Capitulo Quatorze - Our Song
Boa leitura, gasparzinhos .x
~o~
- Você e Louis o quê?! – Casey esganiçou.
Niall começou a rir, tremendo o corpo enquanto come um sanduiche. Eu apertei os olhos na direção dele.
- Do que está rindo Niall? – bati na mesa e ele levou o corpo para trás, arregalando os olhos.
- Nada – tentou assegurar. – Nada mesmo.
Eu comecei a rir e ele percebeu que era só brincadeira minha e ficou emburrado. Zayn levantou a mão para eu bater por ter enganado Niall. Eu bati e Liam apenas balançou a cabeça, mas sorriu.
- Mas explica isso direito, Harry! – Casey exigiu.
- Não tem o que explicar. O humano tá dando uns pegas no fantasminha – Zayn falou com um sorriso malicioso.
- Espirito! – Niall corrigiu.
- Acho que não precisamos corrigir quando Louis não está aqui – Zayn opinou.
- Precisamos sim, pela honra – Niall dramatizou.
- Que honra, Niall? – Liam o olhou desafiante. – Você ao menos sabe o que é honra?
- Logico que sei! – ele se ofende. – Vai se ferrar.
Estamos no refeitório.
Continuei trocando ideias com Casey e de longe vi Freddie adentrando o local com os outros caras do time de futebol. Acho que preciso fazer uma coisa. Louis já entendeu, mas mesmo que tenha sido o certo a fazer no ponto de vista do Freddie, não é certo para mim. Então, se eu conheci Louis ou não e ele ficar confuso, problema dele.
- Freddie! – chamo, levantando a mão e interrompendo Casey no meio da fala.
Ele olha para mim e dá uns tapinhas nos amigos que vão para a fila enquanto ele se aproxima.
- Fala aí, Harry – ele cumprimenta e dá um aceno de cabeça para os outros.
- Não é nada de mais. Só quero que saiba que você estava totalmente errado – o olho sem expressão.
- O que quer dizer? – ele franze a testa.
- Louis – endureço o rosto. – Ele é melhor jogador que você. Você é ótimo, mas eu o acho muito melhor.
Ele fica mais confuso.
- E eu sei que normalmente julgamos as pessoas sem nem conhecê-las, mas eu te garanto que Louis não é mesquinho, nem se acha ou quer chamar atenção – paro meu raciocínio e me lembro de algumas coisas infantis que ele faz para chamar minha atenção. – Quer dizer, quase nunca. Não de forma ruim.
- Harry, o que você está falando? – ele balança a cabeça. – Como...? Você conhecia o Louis?
- Digamos que sim e te garanto que ele tinha o maior coração que uma pessoa poderia ter. A forma exagerada que ele tinha além de falar alto é só porque ele era uma pessoa animada e estava sempre querendo ver os outros tão felizes quanto ele. Porque isso o fazia feliz também.
Com isso, dei um aceno educado com minha cabeça e voltei a visão para Casey.
- O que estava falando? – sorri gentilmente para ela.
Casey e os meninos me olham com a boca abertas ou tensos. Com a visão periférica, vi Freddie se afastando confuso.
- Esse garoto tá cheio de atitude – Zayn bateu no meu ombro e foi o que precisou para todos começarmos a rir.
Terminamos de comer e fomos para a árvore. No caminho, Casey continuou a conversar comigo.
- Não sei como não pensei na possibilidade de o amor ser a missão de vocês, logo eu que leio tantos livros de romance espirita. Talvez precisem passar por isso e na próxima vida, poderão se tocar se fizerem as coisas como devem agora. – ela fala com si mesma antes de virar para mim com um olhar maravilhado. – Harry, é isso!
- O quê? – olho para os lados em suspeita.
- Eu sei como você pode tocar o Louis! – ela quase berra, pegando meus braços.
- Sabe? – meu coração acelera e a esperança vai surgindo.
- Sei! – ela sorri e abaixa o olhar, me soltando. – Quer dizer, mais ou menos.
- Casey – a olho quase em suplica. – Por favor, se souber qualquer modo, apenas me diga.
