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SOUL CHAIN
➤ CAPÍTULO VINTE E UM. [21]

5 anos depois.

Morte.

A morte ainda é um questionamento muito abordado na atualidade, muitos perguntam-se sobre o que realmente vem depois que você morre. Vida após a morte? Reencarnação? Um sono profundo para sempre? O nada? O paraíso?

Muitas questões, sendo consideradas como infinitas, por enquanto, talvez, envolvendo um pouco de tudo, um pouco de todas as crenças que existem.

Aliás, ninguém nunca voltou da morte como os mortos-vivos de seriados e de filmes que saem de seus túmulos depois de realmente vivenciarem o falecimento e voltarem para o mundo, sem que tivesse sequelas ou fosse um assunto suspeito.

Mas talvez alguns que desapareceram após o estalar de Thanos poderiam explicar o que realmente acontece, não seria como se eles estivessem mortos mas tinham tido uma pequena sensação de como é realmente deixar tudo para trás, seja novo ou mais velho.

Após o estalar do indivíduo roxo, metade do universo havia evaporado como poeira no ar, trilhões de vidas havia ido deixando para trás apenas a sensação da falta.

Inclusive, Zara Stark que deixara uma profunda dor no coração de seu pai que sentia a falta da garota todos os dias desde que a perdeu em seus braços em um planeta bem distante de sua casa.

A jovem sentiu medo após desintegrar, não era como se ela estivesse preparada para a morte porque não estava, mas não pensou que ficaria consciente após morrer, apenas sobrou a escuridão ao seu redor, não foi como se ela tivesse apagado, pois ela sabia que ainda estava acordada, podia sentir tudo. O sentimento da dor e da tristeza pensando que havia ido para sempre.

Ninguém estava com ela, nem seu pai, nem Peter, ninguém. Apenas ela, rodeada pelo profundo escuro que parecia a engolir cada vez mais naquele abismo sombrio onde ela sabia que não havia chances de conseguir sair dali.

Ela gritou, gritou e gritou por ajuda até o ar em seus pulmões faltarem, chamou por todos que conseguira, principalmente por Tony e pelo seu melhor amigo mas ninguém havia a respondido.

Quanto mais ela tinha a sensação de andar naquela imensidão escura e ilimitada, mais parecia que não havia andado nem um passo sequer pois estava parada no mesmo lugar que acordou.

As lágrimas rolavam por suas bochechas, lágrimas de medo e saudade, talvez se ela tivesse ido como a maioria das pessoas, dormindo, tudo seria mais fácil. Era como se a alma dela não tivesse descansado e estivesse presa entre a vida e a morte.

Até que finamente ela cedeu e decidiu deixar na mão de quem quer que estivesse decidindo seu julgamento final, relaxou seus músculos sentando-se no chão ou pelo menos com a sensação de que havia se sentado, seus braços abraçaram suas pernas, com os joelhos quase encostando seu peito, e ela deitou sua cabeça nelas apenas fechando os olhos em seguida esperando pelo que viria.

Foi no momento que ela havia fechado os olhos que uma nova sensação a cercara, o ambiente havia mudado por completo como em um estalar de dedos, a adolescente já não estava mais sentada ou rodeada pela escuridão, assim que ela abriu os olhos viu que estava em pé, abraçando o nada, vendo algumas partículas voltarem a formar seu corpo novamente.

Rapidamente, assustada, ela deu alguns passos para trás vendo que ainda estava no planeta no qual havia "morrido". Titã.

— Zara?

A voz familiar chamou pela ondulada que se virou vendo o Parker que estava levantando-se agora olhando a amiga confuso, talvez tanto quanto ela.

A respiração da menor ficou desregulada por alguns segundos até que ela correu até o garoto agora abraçando-o com força vendo que ele havia retribuído pois passava os braços ao redor dela também.

— Eu pensei que você tinha morrido. — a garota falou aliviada fechando os olhos por alguns segundos.

— Eu também pensei. Mas estou aqui, tá tudo bem. — eles se afastaram porém o maior continuou a segurando pelos ombros. — Cadê... cadê o senhor Stark?

— Na Terra. — os dois olharam para trás vendo Strange se levantar ajeitando a capa em suas costas.

— O que? — a morena questionou ouvindo outras vozes atrás dos dois jovens vendo Quill, Drax e Mantis, perdidos pela volta repentina, enquanto olhavam um para o outro, porém aliviados.

— Passaram-se cinco anos desde o estalar de Thanos. — respondeu o mago.

Cinco anos. Essa era uma quantidade de tempo enorme para a Stark que sabia que havia perdido cinco anos de sua vida, com sua família principalmente.

O medo que antes sentia estava se tornando algo diferente, era como se a raiva tivesse a dominado aos poucos, sua cabeça que antes estava em silêncio, repleta pela confusão, havia se tornado um lugar de pensamentos gritantes fazendo-a cerrar aos poucos os punhos, e Peter percebeu isso.

— Estão lutando com o Thanos, precisamos ajudá-los. Eles precisam de nós. — avisou a todos que estavam ali, agora vendo os amigos do Senhor das Estrelas se aproximarem junto do homem.

— Como faremos isso? Estamos há bilhões de quilômetros da Terra. — observou.

O Doutor preferiu não responder a pergunta em palavras, mas sim demonstrando como faria isso, através da magia.

— Se preparem. — alertou. — Vocês vão lutar contra algo bem maior neste dia.

Zara tocou o reator arc do colar e então viu a armadura cobrindo seu corpo por completo a fazendo ativar o capacete, o restante, em seguida, se preparou enquanto observava o Strange.

A mão do feiticeiro movimentou-se juntamente com seus dedos da outra, que tinha um anel no indicados e no dedo do meio, desenhando um círculo a sua frente que logo formara-se em um portal laranja e brilhante que cresceu um pouco mais do que estavam acostumados a ver.

