Chittaphon estava correndo pelos corredores de onde trabalhava, tomando cuidado apenas em não derrubar alguém ou os óculos, precisava chegar antes da nave partir.

Assim que chegou na sala onde Taeyong deveria estar se arrumando, recebeu o recado de que ele já estava indo para área de decolagem.

Sem muitas opções, apenas saiu em direção ao local onde Taeyong estaria. Assim que chegou, viu o Lee conversando com seu instrutor, parou um pouco para descansar, enquanto esperava Taeyong ficar sozinho.

Quando o instrutor se afastou, Chittaphon foi direto abraçar o Lee, escutando uma risada vindo dele.

- Achei que iria sem se despedir de mim. - Disse assim que se afastou.

- Sabe que não iria, saeng. - Arrumou os cabelos do mais novo, parando em sua frente. - Então, adeus?

- Eu preciso falar algo antes... - Estava nervoso, foram dias pensando e repensando no que falar e agora parecia que tudo iria dar errado.

- Tem que ser rápido, eu já vou ter que entrar. - Disse fechando o zíper da roupa que estava usando.

- Ok, hum, calma. - Estava pensando por onde começar, Taeyong estranhou o nervosismo, mas sempre se preocupava quando ele ficava daquele jeito.

- Ten... Calma, fala, eu vou escutar, ok?

- Ok. A mais ou menos um ano, eu percebi que estava apaixonado por uma pessoa, mas essa pessoa é meio lerdo e vive no mundo da lua. Literalmente. Todo ano ele viaja para o espaço, 'pra ver se tem algo de errado com os satélites, e eu fico morrendo de preocupação, sinto medo dele não voltar, Taeyong. - Olhou nos olhos do Lee, vendo eles brilhando.

- Não se preocupa, se ele é bom, nada vai acontecer. Te recomendo falar isso para ele, Ten.

- Mas... - Iria continuar, mas ambos escutaram alguém mandar Taeyong entrar na nave e Chittaphon ir para sala de comando. - Eu tenho que ir.

- Também, se cuida. - Foi até a nave, lembrando de falar algo antes de entrar. - Até daqui dois meses, Chitaphom.

- É Chittaphon! - Viu o Lee rir. Revirou os olhos e sorriu, saindo do local, indo em direção a sala de comando. - Até daqui dois meses, lerdo que vive no mundo da lua. - Sussurrou baixo. 

Assim que entrou na sala, recebeu o fone de ouvido e o microfone, se sentando logo em seguida na cadeira em frente ao painel. Todos na sala estavam em frente à janela, esperando para ver à nave decolar, enquanto Ten só esperava achar algo de errado no meio daquele tanto de letras e números, algo que deixasse Taeyong na terra.

Ele poderia ter ido com o Lee, mas como um bom profissional, preferiu não ir, já que o que sentia por Taeyong poderia por tudo a perder.

Soltou um suspiro quando escutou a contagem regressiva.

Dez

Nove

Oito

Sete

Seis

Cinco

Quatro

Três

Dois

Um

Decolar!

Quando escutou o barulho da nave partindo, seu coração começou a bater mais rápido e quase chorou. Só não fez isso porque tinha que cuidar para que tudo desse certo.

Foram longos minutos até Taeyong sair da estratosfera, e assim Ten poder respirar. Agora era só cuidar para que tudo desse certo.

Pegou o rádio que ficava a sua frente, apertando o botão pensando no que falar.

- Torre de comando para nave, Taeyong... Você nos escuta? - Toda sala ficou em silêncio, se estivessem mais perto de Chittaphon, conseguiriam escutar o coração dele bater.

- Em alto e bom som. - Foi uma festa, um monte de pessoas gritando e Ten sorriu como nunca tinha sorrido antes.

- Entendido, mandaremos comandos quando necessário. - Recebeu um "Ok" como resposta.

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Os dez dias que haviam passado, só serviram para deixar Chittaphon nervoso e Taeyong mais longe da terra.

Muitos falaram que Ten estava muito obsessivo. À noite, só ele ficava na torre, muitos falavam que era porque não tinha confiança nos outros, ou porque ele e Taeyong passavam à noite conversando. Mas o verdadeiro motivo, era que ele estava tentando reunir forças para falar para Taeyong que ele era o homem pelo qual estava apaixonado.

Nessa noite não foi diferente. Dispensou todo mundo e trancou à porta, se sentou na cadeira e pegou o rádio, apertou o botão.

- Ah... - Travou no meio, teria que se afastar de Taeyong se contasse a ele. Parou de pensar quando escutou uma voz saindo pelo rádio.

- Ten, da 'pra parar de apertar o botão e não falar nada? Da um barulho chato.

- Desculpa... Eu... Esquece. - Soltou o botão, jogando a cabeça para trás, mas escutou novamente a voz do Lee.

- Pode falar, eu vou escutar. Sempre escuto.

- Eu não quero falar, se falar, vou ser afastado da missão.

- Tem haver com o homem que você gosta? O lerdo que vive no mundo da lua, e que está no espaço nesse momento? - O coração de Ten parou por alguns segundos.

O de Taeyong estava a mil, tinha que tocar nesse assunto, afinal, se dissesse em frente ao mais novo, iria desmaiar.

Ten apertou novamente o botão, pensando no que dizer.

