┆ ⭑ CAPÍTULO VINTE E TRÊS.
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SOUL CHAIN
➤ CAPÍTULO VINTE E TRÊS. [23]
Quatro dias depois...
Os dias se passavam como um piscar de olhos, talvez seja a felicidade devido ao orgulho que Zara sentia de si mesma após conseguir dormir por várias horas sem ao menos acordar no meio da noite sentindo seu corpo suado e lágrimas caindo de seus olhos ocasionado pelo pesadelo que ela jamais lembraria.
Claro, ela não conseguiria melhorar do dia para a noite, mas as conversas com Pepper e Morgan, com MJ, Ned e principalmente Peter, a fizeram melhor e realmente enxergar sobre como aquela frase de "O Pequeno Príncipe": "É loucura odiar todas as rosas porque uma te espetou.", poderia se encaixar no que ela estava vivendo.
"É loucura odiar a vida porque uma fase te machucou." É apenas uma fase ruim, não uma vida ruim. Ainda pode melhorar.
Com o sorriso de volta no rosto da Stark, a casa voltou a ter a energia que antes tinha quando Tony ainda estava nesta vida. Ela era totalmente igual ao mais velho que partiu, talvez seja por isso que tudo ficou tão triste quando aquele sorriso matinal que alegrava a todos sumiu por conta do luto.
As três mulheres tiravam algumas noites para fazer a famosa "noite das garotas", onde assistiam a filmes, obviamente de animação por conta de Morgan, e comiam besteiras, além de jogar alguns jogos de tabuleiro que tinha na residência.
Finalmente, a vida estava voltando a ter cor para a adolescente, e ela deveria agradecer por isso, porque para alguns, essa cor talvez nunca voltaria. E muitos desses "alguns" era quem ela conhecia;
A garota se ocupara tanto naquela manhã arrumando suas coisas, que estavam uma bagunça devido a falta de força que ela tinha em pelo menos levantar-se da cama, que mal havia percebido as horas passarem rapidamente.
Pepper e Morgan sairiam naquela tarde, até chegaram a convidar a Stark mas a garota recusou porque ainda arrumaria sua armadura de ferro para ver se ainda tinha alguma salvação depois de que o sistema havia "estragado" com o soco de Thanos em seu peito.
O cabelo ondulado da jovem estava preso em um rabo de cavalo, o óculos de proteção, a regata preta e a calça jeans. Como Tony deveria estar orgulhoso do lugar em que estava, vendo como a garota estava evoluindo após sua partida.
— É, ele realmente estragou o sistema. — resmungou a menor para Vis vendo o reator arc completamente queimado.
— Mas não é muito trabalho, não é? Já conseguiu montar uma vez, e agora, depois de toda ajuda que teve de seu pai, com certeza conseguirá fazer outro. — encorajou a inteligência artificial.
— É, você está certa. — a garota assentiu com a cabeça dando um sorriso. — Vai ser trabalhoso mas... antes era bem mais. E a armadura já tava precisando de alguns ajustes mesmo.
— Sabe o que combina com pensamento positivo? Música animada. — aconselhou a mulher.
— Deixo na sua escolha, sabe como eu gosto. — Zara permitiu divertida e voltou a sua atenção para arrumar o que ainda dava para salvar no traje.
Outra música de rock, que parecia ter sido escolhida da playlist de seu pai, foram colocada pela assistente para tocar no local, fazendo com que a menor mexesse seu quadril ainda prestando atenção no traje.
Antes que pudesse fazer seu primeiro passo na vestimenta de ferro em pé a sua frente, o corpo da garota pulou assim que ouviu um barulho diferente do que estava acostumada soar do lado de fora.
— Vis. — chamou séria pela assistente virtual.
— Não consegui captar ninguém. Estou dando uma vista ao redor da casa por algum movimento captado. — ela respondeu rápido.
A mão da jovem fora para baixo da mesa onde estava seu computador e pegou uma faca, que sempre escondia consigo, na verdade, fora por obrigação de seu pai, ocasionado pelas preocupações excessivas dele após tudo que já passou.
Pelo visto ele também havia previsto que ela voltaria para casa e que iria precisar dessa faca embaixo da mesa em algum dia.
Ela apertou o cabo da arma branca com força e escondeu atrás de si caminhando em passos lentos até a saída da garagem que estava com o portão aberto.
Um silêncio estava predominando do lado de fora, apenas o som calmo e tranquilo da natureza que rodeava a cabana podia ser percebido ali, nada além do normal.
