12
Jaemin
Talvez Jaemin não tivesse um cérebro na cabeça. Estava claro que algo não estava certo com Jeno, mas — contra seu melhor julgamento — ele optou por ignorá-lo.
— Eu não gosto de chá — diz ele em voz baixa.
Jeno pisca algumas vezes.
— Oh... — ele murmura — Bem, o que você gostaria em vez disso?
— Água, por favor — Jaemin responde, recebendo um aceno de Jeno antes que o garoto entre na cozinha.
Jaemin fecha os olhos e suspira profundamente. Uma vibração repentina do bolso da calça da frente de Jaemin o assusta. Ele apressadamente pega o telefone e atende a ligação.
— O-Olá? — Jaemin gagueja.
— Onde diabos você está? — a voz de uma mulher assobia do outro lado.
— Estou na casa de um amigo.
— Eu deixei você sair de casa? — a mulher se encaixa amargamente.
— N-não, senhora — Jaemin responde em um sussurro próximo.
— Mais alto — ela comanda.
— Não, senhora — ele repete em um tom mais audível.
— Então mexe o cu e vem para casa. Agora! — ela grita antes que a linha fique em silêncio.
Jaemin bloqueia seu telefone e chia um pouco.
— Quem era? — Jeno pergunta da porta, com um copo de água na mão.
— Era... era minha tia — Jaemin murmura enquanto treina os olhos timidamente nos pés. — Sinto muito... eu tenho que ir.
— Não se preocupe com isso — responde Jeno calmamente. — Vejo você amanhã, sim?
— Sim — Jaemin assente. Ele se vira e lentamente arrastando os pés de uma maneira que parece que ele estava fazendo uma marcha da morte.
— Adeus, Jaemin — Jeno deixa escapar quando o mais novo chega à porta do corredor.
— Tchau — Jaemin murmura antes de entrar no corredor. Ele desliza lentamente seu tênis com muito pouca motivação para fazê-lo.
Ele olha para trás uma última vez para ver se Jeno estava atrás dele, mas não estava. Com decepção saturando todo o ser de Jaemin, ele solta um último suspiro profundo e sai da casa de Jeno.
***
O ar frio da noite congela Jaemin até aos ossos. Ele estremece e treme, praticamente se enrolando em si mesmo apenas para tentar se aquecer. Não era anormal nas noites de novembro estar frio, mas algo nesse frio em particular é insuportável. É quase tão ruim quanto um dia de neve em dezembro.
As ruas estão quase completamente vazias, com exceção de um carro ocasional que passa de vez em quando. Jaemin assume que, a essa altura, a maioria das pessoas já deve ter chegado em casa do trabalho e da escola. As estradas raramente ficam ocupadas depois do anoitecer.
Enquanto Jaemin pensa sobre isso, ele pondera se Jeno pode ser a razão por trás disso. Não parece tão espontâneo.
Jaemin olha em volta da rua desolada, sentindo-se tenso.
Ele estava quase na metade do caminho para casa quando sentiu pela primeira vez.
Aquele sentimento.
Jaemin não conseguiu identificá-lo a princípio, mas rapidamente percebeu o que era.
Era uma sensação estranha e formigadora que faz os pequenos pêlos de seu corpo se arrepiarem e lhe dá uma sensação maior de alerta.
Alguém...
ou algo...
estava olhando para ele.
Jaemin ignorou sua paranóia e determinou que só precisava chegar em casa o mais rápido possível. Ele acelerara sua caminhada, mas a sensação de afundamento no estômago não cessa.
Jaemin abruptamente para e gira nos calcanhares.
— Jeno? É você? — ele chama.
Sem resposta.
Os olhos de Jaemin percorrem a área, mas tudo o que vê são as casas suburbanas circundantes e as ruas mal iluminadas. A única luz que lhes é fornecida provém das lâmpadas das ruas nas calçadas e das ocasionais luzes da varanda da frente.
— Jeno, se é você, apenas saia e mostre a si mesmo. Isso não é engraçado — exige Jaemin enquanto treina os olhos em uma fileira de árvores grandes que cercam a cerca da casa em que ele está na frente. — J-Jeno?
Em vez de Jeno pulando e gargalhando como ele esperava, Jaemin vê um par de olhos vermelhos brilhantes aparecerem na escuridão entre duas das árvores.
O batimento cardíaco de Jaemin acelera instantaneamente enquanto ele tenta racionalizar o que poderia estar produzindo esse tipo de brilho. Não querendo ficar por tempo suficiente para descobrir qual é a verdadeira resposta, Jaemin gira e corre instantaneamente na direção oposta.
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