- Eu amo ele, e nesses dez dias, eu só conseguia pensar no quanto os abraços dele me deixavam feliz. Muitos estão dizendo que eu fico com um mau-humor mais frequente se ele não estiver aqui.

- E se ele estivesse, o que você faria?

- Seria o amigo dele, afinal, eu sou isso, se eu pudesse escolher, nessa hora... - Olhou para o lado onde havia um relógio. - A uma e trinta e seis da manhã, eu gostaria de estar abraçado com ele, dormindo, como eu sempre quis.

- Será que ele pensa o mesmo?

- Eu não sei, o que você acha?

- Acho que, esse homem deve ser muito sortudo por ter alguém como você apaixonado por ele. E também acho que ele deve te amar da mesma forma. Mas por conta da vergonha, ele nunca disse nada.

- Eu te amo, Taeyong.

- Também te amo, Chitapon.

- É Chittaphon!

- Shiu, foi por causa do rádio, eu falei certo.

- Aham. - Revirou os olhos e riu, ouvindo uma risada do outro lado. - Vou te deixar dormir, tenho que ir para casa.

- Claro. Ten, vai se afastar da missão?

- Você sabe que sim, não quero te deixar em perigo.

- Ok. Boa noite, Chittaphon. - Ten sorriu, talvez o segundo sorriso mais bonito de sua vida?

- Boa noite, Taeyong. - Desligou o rádio, saindo da sala, dando a liberdade para os outros entrarem.

Iria conversar com seu chefe na manhã seguinte.

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Assim que Chittaphon chegou, nem se deu ao trabalho de ir à sala de comando da nave de Taeyong, foi direto ao escritório de seu chefe.

Quando sua entrada foi permitia, entrou em seguida, com o coração quase saindo pela boca.

- Chittaphon, o que devo a sua ilustre presença?

- Eu preciso ser afastado da missão dos satélites.

- Por quê? Você cuida dela a tantos anos.

- Eu... Estou com sentimentos amorosos em relação ao astronauta que está dentro daquela nave, e isso não é permitido.

- Claro, vocês estão tendo algum tipo de caso?

- Não.

- Então ok. Você está afastado dessa missão, le darei outra e colocarei Kun em seu lugar.

- Ok. - Colocou à mão no bolso, tirando à chave da sala de lá, pronto para entregar.

- Fique com isso, é bom Taeyong ter alguém para conversar.

- Tudo bem. - Guardou ela rapidamente. - Se me der licença.

- Pode ir.

Saiu do sala, indo em direção ao seu escritório, teria que ficar ali até ter outra missão para si.

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À noite, como de costume, entrou na sala onde ficava os comandos da nave de Taeyong. Ficando a "sós" com o mais velho.

Se sentou na cadeira, soltando um palavrão baixo ao perceber que ela estava mais baixa. Pegou o rádio e o fone, apertando o botão.

- Boa noite.

- Olá.

- Como foi o dia?

- A mesma coisa, só que Kun é mais duro do que você. Você me tratava com carinho, ele não trata.

- Gostaria que ele te tratasse com carinho, Taeyong? - Levantou um sobrancelha ao escutar uma risada no outro lado.

- Isso seria ciúmes?

- Por que teria ciúmes de alguém que não é nada meu?

- Hum, porque você gosta dele?

- Você tira um ano de vida meu, sempre que me provoca.

- Não enche, parece um velho.

- Você está chato hoje, sabia?

- Desculpa, é falta de contato.

- Quero que você volta 'pra terra logo.

- Hum, para?

- Você sabe, Lee.

- Aham. - Ten riu, se assustando quando percebeu a porta ser aberta.

- Ah! Oi, Chitapon, vou precisar falar com Taeyong, se você pudesse sair. - Ten concordou, se despedindo de Taeyong, indo para porta.

- E é Chittaphon! - Falou ao sair da sala.

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Durante os últimos dias, Chittaphon esteve ocupado com outra missão que ganhou, ficou sem falar com Taeyong pelo resto do tempo que ele permaneceu no espaço.

Ficou sem noção do tempo, lembrava de Taeyong, mas não lembrava exatamente quando ele voltaria para terra, já que não sabia como andava à missão.

Estranhou quando estava trabalhando e todos a sua volta olharam para porta. Fez o mesmo, deixando a caneta que estava em sua mão cair.

- Hyung... - Correu até à porta, abraçando Taeyong como se sua vida dependesse disso, sendo retribuído.

- Você parou de falar comigo.

- Desculpa, estava ocupado.

- Tudo bem. - Ficou vermelho quando recebeu um selinho em seus lábios.

- Ahn... Vem. - Pegou na mão de Taeyong, puxando ele para fora da sala. - Hum, como foi à missão?

- A mesma coisa, as vezes prefiro ficar no espaço, é tão lindo.

- Sinto falta de ir 'pra lá. - Soltou um suspiro, lembrando de tudo que aconteceu na última vez que entrou em uma nave.

- Ten, sabe uma coisa que eu percebi durante todo o meu tempo no espaço?

- O que?

- Que ele é infinito. Então, é a única coisa que pode ser comparada com o meu amor por você. - Chittaphon pode jurar que nunca ficou tão bobo em toda sua vida.

- Eu te amo, muito. - Se pendurou no pescoço de Taeyong, roubando um beijo dele. - Muito mesmo, nem todas as estrelas no mundo podem significar o meu amor por você.