Em um susto, o corpo da garota pulou assim que uma figura masculina desceu do teto assustando-a e rindo em seguida, vendo que seu plano de a assustar havia dado certo.
— Seu filho de uma... — a Stark suspirou fundo olhando o Parker que ria, agora abaixando a faca que apontava para ele.
— O que é isso? — perguntou olhando o objeto cortante. — Acha que vai se proteger assim? Cadê a sua armadura?
O olhar da jovem apontou para a vestimenta em pé que estava sendo desmontada por ela há alguns metros atrás do garoto.
— Ah... — ele murmurou assim que notou o estado do traje, voltando seu olhar para a amiga.
— O que tá fazendo aqui? — questionou confusa passando por ele e indo guardar a faca novamente.
— Eu disse que iria te ver alguns dias antes, sem que fosse apenas na escola, ou seja, ano que vem. — ele cruzou os braços e caminhou até a morena.
— Se Pepper chegar e ver que estou sozinha com você, ela me mata e mata você. — avisou.
— Quem disse? Ela me ama, mini Stark. E outra, foi ela quem me convidou dizendo que ficaria sozinha a tarde inteira. — ele deu ênfase na última palavra com um sorriso convencido no rosto.
— Vocês... — indignada, ela tentou formular alguma palavra mas nada saia por seus lábios. — Só falta a Morgan também estar contra mim nessa.
— Claro que está, convenci ela comprando doces.
— Por isso os doces diários que chegavam para ela. — assentiu com a cabeça rindo fraco. — Sábio. Mas é sério, Peter, o que tá fazendo aqui?
— Aproveitei que você já estava melhorando e pensei: por que não tirar você um pouco de casa? — ele explicou, mesmo parecendo um pouco nervoso com a ideia confessada.
— Você? E eu? Saindo juntos? — ela riu franzindo o cenho. — Para onde quer me levar, Parker?
— Se eu te contar não vai ser mais uma surpresa, e eu quero que seja uma. — respondeu se apoiando na mesa na frente da cadeira onde a menor estava sentada. — Você só tem dois caminhos: sim e sim, senhora Stark.
— E caso eu recusar?
— Então estará perdendo o melhor dia da sua vida. — arqueou a sobrancelha, sério, tentando a convencer de ir.
Os olhos da menor se perderam nas orbes do garoto por alguns segundos, vendo o tão familiar brilho que tinha em seu olhar toda vez que estava perto ela. Isso a fez lembrar da conversa que tivera com Pepper há quatro dias atrás.
— Tudo bem, vou me arrumar. Espero não me arrepender. — ela apontou-lhe o dedo.
— Claro que não, esperarei por aqui. — o maior sorriu.
— Aqui? Na garagem? Ficou maluco? Entra. — a ondulada abriu a porta do cômodo que dava para a casa e então entrou, sendo seguida pelo garoto. — Vou só tomar um banho. Já volto.
Era um pouco notável o nervosismo que a jovem sentira desde que deixou Peter a sua espera e entrou dentro do box. Talvez o que a acalmou foi a água fria escorrendo por sua pele.
Assim que terminou, ela colocou uma blusa laranja de manga — a qual dobrou até a metade de seu braço — e um short jeans preto, mais uma vez calçando seu par de all stark preto de cano alto.
Um suspiro saiu pelos lábios dela enquanto borrifava o perfume de aroma de baunilha, a sua marca registrada, obviamente, pelas áreas quentes de sua pele. Depois que terminou tudo, a garota saiu do cômodo e desceu as escadas deparando-se com o Parker que estava sentado perto da escadaria em um sofá de couro mexendo no celular.
— Pronta. — Zara chamou a atenção dele para si, envergonhando-se no momento que viu os olhos dele a analisarem dos pés a cabeça.
— Nossa...
— Você não disse qual lugar seria, então fiquei um pouco confusa sobre o que usar. — explicou dando de ombros vendo-o negar enquanto se levantava.
— Claro que não, está perfeita. Aliás, só estava meio receoso que fosse de vestido ou saia. — ele deu um sorriso amarelo a fazendo arquear a sobrancelha.
— Por que? — questionou cruzando os braços.
— Porque vamos da forma que eu cheguei aqui. — ele estendeu o braço mostrando o lança teia em seu pulso.
— Não. — a garota negou com a cabeça sem pensar duas vezes.
— Qual é, você voa com sua armadura, até já foi pro espaço, que diferença faz? — perguntou se aproximando.
— É, na armadura, com mil seguranças, não ao ar livre, ainda mais com um louco como você. — a morena franziu o cenho.
