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Capítulo 13 - Injustiçados pela justiça

Eu estava me abominando.

Abominando-me por ter sido tão impulsiva e pela voz da minha razão não ter sido forte ao ponto de evitar a minha própria insensatez.

Desde o momento que saí do cais e cheguei até a propriedade do visconde Walsh para trocar as vestes emprestadas, minha mente pareceu notar o que realmente ocorreu, não me deixando em paz mesmo depois de regressar ao palácio e me recolher.

Após aquela noite, haviam se passado dois dias no quais eu tentei me esquivar de qualquer compromisso que envolvesse a Família Real, principalmente Isaac Harrington.

Agora, estava deitada sobre minha cama, observando distraidamente os pequenos feixes da luz da lua que entravam pelas frestas da porta da sacada.

Meus sentimentos brigavam dentro de mim, enquanto as palavras de Heilee se repetiam em meus pensamentos: "apenas brinco sobre ter aventuras com os intocáveis da nobreza, mas não desejo que se envolva com eles."

E a resposta me apavorava ainda mais porque, no fundo, eu sabia que já havia me envolvido, porém, eu não queria aceitar e não poderia. Nunca. Jamais.

Por esse motivo, ainda restava uma pequena parte de mim que não se arrependeu pelo que fez, pois, apesar de tudo, o príncipe claramente odiou aquele beijo e, se os mares queiram, ele não me procurará mais, facilitando a minha missão de afastá-lo.

Doía como queimar ao fogo, porém, no fim, isso era o melhor para todos. Isaac não precisava correr riscos para confrontar seu irmão apenas por mim e a Lady Sullivan não merecia sofrer por amizades interpretadas de maneira errônea pelos olhos indelicados da Corte.

Por fim, quando a maré entre meu coração e cabeça finalmente pareceu se acalmar, consegui cair em um sono profundo, o qual eu só me lembrava dos resquícios do que aparentava ser um oceano azul em seus olhos e um calor já reconhecido por mim.


✦✦


— Levante-se, bela adormecida! — uma voz exageradamente alta soou pelo cômodo, interrompendo o sono maravilhoso que eu prestigiava.

— Não... Heilee... — resmunguei em mal humor, cobrindo-me com a manta.

— Sim, Saphira! — ela gritou novamente, tomando a manta de mim com força. — Tem muito o que fazer hoje. Com bastante dificuldade, justifiquei sua ausência no desjejum somente para que pudesse dormir mais um pouco.

— O que tenho de fazer hoje? — dei um suspiro e me levantei, encarando minha amiga.

Heilee deu uma risada nasalada, fitando-me com sarcasmo.

— Acha mesmo que aquela ranzinza perderá a oportunidade de nos importunar com suas lições maléficas e formalistas? — rolou os olhos. — Ela havia me dito que mulheres não devem se dedicar à arte, incluindo a música!

— Santas águas. Havia me esquecido do quanto ela é insuportável... — massageei minhas têmporas pela leve dor de cabeça que surgia ao imaginar mais um dia dotados de lições aborrecedoras.

Abandonando a preguiça, estiquei minhas mãos para Heilee, que me ajudou a levantar da cama. Seus olhos verdes me analisavam de maneira inquieta e eu logo previ que não adiantaria esconder nada dela como eu vinha fazendo desde aquela noite.

— Está bem? — disse baixinho. — Sei que está estranha desde o encontro...

— Sinto-me um pouco mal por romper uma amizade, não vou mentir. Porém, tudo está resolvido agora. — sorri minimamente.

— Não vejo a hora de retornar ao nosso lar. Sinto saudades do meu pai, do meu violino e de álcool de qualidade.

— Eu também. — sussurrei, envolvendo-a em um abraço, mas logo um sorriso desavergonhado sibilou em meus lábios quando uma ideia surgiu em minha cabeça. — O príncipe Liam também toca violino. Seria uma bela oportunidade para ensiná-lo algo.

Heilee se afastou do meu abraço no mesmo instante. Suas esmeraldas me fitavam incrédulas e sua bochecha atingiu um rubor do qual eu nunca havia visto na lendária princesa pirata.

— O que está a pensar, Saphira? — ela gritou novamente, fazendo-me rir junto. — Ele não passa de um moleque arrogante, e estúpido, e... e... ah! Você me entendeu! — fez uma pausa, respirando. Continuei a rir. — Ora, vamos! Ele ainda é mais novo que eu pelo menos uns dois anos! Acha mesmo que o deixarei me passar para trás?

