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˖࣪ ❛ É UMA ÉPOCA RUIM PARA FLORES SILVESTRES
— 26 —
ELIZABETH DEFINITIVAMENTE GOSTOU, seguindo as palavras de Bella sem complicações ou reclamações. Voltar para Forks depois daquela semana com seus companheiros não a desanimou, voltou para a cidade com energias renovadas e exalando suspiros de amor. Os jantares, os passeios, os pequenos encontros e até mesmo ficar no quarto com eles (Elizabeth guardava os detalhes sexuais para si mesma) eram bons em causar uma faísca que iluminava seu coração novamente.
O dia estava nublado, mas quase seco, um clima muito bom no caso de Forks quando ela estacionou o carro na entrada de sua casa, saindo alguns segundos depois para ver as costas de sua conhecida amig entrando em seu carro laranja veículo, baixando as janelas que não percebeu ao chegar. Elizabeth deu um sorriso travesso, usando sua velocidade sobrenatural para correr em direção à porta do passageiro e aparecer na frente da amiga, acompanhada pelo impacto de seu corpo contra o metal.
— Ah! — Isabella gritou assustada. Por um momento ela fechou os olhos e levou a mão ao peito, tentando respirar quando percebeu que era sua amiga. — Maldita seja, Elizabeth. — Bella fez uma careta para ela, pegando uma jaqueta que Elizabeth havia deixado da última vez e jogando-a na cara dela pela janela, errando.
— Muito devagar, de novo. — a morena pega a roupa e entra no carro, olhando zombeteiramente para a amiga. — Você sentiu minha falta, não foi? Diga que você sentiu minha falta. Aonde vamos?
Swan olhou para sua melhor amiga incrédula, antes de suspirar cansada e ligar o motor, saindo da propriedade de seu pai.
———
Eles deixaram o caminhão minutos atrás, Elizabeth resmungando e reclamando dos seis quilômetros a pé, xingando por ter entrado no caminhão antes de perguntar para onde estava indo.
No caminho, ela lhe contou um resumo de sua semana com seus companheiros, recebendo em troca a história - que Bella lhe deu explicações para contradizê-la - do sumiço de Jacob após ter ido ao cinema uma semana antes, devido à mononucleose.
Elizabeth franziu a testa comicamente, ecoando o ceticismo de Bella. — Mas a mononucleose se espalha pelos beijos. Jacob beijou alguém...? Você beijou Jacob?
— Não. — Bella a repreendeu por seu atrevimento.
Liz abaixou a cabeça, estalando a língua. — Então em breve lhe faremos uma visita obrigatória. Deixe o pai dele tentar me dizer não.
Depois disso Bella contou a ela sobre a campina que ela estava procurando, tendo descoberto em meses anteriores... Graças a Edward.
— Eu sei o que você vai dizer! Mas deixe-me explicar primeiro. — a humana recua quando vê a vampira dar um passo em sua direção, com toda a intenção de arrastá-la de volta para o carro. Diante do silêncio do segundo, Bella continua com um suspiro. — Quero me despedir, depois de meses de silêncio, me sinto pronta para começar a esquecer Edward.
Ela observou sua amiga reprimir qualquer movimento de seus lábios para não revelar qualquer sentimento, mas seus olhos se suavizaram de orgulho e alívio.
— Bem, estamos perto? — Liz a encorajou a continuar seu caminho, seguindo-a atrás e passando sob o arco formado por dois bordos para - abrindo caminho entre as samambaias, que chegavam até o peito - entrar na campina.
Desta vez Gilbert não reprimiu uma careta, onde antes certamente havia uma clareira com grama verde viva e flores de diferentes tons de azul e roxo, agora havia um chão transbordando de grama densa, muito alta e seca.
— É uma época ruim para flores silvestres. — Liz murmurou alto o suficiente para Bella ouvir, mas não alto o suficiente para quebrar sua perplexidade ao encontrar a área. Foi assim, que a decepção foi quase tão imediata quanto o reconhecimento, ao vê-la cair de joelhos na beira da clareira, começando a respirar com dificuldade e cerrando o punho contra o peito. — Bells!
Em um segundo Liz estava ajoelhada na frente dela, as mãos dela em seus ombros e depois em seu rosto, levantando-o para encará-la.
— Me dê um segundo. — Bella implorou, fechando os olhos com força antes de se forçar a se levantar devido à dor que o lugar agora vazio estava causando a ela, demais para suportar. Foi então que ela o viu, atrás de Elizabeth. — Laurent. — ela chamou quando o reconhecimento a atingiu, surpresa.
Elizabeth se levantou, virou-se e se posicionou na frente de Bella em um segundo lento demais para seu gosto, analisando o homem e a situação diante delas com cautela.
