043
˖࣪ ❛ PESO FORA DE SEUS OMBROS
— 43 —
O QUARTO DE MOON era um turbilhão de roupas, maquiagem, risadas e o zumbido alto de Jersey Shore na TV. O ar estava cheio do cheiro de velas de baunilha e da erva. Sonny ficou em frente à penteadeira da namorada e girou no lugar enquanto observava seu reflexo para decidir se gostava de sua roupa enquanto Moon vasculhava seu armário para encontrar a sua.
— Essa é uma festa ao ar livre ou em ambientes fechados? — Moon perguntou, com os olhos focados em todas as roupas à sua frente.
Sonny olhou para cima, sorrindo para Moon através do espelho. — Ambos, mas sem jaqueta. Haverá muita gente, então o calor do corpo vai mantê-la aquecida.
Ela viu Moon assentir no reflexo e jogar um vestido na cama. Quando Sonny decidiu que ela realmente gostou da roupa, ela se sentou na penteadeira de Moon e começou a trabalhar na maquiagem enquanto Moon trocava de roupa atrás dela.
Enquanto Sonny terminava de passar blush - parcialmente distraída por uma briga entre Pauly D e Angelina em Jersey Shore, Moon, agora em seu vestido, andou até lá e ficou atrás de Sonny, apoiando o queixo no ombro de Sonny enquanto a observava no espelho. — Você está incrível. — Moon disse suavemente, sua respiração quente contra a orelha de Sonny.
Sonny sorriu, borboletas florescendo em seu estômago enquanto um rubor subia por suas bochechas. — Obrigada, baby. Você está linda.
Moon sorriu e deu um beijo no pescoço de Sonny. — Precisa de ajuda com isso?
Sonny balançou a cabeça, tentando ao máximo manter o foco na maquiagem. — Eu tenho isso, mas não vou dizer não para uma companhia.
E pelo resto do tempo que Sonny levou para terminar de se arrumar, Moon manteve os olhos nela. Absolutamente hipnotizada, o programa passando na TV dela era seu último pensamento a assistir. Ela só queria assistir Sonny fazendo suas coisas cotidianas.
•••
O complexo no apartamento de Miguel já estava lotado e agitado com crianças quando Sonny e Moon chegaram. A sala de estar de Johnny e até o pátio do apartamento estavam lotados, e a música batia tão alto que Sonny conseguia senti-la em seu peito.
O cheiro de álcool atingiu as duas garotas como um ônibus. Chris e Nate notaram as garotas e acenaram para elas irem para o centro do pátio, onde uma mesa de cup pong estava montada. — Ei, Sonny! Moon. — Chris gritou. Os dois viraram a cabeça e sorriram para o rosto familiar. — Prontas para jogar?
Moon agarrou a mão de Sonny, guiando-a com um grande sorriso. — Absolutamente!
Conforme se aproximavam da mesa, Chris deu a Sonny um sorriso tranquilizador. — Eu me certifiquei de que o lado de vocês só tinha coca. Nada de álcool. — Chris disse e Sonny sorriu, grata por Chris ser gentil o suficiente para não apenas garantir que não houvesse álcool nos copos que ela beberia, mas também para garantir que ela não se preocupasse com isso.
Sonny e Moon se uniram contra Chris e Nate, o jogo rapidamente se tornou o que todos que estavam na parte externa da festa prestaram atenção. Os dois times torciam um pelo outro, brincadeiras falsas e conversa fiada eram jogadas de vez em quando.
Conforme a noite avançava, Sonny se viu relaxando mais do que nunca em uma festa. O peso que geralmente pressionava seus ombros pareceu se levantar, substituído por uma sensação que ela nunca havia sentido antes.
Sonny observou as pessoas ao redor dela beberem. Ninguém parecia estressado. Ela sempre ficava tensa com álcool em festas, nem queria sentir o cheiro do que estava nos copos de seus amigos. Mas esta noite parecia diferente. Ela se virou para Moon, sua voz mal passando de um sussurro. — Ei, Moon?
Moon, rindo de algo que Chris disse depois que ela colocou a bola de pingue-pongue no copo dele, olhou para ela. — Sim?
Sonny respirou fundo. — Eu estava pensando... Eu poderia querer tentar beber hoje à noite.
A expressão de Moon se suavizou, toda a sua atenção se movendo para Sonny. Ela estendeu a mão e pegou a mão de Sonny na sua. — Querida, o que quer que você decida, eu estou aqui para você. Se você quiser tentar, eu estarei bem ao seu lado. E se você não quiser, está tudo bem também.
Sonny sorriu, sentindo-se muito mais calma após a garantia de Moon. — Okay. Eu acho... Eu acho que quero tentar.
Moon assentiu e se virou para Chris e Nate do outro lado da mesa de pingue-pongue. — Vamos colocar algumas coisas com álcool nessas xícaras, rapazes.
