Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capitulo Vinte - Blue Autumn

As músicas Fly On, See You Soon e See You Again descrevem os personagens nesse capitulo. A parte da música (It's Hard To Say Goodbye) que Louis fez como ponte para o final começa em 2:30 e termina em 3:20, caso estejam curiosos :) Essa música NÃO É MINHA, é do Michael Ortega.  Mudei o nome porque como espero que vire livro, não posso colocar a música existente de alguém, não é? Mas é baseado nesse estilo de música e sempre que escutarem, espero que lembrem da fic e como a música do humano que valorizou o aparentemente inexistente, feita para uma alma que se tornou sólida por amor.

Obrigada por tudo. Por acompanhar, apoiar, votar, comentar, chorar, sorrir... Espero que a fanfic tenha tido algum ensinamento e feito valer a pena os minutos da vida de vocês  que usaram para ler cada capitulo. Vocês são os melhores leitores do mundo.

QUANDO OLHAREM ESSA ESTRELINHA (*) É PARA COLOCAR A MÚSICA PARA TOCAR.

Inicio da fic: 26 de Dezembro de 2013. Fim da fic: 22 de Março de 2014. Sendo repostada em 2016~

Boa leitura, meus gasparzinhos.

~o~

Pego a mochila e coloco o cobertor branco e grosso dentro. Tiro o elástico prendendo meu cabelo e jogo na cama. Meus olhos devem estar vermelhos das lagrimas que continuam a se formar sem meu controle, mas eu não me rendo. Eu não posso chorar agora.

Eu sabia que esse dia estava chegando.

- O que está fazendo? – Louis pergunta suavemente.

Olho os papeis espalhados por baixo do teclado na escrivaninha, fungando o nariz que começa a entupir. A partitura que quero não está nessa bagunça. Não, ela está muito bem guardada. Ainda ignorando a pergunta de Louis, me aproximo do criado-mudo e abro a primeira gaveta, encontrando a partitura logo acima. Coloco na mochila.

O que mais? Olho ao redor, esperando não me esquecer de nada. Vejo o teclado outra vez. Ah sim. Tenho que leva-lo também. Penduro a mochila nas costas para segurar o teclado abaixo do braço e me viro, dando de cara com o Louis.

Louis.

- O que vai fazer? – ele franze a testa, parecendo se preocupar.

- Querendo ou não, já pensei sobre esse dia – respiro fundo com o peito tremendo levemente na ação. – Só não imaginei que a sala de música estaria destruída.

- A sala de música? – repete e eu afirmo. – Está indo para lá?

Nego.

- Nós estamos indo – corrijo. – Vamos.

Desvio dele e passo pela porta do quarto, parando novamente com meu pai e minha mãe bloqueando o caminho. Os dois parecem curiosos e ao mesmo tempo, severos. Não vai ser difícil convencê-los. Como eu já havia dito, eles tentam entender sem precisar de explicações que eu não possa ou não queira dar no momento.

- O que está acontecendo? – Papai pergunta, me olhando de baixo a cima. – Para onde vai com isso?

- Você chegou tarde quase derrubando a porta e correndo para o seu quarto – Mamãe relata, cruzando os braços e levantando uma sobrancelha. – Gostaria de se explicar, mocinho? Damos liberdade, mas não é para tanto.

Tenho muito a explicar e o tempo com Louis é limitado e mais importante.

- Eu preciso que confiem em mim – peço, olhando sinceramente nos olhos de cada um. – Nunca os decepcionei. Eu não tenho tempo a perder e é realmente algo importante para mim. Prometo explicar tudo ao amanhecer.

Mamãe balança a cabeça mostrando resistência e olha para papai que franze o cenho para mim.

- Harry, ao menos diga onde está indo – ele insiste.

- Aonde tudo começou – murmuro, olhando para Louis ao meu lado. – É onde deve terminar.

- Eu não entendo – Mamãe se frustra, descruzando os braços e eu a olhei.

- Não é preciso. – Sorri tristemente, sentindo o olhar de Louis. – Amanhã eu falo, mas realmente preciso ir.

Aperto o ombro dela e dou um sorriso na direção do meu pai antes de descer a escada com velocidade, depois porta a fora para a escola. Louis não teve problema em me acompanhar. Ele levou o teclado para mim e a gente não se importou se está parecendo flutuar para alguém. As ruas estão praticamente vazias nessa hora pela vizinhança. Eu corro como se pudesse salva-lo. Meu casaco balança para trás com o vento assim como o cabelo ao redor do rosto.