— Tá bom então, vamos andando. — ele se deu por vencido.
— Prefiro, do que ir voando com suas maluquices. — a menor assentiu com a cabeça e fora junto dele para fora da casa.
Assim que a adolescente fechou a porta trancando-a e ligando o dispositivo de segurança, ela sentiu uma mão passar por sua cintura e a colar no corpo forte do alto. Visto que era Peter, sorrindo para ela naquele momento o que a fez perceber que havia sido enganada.
— Peter... — chamou o repreendendo.
— Só se segura, como fizemos daquela vez.
O grito da garota fora cortado a fazendo abraçar o corpo do rapaz com força logo após ao sentir seus pés saírem do chão e o ar bater em sua pele exposta sem nenhuma proteção.
Xingamentos rodeavam a cabeça dela, mas ela não tinha forças para deixá-los sair por seus lábios pois sabia que a única coisa que sairia de sua boca eram gritos de medo.
Os dois pousaram em um beco, provavelmente perto do local, onde não havia ninguém, Peter olhou a garota deixando-a em pé de forma segura no chão rindo da morena que o encarava séria.
— Eu juro que vou matar você qualquer dia. — ela o ameaçou.
— Deixa de ser medrosa. — alfinetou se aproximando e arrumando alguns fios bagunçados do cabelo dela. — Um dia se acostumará. Ainda mais que agora está sem armadura.
— Com certeza vou preferir vir a pé. — a jovem sorriu. — O lugar surpresa era aqui?
Ela olhou a sua volta observando o beco, fazendo o Parker revirar os olhos.
— Claro que não, né. Vem. — a mão do garoto segurou a dela, o que a fez olhar meio estranha para as mãos entrelaçadas uma na outra, porém não ligou e o seguiu para fora dali.
Eles atravessaram a rua movimentada por veículos e pessoas e entraram no espaço de paintball fazendo a menor soltar uma risada nasal, desacreditada que o "lugar surpresa" era um campo de guerra de tinta.
Ela sempre quis ter alguém que fosse com ela para este lugar e depois de Tony, só tinha de esperar a irmã crescer para a levar pro local.
— Tá brincando, não é? — questionou sorrindo.
— Claro que não, vem. Eu disse que iria te levar para algum lugar para você se divertir. — ele riu baixo e a puxou até o local onde pagariam para entrarem.
Os dois adolescente já estavam com seus trajes próprios para começarem a guerra de tinta dentro do campo, que já tinha algumas manchas coloridas nas estruturas que serviam como "proteção."
Eles decidiram ir individualmente, um contra o outro, lembrando-os da guerra na Alemanha, o lugar onde realmente deu início ao que eles tinham hoje em dia.
A Stark segurava a bolsa de ombro que tinha as bexigas cheias de tinta e ria acertando o Parker que, mesmo com o sentido aranha, decidiu deixar com que ela o acertasse, obviamente vingando-se em seguida.
De frente um para o outro, eles jogavam as bolas de tinta no outro sujando a roupa branca com as cores coloridas fazendo-os rir divertidos, tanto com o momento engraçado quanto com a situação em que se encontravam, completamente sujos pela tinta que misturava-se em suas vestes, na sua pele facial— claro, eles usavam óculos de proteção para não cair em seus olhos — e cabelo expostos.
— Lerdo! — a morena provocou estourando a bola de tinta no fios castanhos dele com a própria mão.
Logo, ela saiu de perto do garoto e correu para longe dele vendo-o correr atrás dela enquanto a jovem ria com a sensação desesperadora mas ao mesmo tempo engraçada em sua barriga.
Ela sentiu um baque em suas costas vendo alguns respingos perto de seu ombro, já notando que ele havia a acertado com outra bexiga também, como forma de vingança.
— Vem cá! — o Parker mandou vendo-a se esconder atrás de uma estrutura pequena o fazendo rir.
Eles rodearam o pequeno elemento dentro do campo tentando cercar o outro, uma tentando fugir e o outro tentando a "pegar."
— Deixe de ser medrosa e mostre as caras. — ordenou rindo junto da garota.
— Se você mostrar a sua primeiro. — ela continuou andando em círculos até que viu o maior ser mais esperto e tentar dar a volta, fazendo-a fazer o mesmo.
— Está com medo, sabe que vai perder pra mim. — continuou a provocando, tentando fazer com que ela perdesse o controle e partisse para cima dele.