Os olhos de Chris e Nate se arregalaram com as palavras de Moon. Ambos se viraram para Sonny, perguntando silenciosamente se ela tinha certeza. Sonny sorriu, assentiu e, imediatamente, Nate correu até os coolers para pegar algumas bebidas. Moon se virou para Sonny e deu um pequeno sorriso. — Esta deve ser uma boa bebida para começar. Eles têm sabor de framboesa.
Sonny observou Nate trocar todas as cocas de Sonny e Moon na mesa com o álcool e seu coração batendo forte. Ela olhou para Moon, que assentiu encorajadoramente. Com uma respiração profunda, Sonny observou Chris levantar sua bola de pingue-pongue e jogá-la em direção aos últimos quatro copos individuais na frente das meninas.
Quando a bola caiu no copo da frente, Chris e Nate comemoraram, batendo os punhos um no outro antes de se virarem para as meninas na frente deles, ambas morrendo de vontade de ver Sonny beber.
Sonny agarrou o copo solo em que a bola caiu e rapidamente o pescou. Ela podia sentir o cheiro do álcool em suas mãos, mas não recuou imediatamente. Ela não se sentiu enjoada como costumava. Ela não sentiu medo.
Ela levou a xícara aos lábios e tomou um longo gole. No começo era doce. Framboesa, como Moon havia dito.
Foi depois que ela engoliu que a queimadura passou. Sonny se encolheu com o gosto, mas começou a gostar da sensação quente que se espalhava por seu peito quanto mais ela esperava.
Ela podia ver Moon, Chris e Nate todos esperando ansiosamente pelo canto dos olhos. Seus olhos dispararam ao redor dos três enquanto ela erguia o copo para tomar outro gole. — Está bom.
Moon riu, puxando Sonny para um abraço enquanto Chris e Nate torciam pela garota. — Viu? Não tem nada para se assustar. Mas lembre-se, vá com calma, ok? — Moon tranquilizou e Sonny sorriu, sentindo-se mais à vontade do que há muito tempo. — Eu vou.
Elas voltaram ao jogo, as meninas na liderança com apenas um copo restante para se livrar. Sonny se sentiu mais leve, não apenas pela bebida, mas pelo peso pesado que ela carregava desde que seu pai faleceu. Ela se sentiu mais forte de alguma forma; empurrando esse longo medo para fora de sua mente de uma vez por todas.
Sonny girou a bola de pingue-pongue que tirou da bebida contra os dedos, olhando para o último copo em que tinha que jogar a bola para vencer o jogo. Sua língua ficou para fora em concentração e ela apertou os olhos enquanto levantava a bola.
Os olhos dela ficaram grudados na bola de pingue-pongue quando ela a soltou e a jogou em direção ao copo final. Nate estava sacudindo o braço de Chris loucamente, não querendo perder o jogo.
Mas quando a bola caiu dentro do copo, o pátio rugiu com aplausos para Sonny e Moon. Elas se abraçaram, Moon levantou Sonny levemente de excitação. Chris e Nate gemeram com a perda, Chris balançando a cabeça e Nate jogando as costas.
No entanto, eles caminharam em direção ao lado das meninas da mesa, braços abertos para um abraço. — Bom jogo, Sonny. — Chris disse e Sonny riu, puxando-o para o abraço. — Bom jogo.
Ela puxou Nate para um abraço em seguida, o garoto menor resmungando um "bom jogo" raivoso para ela, mas Sonny não se importou. Depois de um ano no Miyagi-Do com o garoto, Sonny rapidamente percebeu a competitividade dos garotos mais novos.
— Que tal outra rodada? — Chris perguntou enquanto Sonny e Nate se afastavam do abraço.
Sonny deu um sorriso torto para o garoto e olhou para a entrada do apartamento de Johnny. — Na verdade, vou procurar Miguel e Eli. Ainda não os vi.
— Eu vou ficar aqui fora. Sam mandou mensagem dizendo que ela deve chegar logo. — Moon disse. Sonny se virou para Moon e deu um pequeno sorriso.
— Okay. — ela murmurou baixinho. Ela se inclinou para frente e beijou Moon. — Eu te amo. — Sonny disse, começando a se afastar e Moon sorriu.
— Eu te amo. — Moon retribuiu suas palavras, suas bochechas ficando vermelhas mesmo depois de todo esse tempo. Sonny se virou completamente, caminhando em direção ao apartamento de Johnny, onde Miguel disse que ele, Eli e Robby estavam quando Sonny chegou.
Logo antes de Sonny entrar em casa, ela notou o cooler bem ao lado da porta. Ela parou por um segundo, sua mente voltando ao medo que ela perdeu e ao gosto de sua primeira bebida. Ela sabia que não seria a única de seus amigos a beber.
