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— Aqui, pegue isso. Faça o que você precisar com ele — Jeno responde enquanto empurra o cristal com força na mão de Xuxi — É mais do que suficiente. Tente usar um pouco para curar sua perna enquanto você faz isso.
A luz de repente chama a atenção de Jeno. Ele levanta a mão e examina seu anel, a lua emitindo um brilho vermelho rubi brilhante.
— Boas notícias: Jaemin ainda está vivo e usando seu anel. Más notícias: ele está em perigo — murmura Jeno. Ele rapidamente estala os dedos, e seu telefone e máscara aparecem em sua mão em uma nuvem de fumaça.
— Tenha cuidado — Xuxi o aconselha, e Jeno concorda.
Ele balança a mão em um movimento para cima, e uma nuvem de fumaça preta o envolve. Ele reaparece atrás de um pequeno galpão ao lado de uma casa aleatória. Ele olha em volta por qualquer sinal de Jaemin, mas ele não está em lugar nenhum.
Jeno correu rapidamente até a calçada em frente à casa. Ele tira o telefone do bolso da calça jeans e começa a bater febrilmente na tela.
Então, ele espera.
E espera.
E espera.
A porta da casa se abre e um menino sai de fininho. Ele fecha atrás de si e olha para Jeno. Seus olhos se encontram por alguns momentos antes que ele caminhe até Jeno. Quando eles ficam cara a cara, Jeno sente seu coração pular.
Ele estava um pouco mais saudável do que da última vez que o viu.
Jeno sorri brevemente antes de se lembrar por que veio. Mas antes que ele pudesse abrir a boca para falar, o menino estalou o rosto com uma espécie de fúria que Jeno não percebeu que tinha dentro dele.
— Como você se atreve a vir aqui! — ele sibila.
— Jaemin, ouça, isso é muito importante. Com quem você está agora? — Jeno pergunta em um tom sério enquanto coloca a mão suavemente na bochecha que Jaemin deu um tapa.
— Você me deixa para trás por quase duas semanas e tem a audácia de vir aqui e me perguntar com quem estou? — Jaemin se encaixa.
Porra, quase duas semanas? Foi realmente tanto tempo?
— Eu disse a você, eu tive que procurar o colar da minha mãe porque Xiao o perdeu — Jeno explica — Por favor... acredite em mim.
— Jeno, vá embora — murmura Jaemin.
— Não, não posso — ele responde.
— Desculpe? — Jaemin indaga.
— Eu preciso te dizer uma coisa. Algo muito importante — murmura Jeno.
— O que é isso? — o menino diz venenosamente.
Jeno olha para trás de Jaemin ao perceber um movimento. A porta da frente da casa agora estava aberta e um menino estava parado na soleira, observando.
— Não aqui — ele murmura.
— O que? — Jaemin praticamente exclama.
— Não posso te dizer aqui. Não é seguro — diz Jeno.
— Eu não posso simplesmente levantar e sair! Eu deveria estar com Renjun agora! Ele vai me matar se eu for com você! Não que eu queira, de qualquer maneira! — Jaemin zomba enquanto cruza os braços sobre o peito — Ele acabou de voltar da China, e não vou abandonar meu melhor amigo depois de semanas sem vê-lo. Graças a Deus ele não ficou doente por muito mais tempo, ou não iria puder passar as férias com sua família.
Enquanto Jaemin falava, Jeno observa Renjun de perto. Ele usa um par de óculos escuros, mas a carranca amarga em seu rosto exala um julgamento intenso.
— Por que Renjun está usando óculos escuros? — Jeno pergunta calmamente. Jaemin rapidamente olha por cima do ombro antes de balançar a cabeça em despedida.
— Ele ainda está com uma grande dor de cabeça — afirma.
— Ele tem agido de forma diferente? — Jeno dá continuidade.
— O que? — Jaemin pergunta com uma mistura de irritabilidade e confusão: — Quer saber, eu passei muito tempo falando com você. Por favor, apenas... vá embora.
— Eu vou, mas não sem você — Jeno comenta enquanto seus olhos encontram os de Jaemin.
Pare. Por favor. Isso dói muito.
— Não vou a lugar nenhum com você — objeta Jaemin.
— Jaemin, por favor. — Jeno praticamente implora.
Apenas vá embora! Posso sentir meu coração doendo por sua causa! Tenho tentado tanto parar a dor, e você estar aqui não está ajudando!
— Eu disse não — Jaemin responde enquanto as lágrimas começam a fazer seus olhos tristes brilharem.
Ele estava quebrando novamente…
Por mais que Jeno odiasse, ele sabia o que tinha que fazer.
Ele se aproxima de Jaemin, sentindo-se estranhamente surpreso por não se afastar dele ou empurrá-lo. Em vez disso, ele observa com lágrimas nos olhos. Jeno coloca as mãos suavemente no rosto de Jaemin.
— Sinto muito, Jaemin. Eu deveria ter contado a você sobre Xiaojun antes, mas juro que ele não era nada mais do que alguém que trabalha para meu pai — Jeno sussurra baixinho — E eu juro... ele não virá mais perto da minha casa.
— Eu… — Jaemin grasna, claramente sem palavras. Uma grande lágrima escorre por sua bochecha, mas Jeno usa a ponta do polegar para limpá-la. Outro cai de seu olho, mas antes que Jeno possa afastá-lo, cai nos lábios de Jaemin. Jeno os encara sem pensar por mais tempo do que gostaria de admitir, tentando decidir se beijá-lo seria ir longe demais.
Não, ele não precisava. Certamente isso foi o suficiente. E, além disso, ele não conseguia conduzi-lo dessa maneira. Não quando coisas muito maiores estavam em jogo agora. Fingir estar apaixonado certamente tornaria muito mais difícil para seu lado humano aceitar o abandono de Jaemin. Por mais que ame esfaquear no sentido literal, ele não tem certeza se conseguiria lidar com a dor de Jaemin daquele jeito.
Os olhos de Jeno piscam para encontrar os de Jaemin, e ele percebe que ainda o está observando. Ele certamente percebeu.
— Vamos — Jeno murmura enquanto suas mãos caem do rosto de Jaemin. Ele pega uma das mãos e, para sua surpresa, começa a conduzir Jaemin para um destino desconhecido. Ele não tinha certeza para onde eles iriam, mas sabia que precisava ficar o mais longe possível da casa de Renjun.
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