Capitulo Sete - Now They Know
Boa leitura, gasparzinhos.
~o~
Devolvi o guarda-chuva da Casey e agora que terminou as aulas, estou indo para a sala de música. Sem motivos tristes ou bons. Simplesmente porque posso e eu e Louis somos amigos.
- Louis! – gritei, fechando a porta.
Sua imagem apareceu no sofá com o violão em mãos.
- Precisa gritar? – ele me olha assustado. – Aconteceu algo?
- Não-
Eu estava respondendo, mas me interrompi para soltar um espirro tão alto quanto meu grito. Funguei, esfregando o nariz com a parte de trás da minha mão. Soltei um suspiro pela boca e sorri com os olhos lacrimejando.
- Oh, Deus! – Louis colocou o violão no sofá e se aproximou prontamente. – Você está resfriado.
Dei de ombros, ainda sorrindo e me sentindo sonolento.
- Por que veio para a escola nesse estado? – ele me olha em desaprovação.
- Porque eu posso e eu quis – passei dele e sentei no sofá, encostando a cabeça no apoio.
- Você tem que ir para casa. Eu disse que você ia ficar resfriado – Louis me olhou com preocupação e eu ri anasalado.
- Eu vim até aqui mesmo assim, não me faça desperdiçar meus esforços de doente – faço um biquinho e ele revira os olhos. – O que estava fazendo? Tocando violão?
Ele assente com a cabeça, sorrindo finalmente. Louis pega o violão que está perto de mim e senta do meu lado, mas afastado. Acho que ambos tememos tentar qualquer contato. Não sabendo o que pode acontecer, ou o que podemos sentir e deixar de sentir.
- Vou tocar uma música para você, Harold – ele afina o violão.
Eu coloco as mãos nos bolsos do meu casaco e fecho os olhos. Droga de apelido... Eu deveria pensar em algum também. Antes que pudesse dar voz ao meu pensamento, o ritmo do violão foi escutado e ele havia começado a tocar. Eu achei que seria só a melodia, mas me surpreendeu quando cantou o primeiro verso de Us Against The World do Coldplay. Uma das minhas bandas preferidas e essa música é linda.
A letra... É coincidência, ou ele escolheu de proposito?
Abri os olhos e abaixei a visão para as mãos do Louis nas cordas do violão. Eu quero entender como é possível esse fenômeno. Um espirito tocando algo material. Casey me explicou, mas ele também pegou a perna do Conor e o derrubou no chão. O que será que Conor sentiu? O que Louis sentiu?
Olhei para seu rosto. Os cílios são longos e desse ângulo posso perceber. Sua voz é difícil de descrever. É como... Um chocolate quente num dia de chuva. Nesse meu estado, me passa uma sensação agradável. Ele canta e toca bem. Eu poderia escuta-lo o tempo todo.
- It's us against the world.
Finalizou e olhou para mim.
- Você tem uma voz linda e toca muito bem, Louis – elogiei sinceramente.
- Obrigado, Harry! – ele ficou feliz como se eu tivesse dito a coisa mais legal do mundo e isso me deixou mais feliz ainda.
- Eu tenho que te dar um apelido – decidi.
Ele encosta o violão no sofá e olha para mim, esperando. Eu encaro o teto. Um apelido... Algo que tenha a ver, que seja adorável e engraçado como ele. Louis é um espirito, mas se irrita em ser comparado a um fantasma. Fantasmas assustam... Ele não quer assustar ninguém apesar de que quando precisa, adora fazer o papel de fantasma. O que eu poderia...? Oh!
Virei-me para ele.
- Boo! – berrei.
Ele arqueou as sobrancelhas.
- Harry, eu sou um espirito e te garanto que essa foi a pior tentativa de susto que alguém já fez.
Gargalhei, mas parei para espirrar outra vez.
- Saúde.
- Obrigado – esfreguei meu nariz e voltei a olhá-lo. – É o seu apelido.
- Obrigado? – estranhou.
