Capítulo 11 - Avisos do coração
Tudo em mim em estava em uma mistura de alerta e receio de que poderia ser, mas acima de disso, eu tinha que me proteger e não me deixar abalar.
Aproximei-me da penteadeira e peguei uma de minhas adagas, caminhando rente à parede na direção da porta, sempre atenta a qualquer mínimo som ou movimento.
A sombra começou a se aproximar dali e eu apertei o cabo da arma em minha mão. Eu mataria quem quer que fosse.
Assim que ergui meu punho a todo vapor para atacá-lo, o corpo grande de Isaac entrou em meu campo de visão, fazendo-me parar a ponto de — felizmente — provocar apenas um pequeno rasgo no belíssimo casaco de sua farda.
Um alívio instantâneo passou pelo meu corpo. Quase assassinei o príncipe herdeiro de Spéir.
Em contrapartida, Isaac me olhava como se eu fosse uma assombração.
— O que faz aí? — disse, ainda me olhando com espanto.
— Eu quem lhe pergunto! — sussurrei, indignada. — Quem invade os aposentos de uma lady dessa forma e a essa hora? Por acaso perdeu o juízo?!
O príncipe apenas sorriu enquanto adentrava meus aposentos observando tudo como se nunca houvesse entrado em um dos quartos de seu próprio palácio.
Revirei os olhos minimamente e fui até a penteadeira, deixando a adaga ali. Logo que me virei para ele novamente, seus olhos passeavam pelo meu corpo coberto por uma camisola branca.
Oh, não.
— E-ei! — chamei sua atenção, fazendo-o voltar a si ao mesmo tempo em que tentava me cobrir. Agradeci mentalmente pela penumbra no local, escondendo o rubor em minhas bochechas. — O que quer aqui, afinal?
— Bem, eu... — pigarreou, fingindo constrangimento. Até parece! — Acho que me deve uma dança.
Como?
— Perdão, Alteza, mas não compreendi o que quis dizer.
— Por acaso é uma asna? Disse que quero dançar com você. — desviou o olhar com certa impaciência e deu um passo à frente, ficando mais perto.
— É evidente que tenha entendido o que disse, mas não compreendo o motivo disso tão repentinamente. E não precisa ser um ogro! — exaltei-me, apontado o dedo em seu peito. Oras, quem ele pensa que é?
— Se entendeu, então por qual motivo me retornou a pergunta?! — aumentou o tom de voz. Ele parecia realmente bravo com algo, mas eu não seria seu saco de pancadas.
— Acho que você é o asno por aqui. Invade meus aposentos a essa hora da noite, chama-me de asna e ainda quer dançar? Será que não percebe que é o príncipe herdeiro e possui uma noiva?
Isaac passou as mãos pelo rosto nervosamente e soltou um suspiro, afastando-se de mim. Seus olhos estavam inquietos e, por um momento, percebi que eles pareciam carregar uma mistura de raiva, mágoa e tristeza.
Algo em mim insistia em não o deixar daquela forma. Eu tinha que fazer algo por ele. Ainda éramos amigos, certo?
— Está bem. Eu danço com você. — dei-me por vencida. Maldita compaixão ou seja lá o que eu tenha por esse boçal. — Porém, se gritar comigo, eu lhe chuto por esta sacada afora e assisto seus ossos se partirem enquanto rio.
Sua expressão se suavizou e a sombra de um sorriso passou por seus lábios. Ele veio em minha direção, segurando uma de minhas mãos enquanto me olhava de uma forma estranhamente fixante. Meu coração errou uma batia assim que ele juntou e ergueu nossas mãos, enlaçando minha cintura e aproximando nossos corpos.
Isso deveria soar completamente errado, mas meu lado racional pareceu se esquecer disso quando ele começou a me guiar, ultrapassando o limite de distância que deveríamos manter em uma dança.
O único barulho existente era o som dos nossos passos quase sincronizados, se não fosse por mim. Eu estaria dançando melhor, caso não sentisse seu olhar sobre mim.
Abaixei meus olhos, observando nossos pés. Não queria olhar para ele, mas Isaac parecia determinado a fazer o contrário.
— Não se observa o chão quando se está dançando com alguém, Saphira. — levantou meu rosto com a ponta do dedo em meu queixo.
— S-sei disso. — tentei me manter firme assim que cruzamos nossos olhares. Desde quando ele me desconcentra dessa forma?