— Bella? Elizabeth? — Laurent perguntou. Ele parecia mais surpreso do que eles. Então ele sorriu. — Eu não esperava encontrá-las aqui. — ele se aproximou delas em um milésimo de segundo.
— Não deveria ser o contrário? Somos nós que moramos aqui. Pensávamos que você tivesse ido para o Alasca.
Ele parou a três metros de distância, inclinando a cabeça. Elizabeth supôs que ele devia ter mudado, é claro, já que tinha ido para o Alasca para viver com o outro clã civilizado de lá, a outra família que se recusava a beber sangue humano por razões éticas. Ela adivinhou errado, afastando-se de Bella quando a humana fez essa pergunta e notou os curiosos olhos vermelhos escuros de Laurent seguindo seu movimento.
— Você tem razão. Eu fui para o Alasca. Mesmo assim, não imaginei... Fui visitar os Cullen, mas a casa está vazia. — ele começou a andar em volta delas, Elizabeth se sentiu como uma presa. — Estou surpreso que eles as tenham deixado aqui. Vocês não eram uma espécie de animal de estimação para eles? — seus olhos refletiram que ele não queria ser ofensivo, mas a morena não encarou dessa forma.
— Companheiras. — corrigiu Elizabeth, cruzando os braços defensivamente.
— Ah. — ele balança a cabeça. — Os Cullen, eles vêm visitar com frequência? — ele perguntou, inclinando sua figura na direção delas.
Gilbert respondeu, sem esperar por Bella. — Às vezes, outras vezes vamos visitá-los em Olímpia. Estamos voltando de um fim de semana lá. — ela também se curvou, mas para a amiga, sorrindo secamente.
— Vamos dizer a eles que você veio vê-los. — o murmúrio suave de Bella foi ouvido atrás dela. — Mas talvez eu não devesse contar a Edward. — ainda um pouco sensível com toda aquela coisa de James.
Laurent provavelmente percebeu a mentira de Bella, porque perguntou, incrédulo, se era verdade.
— Por que está aqui?
— Vim fazer um favor a Victoria. — a expressão abalou as duas. — Ela me pediu para descobrir se vocês ainda estavam sob a proteção dos Cullen. Victoria achou que seria mais apropriado matar você do que Edward, uma troca justa, casal por casal. — ele olhou para Elizabeth. — Embora ela ainda não tenha certeza se deve matar você ou seus companheiros loiros. — seu comentário ganhou um grunhido. — Todos os três têm igual responsabilidade pela morte de James.
— Ficarei encantada se ela vier me buscar pessoalmente. — ela fecha os punhos.
— Edward saberá que foi você e virá procurá-lo. — a humana ameaça, a angústia escapando de seu tom de voz.
— Acho que não. Afinal, o quanto você pode se importar se ele te deixou aqui desprotegida?
— Ela ficará desprotegida quando eu tiver uma estaca em meu coração. — murmura a garota cacheada. — Você pode acreditar no que quiser sobre Edward e Bella, mas acabei de voltar de Olympia, onde sei por juramento que Rosalie e Jasper estão.
O sorriso de Laurent se alargou. Ele olhou ao redor da pequena clareira entre as árvores. — As próximas chuvas apagarão meu cheiro e ninguém encontrará seus corpos; Eles irão embora, Elizabeth. Não há razão para Edward ou Rosalie e Jasper pensarem em mim. Você pode ser forte como uma vampira, mas não tão forte quanto eu.
— Eu lidei com James. — disse ela.
— Você o pegou de surpresa com a ajuda de Edward. Não sou tão irracional e emotivo quanto meu falecido parceiro. — Laurent balançou a cabeça sem perder a expressão gentil. — Fiquem tranquilas, isso não é nada pessoal, meninas. Victoria não ficará muito feliz se eu matá-las, mas veja as coisas desta forma. Vocês têm sorte de eu ter os encontrado.
— Ah sim? — Bella disse, apenas movendo os lábios, enquanto ao mesmo tempo elas davam um passo hesitante para trás. Laurent as seguiu, ágil e gracioso.
— Sim. — ele assegurou. — Serei rápido, você não vai sentir, eu prometo. Então vou mentir para Victoria, é claro, só para acalmá-la, mas se você soubesse o que ela planejou para você, Bella, para você... — ele balançou a cabeça com um movimento lento, quase enojado. — Realmente, você deveria estar grata a mim por isso.
— Corra agora, Bella! — Elizabeth gritou, se jogando em Laurent, dando tempo para a morena fugir da clareira, parando longe o suficiente para se abrigar atrás de uma árvore, incapaz de sair sem Elizabeth.