De repente fora como se os olhos deles fossem abertos com a verdade do poder do mago, um portal estava ali, como uma passagem para o outro lado mostrando a paisagem da Terra, dominada por um céu completamente escuro e sem vida e um campo de batalha formado pelos destroços.

Vários portais abriam-se dando a todos uma visão do exército enorme de Thanos que chegava de sua aeronave ficando há alguns metros atrás do grande homem que observava com descrença as passagens mágicas alaranjadas.

Os olhos da ondulada focaram-se no indivíduo de cor roxa agora fechando ainda mais os punhos tornado sua feição séria.

Ela voou para o lado de fora do portal saindo do planeta junto dos outros e pousou no chão levantando a cabeça, em seguida desativando a viseira desviando o olhar para seu pai, que estava sentado no chão com um sorriso enorme no rosto e os olhos marejado ao ver a filha depois de longos anos.

Logo, a jovem ouviu algo pousar ao seu lado e assim que olhou para reconhecer, viu que era Pepper em uma armadura de ferro também o que a fez sorrir com orgulho enquanto a loira sorria com felicidade, feliz por ver a sua filha de consideração novamente.

Eles ouviram uma construção ser quebrada, no momento em que levantaram o olhar puderam ver o Homem-Formiga em seu tamanho máximo colocando Hulk misturado com Bruce no chão junto de um guaxinim, segurando uma arma, que se movia e comportava-se como uma pessoa, ao lado também estava Rhodes em sua armadura de combate.

Gritos de batalha começaram conforme as pessoas saiam dos portais que foram abertos nos quatro cantos do mundo, pelo visto. Juntando heróis e exércitos, praticamente metade dos que estavam ali haviam sumido com o estalar de Thanos e estavam dispostos a se vingar por isso. Assim como a Stark.

Thor, Tony e Steve, que estavam lutando sozinhos com o homem grande, agora juntaram-se ao seu exército felizes com a enorme ajuda que tinham agora deixando de lado a descrença que sentiam antes.

A ondulada manteve-se em pé perto do Parker dando um meio sorriso para seu pai antes de ativar a viseira novamente, cobrindo toda sua face.

Dentro do capacete, o sorriso da garota aumentou assim que ouviu a voz de Vis novamente ecoando dentro da vestimenta.

— Olá Zara, sentiu minha falta? — a jovem riu nasalmente e assentiu com uma piscada.

— Não sabe como. — expressou sorridente.

Com todos reunidos e em suas posições de super-heróis ou de exército, eles esperavam pela ordem do líder que era o Rogers.

— Vingadores! — o Capitão exclamou agora segurando o Mjölnir que voara até sua mão como seu escudo. — Avante!

Eles gritaram com seus gritos de guerra, sentindo suas cordas vocais vibrarem e um peso intenso de dor saindo das costas e do coração, com isso eles correram e voaram em direção do exército do indivíduo roxo que também ia até eles.

A Stark levantou voo atirando os jatos de energia nos alienígenas no momento em que ambos os lados colidiram-se travando uma batalha que, obviamente e infelizmente, derramaria sangue do lado que estava tentando salvar mais uma vez o universo.

A garota voou junto de Pepper e seu pai ficando em um triângulo usando a energia máxima dos reatores para destruir os monstros e os objetos voadores a sua volta.

A garota se distanciou dos dois adultos e voltou a atirar nas criaturas agora voando até um onde ela o empurrou com os pés atirando com a energia em sua cabeça sem nenhum sentimento de pena; De longe, ela viu seu pai ser derrubado por um dos homens gigantes do vilão, porém antes que ele conseguisse fazer algo a mais com o herói, Peter puxou o mesmo pelas teias e a garota voou até o alienígena para o finalizar.

Os dois adolescentes foram até Tony ajudando-o a se levantar, vendo o olhar dele em completa confusão e com os olhos marejados ao ver os jovens.

— Ei! Caraca! Não vai acreditar no que está rolando. — começou o maior, intrigado, desativando a máscara de ferro.

— Lembra da gente no espaço? — agora foi a vez da menor dizer enquanto segurava as mãos do pai. — E viramos poeira...

— Acho que desmaiamos porque acordamos e você não estava lá. Mas o Dr. Estranho estava. E ficou, tipo... — foi a vez do Parker dar continuidade na fala da amiga.

— "Faz 5 anos. Eles precisam de nós." — completou a garota.

— Ai ele fez o lance amarelo brilhante que sempre faz. — gesticulou o garoto.

— Ele fez isso? — o Stark finalmente calou os dois puxando-os para um abraço apertado que logo retribuíram soltando um suspiro de alívio e conforto.

— Senti saudade de vocês. — o homem revelou fazendo os dois jovens se entreolharem de canto dando um sorriso.

— Isso é bom, hein. — comentou o Parker.

Os três afastaram-se e logo o mais velho olhou a filha dando um sorriso abraçando ela pela segunda vez deixando um beijo em sua cabeça enquanto fechava os olhos, assim como a garota.

— Nunca mais faça isso. Não suma assim. — pediu como se estivesse implorando para a mais nova que assentiu.

— Nunca mais. — ela prometeu agora se afastando do homem. — Temos muitas coisas para conversar quando voltarmos para casa, cinco anos... uau.

— Temos mesmo. Aliás, quero que conheça alguém. — ele sorriu. — Ela é igualzinha a você.

O homem passou a mão pelo cabelo cheio de ondas da filha que arregalou os olhos desacreditada assim que a ideia de ter uma irmã passou por sua cabeça.

— Eu... tenho uma irmã agora? — questionou surpresa vendo o pai assentir. — Nossa, isso é... nossa! Qual o nome dela?

— Morgan.

— Como o tio da Pepper? — a ondulada perguntou confusa fazendo o adulto assentir. — Estou ansiosa para a conhecer.