- Não, não – ri. – Boo. É o que os fantasmas e pessoas dizem para assustar alguém.
Ele fez careta e me julgou por uns segundos.
- Harry, esse é o pior apelido que alguém já inventou – falou da mesma forma que antes e me limitei a abanar a mão em descaso.
- Harold e Curly não são tão bons quanto pensa.
Isso iniciou uma discussão de besteiras até escurecer.
A partir desse dia, minhas visitas se tornaram frequentes e não vou mais com meus amigos para casa. Eles não entendem e pararam de convidar após certo tempo.
Faz dois meses que eu e Louis viramos amigos. Usualmente ficamos no sofá conversando sobre tudo e nada de nossas vidas, ou a que ele costumava ter. Às vezes, ele toca violão e canta comigo.
Eu toco teclado quando chego em casa. Meus pais também pararam de me esperar para o jantar e acham que fico conversando com Liam, Zayn e Niall até tarde na escola, ou algo assim.
Posso dizer que Louis está lentamente se tornando mais que um amigo. Desde que permiti, nos damos tão bem e nos aproximamos tão rápido que ousamos considerar o outro de melhor amigo. Ele aprendeu bastante sobre mim e eu sobre ele. A gente se entende como ninguém jamais conseguiu fazer.
Agora me esnobo por ter amizade com um espirito e ele ser meu melhor amigo. Quando sou idiota, ele age idiota comigo. Quando estou precisando de um momento calmo, ele relaxa comigo e ficamos muitas vezes sentados sem dizer nada até eu decidir levantar e ir embora. Achamos incrível e mais divertido o silencio compartilhado que qualquer outra coisa que pudéssemos ter feito.
Lancho todo dia com os meninos, obviamente. Alguns fins de semana eu saio com eles já que não tem escola. Fico ansioso de segunda-feira chegar logo só para visitar Louis no fim da tarde, algo que nunca pensei querer enquanto estudasse numa escola.
Zayn e Casey não passam da amizade por enquanto. Karen tentou falar com Liam e pedir perdão, essas baboseiras de quando a pessoa se arrepende, mas é tarde de mais. Liam nem deu bola. Niall continua sendo o Niall. Na verdade, ele tem se aproximado mais de Casey por algum motivo e no começo não pareceu agradar muito Zayn, mas Liam o distrai do assunto.
Acho que vão ficar só na amizade. Casey parece gostar de Zayn, mas não desse jeito. Eu não disse para ele, mas acho que sabe. Eu falo com ela mais sobre os livros de espirita que lê. Ela não sabe por que me interesso tanto, mas fica feliz em me contar tudo que pode.
Jimmy e os babacas definitivamente pararam de me perturbar apesar de alguns comentários indesejados aqui e ali quando estão por perto pelo corredor. Eu nem ligo.
Teve vários treinos de futebol e fui a quase todos para assistir Liam, Niall e admirar um pouco o capitão do time. No fim dos treinos, Louis traz a bola que guarda desde a primeira vez para usarmos quando todos saem. Niall contou casualmente que o treinador Michael sentiu falta de uma bola dentre outras na rede que as guarda. Eu ainda sou péssimo, simplesmente não é meu forte jogar futebol, mas se Louis estiver se divertindo é o que importa. Vai ter outro jogo contra uma escola no próximo mês.
O assunto recente que estão comentando é o show de talentos no meio do ano. Sempre tem nesse período e no final do ano é uma peça feita pelo grupo de teatro.
Eu nunca participei, prefiro ficar olhando. Mas no ano passado eu e meus amigos combinamos de participar esse ano porque seria o ultimo e não tínhamos nada a perder. O problema é que não estou afim, mas eles insistem.
Não quero tocar piano, ninguém gosta de escutar música clássica por aqui. Eles gostam é de música animada. Os meninos não sabem tocar nada, fora o Niall que sabe tocar o violão. O que faríamos? Niall tocando violão e o resto parado olhando para o nada? Nem sabemos dançar.
