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˖࣪ ❛ EU ME TORNEI UMA PÁRIA
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ELAS ESTAVA NERVOSAS quando voltaram para a caminhonete de Bella, correndo como se suas vidas fossem acabar ali, Bella pisando no acelerador para ficar o mais longe possível da clareira. Elizabeth ainda estava ofegante, curada, mas ninguém conseguia tirar a impressão de ter quase morrido; As pessoas nunca perfuraram seu peito e apertaram seu coração. Em parte, tinha que agradecer aos lobos por terem aparecido.
— Vou contar a verdade a Charlie. — Bella faz uma careta. — Ou pelo menos parte dela. Ele tem que saber que não é um urso.
Elizabeth suspirou, ainda atordoada, processando as palavras de Bella. — Sim, sim, completamente. — tinha que avisá-los de uma certa maneira que o confronto não merecia comparação, um urso contra lobisomens, porque nenhum lobo normal e conhecido era tão grande. — Acho que deveria me trocar, Charlie vai enlouquecer se me ver assim.
Suas roupas estavam sujas de sujeira, sua blusa estava arruinada com um buraco onde Laurent havia colocado a mão, seu cabelo estava desgrenhado e seu rosto e peito estavam manchados de sangue seco. Ela piscou novamente, vislumbrando suas casas próximas.
— Vejo você à noite, ok? Eu preciso ficar sozinha por algumas horas. — Bella vira o rosto confusa para a morena, franzindo a testa com suas palavras. Nos meses que conhecia Elizabeth, ela nunca procurou ficar sozinha em nenhum momento, feliz ou triste, estava sempre em busca de companhia. Ela sabia que o assunto a havia afetada o suficiente, então assentiu em compreensão.
— Me ligue para qualquer coisa. — um segundo depois Elizabeth desapareceu da caminhonete, se despindo na solidão de seu quarto, caminhando até o chuveiro para se livrar dos calafrios e do medo.
Sentindo a temperatura quente da água molhar sua pele, ela começou a pensar sobre o incidente na floresta, sua quase morte a levou a pensar em Victoria, que Laurent afirmava estar determinada a caçar ela ou seus companheiros de uma forma imortalmente dolorosa, certamente torcido e isso a levou a pensar no pai, de quem ela não tinha notícias. O silêncio dele era preocupante, ela sabia que John Gilbert sendo o caçador que era estava apenas mexendo com a cabeça dela, deixando-a acreditar que estava a salvo dela.
Agora ela tinha uma segunda pessoa na lista daqueles que queriam matá-la.
Ela esfregou desesperadamente a sujeira de seu corpo, deixando sua pele vermelha em brasa. Ela tinha que contar a Bella sobre seu pai e os lobos. De lobisomens.
Ela saiu do banho e escovou os cabelos molhados, quebrando a escova no processo devido à sua força sobrenatural, mas não se importou quando vestiu a calcinha e voltou enrolada em uma toalha para o quarto, encontrando Jacob parado na frente dela. Ela teria gritado, mas olhou para ele perplexa e atordoada.
Jacob mudou em apenas uma semana. A primeira coisa que percebeu foi que havia raspado seu lindo cabelo; Ele havia feito o corte rapidamente e agora uma camada fina e brilhante de cabelo que ainda parecia cetim preto cobria sua cabeça. As feições de seu rosto mudaram repentinamente; pareciam duras e tensas, como as de alguém mais velho. O pescoço e os ombros eram mais grossos; As mãos pareciam enormes, com os tendões e veias marcados sob a pele acobreada. Mas as mudanças não foram nada comparadas à sua expressão; escuro, com um ressentimento perturbador.
— Jacob. — não foi uma saudação, foi uma declaração do nome dele, do adolescente parado na frente dela.
— Você é uma deles. — ele acusou, seus olhos refletindo tensão e raiva. Foi então que Elizabeth se lembrou. A maneira como Jacob, semanas atrás, contou a ela sobre a mudança radical de Embry que o fez se juntar ao bando de Sam Uley. Jacob era uma cópia exata deles, com um olhar impiedoso que nunca dirigiu a ela.
