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— Esses cobertores são suficientes para você? — Jeno pergunta com uma sobrancelha levantada.
— S-Sim... obrigado — Jaemin responde enquanto alisa uma ruga no cobertor de cetim preto que fica por cima.
— Mmokay. Vou deixar você descansar, então — afirma Jeno, mas antes que ele possa dar um passo em direção à porta, Jaemin fala.
— Não, espere — ele deixa escapar — V... você poderia talvez... ficar comigo? Só por esta noite?
Jeno inclina um pouco a cabeça e o examina com curiosidade.
— Eu não quero ficar sozinho depois... depois do que aconteceu — murmura Jaemin.
Jeno acena com a cabeça muito lentamente, mas a incerteza o atormenta. Ele não tem certeza se ficar com Jaemin é uma boa ideia, mas ele sabe que deve estar tendo dificuldade em se ajustar a todas as novas informações que tem de absorver. Jaemin precisa de algo - alguém - estável e constante. Algo para mantê-lo com os pés no chão enquanto o mundo que ele conhecia desabava ao seu redor.
Talvez ele possa apenas sentar em sua cadeira enquanto Jaemin dorme.
— Acho que sim — responde Jeno em voz baixa enquanto se dirige à grande cadeira de jogo. Ele afunda nele e o menino franze a testa para ele. — O que?
— Nada — Jaemin fala em voz baixa enquanto desvia o olhar.
Eu esperava que você fosse dormir ao meu lado...
Jeno geme mentalmente, tentando ao máximo não expressar externamente sua relutância em estar tão perto de Jaemin. Ainda assim, ele solta um pequeno suspiro e se levanta. Ele rasteja ao lado dele e puxa um cobertor singular sobre si mesmo.
Um pequeno sorriso se forma nos lábios de Jaemin enquanto sua cabeça repousa suavemente no travesseiro. Ele encara Jeno com olhos sonolentos. Jeno percebe que ele está cansado, mas ainda não tenta dormir.
— Obrigado — ele murmura.
— Não mencione isso — Jeno responde de uma maneira estranha.
— Jeno... o que você é, exatamente? — Jaemin questiona suavemente.
— Meio demônio, meio humano. Ou... Acho que mais precisamente, sou meio demônio, meio humano — Jeno responde prontamente.
— E-então seu pai é-
— Satanás, sim.
— E sua mãe-
— Humana.
— Como... como isso-
— Meu pai fez um acordo com o marido de minha mãe. Ele queria fama e fortuna, e meu pai queria um filho — explica Jeno, — tenho certeza de que você pode preencher as lacunas de lá."
Jaemin franze a testa ao expressar visivelmente sua dificuldade em processar essa informação.
— Minha vida e tudo que está acontecendo agora é uma longa história, da qual podemos conversar amanhã. Agora, você precisa descansar — diz Jeno.
— Ok — Jaemin suspira.
Há alguns longos momentos de silêncio e, embora Jeno espere Jaemin fechar os olhos para dormir, ele não o faz. Ele apenas fica lá olhando para ele por um tempo.
Ele é... ele é tão lindo…
Jeno revira os olhos. Jaemin deve sempre pensar em como ele é fofo?
— Jeno? — Jaemin sussurra.
— O que? — Jeno geme.
— Obrigado — Jaemin diz docemente.
— Para quê? — Jeno pergunta curiosamente. No máximo, ele estava fazendo o mínimo necessário para protegê-lo, e antes ele não era capaz de lutar contra Xiao por sua vida. Jaemin não tinha muito o que agradecer a ele.
— Por me deixar ficar aqui. Por tentar cuidar de mim. Por ser tão gentil — Jaemin profere enquanto seus olhos piscam lentamente.
— Mas-
Antes que Jeno pudesse protestar, os olhos de Jaemin se fecharam abruptamente, a força e a energia que ele tinha para mantê-los abertos agora se foram. Jeno imediatamente abandona o assunto ao vê-lo. Ele decide que é melhor não tentar discutir com ele e, em vez disso, permitir que Jaemin durma como ele o pressionou para fazer até agora.
Jeno espera e observa por alguns minutos para garantir que ele esteja dormindo. A respiração de Jaemin logo se tornou mais lenta e estável. Jeno mastiga a pele do lábio inferior enquanto observa o subir e descer de sua respiração. Era estranhamente reconfortante para ele.
Jeno estende a mão e tira levemente alguns fios de cabelo do rosto de Jaemin. Ele pega uma mecha de seu cabelo e gentilmente a enrola em seu dedo indicador, tomando cuidado para não puxar e acordar acidentalmente o menino adormecido.
Decidindo que seu braço estava se sentindo um pouco desconfortável na posição em que estava, ele o retira. Seus olhos piscam para o peito de Jaemin, e ele cuidadosamente pressiona sua mão contra ele, a curiosidade enchendo a mente de Jeno até a borda. Ele fecha os olhos e se concentra. Ele começa a sentir o batimento cardíaco lento e rítmico de Jaemin, e Jeno sorri. Ele estava muito vivo, e a sensação de seu coração batendo traz a Jeno uma sensação de alívio e conforto. Especialmente porque antes ele estava genuinamente preocupado por não ter sido capaz de impedir Xiao de matá-lo.
De repente, Jeno sente algo deslizar entre sua mão e o peito de Jaemin. Seus olhos se abrem com a perturbação e ele se depara com a visão de Jaemin sorrindo com os olhos ainda fechados. Seus dedos se entrelaçam com os de Jeno e, embora o pensamento inicial de Jeno seja puxar rapidamente a mão, ele se acalma.
Jaemin só quer algo que o mantenha com os pés no chão agora.
Jeno leva as mãos deles até o rosto e dá beijos suaves e gentis em cada um dos dedos de Jaemin.
— Você está seguro agora — sussurra Jeno, — não vou deixar ninguém te machucar. Eu prometo.
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