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05

- 21 de Junho, 2018. Tempo atual.

Jungkook não voltou para casa daquela vez, como fazia todas as vezes desde o acidente. Foi a diretoria da escola. Sentado, enquanto aguardava, sua mente enchia-se de tormentos.

Ouvia uma voz acusadora todos os dias desde o fatídico acidente. Por vezes, enxergava um garoto da sua altura, parecido consigo, dono da voz. Não houvera um dia em que ela não lhe surgisse, atormentado-o, repreendendo-o.

Não entendia que havia criado um alter ego. Uma versão sua que lhe acusaria das verdades da qual estava fugindo. Sentia o peso das palavras, o medo, a tristeza, toda vez que recordava todo o acontecido.

Já não aguentava mais.

A diretora adentrou o local naquele momento, sorrindo pequeno para si quando sentou-se em sua frente, sendo separados pela mesa de madeira.

- Em que posso ajudá-lo? - ela perguntou, forçando simpatia.

- Eu quero saber onde Taehyung está hospitalizado. Gostaria... de visitá-lo - Jungkook tentou manter a voz calma, mesmo que não estivesse. Suas mãos suavam, estava nervoso.

- Ah, o nosso pobre menino - a diretora disse, buscando um documento entre diversas pastas na mesa. Provavelmente os pais haviam justificado o sumiço do filho. - Aqui. - ofereceu o documento a Jungkook. Ele leu o nome do hospital, repetindo mentalmente antes de devolver. - Espero que ele fique bem logo.

Jungkook levantou, olhando para a diretora. Sorriu pequeno.

"Eu também", pensou, saindo da sala em seguida.

Deveria ir vê-lo naquele dia? Deveria... confrontrá-lo? Talvez ele nem mesmo lembrasse do seu rosto. Suspirou, voltando até a sala e pegando a mochila. Justificou uma saída qualquer na secretaria, saindo em seguida.

- É a coisa certa a se fazer - ouviu a voz próxima novamente. Até mesmo tentou aceitar de forma mais calma. Era apenas sua imaginação. Apenas isso. O rapaz que via pela manhã quando chegava atrasado na escola. A voz que escutava mesmo sem ninguém ao seu lado. Só estava nervoso demais. Sim, era a conclusão mais correta.

O hospital não era longe, então limitou-se a ir de pé. Nunca mais pegaria em um carro sem uma habilitação. Nunca mais aceitaria um convite de alguém que não confiasse. Nunca mais se embebedaria.

Ao chegar lá, precisou passar por toda uma burocracia. Afirmou com todas as forças ser um amigo bem próximo de Taehyung. Mas a confirmação não veio. Taehyung deixou claro que não tinha amigos, não desejava visitas além dos pais.

Seu coração apertou. Era sua culpa, tudo aquilo. Colocou a vida do outro naquele precipício por um erro seu.

- Por favor, se ele me ver, vai me deixar entrar - porque estava dizendo aquilo? - Só... me leve até ele? Por favor... - o pedido saiu tão necessitado que até mesmo a enfermeira do local ficou ressentida. O garoto parecia sofrer demais.

- Tudo bem, mas se ele negar, peço que saia imediatamente - disse rígida, caminhando em direção ao quarto de repouso em que Taehyung estaria.

Jungkook sentia o corpo todo implorar para que fosse embora dali. Não tinha como fugir agora, tão perto. Devia aquilo a ele. Um pedido de perdão. Nunca deveria ter aceito aquele convite. Nunca deveria...

- Está tudo bem, explique isso a ele.

O rapaz estava ao seu lado novamente. Seu coração acelerou. Olhou para a enfermeira, vendo-a caminhar normalmente, como se não tivesse ouvido nada. Era claro que isso era coisa da sua cabeça.

- Ele provavelmente deve estar bem magoado.

- Eu sei disso - disse baixo, sentindo o olhar da mulher pesar em si, esperando uma resposta. - Eu estou falando sozinho, me desculpe.

A enfermeira ignorou. Sentiu o corpo tornar-se maleável quando o quarto surgiu na sua frente. Poderia desmanchar de nervosismo. Era ali, Taehyung estava ali. Engoliu em seco, observando a porta ser aberta.

- Entre.

Adentrou o cômodo branco, observando não tão longe, a cama. Taehyung estava usando uma vestimenta azul, batucando os dedos sobre a barriga coberta. As madeixas estavam ajeitadas, como se alguém tivesse as penteado. Podia ver o rosto com uma tonalidade mais viva, e isso o alegrou. Só lembrava do rosto pálido... do acidente.

Acabou soltando um som amedrontado, audível apenas para si. A atendente passou por Jungkook, chamando a atenção de Taehyung.

- Esse garoto diz que é um grande amigo seu - ela disse firme, Jungkook gelou. - Você o conhece?

Taehyung virou o rosto calmamente, encarando a face da atendente. Logo, a do garoto que queria falar consigo.

Era ele. Jungkook.

Sentiu a respiração sair de forma mais nervosa. Não sabia definir o sentimento dentro do seu peito. Remorso, raiva, talvez?

- Sim - disse seco. Sua garganta parecia queimar naquele momento. Muitas palavras queriam sair. A atendente assentiu. Voltou-se a Jungkook.

- Você tem dez minutos.

Dez minutos...

- Entendi - respondeu, vendo-a sair do quarto em seguida. A porta foi fechada.

Sentia o coração querer sair pela boca. E agora? Como começar?