— Você vai, vamos voltar para casa juntos. — ele tocou o ombro da filha, feliz.

— Agora minha ida para a casa de vocês vai ser em dobro, também quero conhecer ela. — Peter se aproximou fazendo Tony rir nasalmente assentindo.

A Stark sorriu de lado vendo a mudança do pai, pois se fosse há cinco anos atrás, com certeza ele já teria fechado a feição ou voado na direção do Parker por ter que ver ele duas vezes a mais.

— Vamos, precisamos ajudar os outros. — em seguida, o herói ativou o capacete junto dos dois adolescentes agora levantando voo.

Zara começou a atirar jatos de energia nos monstros a sua volta tendo uma ajuda, quase que mínima, da inteligência artificial que protegia a garota dando uma visão 360° para ela através do painel tecnológico no vidro da viseira, para não ser atingida pelas costas.

Mais uma vez, a morena viu a figura roxa de longe que matava aos poucos os homens do exército deles com sua espada enorme que parecia ser inquebrável.

Ela apertou os punhos mais uma vez, pensamentos impulsivos rodeavam sua cabeça para ir até lá e o deter, se vingar, mas decidiu não fazer nada, não por agora, voltando a dar atenção para os que estavam ao seu redor.

— Eles são muitos! — exclamou a jovem vendo os aliens que pareciam cães rodeá-la tentando a atacar porém causando apenas pequenos arranhões na sua armadura.

A garota continuou atirando contra eles fazendo esforço para não ceder, até que diversas explosões a cercaram vindo do céu o que a fez ser jogada para outro lado assim que atingiu um local próximo à ela.

— Porra... — a jovem murmurou com a leve dor em suas costas agora levantando voo vendo que no chão estaria mais vulnerável a ser atingida pela chuva de fogo.

De longe a garota viu o Parker despencar no ar assim que o jato rasgou a teia dele que segurava o Mjölnir que o guiava no ar, antes que o jovem pudesse colidir com o chão, a garota o segurou pela mão.

— Segura firme, aranhazinho. — avisou jogando-o para uma mulher que estava em cima de um Pegasus.

Vendo-o em segurança, a menor se distraiu por alguns segundos sendo jogada em direção piso destruído por um jato que havia acertado de raspão, deixando-a desnorteada em controlar o voo, porém Vis conseguiu fazer com que ela fizesse um pouso forçado em segurança diminuindo o impacto.

De repente a chuva de fogos havia cessado, atirando para outro lado no céu escondido pelas nuvens escuras o que fez com que todos ficassem confusos e perguntando-se em quem estavam atirando.

— Vis, o que tá acontecendo? — indagou a menor.

— Alguma coisa acabou de entrar na atmosfera.

Todos viram uma luz brilhante bastante chamativa atravessar a escuridão das nuvens e descer como um meteoro atingindo a nave de Thanos destruindo-a por completo.

Um sorriso surgiu no rosto da garota que desativou o capacete vendo o rosto desacreditado do indivíduo roxo que agora parecia preocupado.

A garota levantou voo indo até a mulher junto de mais algumas mulheres, sejam guerreiras ou heroínas, vendo o rosto de Peter preocupado sobre como a mesma atravessaria o exército sozinha.

— Não se preocupe. — Wanda falou.

— Ela tem ajuda. — Okoye, a general do rei T'Challa garantiu.

Todas as mulheres haviam se juntado naquele momento, andando até o exército que corria na direção delas atrás da manopla que estava nas mãos da Danvers.

A Stark levantou voo junto com algumas das que estavam ao seu redor e atirou jatos na direção dos alienígenas, logo ela juntou suas mãos agora ejetando energia máxima indo logo atrás da Capitã que voava em direção a máquina do tempo de Scott localizada em uma van marrom no meio das criaturas.

Elas viram Thanos se meter na frente do caminho da mulher porém antes que pudesse a impedir, fora derrubado com jatos de energia das quatro mulheres que conseguiram o deter por alguns segundos dando mais tempo para Carol conseguir ir até a máquina.

Porém assim que ele se levantou, aguentando a força da carga, o mesmo jogou sua espada dentro da máquina que fora destruída fazendo a força da energia da mesma jogar todos para longe.

(One — Harry Nilsson)

Alguns minutos inconsciente com o impacto foi o suficiente para que Zara notasse que estava há metros da manopla que estava perto de Thanos, mesmo caída no chão, sentindo seu lábio inferior arder e um gosto de sangue invadir seu paladar, a morena levantou-se, tendo uma visão melhor de outra briga começar entre os três Vingadores que haviam se juntado tentando impedir o maior de pegar o objeto porém foram detidos pelo indivíduo que pegara a luva.

A garota ignorou a dor em seus músculos, que por enquanto fora um pouco amenizada pela adrenalina e pelo nervoso que ela sentia ao notar que iria presenciar mais cinco anos, ou mais, pedidos se ela continuasse ali sem fazer nada, e levantou voo vendo Carol tentar o impedir porém fora jogada para longe novamente.

O nervosismo fora substituído pela raiva que começou a crescer dentro da ondulada assim que viu o alienígena prestes a estalar mais uma vez os dedos.

Rapidamente, de forma impulsiva e lógica em saber que deveria fazer algo para o deter, ela foi até o maior e segurou a mão dele fincando seus pés no chão enquanto abria o máximo que podia seu punho evitando com que ele estalasse os dedos.

O alien tentou acertá-la com uma cabeçada para a desmaiar mas não conseguiu visto que a garota ativou mais uma vez o capacete agora levantando voo ainda o segurando e tentando quebrar os dedos dele, não sabendo ao certo de onde estava vindo a força para conseguir deixar a mão dele aberta, assustando até mesmo o maior que a observava curioso enquanto tentava fechar seu punho.

