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HUMOR NEGRO E RANCOROSO


"Você não pode escapar
de seu julgamento
Eu ouvi-los chamando seu nome
Não implore por piedade agora
Você nunca mostrou
nenhuma para eles
Abrace o seu castigo, finalmente
Não há nenhuma alma
para te ouvir gritar
Tenho que agradecer a você
por deixar sair o animal em mim..."

- Old Friend -
DISTURBED


Sabe, matar é algo tedioso. Sério, mesmo com possibilidades infinitas de se esfolar a alma de um maldito humano chega uma hora em que você para e pensa: Que porra é que estou fazendo com a minha eternidade?

Não sei se essa crise existencial veio agora por causa da alma que vim buscar ou é aquela milenar que todos nós, os Ceifadores, passamos durante nossa existência maligna. Estou falando sério.

Como por exemplo agora.

Estou aqui, numa terra em que séculos atrás houve inúmeras batalhas entre portugueses e franceses, lutas sangrentas com direito a centenas de mortes num só dia. Naquela época eu me divertia ouvindo o som dos tiros e sentindo o cheiro de pólvora no ar. Os aromas de carne queimada e corpos esmigalhados por bolas de canhão eram incríveis.

Mas agora...

Chamam esse pedaço de terra de Ilha do Amor!

Amor... Eca!

Sentado aqui, na enfermaria, vendo a família de Leandro Mostarda, vocalista de um tal grupo de pagode maranhense, estou tão excitado quanto um eunuco diante de um harém nu.

E tão inútil quanto.

Mas o que fazer? A ampulheta faz o serviço mesmo de ponta a cabeça, só me resta seguir as ordens do Universo.

Minha foice está quente, na verdade morna, pois o clímax vai começar só daqui a pouco quando ele morrer de causas naturais.

Estou cansado de...

Opa!

Reviravolta... Reviravolta!

Aí vem a esposa...

E a amante?!

Espera um pouco! Não tem nada disso no meu Livro da Morte... O padrão foi alterado?!

Meu allstar está desamarrado, mas não me importo. Flutuo e atravesso a parede até o quarto.

O pagodeiro está dormindo... Ou em coma. Pouco me fodo pra isso. O Destino também, pelo jeito. Minha foice de repente fica fria, as mulheres se aproximam do homem e coxixam algo no ouvido do idiota. Não consigo ouvir. Que bosta! Depois perguntarei pra esse pão mofado o que disseram.

Há algo errado.

A mulher oficial, sei disso porque a conheço desde o nascimento e vejo a grande auréola de ouro em seu anelar, se aproxima da amante do cantor, uma beldade também. Lembro de vê-la cavalgando no pagodeiro enquanto o velho que ela chamava de marido tinha um avc no quarto de sua própria mansão. Ironia demais até pra mim.

Vamos ouvir o que as damas tem a dizer...

- Trouxe o que combinamos? - disse a oficial.

- Lógico. Mas agora devemos tirar no par ou impar...

- O que?! Nem morta. Que porra é essa? Tu não disse que aplicava, que era enfermeira e tudo?!

- Sim, mas eu o amo. Não quero....

- Ama é o cacete! Me dá essa merda logo. Covarde.

- Desculpe... mas não consigo - choraminga a amante esperta.

Vejo a oficial com uma agulha nas mãos e logo sinto meu caderno aquecer. Folheio as páginas e vejo uma novidade: a morte do pagodeiro marcada para daqui a 3 minutos e mais... Não é possível! Será que minhas preces foram atendidas?

A diversão parece que vai começar...

A mulher oficial se lança sobre o corpo do amante. Acaricia seu membro e com a leveza de um açougueiro aplica a injeção no peito do cantor. Até pensei que rolaria um acasalamento... Mas...

O idiota convulsiona. O leito treme, os braços começam a ficar roxos, as máquinas apitam, mas a jovem amante e futura cúmplice de assassinato é rápida e desliga os cabos.

Nada de bip bip!

Enquanto isso o pagodeiro continua a morrer.

Estou excitado. Minha foice ferve e já começo a ver a alminha do filho da puta escorrer por entre seus lábios cor de chumbo. A pele já está negra como minha camisa do Korn.