— Estava, enfim, parecendo uma dama elegante essa noite. — abriu um sorriso zombeteiro que logo se desmanchou ao completar a frase. — Mas devo dizer que vermelho não lhe cai bem de forma alguma.
Pior do que o rubor que se instalou em minhas bochechas foi a minha mente concordando com suas palavras. Vermelho de fato não combinava comigo.
Não sabia o que dizer e muito menos como reagir, mas meu olhar continuou ali, conectado com o dele de um modo estranhamente diferente. Eu costumo olhar assim para as outras pessoas?
Ao diminuir o ritmo da dança, Isaac continuou me conduzindo lentamente de um lado para o outro. No entanto, meu peito pareceu balançar como as ondas do mar quando ele se aproximou mais, encostando nossas testas.
— Não permitirei que Zen a tome em matrimônio. — sussurrou bem baixinho, como se estivesse dizendo aquilo para que somente nós pudéssemos escutar. Soava como uma promessa.
Uma parte de mim queria desmanchar em seus braços por suas palavras e esperar que o que ele disse fosse verdade, mas a outra me dizia que aquilo era um problema meu e era eu quem deveria resolvê-lo como a responsável que sempre fui por mim mesma.
Bem, eu não consigo me imaginar na primeira opção. Provavelmente eu não acredite em príncipes com cavalos brancos como os livros da Heilee dizem.
Saí de meus devaneios quando percebi que paramos a dança e a mão do príncipe me puxava para mais perto pela cintura. A outra desfez a união entre nossas mãos e não tardou a pousar em minha bochecha, acariciando-a. Um arrepio estranhamente bom se espalhou pelo meu corpo.
Assim que seus olhos se fixaram em minha boca, eu já sabia o que viria a seguir.
Deuses, não...
Antes que ele pudesse me beijar, uma incrível força de vontade me atingiu e coloquei minha mão entre nós, cobrindo seus lábios.
Seus olhos se arregalaram no que parecia surpresa, mas logo se suavizaram, aparentando tomar um rumo de sanidade.
— Perdão, eu não que...
Afastei nossos corpos, interrompendo o que ele iria dizer.
— Acho que já é tarde, Sua Alteza. Você deve ir.
O príncipe pareceu levar alguns segundos para entender o que eu havia dito e somente acenou a cabeça em confirmação, saindo pela porta da sacada tão rápido quanto entrou.
Alguns minutos se passaram até que eu assimilasse o que havia acontecido ali, mas após esse tempo, não me lembrei quando deitei em minha cama e finalmente pude descansar daquela noite exaustiva.
✦✦
Minha cabeça parecia pesar quando Heilee, Mabel e Fiore adentraram meu quarto pela manhã. Sequer consegui comer algo no desjejum com a Família Real, ainda mais quando avistei de soslaio a cadeira vazia do príncipe Isaac.
Supostamente, eu deveria estar atenta à lista de afazeres do dia que Heilee está lendo para mim. Porém, minha cabeça divagava bem longe em meio a oceanos azuis.
— Saphira, está ao menos me ouvindo? — Heilee estalou os dedos à minha frente, irritada.
— Estou. Hoje, devo comparecer às lições com a tutora Liséli e...
— Percebo que estava escutando deveras bem. — ela me interrompeu, apontando para a lista com uma carranca assustadora. — Suas lições estão suspensas, pois a rainha lhe enviou um convite para o chá das ladies hoje à tarde.
— Hoje pela tarde? — perguntei em um fio de voz. Heilee parecia querer me estrangular a qualquer momento.
— Sim! — praticamente gritou em cima de mim. — E aliás, a princesa aí está bem atrasada. O chá é em apenas duas horas.
— Santo mar! Então preciso me arrumar! — gritei em desespero.
— É evidente que sim! Em que mundo está vivendo, Saphira?! — Heilee berrou outra vez. Agradeci mentalmente pela tutora Liséli não estar nos ouvindo. — Desde que aquele tirano lhe forçou a um casamento, você vive distante do mundo, quase tão fria e tristonha como uma sereia sem voz. Está acontecendo algo?
— Está tudo bem. — minto. Maldição, não posso dizer sobre as ameaças. Preciso protegê-la. — Descobrirei uma forma de não me casar com ele.
