do corredor que levava ao salão, um sorriso se formou involuntariamente no meu rosto ao vê-lo caminhando na direção para me encontrar.

Isaac conseguiu se tornar ainda mais bonito do que era quando o vi da última vez. A farda imperial que moldava seu corpo era no mesmo tom de azul do meu vestido, contendo a mesma estampa orgânica dourada no casaco e no manto preso pelas ombreiras.

Seus cabelos negros estavam penteados alinhadamente para trás, fazendo com que a coroa que brilhava em sua cabeça destacasse ainda mais o azul dos mares em seus olhos. Em seu cinto, havia uma espada embainhada para a realização do juramento.

— Quase pedi que chamassem o médico real para me socorrer. Sua beleza está estonteantemente matadora, ma belle. — sussurrou ao se posicionar ao meu lado.

— Então peça que chamem dois médicos ou temerei que meu coração salte do peito. — comentei, fazendo-o sorrir com seu olhar admirado sobre mim.

Isaac ergueu a mão para mim e eu prontamente a agarrei com toda a certeza que eu tinha. Posicionamo-nos na entrada do salão até que fomos anunciados:

— Cumprimentem seu futuro rei, Vossa Alteza Príncipe Isaac Niëven Harrington, e sua futura rainha, Vossa Alteza Princesa Florence Antoinette de Valois!

Imediatamente, todos os presentes convidados no salão se curvaram para nós e pude perceber alguns rostos conhecidos.

A cerimônia contava apenas com os membros da Família Real, da Corte, alguns de nossos amigos mais próximos e o clérigo orador.

Assim que todos se levantaram, eu e Isaac fomos autorizados a passar no corredor que levava até os pés do altar, onde estavam a rainha Marie e o príncipe Liam.

O primeiro ato foi feito com a consagração do matrimônio, onde confirmamos governar na terra em nome do deus cristão, recebendo a benção do clérigo:

— Isaac Niëven Harrington e Florence Antoinette de Valois, comprometem-se a seguir o caminho dos Céus, governando o reino, amando um ao outro e criando seus frutos pelos ensinamentos de Cristo?

— Sim. — respondemos em uníssono com toda a certeza que possuíamos em nossos corações.

O clérigo fez sinais em forma de cruzes sobre nós e nos ungiu jogando água benta em nossas cabeças.

O segundo ato foi o momento da coroação, onde fizemos o juramento das espadas banhadas em águas de pétalas de rosas.

Como rainha regente, Marie tomou o lugar do clérigo e nos fez repetir juntamente o juramento de Spéir:

"Sob os céus azuis, prometo trazer a paz.

Sobre o mar cristalino, prometo seguir a justiça.

Bradarei minha lâmina prateada para proteger meu povo,

Colherei as rosas em sinal de amor por nossas terras."


Com a espada banhada pela água das rosas vermelhas, ajoelhamos diante do altar enquanto a rainha pousava o objeto duas vezes em nosso ombro, um vez de cada lado.

Dois comissários da Corte subiram no altar para trazer a coroa robusta do rei, que foi passada a Isaac pela rainha. Na minha vez, Marie retirou a sua e ergueu ao Céus para, em seguida, remover a que eu utilizava e encaixar a sua antiga em minha cabeça.

E, por fim, fomos guiados para o terceiro ato, realizado por nós mesmos.

Com a espada consagrada, Isaac cortou a sua palma da mão e a minha logo depois. A dor e a ardência se tornaram mais intensas quando suspendi a rosa com a outra mão para que a segurássemos ao mesmo tempo.

Os espinhos intensificaram o corte e o fluxo do sangue que escorria para bacia de prata deixada ao pé do altar.

Quando completamos a união de sangue — tradição milenar de confirmação matrimonial em Spéir —, um outro comissário se aproximou com o livro dos monarcas em mãos. Gravamos nossas mãos nas respectivas páginas, deixando a marca de sangue do início de nosso reinado ali.

Ao concluirmos, utilizei o lenço com o brasão de Dinastia para limpar nossas mãos devidamente. Duas criadas da rainha vieram até nós para enfaixar os cortes.

Eu e Isaac trocamos olhares e sorrisos pelo dever cumprido, pelo futuro majestoso que viria para nós, independente das batalhas a serem vencidas.

A cerimônia foi encerrada e, no mesmo instante, dirigimo-nos para a fachada de entrada principal do palácio.

Logo que chegamos ao alpendre, presenciamos uma multidão nos jardins frontais do palácio de Ardaigh. Dentre os rostos, pude ver Hawkins e seus piratas, Mama e suas meninas, a Viscondessa Walsh com seus filhos, Mabel e seus pais, Athos e alguns conhecidos do Porto de Bearg.

Sorrimos e acenamos para todos os presentes. Eu estava feliz por ver que tantas pessoas apoiavam a nós no trono de Spéir.

Recebemos chuvas de pétalas de rosas, muitos aplausos e várias homenagens de quem fazia as nossas terras serem o que elas realmente eram. Sem o povo, o meu povo e o nosso povo, Spéir não seria o reino que é hoje.

Surpreendendo-me ainda, meu futuro me trouxe mais uma cena emocionante. Lá embaixo, em meio a tantas pessoas, pude ver claramente os rostos sorridentes de Cadence e Candice, as quiromantes da Alameda dos Espumantes.

As duas me reverenciaram com acenos de cabeça e aplaudiram junto ao restante dos convidados, fazendo-me refletir o quão grande foi a minha trajetória até ali, sendo capaz de me trazer e me transformar pela visão dada em uma pedra azul que definiu todo o meu passado, presente e, agora, meu futuro.


E lá se foi o #2! Estou chorando já :') finalmente nosso casal juntou as escovas de dente!

Vamos de #1 daqui a pouco para saber o desfecho do nosso gran finale e nos despedirmos de nossos amados! Ah e o vestido da mídia não é o que a Saphira usou, mas os desenhos são um pouco semelhantes, coloquei mais como uma imagem ilustrativa.


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