Enquanto Heilee continuava a falar sobre seu grande plano para fazer Liam lhe pagar, eu apenas gargalhava de suas ideias lunáticas ao mesmo tempo em que me vestia.

De tudo, eu apenas sabia uma coisa: os deuses tinham planos para aqueles dois e uma hora ou outra, ele se concretizaria. E certamente, eu estarei lá para vê-los.

Aproximei-me do espelho da penteadeira assim que Heilee terminou de me auxiliar com o bendito espartilho. Mesmo que o vestido de hoje fosse mais adornado de rendas e detalhes em branco e prata, senti-me confortável pelo seu tom de rosa, ainda que não fosse o meu preferido.

— O que deseja em seu cabelo, milady? — Heilee puxou meus fios para traz logo que me sentei na cadeira. Um sorriso divertido dançava em seus lábios ao imitar a fala dos nobres.

— O que achar que combina comigo. — ofereci-lhe um sorriso através do nosso reflexo no espelho.

Ela apenas assentiu e logo começou a trabalhar meu cabelo em uma trança única lateral. Ao final, puxou duas mechinhas próximas a minha orelha, acrescentando um ar romântico ao penteado tão belo.

— Faltam apenas as joias. — Heilee comentou ao passo que arrumava distraidamente seu vestido lilás e cabelos loiros.

Fiz que sim em um aceno de cabeça e arrastei a caixinha de joias até mim. Entretanto, ao abri-la, minha reação foi uma surpresa seguida de um desespero iminente. Aquele mesmo papel de dois dias atrás estava ali dentro outra vez e não necessitei abrir para saber que fora escrito por Isaac.

Olhei para Heilee de soslaio e me acalmei um pouco ao perceber que ela não havia notado meu comportamento.

— Heilee, importa-se de seguir em minha frente? Quero realizar uma boa escolha de joias para que eu não seja castigada pela tutora Liséli. — dei-lhe o meu melhor sorriso.

— Oh, certamente! — disse, solícita. Porém, como tratava-se de Heilee, logo ela acrescentou: — Você está bem?

— Sim. Aguarde-me a alguns minutos.

Heilee concorda rapidamente e deixa meus aposentos, fechando a porta. Não me sentia bem escondendo coisas dela, mas lhe contaria mais tarde de toda forma.

Sem perder mais tempo, abri a caixinha novamente e peguei o bilhete em mãos.

Precisamos conversar. Encontre-me na sala de música.

Obs.: não aceito "não" como resposta.

Isaac


Deuses! O que raios ele deseja agora? Veja bem como esse ogro escreve um recado!

Concentre-se, Saphira! Não é hora de julgá-lo por ser um mandão!

Não decidindo a minha resposta — e caso ela fosse mesmo "não", ele teria de engoli-la no inferno da religião dele! Não o obedeceria! —, apenas guardei o bilhete de volta na caixinha e peguei um par de brincos e colares simples. Não tinha tempo e sequer disposição para pensar naquilo agora.

Observei-me uma última vez no espelho e logo deixei o cômodo, dirigindo-me o mais rápido possível para a sala daquela mulher detestável.

Como sempre, todas as lições eram direcionadas para uma sofrível e progressiva tortura contra as jovens que ainda não pertenciam ao padrão honrável e aceitável perante a sociedade, tanto em comportamento quanto em linguagem.

Evidentemente que muitas delas eram irritantes e desnecessárias, mas estava servindo-me bem ao ajudar a esquecer sobre aquele maldito bilhete.

Logo após a sessão de doutrinação da tutora Liséli, segui pelos corredores do palácio até chegar à escada cascata principal, evitando que meus pés me guiassem à sala de música.

Minha curiosidade em saber o que Isaac desejava conversar era tão grande quanto o meu orgulho que dizia para não me preocupar com o que já estava resolvido.

— Santo mar, a quanto tempo sinto-me em um conflito interno? — praguejei baixinho, enquanto decidia se descia o restante da escadaria.

E novamente um turbilhão de pensamentos rondava em minha mente, quando foram interrompidos por uma voz.

— Lady Saphira, o rei convoca sua presença ao salão do trono. — um dos guardas de Van John disse ao pé da escada. — Peço-lhe que me acompanhe.

Meu coração se apertou instantaneamente.

Da última vez em que fui convocada, encontrei Heilee, Hawkins e Athos de frente para o trono, confrontando o rei pela minha liberdade. Sequer conseguia imaginar o que viria agora, mas algo já me fazia acreditar que não era nada bom.