— E eu lhe ajudarei. — sorriu, determinada. Amo muito seu humor positivo. — Mesmo que seja bem no dia do matrimônio, caso ele não esteja disposto a ceder, eu arrancarei seus órgãos baixos e os queimarei em uma fogueira! — Disse, imitando a forma como faria tamanha façanha.
Ri como não havia feito há alguns bons dias. Na verdade, ri como nunca desde que a rainha descobriu sobre a minha safira e eu passei a morar no palácio. Sentia tanta falta do Litoral, do Rumz, da areia, do mar e da brisa que o acompanhava...
Sentia falta da inocente e ardilosa Saphira que roubava alimentos e especiarias no Porto de Bearg. Ultimamente, tenho aprendido a ser a Lady Saphira, uma mulher polida e encantadora que precisava ser forte e inteligente o tempo todo para não sucumbir às extravagâncias e julgamentos da Família Real. E somente os deuses sabem como tem sido cansativo.
Ajudei Heilee a carregar e encher a banheira de madeira para nos banharmos nos meus aposentos. Fazíamos isso juntas desde criancinhas e não eram as estúpidas regras de Ardaigh que mudariam isso agora.
Ainda que não ligássemos para beleza, eu e Heilee fomos bastante agraciadas pelas deusas que nos deram corpos com belas curvas. Porém, quando digo que Heilee é uma exímia mulher, refiro-me também aos seus seios e nádegas bastante fartos. Se uma deusa viesse à terra, possivelmente seria a personificação dela.
Quanto a mim... bem, nunca pensei a respeito, mas considero-me comumente bonita. Qual é a moça que não tem algumas listras esbranquiçadas e dobrinhas de pele pelo corpo? É natural!
— Não consegui lhe encontrar logo que o baile terminou. — Heilee tentou iniciar uma conversa. Pensei a respeito do que responder, mas não havia saída. Precisava saber da opinião de uma certa especialista.
— Estava cansada e retornei aos meus aposentos mais cedo. — dei de ombros enquanto Heilee se acomodava na banheira e eu lavava suas costas com uma bucha. — Mas algo aconteceu...
— Oh, sagrado rum, o que aconteceu? — seus olhos se arregalaram quando virou o rosto minimamente para me observar de canto de olho.
— Bem, o príncipe Isaac invadiu o meu quarto e ele... ele dançou comigo.
Assim que deixei aquelas palavras saírem para fora de uma vez por todas, Heilee soltou um gritinho animado e logo seu espírito loucamente malicioso deu as caras.
— Sempre soube que você se apaixonaria por ele. — disse com um sorriso convencido.
— Não estou apaixonada por ele.
— Devo ousar imaginar que algo a mais aconteceu? — ignorou-me e seu sorriso se curvou ainda mais, completamente lascivo.
— Não aconteceu.
— Oras, não seja modesta, diabinha.
Soltei um suspiro.
— Ele quase me beijou. — meu orgulho gritava por socorro no mesmo momento em que Heilee sorria descaradamente. — Porém não aconteceu. — frisei.
— Mas gostaria que acontecesse. Confesse, mo ghrá*.
Eu ainda não havia digerido aquela noite ainda, mas a resposta de Heilee me fez pensar. Eu gostaria de beijá-lo?
Honestamente, acho que não tenho uma resposta para tal pergunta.
— E o que tanto fazia pelo baile que desapareceu com o príncipe infante em teu encalço, hã? — resolvi ignorar sua pergunta anterior e lançar o barco contra a maré.
— Klemaant é apenas um amigo. Meu coração não saltitou quando o beijei no Rumz. — deu de ombros ao se levantar da banheira e se cobrir com um manto para se secar. — Além do mais, tenho algo mais urgente para lidar.
— Que pena, ele parece realmente gostar de você. — esvaziei a banheira para preparar o meu banho e comecei a me despir. — O que pode ser mais urgente para você do que música, álcool e sair em busca de um romance épico?
— Sepultar o Ian. Quer dizer, o Liam. — seu rosto se contorceu em desgosto ao pronunciar o nome do terceiro príncipe e eu apenas ri. — Aquele moleque é um estúpido!
— O que ele fez? — virei a água morna do balde dentro da banheira enquanto ria da reação da princesa pirata.