Era cientificamente impossível uma adolescente mortal conseguir segurar o homem e lutar contra sua força sem estar sob nenhum efeito de super soro ou poder em suas veias, até mesmo o impacto da cabeça do homem conseguiria a deixar inconsciente mas nada aconteceu à ela.

— Daniella Quantum. — chamou o roxo, o que a fez franzir o cenho desativando a viseira.

Fora como se o mundo a sua volta ficasse em um completo silêncio enquanto ela analisava com atenção o nome pelo qual o homem havia revelado. Quem era Daniella Quantum?

Aproveitando o momento de distração da garota, o grande a agarrou pelo pescoço com a outra mão fazendo-a soltar sua mão, agora a acertando no peito com o punho da manopla fechado a jogando para trás sem conseguir fazer nada pois a energia da armadura havia sido desligada por completo.

Era indescritível o que estava sentindo, mas foi como se choques e lembranças jamais vistas começassem a substituir o silêncio que estava na cabeça dela.

Rostos não identificados, a sensação da dor insuportável em seu coração, uma sensação diferente em suas veias e vozes quase não ouvidas sendo sussurradas no fundo de sua mente perturbando-a aos poucos. Tudo isso cessando quando a garota bateu contra uma rocha pesada piscando algumas vezes antes de ficar inconsciente por completo.

A ondulada abriu os olhos de forma rápida devido ao susto por ter seu corpo balançado por outra força exercida sobre ela, confusa com o que havia acontecido ou com o que estava sonhando antes de acordar, assim que sua visão saiu do turvo, ela notou o Parker que balançava seu corpo agora ajudando-a se levantar, aliviado ao vê-la bem.

— Zara, tá tudo bem? — a voz do garoto ecoava em sua cabeça o que a fez franzir o cenho. — Zara? Tá me ouvindo? Ei.

Ele segurou o rosto da mesma em suas mãos olhando nos olhos dela que agora eram guiados para os dele.

— Tudo bem?

— Estou. — ela murmurou franzindo o cenho vendo que a sensação e as lembranças que antes havia sentido tivesse sumido, como se nunca tivesse acontecido pois ela não se lembrava direito.

Sua armadura havia sido desligada por completo, como se a energia tivesse sido sugada ou como se o baque do punho de Thanos em seu peito tivesse estragado o sistema.

A jovem olhou a sua volta segurando-se em Peter vendo o exército do alien roxo virar poeira e sumir no ar o que a fez dar um meio sorriso vitorioso.

— Vencemos? — indagou ela.

— Vencemos. — ele assentiu sorrindo.

— Cadê meu pai? Quero ver ele. — ela olhou ao seu redor animada para comemorar a vitória com o Stark até que viu algumas pessoas rodeando alguém que estava no chão, de longe ela podia ver uma armadura que estava sentada o que a fez negar com a cabeça. — Não...

Ela correu junto do garoto até a reunião das pessoas ali e viu Tony, que tinha metade do corpo queimado e a armadura destroçada, no chão olhando todos com o pequeno brilho que ainda lhe restava em seus olhos.

Silêncio. Era a única coisa que a garota podia ouvir a sua volta, nem mesmo a voz de Peter chamando pelo homem ela conseguiu escutar ao certo.

Seus olhos marejaram ao ver o corpo do homem ali que fazia um esforço para continuar respirando, ela negou com a cabeça enquanto se aproximava em passos curtos.

— O senhor conseguiu. Sinto muito. Tony...

O menor deu um espaço para Pepper que tocou seu ombro agora se aproximando do marido falando por alguns segundos com ele.

Alguns olhavam Tony e outros olhavam Zara que continuava observando em silêncio, sem nenhuma reação pois não tinha como ter nada para reagir ou impedir que aquilo aconteça.

Uma tempestade pairou sobre a cabeça da menor que sentiu as lágrimas se intensificando cada vez mais conforme caiam de seus olhos, uma sensação de vazio dentro de si aumentava ainda mais e o aperto em seu peito começou a ficar cada vez mais forte a calando por completo, deixando apenas soluços saírem por seus lábios.

A garota viu a loira dar um espaço para ela ter tempo para conversar com o pai, assim que a adolescente se aproximou, um meio sorriso surgiu no rosto do herói vendo a filha cair sobre os próprios joelhos enquanto fungava baixo.

De repente, aquela sensação de bolo na garganta que a impedia de falar havia sumido o que a fez agradecer mentalmente por conseguir falar uma última vez com o adulto.

— Pai... — ela chamou por ele tocando a bochecha do homem. — Oi...

— Oi, querida. — ele murmurou o que a fez tremer levemente os lábios inferior tocando o reator arc do homem em seu peito fazendo a mão dele, já sem a armadura, tocar a dela.

— Sexta-feira? — a garota recorreu a inteligência artificial sem tirar os olhos do mais velho.

— Funções vitais críticas.

O herói continuou sorrindo para a filha com os olhos marejados capitando cada momento com a jovem como se fosse o último, e realmente era.

— Tá tudo bem. — a menor falou trêmula. — Tá tudo bem, pai... Pode ficar tranquilo, eu vou cuidar delas. Pode descansar.

— Tá bom... — ele sussurrou sem tirar o sorriso do rosto.

A garota notou o último suspiro do homem que deitou sua cabeça nos destroços atrás de si olhando o nada enquanto a ondulada sentiu as lágrimas escorrendo cada vez mais grossas por sua bochecha.

— Papai... — a jovem murmurou trêmula vendo a luz do reator apagar e a mão dele que antes segurava a dela cair no chão. — Não...

Zara deixou um beijo na bochecha dele agora deitando a cabeça no peito dele deixando com que o choro, que antes ela segurava, viesse algo comovendo ainda mais os que estavam ao redor.