Assenti ao guarda e o desci o restante da escadaria, seguindo pelo já conhecido caminho até o salão do trono.

De fato, eu não estava preparada para o que aconteceria, mas assim que as grandes e pesadas portas duplas foram abertas, pude jurar que não respirava mais.

O rei me encarava de seu trono e, bem à frente dele, o olhar indignado de Athos parou em mim.

— Saphira! — ele gritou imediatamente, tentando se erguer com as correntes que aprisionavam seus tornozelos feridos, mas os guardas o forçaram a permanecer como estava.

— Athos! — gritei de volta e tentei chegar até ele, mas o guarda que havia me guiado, segurou meus braços bruscamente. — Solte-me!

— CALEM-SE! — A voz de Van John bradou pelo salão, ecoando pelos quatro cantos. — Estão perante ao rei de Spéir, não ao seu comandante sujo e inescrupuloso!

— Lave suas mãos antes de falar sobre Hawkins! — Athos o atacou de volta, levando um chute de um dos guardas que o segurava logo em seguida. Sua boca sangrou imediatamente e ele cuspiu o líquido viscoso e vermelho no chão.

— Sugiro que controle seu linguajar, caso não queira perder a sua vida insignificante. — o rei zombou, cínico. A risada nasalada de Zen era audível ao lado de seu pai.

Maldição. Aquilo só poderia ser uma artimanha de alguém como ele...

Minha paciência foi se perdendo ao vê-lo sorrir triunfante em minha direção.

— Tem algo a dizer, minha belíssima noiva? — sua voz desprezível se fez presente no salão, aumentando ainda mais a minha raiva. — Libertem a minha futura esposa. Tenho certeza absoluta de que já a ensinaram como se portar diante do rei e de seu futuro marido.

Engoli tudo o que sentia naquele momento. Aquele homem iria pagar caro pelo que estava fazendo com a minha família.

Lancei um olhar duro ao guarda assim que fui solta e me aproximei do trono, ficando ao lado de Athos. Se fui convocada, deveria ter ao menos o direito de saber o porquê.

— Por qual motivo ele está preso, Sua Majestade? — dirigi-me fria e calmamente para Van John. Não possuía medo dele, muito pelo contrário. Faria questão de o confrontar ao mesmo nível. — Há uma lei instituída pelo senhor que assegura os piratas como autônomos dentro das dependências do Litoral dos Piratas. Tenho certeza absoluta de que Athos a conhece muito bem.

— Oh, faça me rir. — apoiou o rosto sobre a palma da mão, rolando os olhos exageradamente com um sorriso. — O que uma mulher suja e desonrada como você compreende a respeito da política de Spéir? Caso a conhecesse, saberia que furtar artigos destinados à Coroa é um dos crimes mais graves em meu reino.

Percebi o desconforto de Athos ao meu lado e antes que ele pudesse dizer algo que nos complicaria, ergui uma mão em sua direção, impedindo-o.

— Sim, e essa mesma mulher que difamas é a que seu filho escolheu dentre tantas para pertencer a sua família. — ergui o queixo e uma das sobrancelhas, fitando seu olhar odioso em minha direção. — Pois bem. Devo lhe informar ainda que os homens de Hawkins não se aproximam das embarcações reais. Portanto, deve haver algo não contado neste incidente. — Dirigi meu olhar a Zen, que apenas sorria tranquilamente.

— Certamente, querida. — como imaginei, o rei engoliu seu poder e se levantou, recuperando seu orgulho de jamais perder em uma batalha falada. — O que não está contato é como seu amigo conseguiu isso.

Van John desceu um degrau do altar e pegou um rolo de papel amarronzado nas mãos de um guarda. Franzi as sobrancelhas em confusão.

— O que é isto?

— Oh, é apenas um dos mapas estratégicos mais importantes do meu reino. — disse, irônico, observando o objeto em suas mãos. — Encomendei-o através de um dos artesãos mais requisitados do Porto de Bearg e, acidentalmente, ele foi encontrado nos pertences de um pirata.

— Como o mapa foi encontrado? — precisava de mais informações. Não acreditaria nas suas palavras às cegas.

— Como uma mulher conhecedora da política de Spéir, como afirma ser, creio que sabe das inspeções feitas por guardas reais no Porto de Bearg. — o rei fitou-me com um sorriso, batendo o mapa nas mãos pausadamente. — Ontem, um homem havia roubado moedas de troca em uma taberna e os guardas passaram a verificar um por um para encontrá-lo. Entretanto, depararam-se com o mapa nos pertences do pirata.