— Disse que eu me assemelhava a um bolo de aniversário pelo vestido que estava usando no baile de ontem! — apoiou uma das mãos à cintura teatralmente. Não pude conter uma risada. — Vou mostrá-lo com qual mulher ele se meteu ou não me chamo Heilee Donovan!
Enquanto me banhava e Heilee me auxiliava, continuei gargalhando ao escutar o seu discurso de sepultamento aos homens e seus órgãos genitais. Se tinha algo pelo qual essa garota prezava era o respeito por mulheres e ninguém jamais poderia ofendê-las e andar por aí como se não fosse nada.
No entanto, algo me dizia que Liam lhe renderia um árduo trabalho. Apenas ri novamente com aquele pensamento.
✦✦
Felizmente, o tempo fora magnânimo conosco. Após nos banharmos, Mabel e Fiore nos auxiliaram com os vestidos, joias e penteados.
Estávamos com vestidos comuns, porém adequados para um chá com a rainha. Tanto o meu quanto o de Heilee eram retos e sem volume, tinham apenas as mangas longas e alguns babados e fitas que imitavam espartilhos.
Apesar de tudo, estava imensamente feliz por sua cor ser alaranjada. Ao menos não era vermelho. O que Heilee vestia era amarelo.
Por fim, chegamos no horário acordado com a rainha assim que entramos pela porta do salão de chá.
A mesa estava encoberta por uma belíssima toalha e bastante farta com pãezinhos e biscoitos. À ponta, estava a rainha e à sua esquerda, a grã-duquesa e a Lady Sullivan.
— Saphira, minha querida, que bom que veio! — a rainha Marie me recepcionou com um sorriso terno e eu logo me aproximei para cumprimentá-la, enquanto Heilee se juntava às outras damas de companhia.
— Vossa Majestade. — flexionei levemente os joelhos, saudando-a. Em seguida, virei-me para as Sullivan, fazendo o mesmo. — Grã-duquesa Sullivan e Princesa de Lancaster, meus cumprimentos.
— Sente-se, Saphira. — a rainha me indicou a cadeira à sua direita e uma criada serviu um pouco de chá para mim. — Convidei-a para este chá hoje para que pudesse conhecer melhor as Sullivan e tratarmos em conjunto sobre os detalhes do noivado entre Isaac e Suzan.
— Pois sim, Vossa Majestade. — A grã-duquesa abriu um sorriso em minha direção. — Espero que, eventualmente, possamos tratar da mesma forma o seu noivado com o príncipe Zen.
Por um momento, pensei que faria uma cena caso cuspisse o chá que estava bebendo. Felizmente eu apenas queimei a língua e consegui disfarçar minimamente.
— Perdoe-me por corrigi-la, grã-duquesa, porém o noivado entre Zen e Saphira não foi aprovado oficialmente. — a rainha se adiantou e respondeu graciosamente em meu lugar antes que eu pudesse fazê-lo. É provável que eu não saiba mentir tão bem quanto ela.
— Oh, mesmo? Que lástima. Formam um casal deveras belo. — Elga disse ao sorver um gole de chá. Sua feição sutilmente debochada não me escapava. — Ah, quase esqueço. Isso deve-se ao infeliz fato de que não sabe sobre tua família, certo, Saphira?
— Certamente, grã-duquesa. Porém, a ra... — antes que eu pudesse continuar, Marie Klemaant me interrompeu sutilmente outra vez. A fala de Elga pareceu incomodá-la e, cada vez mais, sentia-me como um filhote debaixo das asas de sua mãe.
— Eu mesma estou responsável quanto a busca da família de Saphira, Elga. Garanto que ao menos o título de lady da sociedade francesa Saphira deve carregar. — Sorriu, cortês. Seus olhos condenavam a grã-duquesa pelas palavras anteriormente ditas.
— Perdoe-me a indelicadeza, Vossa Majestade, mas estou curiosa a respeito de sua convicção quanto à origem de Saphira. Tem algo que a prove?
Arregalei os olhos discretamente. Sentia-me entre uma guerra de gigantes na qual não possuía a mínima condição de intervir de qualquer modo. Era impressionante, e ao mesmo tempo indignante, a forma com que as mulheres ligadas à nobreza se enfrentavam.
— Pois digo-lhe que tenho. — o olhar da rainha imediatamente caiu sobre mim. — Saphira, estás com a joia?
— Sim, Vossa Majestade.