— Posso dizer o mesmo de você. — ela não tinha vergonha da falta de roupa; ele também não tinha camisa para cobrir os músculos.
— Você foi assim esse tempo todo? — ele murmurou entre os dentes. Ele não percebeu a quase nudez de Elizabeth.
— Eu nunca os machuquei. — ela o lembra, começando a não gostar do súbito aparecimento de sua atitude inflamada, um contraste com o adolescente gentil e terno de uma semana atrás.
— Como é possível? — Jacob rosna, dando um passo em direção a ela, mas não de forma ameaçadora. — Eu ouço seu coração batendo, você não fede como eles, eu vi você sangrar e comer comida humana... Bella e eu sangramos na sua frente. — ele percebe quando ao mencionar a última situação Elizabeth nunca perdeu controle e se lançou para alimentá-los.
— Tenho certeza de que sua nova matilha lhe contou tudo sobre o frio, mas acredite ou não, sou uma espécie diferente de vampiro.
— Você sabe? — um lampejo de esperança e alívio cruzou seus olhos, lembrando-se do Jacob anterior.
— Você também é uma espécie de lobisomem diferente da que estou familiarizada, mas consegui ligar os pontos pelo que você nos contou em La Push. Quase fugi.
— O que manteve você aqui?
— Minha namorada e meu namorado. — Liz responde instantaneamente, depois pensa um pouco mais. — Talvez Bella, mas eu estava apenas começando a conhecê-la.
O jovem Black olhou para baixo, analisando. Não demorou muito para que suas feições relaxassem um pouco.
— Por que você é diferente?
Elizabeth suspirou, sem vontade de lhe contar a história da criação de sua espécie. — Vou te contar o que é importante, Jacob, o mínimo que posso fazer porque você tem sido um grande amigo.
Jacob assentiu. — Bella sabe?
Ela ignorou sua pergunta. — Eu durmo, respiro e adoro comida; Eu me alimento de sangue humano, mas não mato, posso morder pessoas e minhas presas não liberam nenhum veneno, então apago a memória delas e as deixo ir. Qualquer dúvida que você tenha fora disso, quase morri hoje, então agradecerei se você não me incomodar.
— Sinto muito. — ele sussurrou, sua suavidade fazendo Elizabeth acenar com a cabeça e sentar-se na cama. — Convenci Sam a me deixar vim sozinho para... interrogá-la. Ele queria fazer isso, trazer os outros, mas não sabia o que fariam com você.
Foi a vez dela assentir, grata por sua graça. — Você acha que o que acabei de dizer vai convencê-los a não me machucar?
— Acho que posso fazer isso. Apenas... Por favor, fique longe da Reserva.
— Sem problemas. Me ligue se eles decidirem me caçar. Eu gostaria de escapar a tempo.
Ambos se entreolharam. Eles sabiam que o relacionamento deles não era tão próximo quanto qualquer um deles com Bella, afinal foi a garota que os fez conhecer. Nenhum dos dois devia explicações ao adversário, mas mesmo assim a convivência que se manteve com o passar dos dias estabeleceu um vínculo de valorização mútua.
Jacob andou para a porta, mas hesitou e voltou para ela, estendendo a mão enquanto ainda a olhava com uma expressão que indicava que estava atormentado pela situação de um novo mundo diante de seus olhos adolescentes.
Elizabeth pegou a mão dele e ele puxou-a de repente - com muita força - até que ela colidiu com um som surdo contra seu peito, abraçando-a com tanta força que quebraria as costelas de um humano, mas para o vampiro era reconfortante.
— Sinto muito por nos encontrarmos nesta situação. — Liz acariciou suas costas com pesar. — Inimigos por natureza.
— Eu não queria que as coisas mudassem por causa disso. — ele diz honestamente.
Gilbert encolheu os ombros quando eles se separaram. — Vamos esperar o resto da história.
———
Jacob: Não fale com Bella sobre nós, isso lhe renderá alguns pontos.