(Hurt — Johnny Cash)

Uma tempestade repleta de sofrimento e luto pela perda do herói havia pairado sobre o planeta Terra inteiro, homenagens feitas por aqueles que o adoravam e prestações de respeito rodearam o mundo.

No dia do funeral, a família Stark, amigos — tanto do adulto quanto de Zara, que era MJ e Ned — junto com os Vingadores e os heróis que lutaram ao lado deles e que tinha um certo vínculo com Tony reuniram-se para fazer uma homenagem para o homem.

A notícia já havia se espalhado pelo mundo inteiro, todos em um dia de luto pela morte do Homem de Ferro, sentindo a dor em seus peitos como se ele realmente fosse alguém da família.

Desde o dia que derrotaram Thanos e que o homem havia partido da melhor forma, salvando o mundo, Zara manteve-se em silêncio, com os olhos inchados e lágrimas encharcando seu rosto a cada minuto, até mesmo quando não tinha água suficiente ela conseguia chorar mais e mais.

O vestido preto relacionado ao luto cobria o corpo da garota que estava sentada na sala abraçando a irmã de lado enquanto olhava a gravação, vinda do capacete, que o Stark havia feito para a família antes de salvar o mundo com os Vingadores.

Ele estava e não estava ali, apenas a imagem holográfica de que parecia que o mais velho realmente estava de pé na frente deles conversando com quem estava dentro da casa.

— Todos querem um final feliz, certo? Mas nem
sempre acontece assim. Talvez desta vez. Espero que se você ouvir isso... seja em comemoração. Espero que as famílias estejam reunidas. Espero termos conseguido. E que algo tipo uma versão normal do planeta tenha sido restaurada. Se é que já existiu algo assim. Meu Deus, que mundo! Universo, agora. Se me dissessem há 10 anos que não estávamos sós... ainda mais desse jeito, sabe, eu não teria ficado surpreso... mas, fala sério, quem diria... que forças épicas da escuridão e da luz entrariam e cena. E, para o bem ou para o mal... essa é a realidade onde a Morgan e a Zara, caso ela realmente volte e ela vai voltar, terão de achar um jeito de viver. Então achei melhor gravar uma mensagem... para o caso de uma morte inoportuna. Da minha parte. Não que a morte a qualquer hora não seja inoportuna. Essa viagem no tempo que tentaremos fazer amanhã... me fez pensar na capacidade de sobrevivência de tudo. Essa é a razão. — ele refletiu por alguns segundos antes de se levantar. — E esse é o trabalho do herói, certo? Parte da jornada é o fim. Para que ficar preocupado? Tudo vai acontecer exatamente do jeito que deve acontecer.

— E, Zara... Se as coisas derem errado, você seguirá o meu legado. — o homem olhou para um ponto como se estivesse encarando a filha, e realmente estava pois a mesma estava na frente da imagem holográfica, a fazendo dar um sorriso ao ouvir suas palavras. — Eu amo vocês mil milhões.

A gravação terminou fazendo Zara encarar o nada assim que a imagem do mais velho sumiu o que a fez respirar fundo.

As três precisaram de alguns minutos em um completo silêncio para que finalmente saíssem de dentro da casa com a Stark de cabelos ondulados segurando um amontoado de flores onde o reator arc que dizia que era uma prova de que Tony tinha um coração estava no centro, ao lado havia os dois colares com um pingente de reator que ele havia criado para si e para a filha, apenas um estava aceso e ele remetia a adolescente, anunciando que apenas ela estava viva.

O trio passou pelo corredor feito pelos heróis e convidado que levavam até uma ponte que dava para o lado na frente da cabana.

A morena se abaixou colocando a homenagem na água vendo a mesma ser levada pela correnteza leve. A garota então caiu de forma um pouco lenta sobre os joelhos fechando os olhos enquanto mais lágrimas rolavam por suas bochechas caindo no tecido preto do vestido.

Ela fungou assim que a pequena Morgan abraçou a irmã de lado o que a fez retribuir o abraço apertando a menor contra si.

Tudo ficou ainda pior quando a garota soube da morte de Natasha Romanoff ao notar que a mulher não estava por perto depois que a guerra cessou, pelo menos uma das únicas pessoas que ela não queria perder, depois de seu pai, havia ido embora também.

Ela estava completamente sozinha agora, sem nenhum apoio, além dos seus familiares e de seus amigos.

Porém Tony e Natasha eram os que ela mais precisava naquele momento sensível.

A menor estava sentada em um balanço que havia no quintal, observando as árvores do outro lado do lago enquanto se balançava aos poucos aproveitando o silêncio ao seu redor.

A casa no campo havia sido uma boa ideia da família morar, com certeza Tony também pensou na filha que havia "partido" enquanto planejava mudar-se para o ambiente rural pois em todas as áreas de lazer sempre tinham uma cadeira a mais, contando com quatro, para ele, Pepper, Morgan e Zara;

A Stark não pensava mais em nada desde a ida de seu pai, nem mesmo pensou em reconstruir a sua armadura novamente, seus olhos pesavam de tanto chorar desde o dia que fora embora, sua cabeça doía mas ela não dava tanta importância para o incômodo. Apenas suportava a sensação.

Desde o dia doloroso, a Stark não estava dormindo direito, pelo menos meia hora ela conseguia, depois no meio da noite a garota acordava parecendo ter despertado de um pesadelo ruim tanto mental quando o inferno que vivia na Terra.

Vis tentou de todas as formas tomar conta dela para que a crise de ansiedade que ela tinha não agravasse, e por um tempo estava ajudando, aquilo impediu que ela parasse na emergência pela falta de ar no primeiro dia que passou novamente pela sensação após a ida de seu pai.

Pepper estava cada vez mai procurada com a garota, estava com medo de a perder também pela mesma não aguentar toda a dor que estava sentindo, por isso malmente tirava seus olhos da menor;

Enquanto ela aproveitava o silêncio solitário e pacífico para remoer-se ainda mais por dentro, a garota ouviu alguém se aproximar e se sentar no balanço que havia ao lado de onde ela estava.