Um pouco hesitante, peguei a pedra dentro de uma das mangas de meu vestido, entregando-a para a rainha.
— Como é de seu conhecimento, grã-duquesa, quando nascem bebês na nobreza francesa, seus pais lhes presenteiam com uma safira. — Marie explicava elegantemente enquanto depositava a pedra sobre a mesa. — Entretanto, aqueles que nascem próximos à Família Real têm sua safira muito bem lapidada, assim como a que está em posse de Saphira.
— Está dizendo que Saphira pertence à Família Real francesa? — Elga analisava a pedra meticulosamente, quase como se estivesse escondendo seu espanto e preocupação ao vê-la.
— A chance é quase inexistente. Entretanto, é possível que ela pertença a alguma família nobre que tenha fortes vínculos à Família Real, assim como os Klemaant. — a rainha tornou a bebericar seu chá, contendo um sorriso pela batalha ganha.
— E como pretende identificá-la somente através dessa pedra, Vossa Majestade? — a grã-duquesa ergueu uma das sobrancelhas. Por que ela tinha tanto interesse nesse assunto?
— Enviei uma carta a uma velha amiga minha em Paris para que ela providencie uma viagem de comissários da Corte até o reino de Spéir para verificar com clareza esta safira. — sorriu, pegando a pedra novamente e entregando em minhas mãos.
O restante do chá prosseguiu com detalhes acerca do casamento do príncipe Isaac com a Lady Suzan. Porém, senti-me incomodada quando somente a rainha e Suzan conversavam durante a maior parte do tempo.
A grã-duquesa se manifestava somente para enaltecer o quanto sua filha era inteligente e, por isso, se tornaria uma rainha perfeita. Ao contrário disso, sentia seu olhar julgador sobre mim, principalmente após lhe mostrar a safira.
Não gostava de criar inimizades com mulheres fosse qualquer o motivo, mas algo em mim entrara em alerta desde quando vi a grã-duquesa pela primeira vez. E pelo ocorrido de hoje no chá, jogar com ela era perigoso e, certamente, precisava-se ser astuta para estar ao seu nível.
✦✦
— Não se sinta tímida, Saphira. Quero sua ajuda em tudo o que for necessário para o meu casamento. — a Princesa de Lancaster segurou em minhas mãos assim que paramos em frente à porta de seus aposentos. — Desde que a vi, achei-lhe muito inteligente.
— Espero conseguir atender às suas expectativas, princesa. — dei-lhe um sorriso.
— Pois irá. — retribuiu o gesto docemente. — Espero que Isaac me ame como eu o amo. Desde criancinha, sonhava em conhecê-lo e quando o vi, amei-o no mesmo segundo.
Um incomodo passou por mim, instalando-se em meu peito ao ouvir o desabafo de Suzan. Eu não queria sentir aquilo, mas simplesmente não conseguia controlar.
— Com toda a certeza ele irá amá-la, princesa. Você é incrivelmente bela, culta e inteligente. Não se preocupe. — confortei-a, mesmo que uma parte de mim não o quisesse fazer. Heilee sempre diz que devemos encorajar uma menina apaixonada.
— Agradeço-lhe, Saphira. Você é uma boa amiga. — deu-me um abraço rápido, pegando-me desprevenida. Não esperava que uma princesa se aproximasse de uma pirata tão abertamente.
Assim que Suzan entrou para seus aposentos, encontrei-me com Heilee no corredor mais à frente. Ela reclamou em meus ouvidos sobre Suzan até chegarmos à porta de meu quarto. Ri de seus ciúmes dramático.
O cansaço finalmente deu as caras quando entrei em meus aposentos pela metade da tarde. Planejava descansar um pouco com uma boa leitura celta às escondidas e descer para o jardim logo depois.
Aproximei-me da penteadeira, retirando os brincos e colares e os deixando ali. Logo que fechei a caixinha com as joias, percebi um papel abandonado atrás dela.
Peguei o pequeno pedaço em mãos e o li.
Encontre-me ao final da tarde no jardim das rosas.
Obs.: venha com roupas de criada.
Isaac
*Mo ghrá [irlandês]: meu amor
Olá, sperianas? Estão gostando? Espero que sim! Deixo aqui um agradecimento especial às novas leitoras e se sintam muito bem-vindas — isso é para todas também — para comentarem sobre a história! ♥
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