28
Jeno
Jeno enxuga a bochecha com as costas da mão, com a intenção de limpar um pouco de sangue do rosto, mas ele apenas o mancha pelo fato de ter uma quantidade extrema nas mãos. Ele solta um suspiro e examina seu trabalho.
Nas tábuas de madeira, está o cadáver mutilado do homem que costumava ser Oh Sehun. Ele fez questão de fazer este sofrer por suas ações. Ele rasgou Sehun lentamente, membro por membro, depois arrancou a mandíbula do rosto.
Ele começa a cantar em latim e observa o sangue de Sehun começar a ferver contra o chão embaixo dele. Seu corpo afunda lentamente até ser completamente envolvido pela poça de sangue. O líquido escarlate continua a borbulhar violentamente enquanto penetra nas rachaduras do chão.
Ele cessa de cantar e examina o piso agora limpo. Era como se o assassinato nunca tivesse acontecido.
— Mestre? — uma voz fala timidamente.
— Sim, Xuxi? — Jeno responde enquanto se levanta lentamente de sua posição ajoelhada.
— É-é o seu pai, ele... ele está com raiva — Xuxi o informa.
— Raiva?
— Sim. E-ele me perguntou por que o garoto ainda não está morto — afirma.
— Bem... o que você disse a ele? — Jeno pergunta enquanto ele lentamente se vira.
— Eu disse que não sabia — diz Xuxi, — ele me disse que precisava fazer meu trabalho melhor.
— Você... você poderia ter se metido em tantos problemas se ele soubesse que você estava mentindo... ele teria arrastado você para o inferno e feito você sofrer pela eternidade — comenta Jeno com um tom de choque em sua voz.
— Eu sei — ele confirma.
— Eu... obrigado, Xuxi — responde Jeno.
— Apenas tome cuidado. Ele ficará muito mais atento às suas ações agora que percebeu que o garoto ainda não está morto — aconselha Xuxi.
— Eu sei — murmura Jeno, — mas não tenho certeza de que haja muito que possa fazer para jogá-lo fora do meu caminho.
— Sugiro não matar todos os demônios que perseguem o garoto, mas tenho mais que certeza que você nunca iria por isso — suspira Xuxi.
Jeno franze as sobrancelhas e contempla isso. Ele se pergunta se essa é uma opção plausível até que seu pai fique menos preocupado com Jaemin.
— Talvez eu possa mantê-los no andar de baixo e encantar a sala, para que não possam sair ou causar danos a alguém — murmura Jeno para si mesmo, enquanto imagina tentar fazer isso. — É uma sala bastante pequena, mas tenho certeza que sim, posso descartá-los com segurança depois de alguns meses. Certamente meu pai seguirá em frente depois de tanto tempo.
— Eu não tenho certeza se ele vai, mestre— , argumenta Xuxi, — em sua mente, ele decidiu que o menino seria um anjo. Ele o quer morto, e eu não acho que ele deixará escapar se você deixa um anjo escapar do seu alcance.
Jeno aperta a mandíbula com força e range os dentes. Ele sabe que Xuxi tem razão, e isso o irrita.
— Porra! — ele sussurra: — Você está certo.
Jeno começa a andar pela sala enquanto mexe nos cabelos em busca de algum tipo de solução. Nada mesmo. Ele não podia deixar Jaemin morrer e nunca o sacrificaria ao pai. Mesmo se ele fosse um anjo. Ele certamente poderia encontrar outro anjo para sacrificar, certo?
— É isso aí! — Jeno diz quando se vira para encarar Xuxi.
— O quê? — o felino de cabelos escuros pergunta confuso.
— Se um anjo é o que meu pai quer, então eu darei a ele exatamente isso — ele cantarola triunfante.
— Eu não entendi — Xuxi resmunga.
_ Vou encontrar um anjo para sacrificar no lugar de Jaemin — anuncia Jeno, — se eu der o que ele quer, não importa se Jaemin ainda está vivo. Ele terá a alma de um anjo, e eu poderei ficar com o Jaemin.
— Mas você não pode detectar anjos, mestre. Como você acha que encontrará um? — Xuxi pergunta nervosamente.
— Eu... não sei... — Jeno murmura quando o orgulho em sua voz se dissipa rapidamente.
— O garoto realmente vale todo esse problema? — Pergunta Xuxi seriamente.
Jeno faz uma pausa. Ele não tinha pensado se Jaemin realmente valia todo o estresse e dificuldades que enfrentou apenas para protegê-lo. Ele apenas fez isso por instinto. Ele não sentiu a necessidade de questionar suas ações.
Sua mente vagueia pelo terror que ele viu nos olhos de Jaemin quando Sehun o sufocava no meio da livraria. Ele pensa em como seu estômago caiu no momento em que perdeu o controle sobre a mão de Jaemin e em como ficou violentamente doente quando estava preocupado porque estava atrasado demais para salvá-lo.
Ele não tinha pensado se Jaemin realmente valia todo o estresse e dificuldades que enfrentou apenas para protegê-lo. Ele apenas sabia em seu coração que ele valia.
— Sim, Xuxi — confirma Jeno, — ele vale muito a pena.
Xuxi solta um pequeno suspiro e desliza na direção de Jeno. Ele esfrega contra as pernas enquanto circula em torno dele.
— Então vamos encontrar uma maneira, Mestre — assegura ele, — Vamos proteger Jaemin com tudo o que temos.
Um pequeno sorriso se forma no rosto de Jeno com as palavras suaves de Xuxi.
— Então vamos.
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