- Eu acho melhor desistirem dessa ideia – quis argumentar novamente. – Falamos aquilo de palhaçada, nem acredito que estão levando a sério.
- Mas é claro que estamos! – Niall fechou o armário.
As aulas acabaram e desde o intervalo estão tentando me convencer.
- Cara, é nosso ultimo ano na escola – Liam falou do outro lado do corredor, mexendo no armário dele. – A gente tem que fazer tudo que pode para dizer que vivemos tudo que tinha para viver.
- Isso é baboseira – reclamei, dando um passo para trás e cruzando os braços.
- Harry, até eu que não gosto dessas merdas concordo – Zayn se aproximou do Niall e de mim.
- Você anda concordando com tudo que Liam fala ultimamente, Zayn – revirei os olhos. – Só por medo de brigar de novo.
Liam chegou perto e riu com Zayn.
- Não quero saber! Eu quero tocar violão no show de talentos e quero vocês comigo – Niall insistiu emburrado.
O corredor está se esvaziando e eles andaram para a saída, mas eu continuei parado. Eles estão no meio de dizer algo, mas não me viram acompanhando. Viraram-se para mim.
- Harry, vai ficar de novo? – Niall me olhou com tédio.
Eu apenas sorri.
- Que merda, cara. O que tanto faz que nem vai mais com a gente para casa? – ele quis saber.
Eu dei de ombros e ele ia falar de novo, mas Zayn me deu dedo apesar de estar sorrindo, puxando Niall pelos ombros. Liam acenou para mim e se afastou com os dois. Eu ri e fui para as escadas. Cheguei ao ultimo andar e dei duas batidas na porta da sala de música.
- Senha – escutei a voz de Louis do outro lado.
- Vai tomar no-
- Pode entrar.
Eu ri e abri a porta. Idiota.
- Hey – cumprimentei, soltando a mochila no chão e indo para o sofá.
- E aí! – ele falou de forma animada aparecendo no braço do sofá e se apoiando no mesmo para o rosto ficar de frente para o meu. – Como foi o dia?
- Tedioso, mas de boa.
Ele riu e eu soltei uma respiração arrastada.
- Que foi? – se levantou, franzindo a testa.
Eu me sentei no sofá, colocando uma das pernas para cima.
- Show de talentos – simplifiquei.
- Da escola? – afirmei. – Que tem todo meio de ano? – afirmei outra vez.
Ele senta no sofá da minha frente.
- Qual o problema?
- Niall, Liam e Zayn – puxei a boca para um lado, em desgosto. – Eles querem participar comigo.
Louis balançou a cabeça, mas me olhou em confusão.
- E?
- E que eu não quero participar – esclareci. – Eles querem porque é nosso ultimo ano na escola e nunca participamos.
- E por que você não quer? – ele quis entender, suspendendo uma sobrancelha. – Você gosta dessas coisas, Harry.
- Eu sei, mas eu tocaria piano e ninguém gosta de ouvir piano – bufei, cruzando os braços.
- Quem disse? – afinou a voz, me desafiando.
- Ah qual é, Louis! – deito encostando a cabeça no braço do sofá e deixando os joelhos levantados. – Você sabe muito bem que são poucos os adolescentes que apreciam esse estilo de música.
- Ainda acho que não tem nada a ver, você pode tocar o cover de uma música moderna, mas se pensa assim faz outra coisa. O que vocês sabem? – eu viro a cabeça na sua direção.
- Nada. Niall sabe tocar violão, mas só.
- É – murmurou. – Assim fica difícil.
- E não sabemos dançar nem nada, vamos ficar lá parados enquanto Niall toca? Melhor não participar – finalizei.
O silencio se instalou por uns segundos e o aproveitamos. Estou pensando em como tirar essa ideia idiota da cabeça dos meninos enquanto Louis pensa em uma solução. Eu sei que Niall quer muito tocar conosco, mas ele pode fazer isso sozinho. Liam e Zayn não vão sentir falta de perder um show de talentos e não vão deixar de "viver" por causa disso.