— Achei que nos conheceríamos de outra forma. Mais... alegre. — Harley comentou olhando a jovem.

— Pelo visto foi o contrário, né? — a voz da garota saiu trêmula não retribuindo o olhar para o Keener. — Ele estaria feliz por estarmos nos conhecendo.

— Estaria mesmo... — o garoto desviou o olhar para frente. — Ele foi um bom amigo quando estivemos juntos, quando o encontrei na minha garagem.

A menor soltou uma risada nasal lembrando da história que seu pai havia lhe dito assim que voltou da sua última "suposta morte" e olhou o garoto agora dando um meio sorriso.

— Obrigada por ter trago meu pai de volta para casa naquele dia. — agradeceu.

— Obrigado por ter sido um dos motivos, se não o principal, que ele teve para nos trazer de volta. — o garoto falou o que a fez assentir com a cabeça, em seguida ele suspirou notando sua expressão parecendo que gostaria de ficar sozinha, e ele iria respeitar isso. — Bem... foi um prazer te conhecer, Zara. Até algum dia.

O maior se levantou do balanço tocando-a no ombro antes de dar as costas e sair dali a fazendo respirar fundo desviando o olhar para o lago.

Sua cabeça, mesmo que a volta estivesse em silêncio, estava um barulho completo dentro dela, talvez tenha sido isso que não esteja a deixando dormir ao invés de acreditar que estava tendo pesadelos que ela nem se lembrava. As principais questões que ela pensava era sobre seu pai, sua mãe que supostamente se chamava Daniella Quantum e a sensação que sentira quando Thanos a acertou no peito.

Nada disso tinha uma explicação concreta, como ela conseguiu ter tanta força para o impedir de estalar os dedos? Como ela conseguiu não sentir dor com a cabeçada de Thanos em sua testa, mesmo com a armadura ela deveria ter caído. Por que sentiu a dor forte em seu coração? Por que tudo aquilo havia acontecido? Eram tantas perguntas que ela não conseguiria responder, principalmente naquele dia triste.

A morena ouviu mais outra pessoa se aproximar então olhou para o lado dando um meio sorriso ao ver Peter que se sentou no mesmo balanço que antes Harley estava.

— Novo amigo? — questionou irônico a fazendo soltar uma risada baixa.

— Estava me espionando?

— Não... — ele gaguejou negando com a cabeça. — Eu só...

— Relaxa, estou brincando. Ele havia ajudado meu pai a voltar para casa há alguns anos. — a adolescente explicou em um tom baixo. — Uma pena nos conhecermos assim.

— É... — ele assentiu cabisbaixo. — Eu sinto muito, Zara. Também o considerava como uma parte de minha família, posso não sentir a mesma dor como você mas estou sem reação também.

Ela deu de ombros assentindo com a cabeça balançando-se de leve enquanto seu pés cobertos pelos saltos pequenos pretos arrastavam aos poucos na terra para lhe dar impulso.

— Ele gostava muito de você, Peter. — contou. — Aquele ciúme bobo ainda tinha um pequeno sentimento de consideração por trás. Também te considerava como um filho quase.

O Parker deu um sorriso assentindo com a cabeça desviando o olhar e observando as árvores assim como a jovem.

Era notável que ele havia passado dias chorando depois da partida do homem, seu rosto estava inchado assim como seus olhos que também estavam avermelhados. Claro, não tanto quanto os da garota mas estavam quase.

— Onde está Ned e Michelle? — ela indagou.

— Ned vai daqui a pouco, a MJ decidiu ficar com você e com Morgan por um tempinho antes de ir. Eles preferiam que eu viesse falar com você primeiro. — respondeu em um tom baixo.

— Eu prefiro ficar um pouco só. Pelo menos por hoje. — a ondulada pediu. — Primeiro a Natasha depois meu pai em um único dia.

— Eu entendo. — o Parker assentiu. — Posso fazer uma pergunta?

A garota respirou fundo e assentiu com a cabeça ainda sem olhar os olhos pouco inchados do melhor amigo.

— Como conseguiu segurar Thanos? Daquela forma? Aguentou segurar a mão dele e o impacto em sua cabeça. Como? — ele questionou confuso vendo a adolescente agora o olhar. — Depois vi a forma como você ficou depois que caiu, era como se tivesse voltado do além. Estava perdida.

— Eu não sei... — respondeu. — Aconteceu algo depois que ele me acertou no peito, algo aconteceu comigo porém eu não sei o que... são tantas coisas sem explicações que não consigo nem falar direito sobre. Primeiro o nome de minha mãe que supostamente é Daniella Quantum e depois isso.

— Então você é uma "Quantum", além de Stark? — perguntou tentando amenizar o clima triste, mas pareceu não funcionar.

— Eu não sei nem o que significa isso. — ela falou malmente dando importância. — Thanos poderia dizer qualquer coisa para me desconcentrar naquele momento.

— Mas ele foi bem específico em relação a esse nome.

— Olha, eu não me importo com essa merda. — a menor disse séria agora regulando o seu tom de voz. — A única pessoa que realmente esteve comigo desde meu nascimento foi meu pai e agora ele se foi então eu não estou ligando se tenho uma mãe ou não. Ela me abandonou e a única pessoa que ficou comigo morreu.

Os olhos dela voltaram a ficar marejados de novo enquanto ela segurava com força as correntes do balanço.

— Eu não quero saber se tenho uma mãe ou não. Ou se sou a porra de uma Quantum. Sou uma Stark desde que ela se foi e me abandonou e sempre serei uma. — esbravejou, porém ela rapidamente mudou a tonalidade de sua voz e sua feição ao ver o garoto ficar em silêncio. — Desculpa, eu... eu não queria ser rude.