Sem que percebesse, era o próprio herói que estava caindo em seu próprio jogo, antes que ele pudesse dizer mais algo para provocar a jovem e a distrair, ele sentiu uma bexiga de tinta ser arremessada perto de sua boca fazendo-o fechá-la rapidamente.
Ouvindo a risada da ondulada que se afastou, o adolescente não perdeu oportunidade em correr atrás dela. Obviamente ela era mais rápida, porém o seu sentido aranha o ajudava a chegar quase que na velocidade dela.
Já sem nenhuma bexiga na bolsa, Peter não hesitou em jogar-se em cima da ondulada fazendo-os cair em um amontoado de palha com o maior em cima da jovem, que, agora, o olhava ofegante ainda com o sorriso de orelha a orelha estampado em seu rosto.
— Ganhei. — ele declarou vitória.
— Empatamos. — o corrigiu.
Zara notou algumas pequenas escapadas de olhar do adolescente para seus olhos e em seguida para o sorriso em seus lábios.
Ela não perdeu tempo em fazer o mesmo, levando seu olhar para a boca entreaberta dele e depois subindo para as orbes que a encarava, do mesmo jeito que antes. Brilhantes.
Os dois estavam completamente ofegantes, parecia que o mundo havia parado e ficado em silêncio, as pessoas ao redor, que também estavam disputando na batalha de tinta, malmente ligavam para o que acontecia naquele amontoado de palha. Aliás, eram apenas dois jovens que estavam aproveitando o momento para ficarem juntos.
Mal sabendo eles, que ambos consideravam-se apenas "amigos.", bobos em não conseguirem enxergar a verdade do que realmente sentiam um pelo outro.
Perdida sobre o que ele faria em seguida, a morena não permitiu que ela mesma movesse um dedo sequer. Apenas continuou deitada com o amigo em cima dela, obviamente não apoiando todo seu peso na garota, mesmo que ela aguentasse, parecendo tão pensativo quanto ela.
Até que finalmente o silêncio fora quebrado pelo rapaz:
— Me concede uma dança, senhorita? — ele convidou com um sorriso de ladino em seu rosto.
— Se você sair de cima de mim e me pedir como um cavalheiro, talvez eu aceite. — Zara riu, insistente em ser tratada como gostaria.
De forma rápida e sem pensar duas vezes, Peter se levantou vendo-a se sentar apoiando-se em seus cotovelos enquanto ele lhe estendia a mão.
— Agora sim. Aceita dançar comigo, senhorita Stark? — pediu com formalidade e educação a fazendo sorrir.
— Aceito, senhor, Parker. — a menor assentiu com a cabeça segurando a mão dele e em seguida levantando com a ajuda do alto.
(It's Been A Long Time — Harry James and His Orchestra, Vocals by Kitty Kallen)
Não era apenas uma sensação incomum vindo somente de um dos dois jovens, o mundo realmente havia parado para eles. Aquele momento, misturado com a confusão da amizade e do que realmente sentiam um pelo outro, era apenas deles. Sem que ninguém mais pudesse os interromper.
Como? A resposta era que eles também não sabiam, mas o instinto parecia os guiar naquela dança que tinha um ar de bailes antigos.
A mão do garoto, totalmente suja de tinta, estava no quadril dela, sujando novamente a veste branca, enquanto a outra segurava a dela com o braço um pouco esticado ao lado deles.
Dois passos para o lado, dois para o outro e assim seguiram como se nada estivesse acontecendo ao redor deles.
Envergonhados, eles riam com a aproximação, sendo guiados também pela música que soava no ambiente.
Depois de alguns giros, o Parker soltou a jovem que girou até que ela parou e o encarou percebendo um olhar diferente estampado no rosto dele. Parecendo que estava completamente perdido na garota.
E ele realmente estava.
Ela se aproximou com um sorriso sem mostrar os dentes mas que fechavam um pouco seus olhos, tentando evitar ao máximo a felicidade que sentia e a vergonha que era pouco notável em suas bochechas, o vermelho natural sendo disfarçado pelas tintas coloridas. Assim como estava no rosto do maior.
Eles grudaram seus corpos mais uma vez, o queixo da adolescente fora para o ombro do herói enquanto o lado do rosto dele encostou na bochecha dela, e assim voltaram para a sequência, dois passos para o lado e dois para o outro.
— Isso substitui o baile que você não pôde ir? — perguntou sorridente próximo ao ouvido dela, em um tom baixo.
— Talvez ainda melhor, e para você? — ela questionou calmamente.
— Você já sabe minha versão, sabe com quem eu queria ir de verdade. E não era a Liz. — admitiu mais uma vez.
— Eu sei. — ela assentiu.
— E posso garantir que é ainda melhor do que daquele baile. Sujos de tinta, sem nenhum terno ou vestido de gala, nem arrumados. Apenas aproveitando a diversão. — riu.
— E sem nenhum vilão. — ela acrescentou, sorridente.
— É. — riu fraco mais uma vez, dessa vez aliviado. — Sem nenhum vilão.
Os olhos da garota fecharam-se por alguns segundos permitindo-a aproveitar cada segundo daquele momento que ela gostaria que fosse lembrado para sempre assim que pensasse em sua primeira amizade masculina, da sua idade, que sabia que duraria por muito tempo.
— Eu gosto muito de você, Zara. — ele comentou a fazendo respirar fundo agora abrindo os olhos.
— Eu também gosto de você, Peter. — sorriu se afastando e o olhando nos olhos.
A posição de dança havia sido totalmente desarrumada, a outra mão do garoto caiu para a cintura da adolescente enquanto a dela fora para seu ombro.
Mais uma vez, o silêncio predominou entre eles, dessa vez, mais colados do que nunca, apenas alguns centímetros de distância entre seus rostos e principalmente entre seus lábios.
Os olhos dos dois caíram para a boca um do outro, perdendo-se na cavidade bucal avermelhada e, aparentemente, macia.
O garoto umedeceu de forma automática e também discretamente os lábios ainda perdido nos da garota que fizera o mesmo.
Ambos aproximaram-se aos poucos, quase que colando suas bocas até que seus corpos pularam com o susto do barulho do alarme que tinham, avisando que o tempo deles havia terminado.
Eles haviam voltado para a realidade com o som estridente, a dupla não sabia o que se passava pela cabeça um do outro, principalmente agora que estavam prestes a colarem seus lábios, então não disseram nada.
— Já deu nossa hora. — Peter riu nasalmente, parecendo envergonhado.
— É. — Zara riu sem graça. — Vamos, também já vai anoitecer daqui a pouco.
Mesmo distantes, eles andaram um do lado do outro em silêncio até a saída do lugar onde trocariam suas roupas mais uma vez tirando as que estavam completamente sujas de tinta.
A Stark ficou ainda mais perdida do que antes, mas ela não deixaria transparecer isso, apenas estava sem graça, tal qual estava o garoto ao seu lado que ainda era mais tímido que ela.
Mesmo que contra a vontade da ondulada, eles haviam voltado para a casa da Stark da mesma forma que foram para o local. E o caminho inteiro havia sido sem nenhum dos dois dizer absolutamente nada, nem mesmo a garota conseguiu gritar, ainda pensativa pelo o que estava prestes a acontecer naquele campo.
Era isso que ela tentava explicar para Pepper, sobre o medo que sentia de machucar Peter sabendo sobre o seu problema em não conseguir se abrir com ninguém, talvez por medo? Obviamente, mas era mais porque tudo ainda era novo demais para a jovem.
Ela não queria se machucar e nem machucar aquele que ela gostava bastante.
— Bem... chegamos. — o Parker a trouxe de volta para a realidade, deixando-a de forma segura na varanda de sua casa.
— Obrigada. — a morena agradeceu com um sorriso. — Eu acho que você tava certo... realmente estava precisando de algo assim. Foi como me sentir viva novamente.
Um sorriso surgiu no rosto do garoto que assentiu com a cabeça. Parece que a ondulada havia "resolvido" temporariamente o problema entre eles e feito com que voltassem a ser como antes. Tentando deixar de lado o que iria acontecer no paintball.
— Nos veremos de novo, antes da volta às aulas, não é? — ele perguntou sorridente, porém, ainda meio receoso. — Também estou devendo um filme que comprei para Morgan.
— Com certeza. — a morena assentiu com a cabeça rindo.
Eles se entreolharam mais uma vez, quietos, esperando pelo próximo passo do outro, isso era o que mantivera-os parados, pois nenhum dos dois se atreveu a fazer um movimento sequer.
Porém Zara fez, depois de tomar uma atitude, seus passos rápidos foram até o rapaz e ela não pensou duas vezes em deixar um beijo na bochecha dele antes de se afastar com um meio sorriso tímido nos lábios.
— Boa noite, Parker. Me manda mensagem, quero saber se chegou bem e não bateu em nenhum prédio com suas maluquices enquanto pula de teia em teia. — ela riu, sentindo suas bochechas queimarem, vendo-o completamente sem reação.