- É que vai continuar não sendo real – ela une as sobrancelhas e segura o queixo, provavelmente analisando a ideia que teve.
- Vou tocar, mas não vai ser real? – repito o que entendi e ela assente. – E como seria isso? – ri brevemente. – Um tipo de sonho? Porque como iria tocá-lo e não ser real? – falei ironicamente.
Ela ficou impassível com meu comentário.
- Isso mesmo, um sonho.
- Um sonho? – quis ter certeza. – Espera, o quê?
- Um sonho! – ela volta a se empolgar.
- Casey – a reprovo, voltando a andar e me sentando perto dos meninos. – Isso é sério – olho para ela que se sentou perto de mim e do Zayn. – Sonhar todo mundo sonha. Eu nem posso saber se vou sonhar com ele e se vou lembrar caso sonhe, isso é muito relativo.
- Não, não – ela balança a cabeça. – Você não está entendendo.
- Então, explica – falo o obvio.
Os meninos só observam entretidos e curiosos com nosso dialogo.
- Eu ia explicar, mas você já foi dando uma de espertinho e irônico – ela cruza os braços. – Espíritos podem visitar os sonhos das pessoas para falar com elas, dar um aviso ou qualquer coisa assim.
- Podem? – questiono.
- Sim – ela sorri. – Nunca ouviu falar de parentes que morrem e aparecem nos sonhos das pessoas da família dizendo que está tudo bem ou alguma coisa assim? Às vezes, não dizem nada e só aparecerem. Tem também quem aparece para avisar que alguém precisa ir, coisas assim.
- Cara, eu acho tudo isso tão bizarro, mas é bacana – Zayn parece impressionado.
Niall concordou com quase euforicamente com a cabeça e Liam riu do loiro.
- Tá, mas... Então, como? – tento pensar. – Como isso vai ajudar? Qual a diferença de um sonho normal?
- A diferença é que ele vai compartilhar o sonho com você e vai lembrar as mesmas coisas e sentir o que você sentir – respondeu. - Vocês vão sentir e saber como é se tocar, assim como qualquer outro sonho que a gente tem. Tudo que fazemos a gente sente e às vezes parece até real, mas acordamos.
- Isso é verdade – Liam comenta. – Uma vez eu sonhei que estava chorando e acordei chorando.
- Uma vez eu sonhei que estava caindo e acordei sobressaltado – Niall contou.
- E eu já sonhei que beijei uma pessoa – Zayn falou misteriosamente, mas eu e os meninos sabemos que é a Casey. – E foi muito real, até eu acordar é claro.
- Bom... Pensando por esse lado – eu hesito levemente, mordendo meu lábio. – Acho que seria bom ao menos experimentar a sensação mesmo que não seja real.
Casey sorri e os meninos fazem o mesmo.
- Mas como vamos fazer isso? – eu quis saber.
- Acho que essa parte é com o Louis – ela fez careta. – Fala com ele, talvez ele saiba como iniciar isso. A forma de entrar no seu sonho ou ao menos tentar.
- Talvez – respiro fundo. – Espero.
Fica um silencio por um tempo até que Niall se vira para Liam.
- E você, Li? Chorou no sonho por quê? – ele provoca. – Perdeu o ursinho de pelúcia que não dorme sem?
Liam dá um tapa na cabeça dele e Niall para.
- Não, imbecil – revira os olhos. – Sonhei que tinha perdido você – revela.
- Aw! – todos nós fizemos até o Niall.
Liam zombou.
- Essa foi a melhor parte, eu chorei porque depois ele voltou a viver.
A gente começa a rir e Niall deu dedo para ele.
Eu não trocaria meus amigos por nada nesse mundo.
*
- Loueh! – Levanto os braços com a mochila ainda nas costas.
Ele ri e sorri abertamente.
- Harreh! – ele levanta, deixando o violão no sofá e correndo na minha direção.
Eu desvio para o lado e ele desmaterializa.
- Ah, não! – ri. – Injusto!
- Boo! – ele aparece do meu outro lado e eu acabo levando susto mesmo assim. – Você que recusou meu abraço.