- Você finalmente resolveu aparecer - Taehyung ditou áspero, tirando Jungkook dos devaneios. Então era isso. Ele havia resolvido falar consigo depois de uma semana tendo-o esquecido, mesmo que ele fosse o culpado. Deixando-o sozinho naquele chão, morrendo aos poucos. Abandonado-o quando mais precisava de auxílio. Dele.

Jungkook mordeu o lábio inferior com força, de repente com medo. Forçou passos. Aproximou-se da cama de Taehyung. Ele continuava com aquele olhar indecifrável. Era difícil entender o que se passava na mente dele.

- Eu vim pedir desculpas.

Taehyung finalmente quebrou o olhar. Voltou sua atenção para o teto do quarto.

- Vá embora - ditou.

- Não, espera, eu realmente sinto muito - tentou, mas o olhar que lhe fora devolvido era tão... frustrado. Abaixou a cabeça, fitando seus sapatos. É claro que ele ficaria daquele jeito. Quase arrancou-lhe a vida.

- Você fugiu. - ele disse, mantendo a voz firme. - Por que não continua assim?

Aquela frase o machucou. Não era isso que desejava fazer.

- Eu senti medo.

- Eu também.

- Eu sinto muito.

- Não importa - Taehyung suspirou, cansado. Não acreditava que havia realmente pensado em dizer seus sentimentos a ele. Mesmo assim, seu coração clamava por dar-lhe atenção. Ele ao menos havia ido visitá-lo.

- Eu não queria ter te machucado - Jungkook murmurou, sentindo os olhos marejados. - Eu... eu fui convidado para uma festa. Eu nunca tinha sido convidado pra nada. Eu exagerei na dose. Sou péssimo com bebidas - olhou para Taehyung, sentindo as lágrimas escorrerem. Ele pareceu atento às suas palavras por um momento. - Eu peguei o carro dos meus pais. E fui pra escola. Mas eu estava péssimo. Eu fechei os olhos por segundos e quando abri, tudo já havia acontecido. Eu queria poder trocar de lugar com você...

De certo, Taehyung sentiu o corpo corresponder com aquela resposta. Então ele realmente não tinha amigos. Também não parecia bem ao seu lado no fatídico dia do acidente. Ele também havia chorado. Mas... fugir? Sua mente não conseguia simplesmente esquecer aquilo.

- Por que veio aqui? - perguntou, calmamente. Jungkook chorava, e mesmo que estivesse se comovendo pelas lágrimas, não sentia vontade alguma de chorar também.

- Porque tudo isso não me deixou em paz. Eu mal dormir todos esses dias. Minha mente recorda o acidente. Eu escuto vozes o tempo todo que me acusam. Eu queria poder pedir desculpas, te tirar disso tudo - disse com todo o resto de voz que possuía. Sentiu o corpo cansado, forçando-o a sentar no chão, ao lado da cama de Taehyung. Juntou os joelhos, apoiando a testa sobre eles. - Eu só estava com medo. Eu sei que eu errei mas... - olhou para Taehyung. - não posso conviver com isso.

- Eles me perguntaram quem era o culpado - Taehyung, pela primeira vez naquele momento, sentiu vontade de chorar. - Eu sabia que era você. Eu gostava de você.

Jungkook sentiu as lágrimas mais intensas. Abaixou o rosto, em um choro mudo.

- Mas disse que não tinha visto quem foi, porque achei que você iria admitir isso - olhou para Jungkook. - Mas mesmo hoje, eu continuo nessa cama de hospital. E você está aí. Não parece injusto pra você? - deixou um riso baixo sair. - Eu sou um idiota.

- Você não é um idiota - Jungkook levantou, passando as mãos pelas lágrimas afoitas. Era sua culpa. Precisava se redimir. Jamais dormiria em paz novamente se não fizesse aquilo.

Sentiu o olhar de Taehyung sobre si. Não era como os outros. Ele parecia conformado. Permitiu-se admirá-lo. O que daria para ver um sorriso naqueles lábios? Seu coração esquentou de um modo bom. Queria poder vê-lo sorrir.

- Eu vou assumir os meus erros. Eu fui o idiota por ter fugido. Não era para ser assim.

Jungkook se aproximou novamente, tocando levemente na bochecha do mais velho. Podia ver a dúvida nos olhos deles. Podia ver a sua própria dúvida.

A porta foi aberta.

- Vamos, garoto - ouviu a atendente chamá-lo.

Olhou para Taehyung, deixando um sorriso triste e pequeno ser mostrado. Não foi retribuído. Arfou baixo, querendo chorar novamente.

- Me perdoe... - murmurou novamente. Deu as costas, caminhando até a porta para sair do quarto.

- Jungkook.

Ouviu a voz rouca o chamá-lo. Virou-se de súbito, ansioso. Taehyung lhe sorriu pequeno, relaxando todos os seus músculos. Seu coração derreteu por dentro. Definitivamente, queria ver aquele sorriso mais vezes.

- Sim? - perguntou baixo, vendo o mais velho olhar para o teto do quarto novamente.

- Está perdoado.

Sorriu abertamente, mal conseguindo conter o próprio alívio. Seu corpo foi obrigado a sair do quarto em seguida. Não esperou por uma nova ordem antes de sair do hospital. Procurou pela delegacia mais próxima. Buscou o telefone e ligou para os pais. Explicou o acontecido. Eles não entenderam, mas prometeram apoio.

Entrou na delegacia e admitiu o próprio erro.

- É o certo a se fazer. - a voz ressoou baixa, e Jungkook assentiu para si mesmo.

Estava fazendo a coisa certa.

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