Peter olhava-a, agradecendo por já estar escurecendo, o que disfarçou a coloração vermelha surgindo em suas bochechas, piscando algumas vezes raciocinando se aquilo realmente havia acontecido.
— Pode... Pode deixar. Boa... Boa noite, Zara. — o maior gaguejou fazendo a garota rir baixo.
— Boa noite, Peter. — a Stark deu as costas para ele e entrou na casa dando uma última olhada para o garoto antes de fechar a porta.
Dando alguns passos para longe da porta de entrada, a jovem ouviu o barulho de teia e então permitiu soltar o suspiro de alívio.
Um sorriso feliz surgiu novamente em seu rosto, parecia que iria de orelha a orelha, seus dedos, já limpos, foram para os lábios macios tocando-os enquanto segurava a risada.
Nem mesmo ela acreditava que havia tomado coragem para beijar o garoto na bochecha. Claro, amigos faziam isso, não todos, mas alguns, porém foi diferente dessa vez, entre eles tudo que era considerado normal na amizade parecia ser diferente quando era com eles.
— Beijou? — o corpo da adolescente pulou assim que ouviu a voz da loira que estava perto da escada olhando-a.
— O que? Não! — respondeu negando com a cabeça.
— Aham... — a Potts assentiu. — Jesus, vocês mergulharam em um balde de tinta?
— Estávamos no paintball da cidade. — ela riu limpando os vestígios coloridos em sua pele e caminhou até a mulher passando por ela sem dizer nada.
— Como foi? — questionou parando-a no meio da escada. — Não adianta mentir sobre nada, já fui adolescente, Zara. Sei o que está sentindo.
— Quase nos beijamos, eu acho que seria um beijo. Na verdade deveria ser sim. — ela respirou fundo. — E iríamos nos beijar, até que o bendito alarme apitou indicando que nosso tempo havia terminado, depois ficou estranho até chegarmos aqui e para quebrar essa estranheza, eu dei um beijo na bochecha dele. Normal, mas ele ficou meio... perdido, eu acho.
— Você ainda tem dúvidas sobre ele não gostar de você, Zara? — ela indagou sorrindo. — Deveria era ter dado-lhe um beijo na boca.
— Pepper! — a adolescente a repreendeu e depois riu negando com a cabeça. — Tá bom, vou tomar um banho e tirar essa tinta, depois conversamos.
— Vamos conversar direitinho mesmo, antes de você sequer pisar naquelas férias que passará com seus amigos da escola e com ele! — exclamou.
A garota subiu os degraus e riu baixo negando mais uma vez com a cabeça enquanto ia até seu quarto em passos calmos, porém por dentro ela estava quase que explodindo de felicidade.
Havia sido uma ação boba, apenas uma demonstração de afeto, mas para a adolescente, e principalmente para Peter, aquilo já era bastante coisa para os deixarem completamente perdidos.
E era uma coisa que nenhum dos dois, principalmente a Stark, havia se arrependido. Com certeza, ela teria tomado coragem pela segunda vez e feito novamente sem hesitar. Ainda mais por ter sentido-se bem ao ver que ele não negou, e muito menos disse algo.
Estava na cara que um dos dois tinha de ter coragem naquele momento, e a garota teve, e ainda bem que teve pois aquele simples beijo na bochecha mudaria tudo para sempre.
Ⓐ| MEU DEUS O QUE FOI QUE ACONTECEU AQUI
Ⓐ| Oi oi meus filhos, como estão?
Ⓐ| O que acharam do novo capítulo? Espero que tenham gostado!
Ⓐ| Vamos conversar sobre o que aconteceu entre esses dois porque MEU DEUS
Ⓐ| A música usada antes da indicada no capítulo foi Clocks - Coldplay
Ⓐ| Eu estava doida para usar alguma referência de 10 coisas que odeio em você aqui e finalmente consegui, AMO, o melhor foi que combinou direitinho, também estava louca para usar a música do Capitão América, sério cheguei a chorar escrevendo esse capítulo
Ⓐ| Lembrando que este foi um dos únicos capítulos felizes do ato 2, já terminei de escrever os rascunhos de Homem-Aranha: Longe de Casa e Sem Volta para Casa, só digo-lhes uma coisa, está bem triste, mas vai dar tudo certo nos próximos atos KKKKK eu acho
Ⓐ| Bem, amores, vejo vocês no próximo capítulo! Beijos!
Ⓐ| Votem e comentem, se puderem, por favor!
all the love, yas
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