Ela se abaixou e abriu o cooler. Seus olhos percorreram todas as diferentes bebidas antes de finalmente ver a lata amarela brilhante aparecendo sob todas as Coors. Ela pegou o Twisted Tea e abriu a lata, tomando um gole enquanto entrava no apartamento.
De dentro de casa, Miguel, Eli e Robby estavam sentados contra a ilha da cozinha, exatamente como Miguel disse a Sonny que eles estavam. Os três estavam falando sobre o quão animados estavam para competir no Sekai Takai quando os olhos de Eli pousaram em Sonny. Com álcool.
Era como se todos os alarmes disparassem em sua cabeça. Ele se lembrou de quando o pai de Sonny faleceu e como, mesmo aos nove anos de idade, ela jurou que nunca beberia. Em todas as festas em que eles foram, Sonny desviava dos coolers todos juntos, Eli ou Demetri sempre eram os que pegavam um refrigerante para ela, então vê-la não apenas segurando álcool, mas bebendo também foi um choque.
— Ei, ei! Uau! — Eli gritou, empurrando-se para fora da ilha em que estava encostado. Sua ação chamou a atenção de Miguel e Robby, observando enquanto ele corria em direção a Sonny e tirava o Twisted Tea das mãos dela.
Hawk olhou para Sonny com os olhos arregalados. — Isso tem álcool.
Sonny sorriu, balançando a cabeça lentamente. — Eu sei. — ela disse, caminhando em direção à ilha em que Robby estava sentado. Quando Sonny pulou na ilha para sentar ao lado de Robby, ele, Hawk e Miguel deram a ela olhares confusos, sabendo que ela jurou nunca beber álcool.
Hawk apertou os olhos, dando passos lentos em sua direção. — Você... Está bem? — ele perguntou, levantando a mão para colocar as costas dela contra a testa de Sonny, verificando sua temperatura. Sonny zombou e afastou a mão.
— Onde está Moon? — Hawk perguntou, olhando ao redor da casa em busca da garota.
Sonny apreciou a preocupação de Hawk, mas balançou a cabeça. — Lá fora. Preciso saber que não serei como o garoto que matou meu pai. — Sonny disse, fazendo Hawk virar a cabeça para ela. Seus olhos estavam arregalados, mas focados nela, não querendo que parecesse que ele não estava prestando atenção enquanto ela continuava. — Eu confio em mim mesma sabendo que nunca ficaria bêbado ao volante ou entraria no carro com alguém dirigindo que está.
— Certeza? — Hawk perguntou enquanto um sorriso irônico crescia em seu rosto, referindo-se ao dia no parque aquático quando Sonny disse que enfrentaria seus medos.
Sonny sorriu, balançando a cabeça. — Certeza.
Os dois punhos se chocaram e os olhos de Sonny percorreram a cabeça de Hawk até pousarem em seu cabelo. Suas sobrancelhas franziram quando ela percebeu que seu moicano não era mais verde. Apenas três horas atrás, era verde e agora estava de volta ao seu castanho natural.
— O que aconteceu com o verde? — ela perguntou e Hawk imediatamente colocou a mão no cabelo, certificando-se de que seu moicano estava ereto.
Ele balançou a cabeça e deu de ombros. — Uh, não funcionou muito para mim, então... Ainda estou descobrindo.
Conforme mais pessoas entravam em sua casa, as sobrancelhas de Robby franziam. — Não pensei que tantas pessoas apareceriam.
Sonny riu de suas palavras, um pequeno sorriso em seu rosto enquanto pensava em sua namorada. — Moon convidou muitas pessoas da East High. Acho que a notícia se espalhou. — ela disse antes que um sorriso sarcástico tomasse conta de seu rosto e ela brincasse olhando para Miguel e Robby. — Se vocês dois ficarem insanamente populares... — ela colocou uma mão exagerada no peito e balançou a cabeça. — Agradeça à minha namorada. Ela tem esse efeito nas pessoas.
Robby riu das palavras de Sonny. — Agora que penso nisso, não vejo Moon desde o verão. — Robby disse, lembrando da pequena amizade que começou a formar com a garota depois que Sonny e Sam insistiram em encontros duplos. Robby se virou para Sonny, suas sobrancelhas franzidas. — Como ela está?
Sonny sorriu, balançando a cabeça enquanto tomava um gole de sua bebida. — Ela está bem. Ela está lá fora. Deixe-me ir buscá-la. — Sonny disse alegremente, pulando para fora da ilha. Ela olhou para Hawk, que imediatamente tomou seu lugar na ilha, e apontou para sua bebida. — Cuidado com minha bebida? — ela perguntou e nem precisou terminar a frase antes que Hawk pegasse a lata, colocasse-a entre as pernas e cobrisse o bocal com a palma da mão.