De repente uma garota de maquiagem escura aparece no meu campo de visão dobrando a esquina. Eu retardo os passos e consigo desviar de ultima hora, continuando a correr. Olho para trás, juntando os dentes em receio. Ela está com os olhos arregalados e uma garrafa de bebida vazia na mão.

- Desculpa! – berro e olho para Louis, lembrando do teclado flutuante.

Opa.

- Ao menos amanhã ela vai esquecer, ou achar que foi efeito colateral – Louis pisca para mim.

Ele começa a rir e por incrível que pareça eu me distraio do motivo da minha pressa e sou contagiado pelo momento. Uma das coisas que ele me ensinou bem, se no momento consigo rir é o que farei. Nossas risadas se misturaram com latidos de cachorros das casas que passávamos. Eu precisei parar de rir gradativamente porque já é bem difícil enquanto se corre.

Chegamos à escola e eu coloco as mãos nos quadris respirando alto e num intervalo desregular.

A dor no meu coração volta a chamar atenção. Nós não estamos mais sorrindo. Caminhamos lentamente para o prédio da escola, indo para a porta dos fundos. Louis a atravessa, me entregando o teclado. Ele abre a porta por dentro para que eu possa entrar.

Tudo está escuro, mas Louis funciona como um foco de luz parecido com um vagalume. A imagem dele enfraquece mais ou volta a ficar apenas fraca.

- É como se estivesse indo e vindo – comento em voz alta enquanto subimos as escadas com uma atenção maior que o normal por causa de tudo que carrego e a falta de luz.

Percebo sua roupa mudando em um piscar de olhos para a familiar camisa branca e calça preta de suspensórios.

- O quê? – ele me olha por um rápido segundo.

- A luz que emana de você – respondi.

- Ah... – ele se olha. – É porque preciso lutar contra mim mesmo para me manter aqui por mais tempo.

Então, é isso. Fico em silencio até chegar na porta da sala que já está aberta. Empurro mais com as pontas dos dedos e fecho os olhos. Não importa quantas vezes olhe, será tão doloroso quanto a primeira vez.

- Tudo bem? – Louis sussurra no meu ouvido.

Junto coragem e abro os olhos. Olho por cima do meu ombro. Louis espera uma resposta. Eu sorrio o máximo que posso e ele sorri de volta perfeitamente, muito mais corajoso que eu. Olho ao redor juntando os lábios. O único lugar livre e limpo o suficiente para nós dois é abaixo das janelas, no meio da sala. Louis pega o teclado mais uma vez e eu tiro a mochila das costas.

- Tem uma tomada aqui – ele coloca o teclado perto do local.

Pego o cobertor.

- Por que trouxe isso? – a voz estridente de animação do Louis está de volta e eu tinha sentido falta.

- Está frio e pretendo ficar a madrugada aqui com você – estendi o cobertor. – Assim é mais confortável.

- E o que vai fazer se aparecer alguém, espertinho? – ele me olha com um sorriso desafiador.

Dou de ombros.

- Vou sair antes disso. A escola só abre dez horas dia de sábado e a policia ainda vai mantê-los ocupados nos primeiros minutos.

Tiro meus tênis e sento em cima do cobertor. Apoio-me contra a parede e puxo parte do cobertor por cima dos meus ombros. Está quentinho e eu me encolho, fechando os olhos e escondendo meu nariz no tecido. Louis me observa e eu olho para ele com um sorriso. Abro um dos braços com o cobertor por cima.

- Vem, Lou – convido.

Ele se aproxima quase como uma criança. Como se estivesse esperando eu chama-lo o tempo todo. Não que precisasse, ele poderia simplesmente ter vindo. Louis pega o cobertor do meu braço aberto e coloca por cima dos ombros transparentes dele. Exatamente o que eu queria.

Coloco as mãos no meu colo já que não posso tocá-lo. Ele encosta a cabeça no meu ombro. Por uns segundos olhamos a porta da sala que deixamos aberta.

- Por que trouxe o teclado? – ele quebra o silencio, ainda falando alto apesar de estar bem ao meu lado.