- Mas Harry - Louis quebrou o silencio, me despertando dos pensamentos. – Você sabe cantar e canta muito bem – olhei para ele cautelosamente com o rumo que está tomando. – Os meninos sabem cantar?
Cantar? Bom, é. Eu não tinha pensado nisso, o mais simples e nem me dei conta. Eu sei cantar e gosto. Escutei os meninos cantando em alguns momentos e não lembro ao certo, mas sei que não cantam mal.
- Acho que sim, não lembro.
- Faz assim, fala com eles amanhã – Louis apontou para mim. – Pergunta se topam cantar e se eles sabem daí, se sim, vocês escolhem alguma musica que fique legal no violão. Niall toca e todos cantam. Uma música que seja animada e faça as pessoas baterem palmas para acompanhá-los – foi formulando a ideia. – Se não souberem, vocês não participam e pronto.
Considerei suas palavras. Até que gosto dessa ideia. Levantei do sofá pegando o violão e entregando para Louis.
- Você é demais – tive de reforçar. – Vamos pensar logo em uma música para eu dizer amanhã? Porque tenho quase certeza que sabem cantar e vão topar.
- Claro – sorriu gentilmente e posicionou o violão. – Vamos pensar...
Difícil é pensar em uma música boa. Ao menos temos quatro semanas para nos preparar.
- Harry!
Arregalo os olhos e meu coração acelera. Louis olha para mim assustado e ficamos paralisados. Aos poucos, viramos a visão em direção da voz que me chamou.
Niall está na porta com um sorriso idiota, Liam e Zayn logo atrás. Eles olham meu rosto de surpresa e começam a rir, mas a visão parou atrás de mim e os risos foram regredindo até cessarem. Eu engoli em seco.
- O que... – Niall apontou com o dedo, ficando em choque. – Por que esse violão está flutuando?
No mesmo instante, Louis soltou o violão e por sorte não quebrou. Fechei os olhos e bati a mão na testa. Ah não, que merda!
- Que diabos está acontecendo aqui? – Zayn é o primeiro a reagir.
- Isso é uma sala de música? – Liam olhou ao redor, assobiando. – Que maneiro, é aqui que você vem todo dia e nem nos chama?
Eu me aproximei em passos ligeiros, os fuzilando com o olhar.
- O que estão fazendo aqui? – me irrito.
- Resolvemos te seguir – Niall deu de ombros. – Não podemos esconder nada um do outro, Harry – ele passou de mim e foi em direção ao sofá.
Louis me olha assustado e eu o olhei em alerta para que fique quieto. Niall pegou o violão do chão, quase tocando em Louis e pelo visto ele não pode ver o menino fantasma.
- O que estava fazendo? Como isso aconteceu? – Niall se referiu ao violão flutuante.
- É... – eu tentei pensar em algo. – Eu não sei o que estão falando.
Uou, imagina se eu não tivesse pensado.
- Você é um péssimo mentiroso, Harry. Sabe disso – Liam fecha a porta e Zayn vem para o lado de Niall, olhando em volta.
- Harry – Louis encolhe os ombros em insegurança.
Os três olham na direção do Louis ao mesmo tempo e eu quase tenho um enfarte.
- Quem disse isso? – perguntam em uníssono se entreolhando antes de mirarem em mim para explicação.
- Ouviu isso? – Zayn franze a testa.
Eles podem ouvir o Louis? Mas Conor e qualquer outra pessoa nunca puderam entender, ou escutar. Sorri nervosamente.
- Não sei do que está falando – andei até eles e os puxei para longe de Louis. – Vamos, eu já estava de saída.
- Não, não – Niall se soltou. – Nada disso, Harry. Você está escondendo algo de nós e isso está tudo muito estranho – se posicionou firmemente.
Isso não é hora para ser detetive e insistente, Niall. Suspirei e os outros dois também se largaram de mim, ficando do lado de Niall. E agora? Tenho que inventar algo muito bom.
