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Jaemin

O amor unilateral é uma merda.

Jaemin sempre esteve ciente disso.  Desde a primeira vez que desenvolveu uma paixão por um menino até a vez em que questionou ter sentimentos por Renjun, Jaemin sempre foi dolorosamente ciente de quão terrível e esmagador é o amor não correspondido. Ele sempre desejou algo mais, algo especial. Ele anseia por toques suaves e beijos roubados; sussurros de palavras doces e o prazer de compartilhar experiências com outra pessoa.

Mas ele nunca teve tais prazeres na vida. 

Ele sempre disse a si mesmo que talvez o destino tivesse outros planos. Que talvez ele nunca tenha recebido muito amor de ninguém porque estava destinado a encontrar sua alma gêmea um dia.

Mas certamente Jeno não era. 

Ele nem mesmo amava Jaemin. 

E que pena, considerando que seus próprios sentimentos por Jeno só pareciam crescer com o passar dos dias.  No começo ele era simplesmente fofo, então percebeu que tinha uma queda por ele, agora ele estava completamente apaixonado por Jeno. 

— Você está ouvindo?

Jaemin pisca algumas vezes antes de sair direito da própria cabeça.

— Desculpe, eu estava pensando — ele murmura. 

— Sobre? — Renjun pergunta com uma sobrancelha levantada. 

— C-como bom seria... visitar outro país — mente Jaemin.

— Então por que você parecia que estava prestes a chorar agora? — Renjun pergunta enquanto diminui o ritmo em que está andando. 

— Só estou triste sobre como estou preso aqui — Jaemin continua a mentir. 

— Preso? E eu? Você não sentiria falta do seu melhor amigo? —  Renjun zomba. 

— Não, não, eu faria. É só… — ele começa, mas sua voz some.  Ele não tem mais energia para mentir. 

— Ei, sério, você está bem? —  Renjun questiona com leve preocupação. 

— Estou bem. Não se preocupe com isso. Vamos apenas ir ao parque. Eu realmente quero que você conheça Mark e Donghyuck — Jaemin responde com um sorriso forçado. 

Quando ele percebe que Renjun franze a testa profundamente com isso, Jaemin força um sorriso ainda mais brilhante e pega sua mão. 

— Vamos lá, caracol. Você está indo muito devagar — ele ri antes de sair correndo, puxando Renjun atrás dele. 


****


— Então ele começa a pegar a ventosa do chão e enfia na boca, fingindo que nunca caiu — Donghyuck gargalha. 

— Isso é tão nojento — observa Renjun com uma pequena risada. 

— Foi — Donghyuck responde. 

Jaemin mantém um pequeno sorriso estampado em seu rosto, apesar de não ter realmente ouvido a conversa. Ele não achou muito interesse nisso e definitivamente não se importou em ouvir a mesma história de pirulito de uma semana atrás.

De repente, o telefone de Jaemin vibra na mesa ao lado de sua pequena xícara de sorvete de morango. A tela acende, revelando um texto de um contato chamado 'meu anjo' com um emoji de dois pequenos corações rosa ao lado dele.  Seu coração salta no peito, e o sorriso que antes era falso agora era tão brilhante e genuíno quanto poderia ser.

Jaemin rapidamente desbloqueia seu telefone para ler a mensagem. 

Onde você está? 

Jaemin morde o lábio inferior por um momento enquanto pondera se contar a ele seria uma boa ideia ou não. Mark e Donghyuck deixaram claro que não gostavam muito de Jeno quando o conheceram. 

Com Renjun, Donghyuck e Mark. 

— Pra quem você está digitando? — Donghyuck pergunta enquanto tenta espiar o telefone de Jaemin. 

Legal. Onde você está? 

Os olhos de Jaemin piscam entre a mensagem e os três meninos, que agora estão com toda a atenção nele. 

— Uh... alguém — Jaemin murmura antes de digitar rapidamente para informar a Jeno que eles estavam na sorveteria. 

— Quem é 'meu anjo'? — Renjun pergunta em voz baixa enquanto se inclina para olhar a tela de Jaemin. 

— Ninguém — Jaemin responde defensivamente. 

Com isso, o sorriso de Renjun vacila e o clima brincalhão muda abruptamente. 

— Não... não me diga que é…

Uma sineta toca na entrada da frente da sala, e um menino todo vestido de preto, com cabelo preto azeviche e uma máscara facial entra. Ele caminha até a pequena mesa onde os meninos estão sentados, pegando suavemente uma cadeira de uma mesa ao passar por uma.  Ele gira a cadeira para que fique voltada para dentro e a coloca no final da mesa da cabine entre Jaemin e Mark.  Ele se senta e se inclina ligeiramente para trás na cadeira, cruzando os braços e as pernas. 

— Foda-se — Renjun diz baixinho. 

— Não… — Mark sussurra incrédulo. 

— Você está brincando comigo — resmunga Donghyuck. 

— Olá, Jaemin.

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