Eu rio levemente e faço sinal de silencio. Ele arregala os olhos e murmura um "desculpa" antes de se desfazer em risos.

- Você disse que gosta de me escutar tocar – sussurro. – E que quando eu sentisse sua falta, ou precisasse de você, é só eu tocar que você vai estar comigo. Espero que não seja mentira porque poderia tocar até sua parti... – não consigo dizer. – Quero que fique feliz até o fim.

- Eu estou feliz – ele está sorrindo. - Talvez eu nunca partisse – pelo visto ele consegue dizer, mas não gosto de escutar. – Se não fosse por você.

Não sei se fico realmente grato de ter ajudado nisso, mas no fundo sei que sim. Esse é o melhor, esse é o certo. Eu sempre vou querer o melhor para Louis, mesmo que isso signifique deixa-lo ir.

Na minha falta de replica, ele continua:

- E se eu partisse sem ser com sua ajuda, eu ia partir tão solitário quanto permaneci na Terra. Não sei se lembra do que eu te falei, mas minha vida realmente começou depois que te conheci – ele afasta o rosto para que eu possa virar a cabeça e ver melhor os belos olhos azuis.

- Está sentindo algo? – fico curioso e cauteloso, sentindo vontade de puxa-lo contra meu corpo e abraça-lo. – Dói desaparecer? Está com medo do que acontece depois?

Ele ri levemente das perguntas que fiz quase sem intervalo uma atrás da outra e dá uma pausa antes de responder, retribuindo meu olhar.

- É mais como se eu estivesse preso por correntes e finalmente me libertassem – ele explica. – Traz certa paz que nunca senti, mas estou tentando não me entregar para essa sensação ainda.

Então, ele já pode ir? Mas está forçando o tempo aqui. Como ele disse mais cedo, está lutando contra si mesmo. Ele volta a encostar a cabeça no meu ombro vendo que eu não digo mais nada.

- Você... – inclino a cabeça na direção da sua, sentindo meus olhos desfocados e o nariz formigando em aviso de lágrimas. – Não precisa fazer isso por mim, você sabe.

Vejo sua mão transparente se colocando por cima da minha.

- Sabe o que realmente dói? O que dá medo?

Mordo meu lábio inferior com força, as lágrimas ameaçando cair. Balanço a cabeça negativamente.

- Dizer adeus e não saber se vou poder te encontrar mais uma vez depois daqui.

Rio sem humor e jogo a cabeça para trás. Encosto o ouvido na parede e olho a janela acima de nós dois. Eu lembro do dia que revelei meus sentimentos sem medo e ele disse sentir o mesmo. No dia seguinte tivemos nosso primeiro encontro, aqui no nosso lugar. Depois, fomos para a varanda e cantamos juntos abaixo das estrelas.

Nós vimos uma estrela cadente e fizemos um pedido. Pelo visto, não existe isso de pedidos realizados por estrelas cadentes. No fim é só um rastro luminoso de um meteoro estupido que acontece de passar quando olhamos para o céu.

Tudo que desejei foi o Louis. Sempre foi e agora sempre será. Mas tudo que terei é um vazio e silencio quando eu chamar por seu nome e nenhum espirito que odeia ser confundido como fantasma aparecer.

Escondo meu rosto entre minhas mãos, não segurando mais o choro. Os soluços são barulhos esquisitos que eu não sabia ser capaz de fazer. E apesar de Louis não poder me abraçar, eu vi que ele está aqui. Eu nunca valorizei tanto o amor visto, mas não físico como naquele momento. Muitos o sentem, mas não enxergam. Louis é a primeira prova de amor a olho nu.

Melhor que isso, eu posso senti-lo também. O que os olhos não veem o coração não sente. Não tem uma frase assim? Bom, tem razão. Após ter visto, parar de ver vai só me fazer sentir mais a ausência.

De repente, escuto uma nota ser tocada. Levanto a cabeça me sentindo num déjà vu. Louis tinha ligado o teclado e tocado a nota. Eu franzo as sobrancelhas acalmando meu choro e ele cruza os braços, me olhando em negação com um sorriso carinhoso.

- Eu posso até saber o porquê das lágrimas, mas continuo não gostando de ver pessoas chorando. Ou você, em especial.

Eu começo a sorrir no meio do choro, me lembrando do primeiro dia que o vi e nos conhecemos.