Então ouço o coração dele espocar como uma espoleta. As fezes escorrem pelo leito junto com a urina, sangue desce pelos ouvidos.

O cadáver abre os olhos e as mulheres se assustam ao ver as duas bolas de fogo que as pupilas se tornaram. Mas é o fim, Mostarda está tão morto quanto possível. Foi só um reflexo, mas o suficiente para horrorizar a esposa/viúva.

Com o susto a oficial cai de costas por cima do pinico de urina. Ela levanta com a face turva de nojo, enquanto a amante solta um sorrisinho escroto.

A oficial se irrita, e avança com os punhos fechados. Ódio no olhar, uma faca pinicando seu rosto. E então escorrega nos fluidos corporais do marido morto.

O pé direito sobe, o esquerdo teima em ficar pra trás. O joelho esquerdo também não entende a falta de sincronia da mulata voluptuosa e se entrega à força da gravidade. Estala como um galho seco. O peso da mulher o esmaga e ela grita. O fêmur, pobre coitado, sai da carne para ajudar sua senhora e acaba por romper uma femural. O sangue jorra como uma cachoeira.

A amante abandona o quarto, foge para fora do hospital. Sei que devo seguí-la, mas agora que percebo o padrão sendo restaurado não preciso ir agora. Daqui a pouco a fujona estará em minhas mãos esqueléticas.

Exatos 40 segundos depois do escorregão, Luiza dos Santos, morre por hemorragia.

Estou sorrindo e meu riso é de orelha a orelha... Quer dizer... Seria se eu possuísse bochechas e orelhas...

Enfio a foice na mulher e em seu homem. O espetáculo de luzes só não é maior do que foi no Big Bang e na morte do Sol da Galáxia Mu, ao norte da via láctea.

Amarro meu allstar de cano longo, limpo o sangue das almas de minha camisa tamanho P, do Korn... (É aquela que lançaram com a imagem da menininha no precipício, do álbum Follow the Leader, saca?) arrumo a calça e engulo minha foice. Sou a Morte, porra! E não um mendigo. Tenho estilo.

Sigo para fora e vejo o tumulto.

A multidão tira fotos e grava vídeos. Fazem selfie. E ainda falam mal de mim, dizem que sou cruel e imoral. Hahaha!

Esse rapaz de boné ali, ajoelhado ao lado da boneca estatelada no chão, já aproveitou pra olhar por baixo da saia. O velho ao lado dele, roubou alguns reais da bolsa de Jurene, a amante do pagodeiro e cúmplice de sua morte. Uma viúva negra. Adoro elas. Ambos os falsos socorristas estarão comigo até semana que vem.

Estou tão excitado que esqueci de mencionar a causa do acidente... O motorista do ônibus Vila Nova-Calhau, discutia com uma gestante que insistia em descer pela frente ao invés de rolar a catraca. O safado ignorou o tamanho da barriga de oito meses e entrou em discussão com outros passageiros.

Ligou o botão de foda-se e largou o volante para enfiar a mão na grávida. Típico da Ilha do Amor.

Nisso, o ônibus atravessou o canteiro mal feito, subiu a calçada e apanhou a mocinha assassina assim que esta acenava para o Uber que pediu ainda no elevador.

O ônibus a atropelou. Esmagou as pernas, o tórax estilhaçou-se, as clavículas racharam e parte do intestino se espalhou no asfalto. Os pertences ficaram a centímetros do corpo, mas nada que impedisse os ladrões.

A mídia chegou e agora outra morte se anuncia.

A da grávida? Não. A do bebê dela. Mas fetos e bebezinhos não são comigo, sou impuro demais pra essas coisinhas feitas de pedaços de nuvens. Mas o motorista, o cobrador e um dos passageiros, ah! esses sim. Enquanto recolho a alma da amante, o caos se desenrolará naquele coletivo e o esposo da gestante irá atirar pra todo lado.

Finalmente voltarei a me divertir.

TOTAL DE PALAVRAS: 1306

TABELA: VERÃO

PALAVRA/TEMA: AMPULHETA

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