- Conta para eles, Harry – Louis se pronunciou, os fazendo levar um susto. – Eles podem me ouvir de qualquer forma. São seus amigos, eu confio.
- Quem é? – Niall olhou para os lados em alerta. – Tem alguém se escondendo?
Olho para Louis, querendo ter certeza se é isso mesmo que ele quer. Ele assente e sorri para mim, me dando segurança para continuar. Mordo o lábio, mas acabo cedendo. É o jeito, qualquer mentira que eu diga não será boa o suficiente. Só espero que não achem que estou louco, ou reajam radicalmente. Uma hora alguém além de mim ia acabar descobrindo.
- Acho que vocês precisam se sentar – indiquei o outro sofá onde Louis não está e os três foram hesitantes ocuparem os lugares.
Eu me sentei do lado de Louis e olhei para ele. Louis sorriu para mim e eu sorri de volta.
- Para onde está olhando? Por que está sorrindo? – Liam disse lentamente e eu tinha esquecido desse detalhe outra vez, voltando minha atenção para eles.
- Eu tenho algo a revelar.
Eles continuaram a me olhar com curiosidade e seriedade. Como se fala algo assim? Ah, tem um fantasma – espirito, mas me refiro como fantasma - sentado do meu lado agora mesmo, o nome dele é Louis. Um aluno que estudava aqui, mas morreu em um acidente de carro e agora somos melhores amigos.
Com certeza vão acreditar depois de me olhar como se eu fosse um doente, ou se matarem de rir. Não vejo outra forma de explicar, apesar disso.
- Tem um espirito do meu lado agora mesmo chamado Louis. Ele estudou aqui ano passado e morreu num acidente de carro, mas posso vê-lo e agora somos melhores amigos – falei de uma vez, resumidamente.
Zayn me olhou sem expressão como se eu estivesse tirando sarro com sua cara e os outros nem souberam como reagir, apenas me olhando em mais confusão.
- Legal, agora fala logo a verdade – Zayn pediu e suspirei, olhando para Louis.
- Viu?
- Vocês podem me ouvir, deviam acreditar – Louis falou calmamente.
Os meninos arregalaram os olhos.
- Okay, chega de brincadeira – Zayn se levantou. – Quem é esse, Harry? Você está namorando, é isso?
- O quê? – me levantei, ficando na defensiva.
- Isso mesmo – ele sorriu de forma irritante. – Você está namorando e não quer falar porque está inseguro, ou sei lá o quê e vem se encontrar com esse cara aqui, mas ele está escondido – Zayn presumiu.
Eu poderia ter inventando essa mentira, mas arranjar o namorado depois que seria o problema. Coloquei as mãos em seus ombros.
- Zayn, eu não estou namorando. Não teria motivo de esconder isso de vocês – assegurei. – Eu estou falando a verdade, vocês sabem quando estou mentindo.
Ele suspendeu uma sobrancelha sem baixar a guarda, me encarando de volta. Liam e Niall se levantaram. Eles estavam o tempo todo observando e pensando.
- Bom, eu acho que vi o violão no ar – Niall admitiu envergonhado.
- Eu duvido muito, Harry. Você deve entender. Mas se tiver como provar o que disse... – Liam deixou a mente aberta como sempre.
- Você está andando muito com a Casey, isso sim – Zayn riu.
Como posso provar? O Louis fala e eles acham que alguém está se escondendo. Tem que ser algo que mostre que é um espirito e não uma pessoa. Eu não quero assusta-los fazendo Louis segurar algum objeto.
- Não sei, o que sugerem? – olhei para Liam e Niall.
- Eu pensei em algo – Niall se empolgou, indo para a porta. – Se isso for verdade, quero que esse espirito diga o que estarei fazendo do outro lado da porta.
Olhei para Louis que deu de ombros.
- Tudo bem.
- Justo – Liam concordou e Zayn revirou os olhos para todos nós.
Fomos até a porta e Niall saiu a fechando assim que Louis levantou do sofá.