Sonny voltou para fora no momento em que um grupo de quatro garotas entrou no apartamento e foi direto para os três garotos. Sonny procurou Moon no pátio, mas era difícil encontrar rostos por causa de quantas pessoas estavam ao redor dela.
Enquanto ela abria caminho pela multidão, ela ouviu uma voz chamando seu nome do estacionamento.
Sonny virou a cabeça para a voz e seu coração imediatamente começou a bater forte contra seu peito quando viu Tory parada perto das latas de lixo. Sonny olhou ao redor, tentando localizar algum rosto familiar, mas não viu ninguém por perto: ela se virou para olhar de volta para Tory, a garota loira acenando nervosamente para ela.
— Eu não quero brigar. — a voz de Tory estava trêmula, fazendo Sonny acreditar nela. Ela deu passos lentos em direção a Tory e para longe da multidão até ficar a apenas um pé de distância de Tory.
— O que você... — Sonny engoliu o nó que se formava em sua garganta e enfiou as mãos nos bolsos de trás. — O que você está fazendo aqui?
Ela queria perguntar por que Tory queria tanto falar com ela. As duas só tiveram um punhado de conversas, a maioria delas ameaças lançadas a Sonny.
Tory piscou forte e se esforçou para encontrar os olhos de Sonny. — Eu queria conversar. — ela mexeu os dedos e finalmente criou coragem suficiente para olhar para Sonny. — Você não perdeu o All Valley.
Sonny sentiu como se tivesse levado um soco no estômago. Algo que a estava enchendo de culpa durante todo o verão era algo que estava completamente fora de seu controle. Seu queixo caiu e seus olhos suavizaram com as palavras de Tory. A loira mordeu os lábios ansiosamente, querendo dar a Sonny a chance de reagir como ela precisava.
Sonny ficou sem palavras por alguns segundos antes de ela balançar a cabeça como se estivesse se sacudindo para sair de seus pensamentos. — O que você quer dizer?
— Silver pagou o árbitro para que eu ganhasse e ele incriminou o Sensei Kreese pelo negócio do Stingray. Tenho trabalhado com Kreese para tentar expô-lo. — Tory disse e o queixo de Sonny caiu. Ela piscou para a garota na frente dela algumas vezes antes de falar.
— Kreese? Ele não está preso por tentativa de homicídio? — Sonny perguntou, sua voz alta em choque e Tory visivelmente engoliu em seco. Sonny não estava brava com Tory. Ela sabia o poder que Kreese, Silver e Cobra Kai tinham sobre as pessoas. Uma de suas melhores amigas estava na mesma posição.
O que Tory não sabia era que Sam, que já estava chateada depois de ver Miguel beijar outra garota, estava atrás de Sonny e ouvia cada palavra que Tory dizia.
A raiva borbulhou no estômago de Sam e, sem pensar, ela gritou enquanto passava correndo por Sonny e ia direto para Tory.
— Sam, não! — Sonny gritou, dando um passo à frente para tentar interceptá-la, mas era tarde demais.
O pé de Sam atingiu o estômago de Tory, fazendo-a tropeçar para trás na lata de lixo atrás dela. Tory gemeu ao sentir sua cabeça batendo no metal, mas rapidamente seus olhos encararam Sam com uma mistura de choque e raiva. Ela não queria lutar, ela foi lá para confessar.
Os gritos chamaram a atenção de quase todos na festa. Sonny correu em direção as duas, agarrando os ombros de Sam e puxando-a para trás antes que Sam pudesse dar outro golpe em Tory.
Enquanto Sonny afastava Sam de Tory, Miguel, Hawk, Robby e Moon vieram correndo até as três garotas. — O que está acontecendo? — Robby gritou, olhando para frente e para trás entre Sonny, Sam e Tory.
Sam se virou para encarar os cinco atrás dela, apontando um dedo acusador para Tory. — Ela estava trabalhando com Kreese o tempo todo! — Sam gritou. Sua voz falhou enquanto ela falava, fazendo Sonny acreditar que essa reação era por mais do que apenas Tory e suas palavras.
Robby se virou para Tory com os olhos arregalados, dando um passo para mais perto dela. — O quê?
— Por que você só veio para frente agora? Hein? Porque você é um covarde. — Sam estalou e Sonny virou a cabeça para a garota mais baixa e a puxou de volta pelo braço.
— Sam! — ela repreendeu.
Tory olhou para todos os olhares sobre ela antes de se virar para Sam e balançar a cabeça. — Dane-se, LaRusso. Eu sabia que isso era um erro. — ela murmurou antes de sair correndo da área de estacionamento dos apartamentos. Os olhos de Sonny suavizaram observando a figura da menina recuando. Ela estava pronta para correr atrás dela, para obter mais informações, mas Moon e Miguel a seguraram pelos braços. — Tory. Não, espere!
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro