34
Jeno
Os olhos de Jeno se abrem com a visão de um menino deitado na cama ao lado dele, de costas para ele. Vários outros cobertores foram colocados em cima dele, mas não Jeno. Leva apenas um mero segundo para ele perceber adequadamente o que aconteceu.
— Xuxi! — ele sibila baixinho.
Mas talvez o volume de sua voz estivesse um pouco mais alto do que ele esperava.
O garoto ao lado dele rola, suas pálidas características faciais agora em plena exibição para ele ver. Os olhos do menino abrem fracamente e, ao avistar Jeno, seus olhos se arregalam dez vezes do tamanho original.
— Porra, me desculpe. Eu não percebi que adormeci. Eu-
— Está tudo bem — Jaemin murmura suavemente.
— Não, eu deveria... eu deveria ir. Eu preciso ver se Lucas fez algum progresso em nosso projeto — Jeno divaga enquanto se senta na cama.
— Espere — Jaemin deixou escapar, agarrando o pulso de Jeno, — Eu só... quero te agradecer... por cuidar de mim e me deixar ficar.
Embora Jeno possa ver a sinceridade saturando sua expressão, ele não pode deixar de sentir seu coração afundar. Ele pode ter cuidado dele após o ataque, mas ele estava tão envolvido em seus próprios problemas que não notou seu anel brilhando. Ele tem certeza de que quem quer que tenha atacado Jaemin estava certamente possuído, e o fato de que ele não estava lá para protegê-lo o faz sentir como se tivesse falhado com ele.
Ele franze a testa profundamente para Jaemin, e, embora o garoto ofereça um sorriso muito pequeno e nervoso, Jeno não responde. Ele nem reconhece seus agradecimentos. Em vez disso, ele interrompe o contato visual e olha para o colo, depois de repente sai da cama.
Sem nem mesmo olhar para Jaemin, Jeno se arrasta para fora de seu quarto e fecha a porta atrás de si. Ele imediatamente sai pelo corredor e vê que a porta de seu escritório está entreaberta. Ele entra e encontra Xuxi sentado em uma cadeira com uma perna cruzada sobre a outra e um livro grande no colo com vários outros abertos no chão ao seu redor. Xuxi levanta a cabeça e sorri para Jeno com conhecimento de causa.
— Não ouse, porra — Jeno sibila.
— Eu não disse nada — Xuxi responde com um leve movimento de cabeça.
— Não, mas você estava pensando nisso — grunhe Jeno.
— Então talvez você deva parar de ler meus pensamentos — Xuxi sugere enquanto olha de volta para o livro em seu colo.
Mas, para que fique registrado, você certamente se importa com o menino. Se você quer admitir ou não.
— Foda-se, Xuxi — Jeno diz, — Pare de ser um idiota ilusório e me diga o que você encontrou.
Xuxi continua a sorrir, mas não diz nada em resposta. Ele se levanta do assento e coloca o livro em seu lugar, depois manobra através do labirinto de volumes para alcançar Jeno.
— Bem, eu não encontrei nada em particular, mas acho que estou no caminho certo — explica Xuxi enquanto aponta para os livros.
— Isso é ótimo! Me conte os detalhes! — Jeno toca ansiosamente.
— Eu faria… — Xuxi murmura em voz baixa, acenando com a cabeça na direção da porta, atrás de Jeno. — Acho que você tem assuntos mais urgentes para tratar.
Jeno franze as sobrancelhas e olha por cima do ombro. Jaemin fica tímido na soleira com as mãos atrás das costas. Jeno percebe pela primeira vez que há um rasgo bastante grande em sua camisa, escorrendo do colarinho e passando pelo ombro. O tecido pendura dele e expõe sua clavícula extremamente proeminente. Seus olhos voltam para o rosto de Jaemin.
Ele sempre pareceu tão magro? Ele parece quase... doente.
— Jaemin? — Jeno fala em um tom cansado.
— J-Jen-no... Eu me sinto fraco — ele afirma antes de seus braços de repente voarem e agarrarem a soleira. Ainda assim, ele cai de joelhos e bate a cabeça no batente da porta.
Jeno imediatamente salta em direção a Jaemin e se ajoelha ao lado dele.
Jaemin! — ele respira fundo, — Vamos, vamos colocá-lo de volta na cama. Você claramente não está bem o suficiente para andar por aí.
Embora Jeno se prepare mentalmente para ajudá-lo a se levantar, ele se pega pegando Jaemin em seus braços e o carregando de volta para seu quarto.
Jeno deita o menino frágil no lugar em que estava antes e puxa rapidamente os cobertores sobre ele.
— Não saia da cama se estiver muito fraco — diz Jeno — você está doente?
Jaemin concorda.
— De que? — Jeno pergunta: — Isso não tem nada a ver com o ataque ontem à noite, tem?
Jaemin mastiga o lábio inferior. Por esta ação apenas, Jeno entende que ele teria que discutir isso em um momento posterior. Ele estava claramente muito disposto a falar sobre o motivo de sua doença, e pressioná-lo a falar enquanto se sentia uma merda absoluta não ia funcionar.
— Vou pegar uma lixeira e fazer uma sopa. Posso dizer que você precisa — Jeno suspira.
— Você não precisa-
— Sim, eu preciso — Jeno o interrompe, — Apenas fique aqui e eu já volto. — Jaemin relutantemente acena com a cabeça, e Jeno sai de seu quarto.
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