— Eu que toquei no assunto. Me desculpa. — o Parker lamentou negando de leve com a cabeça.

— Obrigada por ter vindo, mas eu realmente preciso de um tempo sozinha, Peter. — a adolescente se levantou agora dando as costas para o garoto e caminhando para longe dele o deixando em silêncio observando a amiga se afastar.

Ele sabia que ela tinha total direito de viver seu luto, aliás havia perdido seu pai, a única pessoa que ela conviveu desde que nasceu, e ainda descobriu que perdeu uma das pessoas mais importantes para ela, mas também sabia que ela iria se aprofundar cada vez mais na escuridão se continuasse se afastando assim e ele permitisse.

(Killswitch Lullaby — Flawed Mangoes)

A noite havia caído, a Stark estava deitada em sua cama no quarto escuro enquanto observava a sua volta em silêncio apenas observando a foto polaroid dela com Tony que estava na cômoda ao lado de onde estava deitada.

O pensamento de ter sido grossa com Peter também rodeava sua cabeça. O assunto sobre sua mãe a perturbar a tanto que fez com que ela tratasse seu melhor amigo mal, o único que ela realmente odiaria o tratar ruim desde que estabeleceu o tratado de paz com ele;

Com o restante de pouco de força que ela tinha, a jovem se sentou na cama agora pegando a foto e observando a imagem com um sorriso no rosto enquanto passava o polegar pelo rosto do homem que sorria para a câmera enquanto a jovem, ainda criança, tinha um meio sorriso no rosto olhando para outro lado segurando o capacete de ferro o que a fez rir baixo.

Neste dia, ela lembrava-se perfeitamente como estava magoada por não poder colocar o capacete já que Tony não deixava com medo de ser muito pesado para ela e acabar a machucando.

Uma risada baixa saiu pelos lábios da mesma que apertou a foto contra seu peito agora fechando os olhos enquanto respirava fundo imaginando que o homem estaria ali, com ela.

Seus olhos abriram-se com o esforço da jovem, já que estavam pesados devido as horas seguidas chorando, e ela observou o capacete de ferro que Pepper havia deixado no quarto da adolescente, dizendo para a mesma que deveria ver quando estivesse um pouco melhor.

Ela respirou fundo deixando a foto em cima da cômoda e foi até o capacete que estava em cima da escrivaninha.

Então a menor pegou o objeto de ferro ligando o mesmo dando alguns passos ao ver seu pai em uma gravação holográfica sentado em uma cadeira olhando para frente, ou seja, para a câmera da máscara da armadura.

Ela se afastou sentando-se na cama e viu o homem observar o objeto percebendo que já estava gravando agora soltando um suspiro.

— Se está vendo essa gravação, querida... é porque não tive como lhe contar pessoalmente. Algo deu errado e bem, eu espero que não tenha dado e esteja vendo isso por ser curiosa demais. — ela riu nasalmente observando o adulto. — Desde aquele dia em Titã você me perguntou sobre sua mãe e como Thanos a conhecia, a realidade é que nem eu mesmo sei ao certo como. Mas posso te contar tudo que eu sei sobre ela o que não é muito...

A menor suspirou fundo ignorando a vontade de desligar a gravação mas decidiu ficar sentada esperando pela explicação já que pelo menos estava ouvindo a voz do homem mais uma vez.

— Sua mãe se chamava Daniella Quantum. — a adolescente franziu o cenho vendo que realmente o alienígena não estava mentindo ao chamar pelo nome da mulher. — Seu nome era para ser Zara Quantum Stark, mas depois que ela... nos deixou, eu decidi que você não tivesse nada relacionado a ela, sei que fui egoísta e sei que provavelmente você ficaria com raiva em saber disso mas fiz o que achava que era certo.

Zara viu o semblante do Stark mudar, parecia que ele estava preocupado em saber se realmente ela ficaria chateada com ele ou não, mas na verdade, ela não estava, mas estava confusa.

— Nossa história é um pouco louca. Sua mãe chegou em minha vida como... eu não sei. Foi do nada. Como uma bandeira branca em meio a guerra que eu estava sentindo. — ele suspirou fundo. — Ela realmente foi como um calmante para mim, sua mãe e você se pareciam e parecem muito. A forma como você é mandona e sempre bate de frente para defender o que realmente quer, herdou totalmente de Daniella.

Um pequeno sorriso surgiu no rosto da garota que agora sentia-se menos receosa em saber da história de sua mãe do que antes. Talvez aceitando que ela não era tão ruim quanto pensava que fosse.

— Foi como amor a primeira vista, se é que ainda existe isso nos dias de hoje. — o adulto deu de ombros pensativo. — Claro, demorou um pouco para conquistar ela, achei que fosse completamente irresistível mas vi que era diferente com sua mãe e depois com Pepper. Pela primeira vez eu me apaixonei primeiro do que ela por mim, fazia de tudo para Daniella notar-me até nos pequenos detalhes. Até que um dia ela se levou por vencida e eu consegui a levar para um jantar, sua mãe nunca foi daquelas que prezavam pelo luxo, até mesmo com um sorvete ela estava feliz. Mas naquele dia eu queria mostrar algo para ela se sentir especial, porque ela realmente era.

Zara continuou com um sorriso bobo em seu rosto enquanto escutava a história de sua mãe e de seu pai que parecia cada vez mais comovido ao contar a história, parecia que era porque ele a amava tanto que teve seu coração quebrado assim que ela se foi.