Olhei de soslaio para Zen novamente e lá estava seu sorriso presunçoso. Nada me convenceria de que ele não havia se envolvido naquilo, nem mesmo os fatos bem narrados pelo rei.

— Tem algo a mais a declarar, estimada? — Van John disse e tornei a olhá-lo outra vez. Um sorriso vitorioso despontava em seus lábios.

Fechei os olhos por um instante e sorri minimamente de lado.

— Sua explicação foi suficiente, Sua Majestade. No entanto, apenas gostaria de compreender minha convocação ao salão do trono, uma vez que decisões penais cabem apenas ao senhor.

Satisfeito pela minha resposta, o rei desceu os dois degraus restantes, aproximando-se de mim.

— Apenas para lhe provar que uma pedra francesa jamais mudará a verdadeira índole da sua raça. — abaixou o tom, fitando-me com toda a sua ira e orgulho intactos. Apertei o maxilar, contendo-me. — Ainda que se case com meu filho, não passará de uma pirata suja. Não esqueça que a proteção de Marie Anne não lhe acoberta de mim.

Ao terminar, Van John deu-me às costas, subindo o altar novamente e virando-se.

— Prendam-no na masmorra. — ordenou para os guardas que seguravam um Athos silenciosamente colérico. — Zen, acompanhe-a para fora daqui.

O segundo príncipe se aproximou de mim, oferecendo-me o braço. Ignorei sua falsa gentileza e saí daquele salão o mais rápido que meus pés podiam me levar, mas com ele em meu encalço.

Daria o braço a torcer naquele instante, mas não desistiria de investigar o que ocorreu. Athos era minha família, minha responsabilidade e jamais o deixaria apodrecer em uma masmorra por um capricho bem armado da Família Real.

— Deseja fazer um passeio ao meu lado para acalmar os ânimos, minha futura princesa? — quando a voz venenosa de Zen soou atrás de mim, vi-me obrigada a parar meus passos pelo corredor.

— Por mais que não admita, sei bem que há envolvimento seu nesse tumulto. — virei-me para ele, controlando todo o meu furor para não o atacar ali mesmo.

— Pois digo-lhe para se apressar e implorar à rainha pelo matrimônio. — agarrou meu pulso com força. — Caso não o faça, visite seu amigo amanhã e tire suas próprias conclusões sobre a ameaça que lhe fiz antes do baile.

Ao ouvir tantos disparates sobre mim em pouco tempo, levantei minha outra mão com força para lhe dar um tapa. Porém, ele foi mais rápido que eu, segurando meu outro pulso e prensando-me contra a parede do corredor.

Antes que eu pudesse atacá-lo com as pernas, eles as imobilizou com as suas próprias e pareceu verificar algo antes de juntar seus lábios imundos nos meus.

O desespero tomou conta de mim quando recebi o seu contato, causando-me um pânico imediato pelo que poderia ocorrer. Por mais que tentasse, não conseguiria mover minhas mãos ou pernas, ele era infinitamente mais forte do que eu.

Assim que ele se afastou de mim, pareceu observar outra vez o corredor e sorriu para mim, apertando meu queixo bruscamente com as mãos.

— Seja rápida, antes que eu tenha que desonrá-la de vez para que siga minhas ordens. — disse friamente, largando-me ali no corredor sozinha.

Imediatamente, levei minhas mãos aos meus lábios em uma tentativa inútil de limpar o toque asqueroso daquele homem. Meu estômago parecia revirar, enquanto o suor escorria por minha testa, levando embora toda a minha sanidade.

Sentia-me presa e estrangulada cada vez que as suas ameaças se infiltravam em meus pensamentos. Eu sequer tinha estruturas suficientes para pensar em algo que não fosse sair dali.

Com as pernas um pouco trêmulas, corri para o alpendre do palácio, prestes a ir para o jardim das rosas — o único lugar em meio aquele palácio funesto que transmitia calma.

No entanto, ao me aproximar da trilha de pedras que traçava o caminho até lá, vi uma cena que cortou o meu coração de imediato, afetando-me mais do que deveria.

O príncipe Isaac segurava uma das mãos de Lady Sullivan, enquanto caminhavam pelo jardim sorrindo e conversando alegremente. Em uma das mãos dela, havia uma rosa vermelha que ela parecia segurar com todo cuidado e dedicação.

Desestruturada por tudo o que aconteceu em apenas algumas horas, retornei para o palácio e subi as escadas, rumo aos meus aposentos.



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