Liz não teve o resultado que esperava, Laurent sendo um vampiro algumas décadas mais velho, acompanhado de experiência em lutas, ele a pegou pelos ombros e a jogou por cima do ombro, fazendo-a cair de costas no chão. Ele subiu em cima dela, Elizabeth lutando para virá-lo e mudar de posição, tentando agarrar qualquer membro dele que pudesse tirar vantagem.
Ela pressionou o braço contra o pescoço de Laurent para imobilizá-lo, mas foi apenas uma tentativa quando ele bateu a cabeça contra a dela, fazendo com que fios de sangue começassem a jorrar de seu nariz, atordoando-a e fazendo-a recuar.
— Você está tornando isso mais difícil do que deveria ser, Elizabeth. — ele sibilou com o esforço, chutando a perna dela com uma força tão impressionante que ela se dobrou em um grito, ouvindo seus ossos quebrarem.
— Você não descobriu? Eu gosto de dificultar as coisas. — Liz ergueu o punho para acertar o lado dele, não sendo muito rápida porque ele pegou seu pulso e torceu sua mão, quebrando mais ossos. — Droga, Bella, saia daqui! — ela gritou de medo, dor e frustração, tanto por ela quanto pela amiga.
— Apenas feche os olhos, Elizabeth. — Laurent empurrou a mão livre contra a caixa torácica de Gilbert, segurando seu coração batendo com força.
— Por favor, não faça isso! — eles ouviram a súplica e o desespero na voz de Bella a vários metros de distância deles.
— Sinto muito, Elizabeth. — o moreno diz lamentavelmente, uma lágrima de dor caindo dos olhos de Gilbert enquanto ela engasga e choraminga. Um rangido à sua esquerda, que Elizabeth não percebe entre seus próprios gemidos, alerta Laurent, virando a cabeça bruscamente. — Não posso acreditar.
Ele soltou o coração de Elizabeth e recuou, retirando a mão e começando a se afastar dela lentamente. Bella não hesitou e correu em sua direção o mais rápido que suas pernas podiam levá-la, o mais rápido que ela já havia corrido, pegando-a nos braços e começando a arrastar seu corpo com a pequena ajuda que Elizabeth poderia lhe dar. O olhar da humana passou da campina para Laurent, que agora recuava mais rapidamente enquanto ainda examinava a floresta com os olhos.
Elas voltaram para a árvore onde Bella havia se refugiado, deitando-se ao lado de sua amiga morena enquanto a observavam ainda ofegante e tremendo de dor.
— Tome meu sangue, Liz. — Bella estendeu o pulso aos lábios dela, um movimento em algum lugar entre gentileza e urgência. Elizabeth gaguejou palavras incompreensíveis, alarmada. "Lobisomens. Fugir. Correr. Eles vão me matar." Era isso que ela queria dizer, sem demonstrar qualquer intenção de cravar suas presas nela. — Elizabeth, você precisa de sangue. — ela falou com uma severidade que ela não conhecia, surpreendendo a vampira que piscou, saindo de seu estupor.
Seus olhos pararam nas veias de seu pulso pálido e em segundos eles mudaram, suas presas cresceram e ela choramingou, sua amiga enterrou sua pele nelas apesar de sentir as pontadas de dor quando sua carne foi perfurada. Foi quando ela percebeu.
Uma grande figura negra emerge calmamente das árvores, silenciosa como uma sombra, e então lentamente persegue o vampiro. Foi enorme; Ele era tão alto quanto um cavalo, mas era mais corpulento e muito mais musculoso. O grande focinho contraiu-se numa careta, revelando uma fileira de incisivos afiados. Ele soltou um grunhido de gelar o sangue entre os dentes que ecoou pela clareira como o estrondo de um trovão. De repente, espantado com os olhos enormes e aterrorizados de Laurent, o chamado lobo foi seguido por outros dois companheiros gigantes, um com pêlo cinza escuro e outro marrom. O cinza saiu a poucos metros deles, mas com o olhar fixo em Laurent. Mais dois se seguiram, um com cabelo cor de tijolo ao alcance do braço, ele não se virou para olhar para ela até que ela engasgou e pulou para trás, mas então seus olhos pousaram no rosto de Elizabeth, suas presas manchadas de sangue por Swan.
Os dois últimos lobos rosnaram para elas, para a vampira, e quando Elizabeth estava prestes a aceitar seu destino fatal pela segunda vez em dez minutos, Bella se jogou sobre ela como proteção e escudo, sua mente imediatamente clicando na rivalidade entre lobos e vampiros das histórias que és leu.
— Tudo bem, Liz, por cima do meu cadáver. — Bella murmurou com a voz abafada, mas entre rosnados e estalos de mandíbulas, os lobos cruzaram a grama da clareira, seguindo Laurent, se perdendo na floresta.
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