- Niall! – reclamei, abrindo a porta. – Deixa o Louis passar, ele não atravessa as coisas.
- Claro, claro.
Louis foi para o lado de fora, ficando atrás de Niall e fazendo sinal de positivo para fechar a porta. Ele se desmaterializou.
- Harry? – falou do nada e Niall continuou esperando.
Dessa vez nenhum dos meninos reagiu.
- Como pensei – Louis falou outra vez e eu sorri.
- Eles não podem te escutar quando não está materializado? – notei e Niall me olhou estranho.
- Acho que não.
- Ótimo, assim não piram com sua voz e vão acreditar mais – ri e ele riu comigo. – Vou fechar – avisei para os dois.
- Coisa ridícula. Você tem noção do quanto parece louco falando sozinho? Até onde pretende ir com isso, Harry? – Zayn mesmo após tantas conversas com Casey, continua sendo muito cético. – Estou ficando preocupado com sua saúde mental.
- Relaxa, Zayn – olhei para a porta. – Vai, Niall.
Esperei Louis me falar o que Niall está fazendo.
- Um coração com as mãos – Louis berrou do outro lado.
- Um coração com as mãos – repeti e os meninos se olharam.
- Certo! – Niall comemorou. – Sorte, tenta de novo.
Esperei.
- Uma careta e dando dedo.
Repeti o que Louis disse e dessa vez, Niall não ficou animado.
- Oh... Outra vez.
Pelo visto ele deve estar ficando com medo. Zayn parece intrigado e Liam.
- Ele está apontando a bunda para a porta – Louis riu.
- Sua bunda.
Ficou um silencio até que Niall abre a porta e fecha com força, o peito subindo e descendo com os olhos arregalados.
- Que macumba é essa? – gritou.
- Sai! – Zayn o afastou e foi para o lado de fora, fechando a porta. – Vou ver isso por mim mesmo. Quero ver se seu amiguinho fantasma advinha isso.
- É espirito! – Louis se irritou, mas Zayn não pode escutar.
Passou alguns segundos e escutei Louis arquejar.
- Que foi? – fiquei curioso.
- Ele tirou a calça e está mostrando o que não deve – disse timidamente. – Está peludo.
- AH, DEUS! ZAYN! – fiquei vermelho e ao mesmo tempo furioso. – Você está mostrando suas partes de baixo! E está peludo!
Escutei barulhos do lado de fora e logo Zayn entrou na sala com um olhar de surpresa misturado com medo.
- Que merda, como você sabe?
- O Louis existe! – abri a porta outra vez, Louis se materializou entrando de cabeça baixa e provavelmente envergonhado. – E você acabou de traumatizar ele, mesmo gostando de homens.
- Harry! – Louis escondeu o rosto entre as mãos.
Os meninos o escutaram falando meu nome e por um breve segundo encararam o local onde Louis está.
- Caramba, ESSE LUGAR É ASSOMBRADO! – Niall se desesperou e se escondeu atrás de Liam.
- Harry, acho que está na hora de explicar as coisas – Liam é o único que de alguma forma conseguiu manter a calma mesmo com tudo que rolou.
Zayn está pálido, mas conseguiu ir para o sofá se sentar. Niall o seguiu grudado a Liam e eu me sentei com Louis no outro sofá. Hora das explicações.
- Aproveita para falar do show de talentos, depois – Louis olha para mim, se divertindo com a situação.
Ao menos ele parece mais feliz de ter outras pessoas sabendo de sua existência. Deve o fazer se sentir vivo de novo.
Juntei as mãos e comecei a falar tudo, desde o começo. Eles não piraram tanto quanto eu porque teve alguém para explicar assim como Louis fez comigo. A Casey ajudou indiretamente, preparando o psicológico deles da possibilidade de espíritos existirem.
Dessa vez fui embora muito tarde e quase ficamos presos na escola. Mas agora os meninos sabem da existência do Louis e vamos participar do show de talentos.
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