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31

Jaemin 

Jaemin se debruça sobre o vaso sanitário do banheiro, a cabeça pairando logo acima dele enquanto ele treme fisicamente. 

Seus pensamentos e preocupações acelerados fizeram com que ele ficasse inexplicavelmente doente. Seu estômago o machuca a ponto de sentir como se uma espada fosse esfaqueada através dele.  Ele queria vomitar, mas, pouco antes de enfiar os dedos na garganta para induzi-lo, não conseguiu. 

Uma batida na porta faz Jaemin pular para trás, para longe da porta do banheiro. 

— Vá para a cama, seu pirralho! Eu tenho um convidado vindo e não quero que eles vejam uma criança correndo por aí! — uma voz feminina assobia severamente.  

— S-Sim, s-senhora — gagueja Jaemin, — Imediatamente, senhora. 

Com isso, Jaemin se põe de pé, usando a parede ao lado dele como um meio de apoio. Seus pés se arrastam enquanto ele caminha até a pia e a liga. Ele lava as mãos e depois joga água fria no rosto. Ele dá um tapinha no rosto com uma toalha azul de bebê e depois se olha no espelho.

Seu rosto está pálido e ralo e seus olhos estão escuros e afundados pela falta de sono desde a sua admissão no hospital.  Seus olhos viajam para as manchas escuras em seu pescoço. Seus dedos esbeltos roçam suavemente contra a pele macia. Ele não ousa aplicar pressão, pois sabe que isso seria doloroso. Em vez disso, ele a examina enquanto toca as manchas sem pensar. 

Sua mente divaga para Jeno e como ele o tocava como se ele fosse uma boneca de porcelana. A fragilidade dele é tão extrema que qualquer tipo de contato severo pode quebrá-lo. Faz o coração de Jaemin bater irregularmente por um momento. 

Ninguém nunca havia agido assim com ele. 

Concedido, ele não era necessariamente frágil, ele se considerava bastante forte em mente, corpo e espírito, apesar de suas circunstâncias, mas ver Jeno querer ser tão delicado e cuidadoso com ele mostrou o quão cauteloso ele era. Quão cuidadoso ele se fez para que ele soubesse que Jaemin ficaria bem e não fosse prejudicado.  Era... incomum, mas bem-vindo. 

Pelo menos neste caso. 

Talvez ele estivesse ficando cada vez mais frágil. Seu corpo frágil, sua mente uma bagunça nublada e seu espírito lentamente se despedaçando. Tudo parecia estar desmoronando, e seu melhor amigo estava agora a quilômetros de distância dele, zangado com o fato de Jaemin querer ser amigo de alguém que não aprovava. 

Sentindo sua inquietação começar a se aproximar dele, Jaemin redireciona sua atenção de volta para Jeno. 

Ele se lembra de como teve brevemente a idéia de querer beijar a bochecha de Jeno.  Ele se encolhe com isso, visivelmente se contraindo no espelho. Que idéia horrível.  Por que diabos ele iria querer fazer isso?  Certamente Jeno ficaria muito desconfortável e provavelmente não iria querer falar com ele. 

Que vergonha. 

Ainda assim, ele sente seu coração palpitar ao imaginar que realmente fez isso e Jeno não fica chateado com ele por isso.

— Não. Idiota — Jaemin sussurra baixinho para si mesmo, — idiota idiota idiota. — Ele fecha os olhos e bate a palma da mão na testa com cada palavra que pronuncia.  Era ruim imaginar essas coisas. Jeno nunca ficaria bem com isso, mesmo que ele deixasse claro que era apenas platônico e apenas uma simples expressão de agradecimento. 

Com os lábios dele. 

Jaemin torce o rosto dolorosamente. 

— Não se apegue a ele porque Renjun se foi — ele murmura para si mesmo. Ele repete isso várias vezes antes de baterem na porta do banheiro fazendo-o se assustar novamente. 

— Abra a porra da boca! — uma mulher rosna do outro lado da porta. 

Jaemin pula e abre a porta apressadamente para uma mulher de longos cabelos negros em um vestido vermelho curto olhando para ele. Ela range os dentes, encontrando os dele e estende a mão para agarrar o tecido da camiseta de Jaemin. 

— O que eu disse-lhe? — ela se encaixa.  

— Vá para a cama — Jaemin gagueja. 

— E o que você está fazendo agora? — ela rosna.  

— D-desobedecendo a você — ele mal consegue sair.  

— Se você não quer dormir, pode sair da casa — diz ela em um grito antes de soltar a camisa de Jaemin. 

Jaemin sai rapidamente do banheiro e corre pelo corredor. Ele correu para a porta da frente e corre para colocar os sapatos e pegar suas coisas. Assim que ele vê sua tia aparecer, ele abre a porta rapidamente.

— E não volte até de manhã! — ela grita atrás dele. 

Jaemin fecha a porta e encosta as costas nela. Ele fecha os olhos e engole em seco, sentindo um nó na garganta. 

O ar frio da noite rapidamente faz Jaemin estremecer e estremecer, forçando-o a perceber seu maior erro: ele esqueceu de pegar uma jaqueta. Decidindo que não adiantava tentar voltar para dentro para obtê-lo, ele determina que ele simplesmente precisa encontrar um lugar quente para passar as próximas horas.  

Só até o amanhecer. 

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