- Aí, muito melhor – ele reaparece ao meu lado e eu viro minha cabeça para ele. – Não quero que chore por minha causa, afinal eu devo fazer feliz quem amo.

Respiro fundo com o nariz entupido, fazendo Louis rir junto comigo. Enxugo meus olhos com o cobertor. *

- Podemos sonhar juntos antes de acabar? – peço.

- Nada acaba com as idas sem voltas. É sempre permanente no coração e eterno na alma.

Ele se aconchega do meu lado e apoia a cabeça no meu ombro.

- Boa noite, Harry.

Guardo esse ultimo ensinamento e fecho os olhos.


Eu estou no banheiro da escola. Sofrendo bullying pela primeira vez. Mas quando Jimmy vai me atingir, eu desvio. De alguma forma, sei o momento certo que ele vai tentar me bater. Minha respiração fica pesada e eu encaro os três garotos.

Conor coloca a mão no peito e fica aterrorizado. Os outros dois correm enquanto o peito de Conor se abre e o seu coração pulsa visivelmente. Ele grita de dor e eu sinto vontade de vomitar. O que está acontecendo?

Não quero ficar aqui. Quero ver o Louis.

Saio do banheiro e esbarro nos meus amigos.

- Harry? O que aconteceu? – Liam está em alerta.

- A gente viu. Vamos quebrar a cara deles – Zayn sorri bravamente e corre com Niall atrás de Russell e Jimmy.

Eu deixo Liam sozinho e corro para as escadas. Chego na sala de música e abro a porta.

Tudo está em seu lugar. Limpo e lindo como sempre, mas eu admiro mais que o normal como se fosse diferente dessa vez.

- Harry.

Olho em direção da voz e sorrio ao ver Louis parado sorrindo para mim.

- Oi. – Me aproximo.

- Conseguimos mais uma vez.

Não entendo o que ele disse, mas noto sua imagem fraca, quase desaparecendo. Sinto um pânico e me lembro de tudo. Louis está indo embora e estamos sonhando juntos pela segunda e ultima vez.

Tentamos outras vezes, mas nunca mais havia dado certo. Ainda bem que funcionou. O pânico foi substituído pelo alivio. Ele deixa de ser imagem fraca e se torna real, ao menos em sonho. A primeira coisa que faço é abraça-lo com minhas forças concentradas em formar um aperto sem escapatória. Como se pudesse mantê-lo para sempre e tolamente ainda tenho esperanças de que posso. Eu sinto ele me abraçar de volta e toda a dor que chorei se transforma em um calor agradável.

- Obrigado por sonhar com a sala de música – ele sussurra no meu ouvido, escondendo o rosto no meu pescoço logo depois.

Afasto um dos braços para segurar sua nuca.

- Não agradeça – passo meus dedos entre seus fios de cabelo. – Eu disse, não disse? É aqui que começou e é aqui que deve terminar – sorri, afastando o rosto. Ele faz o mesmo para que nos olhássemos adequadamente. – Mas do jeito certo. O jeito que estava quando tudo começou.

- Não exatamente – ele sorri de volta, apontando para trás. – O cobertor ainda está ali.

- Isso foi proposital – desço minha mão das costas para sua cintura, não desviando o olhar.

Ele afaga meu rosto e eu sorri automaticamente, quase travando o sorriso de tão largo. Minhas covinhas devem estar aparecendo. É bom senti-lo. Seus lábios tocam os meus e eu aperto sua cintura, o guiando para trás.

É apenas um beijo sem pressa e valorizando o sentimento que temos em comum, mas pensando no fim que representa nos entregamos também ao desejo. Fomos parar em cima do cobertor e diferente da primeira vez, eu consegui sonhar cada passo e detalhe.

Falamos o que ainda precisava ser dito e Louis até mesmo revelou mais fatos que sempre esperava a hora certa de dizer. Sussurramos misturando gemidos e beijos. Fazíamos questão de dizer o nome do outro a cada frase completada. Tudo isso enquanto preencho o interior de Louis a cada estocada e o sinto apertar ao meu redor.

Nós não dissemos as três palavras até agora. Nosso amor nunca foi baseado em palavras, mas sim em gestos que podiam ser vistos. Apesar disso, quando deitamos aconchegados no outro ao terminar e com receio do sonho parar bruscamente, ele disse que me veria em breve. Um "eu te amo" que passa despercebido em relações normais, igual tantos outros exemplos de ações.