Ela desligou o celular após ler a mensagem de Jacob, suspirando arrependida. Um segredo por outro, mais uma vez. Isabella entrou em seu quarto e engasgou ao identificar a figura de Elizabeth em sua cama.
— Eu tenho um segredo. — Gilbert começou, Bella silenciando sua repreensão. — Que eu gostaria de compartilhar com você. Não contei a mais ninguém até agora e acho que você deveria saber caso algo aconteça comigo. É óbvio que você sabia do paradeiro de Rosalie e Jasper em Olympia antes de contar a Laurent hoje, então sei que você contará a eles se eu morrer.
Swan cambaleou em direção à cama, sentando-se em frente à sua melhor amiga enquanto ela tentava não ser consumida pelo pânico com as palavras dela. — Victoria? — o nome da ruiva veio à mente de Bella, querendo saber se era por causa dela.
— Isso me fez pensar sobre o segredo, então sim. — ela sorri, mas não há alegria em suas palavras. — Meses atrás eu te contei como morri, mas nunca te expliquei como deixei minha cidade para trás. — ela continua sem palavras, em dúvida.
— Seu pai? — Bella questiona e recebe um olhar surpreso de Elizabeth. — Lembro que quando nos conhecemos você disse que havia se tornado independente dele.
A vampira acena com a cabeça, uma memória distante vindo à sua mente. — Ah, sim, claro. — ela sentiu o toque suave da humana pegando sua mão, apertando-a para encorajá-la. — Tenho uma irmã gêmea, o nome dela é Elena, uma cópia exata de mim. Jeremy, eu pensava que ele era meu irmão mais novo até quatro anos atrás, quando descobri que ele era na verdade meu primo, os pais dele adotaram minha irmã e eu porque os nossos pais não eram maduros e responsáveis para cuidar de nós. Eu sei que isso não tem nada a ver com isso, mesmo naquela época eu não era uma família para eles. — seus olhos ficam vidrados e ela suprime um soluço. — Depois de dezessete anos morando com meus pais adotivos, eles morreram em um acidente de carro, na mesma ponte da minha morte. Minha tia cuidou de nós, mas ela foi morta como parte de um ritual de vampiro. Minha mãe biológica suicidou-se e meu tio paterno era na verdade meu pai, eu nunca fui a favorita dele, nem ele parecia gostar de mim.
— Sinto muito, Liz. — Isabella se inclina em sua direção, consternada.
— Gilbert é um sobrenome conhecido na minha cidade, meus ancestrais foram um dos fundadores de Mystic Falls. E também caçadores de vampiros. — ainda de luto, ela podia ouvir como Bella parou de respirar, temendo o pior. — Então, quando meu pai descobriu que eu morri e ressuscitei como vampira, me tornei uma pária. Ele disse que eu era um monstro, que estava morta e que iria me caçar para ter certeza disso.
— O que aconteceu com seus irmãos?
Seu oponente ri amargamente. — Quando contei a história da ponte, deixei de incluir que morri com minha irmã, nós duas viramos vampiras naquela noite, mas ela sempre foi a filha de ouro, a sobrinha preferida. Meu pai só queria me matar e meus irmãos me viraram as costas... Desde aquela noite tenho viajado e me escondido em vários estados.
— Foi por isso que você veio para Forks.
— Uma cidade pequena demais, uma chance para me esconder.
Bella morde o lábio inferior e bate suavemente o ombro contra o dela. — Bem, que sorte eu tenho por você ter escolhido esta cidade.
— Você diz isso porque estou sempre salvando sua pele. — Liz finalmente dá um sorriso verdadeiro, retribuindo o choque.
— Ou talvez porque encontrei a irmã que não sabia que queria. — Elizabeth não sabia do desastre que as palavras de Bella causaram em seu coração até que sentiu suas bochechas molhadas, percebendo que estava chorando incontrolavelmente em seu ombro, os braços de Swan rodeando-a com toda a força que tinha. — Como eu disse há algumas horas, sobre o meu cadáver. — ela murmurou em seu ouvido enquanto acariciava seus cabelos.
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