- É, beleza. Tenta me abraçar vai, bonitão – pisco charmosamente para ele.
Ele tenta de palhaçada e eu não sinto nada.
- Seria pior se me atravessasse – reflito.
- Puf, quem disse que não atravesso? – ele suspende uma sobrancelha, sorrindo sapecamente.
- O quê-
Louis me interrompe, ficando transparente e passando por meu corpo. Eu sinto um calafrio correr por minha espinha. É o mesmo calafrio que a gente sente do nada.
- Ah meu deus, isso é horrível – estremeço de novo. – Será por isso que a gente tem calafrio do nada? Espíritos ficam passando por nosso corpo.
- Talvez – ele ri, dando de ombros e voltando a parecer solido.
- Hey, espera aí... – aperto os olhos e aponto na direção dele. – Você pode atravessar as coisas! Seu mentiroso, por que não atravessou a porta quando tentamos mostrar para os meninos?
- Eu não falei nada. Você que assumiu que eu só podia passar se abrissem a porta – ele levanta as mãos em defesa.
Eu ri e falo o nome dele de forma arrastada.
- Você está feliz, espero que não tenha motivo – ele volta para o sofá.
- Você é muito estranho, sabia? – me sento do lado dele.
- Por quê? Quer dizer, além do obvio – ele me lança um olhar e sorri.
- Normalmente as pessoas falam "Você está feliz, qual o motivo de tanta felicidade?", ou algo assim – tiro minha mochila e coloco do meu outro lado.
- É, mas eu prefiro a felicidade sem motivo. A pessoa está simplesmente feliz – ele pega o violão e levanta do sofá para colocar no tripé.
- Esqueci que o meu namorado tem uma forma mais linda de pensar – murmuro como quem não quer nada e arrisco olhar na direção dele.
Louis tinha as mãos nos quadris e balançou a cabeça negativamente, mas sorriu quase envergonhado.
- Legal – ele cruza os braços, me olhado com certa profundidade.
- O quê? - cruzo as mãos na minha barriga, arrastando minha bunda no sofá e deixando meu pescoço de mau jeito, mas me sentindo relaxado.
- Você me chamando de namorado pela primeira vez – ele abre mais o sorriso. – É legal.
Eu ri e concordei.
- Oh! – Lembro de algo importante e pego minha mochila na pressa. – Louis.
Ele se aproxima. Tiro um papel de dentro da mochila e me levanto do sofá.
- Eu comecei a fazer sua música – balanço a folha na frente do rosto dele e pulo por cima do sofá, correndo para o piano.
Louis exclama em animação e corre também, parando do meu lado.
- Que legal, que legal, que legal! – ele fica energético, apoiando as mãos no piano e se mexendo sem parar.
Eu amo esse garoto. Coloco a partitura na minha frente. Está toda rabiscada, não só com as notas, mas com desenhos a ver com Louis e música.
- Mas como em todas minhas músicas, eu não consigo passar daqui – aponto e ele se debruça por trás de mim para olhar. – Viu? É tipo até depois da metade, mas preciso da ponte para o final.
- Sei, mas toca aí e a gente pensa depois no que fazer – ele volta a se animar e senta do meu lado.
- Certo – mexo meus dedos e os preparo.
Eu passei o domingo inteiro compondo essa música. Fiquei muito mais inspirado depois de passar o sábado à noite com o Louis sendo oficialmente muito mais que meu melhor amigo. Com nosso primeiro beijo e outros toques que apesar de imperceptíveis, valem muito para mim. Toda memoria com ele é rara e preciosa.
Ainda não estou treinado, por isso tive que tocar olhando para a partitura, mas fiz bem feito e com um sentimento de alegria e orgulho dentro de mim. É a música que fiz para ele e ele está escutando, espero que goste. Ainda não sei como vou nomear a música, pois nem consegui termina-la.
Escutei Louis arfar em certo momento e sorri suavemente, fechando os olhos e repassando o máximo na minha cabeça todas as memorias possíveis que eu tenho com ele. Porque foi assim que compus. Cada lembrança me levou a uma nota e foram me guiando por toda nossa historia até aqui. Mas ainda precisa da ponte para o final. Falta algo e eu não consigo pensar o que vem depois de maneira que combine e fique perfeito.
Paro na última nota que tem. Abro os olhos e ainda com um sorriso e uma calma interior, olho para Louis. Ele olha para mim, admirado e com um sorriso sereno.
- É a minha música – sussurra como se fosse inacreditável.
- É a sua música – confirmo, me inclinando para dar um beijo na bochecha dele, ou no que deveria ser, mas não passa de ar para mim.
Ele parece sentir algo ao menos porque sorriu.
- Ela é linda – ele tem os olhos azuis quase transluzentes, algo que só uma imagem feita de luz pode mostrar.
Peguei-me preso aos seus olhos.
- Como você – não evito falar, olhando para seus lábios.
Louis olha para os meus e começa a rir baixinho. Voltamos a nos olhar.
- Acho que posso ajudar – ele diz timidamente e eu mexo as sobrancelhas brevemente.
- Como?
- Na música – ele olha para as teclas e eu continuo olhando para ele. – Enquanto tocava, na parte final assim que você terminou, eu continuei olhando e um ritmo apareceu na minha cabeça, completando a música.
- Jura? – arqueio as sobrancelhas e ele assente duas vezes. – Então, tenta mostrar. Você sabe tocar um pouco de piano, não sabe?
- Sim, eu acho. O suficiente para tentar mostrar o que pensei – ele enche as bochechas e fico encarando o piano.
- Que foi? – ri.
- Estou repassando o ritmo na cabeça para ver se é isso mesmo – ele olha para a partitura. – Hm, sim – fecha os olhos e esvazia o ar das bochechas, balançando a cabeça de um lado para o outro enquanto rumina um ritmo. – Acho que já sei.
- Então, toca – me afasto um pouco para ele se acomodar mais.
Louis alonga os dedos como faço e pisca para mim. Entendi que está só me imitando e não porque faz isso também. Dei língua e ele ignorou, ficando sério e começando a mexer nas notas.
Passamos meia hora com Louis tentando juntar as notas no que queria e eu fazendo observações e o ajudando. Corri para pegar um lápis na mochila e anotei as notas que me fala na ordem certa.
Ficamos sentados encarando a partitura por uns segundos.
- Bom... – ele quebra o silencio. – Vai lá, tenta.
- Tá.
Toco a música desde o começo, mas com o acréscimo que Louis fez. Eu dei um sorriso enorme de covinhas e viro para Louis que sorri tão abertamente quanto eu.
- Perfeito – concluímos ao mesmo tempo.
- O que seria de você sem mim, Harold? – ele cruza os braços, se achando.
- Não faço ideia e espero nunca saber. Talvez eu não consiga terminar nenhuma das minhas músicas porque preciso de você para completar a elas e a mim – não me deixo abalar porque é verdade. – Sua música – falo de novo, gostando de como soa.
- Nossa – Louis me olha sério. – Agora é nossa música.
Enganei-me, assim soa muito melhor.
- Como eu queria poder te beijar – deixo escapar.
- Podemos fazer como sábado – ele fala de forma otimista.
- Não, um beijo de verdade – o olho com determinação.
- Mas... Você sabe que não dá – ele diminui o sorriso. – Você não pode me sentir... Se ao menos eu não estivesse mor-
- Não! – o interrompo. – Não fala assim, Louis – entristeço o semblante, mas continuo sorrindo fracamente. – Não gosto que me lembre disso, porque para mim você continua aqui e morrer é quando as pessoas se vão para sempre.
Ele assente levemente e me olha em desculpas.
- Eu conversei com a Casey – comento, voltando ao assunto. – Ela me falou uma coisa sobre espíritos e que podíamos tentar.
- O quê? – ele fica genuinamente curioso.
- Você já sonhou, ou alguém que conhece já sonhou com algum parente morto falando alguma coisa, dando aviso ou algo assim?
- Acho que sim – ele franze a testa.
- Bom, os espíritos podem visitar os sonhos das pessoas na Terra – informo.
- Podem? Quer dizer... – ele olha para baixo e depois para mim. – Podemos?
- É o que a Casey disse e acho que é verdade, podem sim – opinei.
- É... Talvez – ele pensa por um segundo. – Mas por que estamos falando sobre isso?
- O beijo, Louis – relembrei. – Quando a gente sonha, tudo que sentimos e fazemos parece real até acordarmos, não é?
Ele demora para concordar.
- Que foi? – estranho.
- Sim, é só porque faz tempo que não sonho – ele faz bico. – Não posso dormir.
Eu ri e ele suspira, sorrindo.
- De qualquer forma, mesmo que não aconteça no mundo real, podemos saber a sensação de tocar o outro, ou o mais próximo disso – concluí minha ideia. – E nós dois vamos lembrar porque será o mesmo sonho. Você entrará no meu sonho.
- Isso é... – ele parece ficar indignado e eu fico confuso, mas depois seu rosto se ilumina. – Incrível! Quando podemos tentar? Quando começamos? – aumenta a voz.
- Ôh, ôh... – faço careta e junto os dentes num sorriso inseguro.
- Ôh, ôh o quê? – ele suspende uma sobrancelha.
- Eu esperava que você soubesse – murmuro. – Nem eu, ou a Casey sabemos.
Louis abre a boca em entendimento e depois a fecha, começando a pensar. Eu olho meu relógio e logo tenho que ir. Pego a partitura e levanto, indo para o sofá. Pego minha mochila e guardo o papel e o lápis dentro. Passo a alça por meu ombro, a segurando com a mão.
- E aí? – eu quero saber o que ele tanto pensa.
- Eu realmente não sei – ele gesticula com a mão e se concentra num ponto fixo em frente, ainda raciocinando. – Eu nunca tentei fazer isso, nunca tive contatos reais com humanos até você aparecer. Não sei o que posso fazer em relação a vocês. Com certeza eu preciso da permissão de superiores, mas nunca apareceram para mim. Às vezes, só escuto uma voz dizendo que ainda não está na hora de ir.
Coloco a mão livre no bolso e espero. Louis pensa mais um pouco e depois suspira em derrota. Ele olha para mim e eu sorrio carinhosamente para ele. Tiro minha mão do bolso e o chamo com o dedo indicador. Ele ri e se levanta, andando até parar na minha frente.
- Não pensa de mais sobre isso – Dou um peteleco na testa dele, mas claramente não o atingiu para que tirasse o sorriso do rosto e nem ao menos piscasse. – A gente pode ir com calma.
- Ou podemos ir tentando – ele retruca. – Vou tentar me comunicar com seja lá quem é responsável por mim. Posso ir para sua casa esse fim de semana? – pede quase formalmente.
- É claro, Lou. Seria um prazer – caminho para a porta e ele me acompanha. – Mas o que isso tem a ver?
- É onde você dorme, duh – a gente para em frente a porta. – Vou tentar entrar no seu sonho enquanto dorme.
- Isso é tão estranho. Não sei se acho legal, ou desconfortável – Penso em voz alta, olhando para cima. – É como uma invasão de privacidade.
- Calado, humano – ele resmunga.
Eu ri.
- Você também já foi humano, Boo. E ainda é, mas espiritualmente.
- Tanto faz.
Inclinei-me com os olhos diretamente nos dele.
- Posso? – peço um beijo.
- Você nem sente, mas pode sim – ele dá língua e eu o julgo com o olhar antes de juntar nossos lábios ilusoriamente.
Eu amo mesmo esse garoto porque até um beijo sem tato faz meu estomago revirar e meu coração acelerar. Porque vejo nossos lábios juntos e os olhos dele fechados. Sim, abri os meus para ver.
Afastei-me e a gente riu como sempre. Isso é uma droga, mas é o que temos e nos faz feliz por enquanto.
- Te vejo amanhã – me despeço, abrindo a porta.
- Até amanhã, Curly. – escuto ele dizer e fecho a porta.
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