— Namoramos por alguns anos e quando estávamos prestes a pensar em casamento, sua mãe engravidou de você. Nossa pequena joia. — ele sorriu. — Foi um choque para nós dois mas continuamos porque sabíamos que conseguiríamos te dar praticamente tudo, inclusive o mais importante, o amor. Alguns meses antes de seu nascimento, Daniella ficou um pouco estranha e mais na dela, eu sempre perguntava o que ela tinha mas ela sempre tentava colocar um sorriso no rosto dizendo que não era nada. No dia de seu nascimento, foi um pouco complicado o parto, sua mãe queria o normal mas acabou que era muito arriscado e teve muitas complicações, eu realmente pensei que iria perder você ou até mesmo ela. Tanto que ela havia me dito que se fosse para escolher entre as duas, que eu deveria escolher você. Ela me fez prometer e eu dei minha palavra.

Talvez aquele sentimento que antes rodeasse a menor, sobre sentir raiva da mais velha, estivesse indo embora conforme ele contava a história mas ao mesmo tempo não se sentia convencida de que ela havia a abandonado sem intenção de maldade.

— Depois que você nasceu, por sorte sua mãe estava bem, porém bastante fraca. Neste dia, foi como se realmente estivesse ligado a você, todo o mundo viu uma imagem divulgada pela NASA de um nascimento de uma supernova. — explicou o que a fez se lembrar do que Thanos havia dito que ela deveria ter morrido quando nasceu a supernova. — Tive que voltar para casa com você enquanto sua mãe havia ficado no hospital. No dia seguinte eu ia visitá-la mas... no meio da madrugada eu havia sido notificado que ela havia saído sem alta do hospital, e eu não sabia como porque ela estava bastante fraca. Pensei que talvez ela estivesse indo para casa então decidi procurar ela por toda Nova York mas não havia mais nenhum sinal dela.

Confusão era o que mais descrevia a pequena Stark no momento, por que ela havia deixado seu pai e ela e ido embora sem dizer nada?

— Depois de um tempo foi como se Daniella Quantum nunca tivesse existindo, ninguém se lembrava dela e muito menos conseguia encontrar suas fotos espalhadas pela mídia quando andava comigo. Sumiu como se nunca tivesse pisado aqui, desde aí eu desvinculei qualquer coisa que ela tivesse de você, fotos, vídeos, nomes, tudo. E eu jurei para mim mesmo jamais deixar você se arriscar porque eu também não queria te perder assim como perdi sua mãe e... — ele suspirou fundo. — Sempre disse a mim mesmo que se ver você bem e segura significa ter que largar tudo então posso dizer adeus a tudo que já construí até aqui.

Ele revelou o que fez a garota ficar pensativa sobre tudo que era negado a ela relacionado a vida de super herói e naquele dia ela pôde entender o medo extremo de seu pai.

— Mas eu não consegui te parar em nada. E provavelmente agora que não conseguirei mesmo. Agora você sabe a verdade sobre sua mãe, pelo menos sobre o que eu sei dela. Agora cabe a você seguir com isso ou não, Zara. Você já sabe das consequências da vida de um herói, mas sei que se continuar seguirá com meu legado. Não usando uma armadura de ferro, mas sim salvando o mundo e aqueles que você ama. — sorriu parecendo orgulhoso da garota. — Eu te amo, Zara. Você foi a melhor coisa que já me aconteceu. Boa sorte no seu novo legado, saiba que sempre estarei com você, ao seu lado. Proteja nossa família e o mundo, assim como eu protegi.

Então a gravação fora desligada fazendo o homem sumir da frente da garota que observava o nada agora, ela limpou as lágrimas secas em sua bochecha agora respirando fundo ainda pensativa.

A menor mantivera-se sentada na cama, com a cabeça sendo preenchida por um turbilhão de coisas, Thanos não havia mentido sobre nada, mas a única coisa que ainda martelava sua mente era que maldição ele estava falando? E aquela sensação que teve no campo de batalha quando sua armadura perdeu a energia, isso realmente aconteceu? Ou foi apenas um choque pela força das joias em seu coração?

Mas o que mais estava lhe deixando confusa: como ainda estava viva com a força das joias?

Talvez ainda lhe restava muito tempo para ela descobrir o que realmente havia acontecido lá e o que realmente estava acontecendo consigo mesma naquele momento.

Porém, durante esse período que esperaria pela verdade, quem realmente era Zara Stark? Essa era a pergunta que rodeava a cabeça dela.

Ou melhor, quem realmente era Zara Quantum Stark?

Ⓐ| Okkk eu me considero culpada por fazer essa menina sofrer, mas fazer o que, né? KKKKKKKKK é meu aniversário, eu posso tudo

Ⓐ| Oi oi meus segundos filhosss, como vão? Espero que muito bem pois eu estou ótima! Envelhecendo com saúde graças a Deus

Ⓐ| O que acharam do primeiro capítulo do ato 2? Na verdade, o que acharam da estética dele? Porque eu tava simplesmente apaixonada fazendo! ((mesmo que os crackship deem um pouco de trabalho

Ⓐ| Gente e que capítulo grande né KKKKKK me surpreendi, acho que foi um dos maiores que eu fiz até agora

Ⓐ| A música do início do capítulo é My Tears Are Becoming a Sea — M83, o restante já está nos capítulos <3

Ⓐ| Infelizmente foi este é o único capítulo onde a zara terá comunicação com o tony deste universo, quem sabe dos outros KKKKK

Ⓐ| E o thanos falando o nome da mãe da zara, vocês têm teorias sobre quem será que pode ser daniella quantum? Vamos analisar aqui kkkkkkk

Ⓐ| Na verdade, quem realmente é zara quantum stark? Queria ter uma conversa civilizada com o thanos agora e depois jogar ele, só pra saber da vida dessa criança

Ⓐ| E o peter? Tadinho do bichinho, mas ele não vai desistir nunca da zara, vai fazer com que ela não se perca na depressão, muito meus amores

Ⓐ| Bem anjos, vejo vocês no próximo capítulo! Beijos!

Ⓐ| Votem e comentem, se puderem, por favor!

all the love, yas