- O que acontece entre nós dois nunca será normal – é o que Louis diz, logo depois de eu compartilhar meu pensamento com ele e isso que torna nossa relação única.

Senti sua cabeça encostada em meu ombro e pude colocar meu braço ao redor dele, o acariciando. Naquele momento, perdi controle do sonho e a sala começou a se despedaçar ao nosso redor sem nada nos atingir. O lugar livre, limpo e seguro o suficiente para nós. Louis sobe e eu me aconchego nele.

Eu sorri levemente e tenho certeza de que ele também está sorrindo. Eu me sinto em paz apesar do cenário ao meu redor. Louis deve ter sentido a mesma paz e finalmente se rendeu a ela.


Olho para os pequenos reflexos do amanhecer atravessando a janela e atingindo os cacos de vidros espalhados, os fazendo cintilar. Não senti receio ao virar o rosto em procura dele. Tudo que encontro é um espaço vazio no cobertor ao meu lado com sinais de que alguém esteve ali e não está mais. Senti-me adormecido por dentro.

Estiquei-me para puxar o teclado. Coloco no meu colo. Não soaria tão lindo quanto no piano, mas eu não me importo e tenho certeza de que Louis também não. Tiro a partitura da minha mochila que está jogada por ali perto e a posiciono onde eu possa ver. Não que eu precise, mas é importante estar aqui.

Não é por causa dele que me sinto sozinho agora. É por causa das outras pessoas que não são como ele e nunca poderão ser. Acredito que meu coração só soube amar o Louis. Então, é difícil encontrar alguém como ele começando pelo simples fato de que mesmo sendo intocável, ninguém irá parecer tão vivo quanto ele foi capaz de ser para mim. Quanto ele foi capaz de me fazer viver enquanto durou.

Assim, quando precisar da melhor prova de que um dia nós estivemos juntos, eu tocarei a música que compus. A música dele. A nossa música.

Eu consegui pensar no nome perfeito para ela.

Outono Azul. É a cor dos olhos que amo e a estação que parece representar o fim, mas na verdade se não deixasse as folhas caírem, as árvores não poderiam continuar vivas. Não haveria amadurecimento, nem a colheita dos frutos.

- Hey, Louis. - O chamo, sabendo que nunca mais teria resposta do meu garoto que preferia ser chamado de espirito.

É você a brisa suave e carinhosa que passa por meu rosto quando meus olhos estão fechados da forma que me admirava ao tocar? É você que está aqui enquanto meus olhos se enchem de lágrimas, mas meus lábios formam um sorriso? Essa sensação calorosa e tímida no meu coração?

Eu posso sentir.

Porque você disse, não disse?

Quando eu precisar de você, devo tocar uma música porque você ama me escutar tocar e eu amo tocar para você. Eu preciso de você. Eu preciso tanto que tenho medo de não conseguir mais viver em um mundo que você não exista. Eu quero te encontrar do outro lado. Faria isso sem pensar duas vezes. Iria com você aonde for.

A única coisa que me impede é você mesmo. Tudo que me ensinou e deixou comigo ao partir. Eu não posso desperdiçar a pessoa que você me tornou. Não posso ignorar tudo que fez por mim, por nós. Se eu me suicidar, você ficaria decepcionado. E eu prefiro sentir essa dor pelo o resto da vida do que ver sua expressão de decepção ao nos encontrarmos.

Eu estarei sempre te buscando em outras pessoas, sem sucesso. Sempre olhando um relance da sua imagem na esperança de que voltou, mas no fim será só mais uma ilusão criada por mim. Pelo desejo de que volte.

Mas esse é o nosso final feliz, essa é nossa forma de continuar fazendo o outro feliz. Eu tenho certeza que está em algum lugar por aí, cuidando de mim para que eu nunca esqueça o que é viver e seguir em frente.

A primeira coisa que você desejou quando a gente se conheceu, foi me ouvir tocar. A primeira coisa que eu te desejei, foi que encontrasse a luz. Talvez as estrelas cadentes não realizem pedidos originados do momento, mas o primeiro simples pedido feito com o coração antes de vê-la no céu.

É, deve ser isso.

Fim.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro