Capítulo 9
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Entrou alguém em campo
O Téo aqui? E está conversando com papai?
— Ele é uma graça, disse que você é linda e que teve a quem puxar. Mas ele é lindo mesmo, hein? Bem que você falou.
— Eu não acredito! — falei, ainda assustada — Ele entrou, se apresentou e já ganhou à senhora?
— Ele falou que ficou muito sem graça de ter somente cumprimentado seu pai do carro e queria falar que não está de brincadeira com você e que te respeita muito — comentou toda alegrinha. — E que vai a missa com você.
— Meu Deus! Já conquistou você e papai. Vamos? Senão vou me atrasar.
Saímos do quarto e encontrei os dois falando de futebol. Papai afirmava que o Brasil não ia passar das oitavas de final. Voltaria cedo para casa. Já o Teodoro tinha confiança que seríamos campeões.
A mão dele estava úmida, com certeza por estar nervoso, mas não aparentava isso. Então o chamei:
— Vamos?
- Ahhh, já... — minha mãe reclamou — você não comeu nada minha filha. E o Teodoro nem tomou um café.
— Ãn? Mãe, nós tomamos sorvete à tarde e vamos comer pizza na casa da Ana depois da missa. — Olhei para ele ao dizer lhe informando os planos para mais tarde.
— Fica para outro dia dona Maria. — Sorriu todo educado.
— Maria somente, meu filho — falou ela derretida.
Meu pai apertou a mão dele e nos acompanhou até a porta. Assim que entrei no carro, perguntei:
— O que foi isso? Você lá dentro conversando com meu pai e minha mãe?
— Conhecendo meu sogro e minha sogra. Por que, não podia?
— Não é que não podia, mas poderia ter falado antes comigo. Quase dei um infarto no quarto.
— Bem que tentei. Depois que saí daqui a tarde eu fiquei muito mal. O seu pai olhou para mim com uma cara de bravo. Pensei: — ele vai achar que sou um moleque aproveitando da filha dele —, então eu tinha que fazer alguma coisa para mudar isso. Eu te liguei para conversarmos, mas somente dava ocupado. — contou-me puxando para um beijo. Ligou o carro e saímos. — Por que, fiz mal?
— Não, nem sei na verdade. Acontece que eu nunca trouxe ninguém em casa e apresentei como namorado — ele olhou para mim sorrindo e falou:
— Sério? Que bom! Aquele palerma Loiro nunca fez questão de vir aqui? — Achei graça do jeito dele falar do Alex. Respondi:
— Não. Eles sabiam do namoro, mas eu disse que não era nada sério, afinal eu ficava mais com as meninas do que com ele. Eu sempre conto tudo para minha mãe e já tinha falado isso a ela. Que eu sentia que não ia para frente aquele namoro.
— Bom ouvir isso. — Abriu um sorriso. — Mas por que assustou? Não queria apresentar-me a eles?
— Não é bem isso. Hum... Como te explicar. Sabendo agora eles vão começar a pegar mais no meu pé. Eu sou quase filha única, meu irmão e eu temos doze anos de diferença. Mamãe sempre diz que tem dois filhos únicos. Entendeu?
— Não! Acho que agora eles vão ficar tranquilos, pois sabem que a filha deles está em boas mãos.
— Ãnrân. Vão pensar deste jeito mesmo. — Abri a porta assim que ele estacionou. — Ou talvez pensem assim: "melhor não deixar nossa filha ficar saindo com aquele 'gavião', pois ela é muito nova para ficar voando por aí. — Ele arregalou o olho e perguntou:
— Você está brincando comigo? Eles não prenderiam você dentro de casa porque está namorando? — Depois sorriu. — Tudo bem. Podemos namorar na sala com eles assistindo televisão.
Entrei na igreja rindo pensando na imagem — nós dois na sala e minha mãe de um lado e meu pai do outro assistindo Silvio Santos* domingo à noite.
No fim até gostei de vê-lo participando da missa, pois sempre pensei que não queria um namorado de outra religião.
Assim que terminou passamos na padaria e compramos chocolates e fomos para casa de Ana.
Chegamos e a Ana estava com o rosto vermelho e o cabelo todo despenteado. Entramos e vimos o culpado sentado no sofá. Eu já o conhecia. Seu nome é Bernardo, andava sempre com o Cris, então perguntei:
— Oi, cadê todo mundo desta casa?
— Mamãe e papai estão viajando e o Cris está lá dentro com a Raquel assistindo um filme — respondeu Ana logo atrás de nós.
— E o Cris não está tomando conta de vocês? E por que vocês não estão vendo o filme? — perguntei brincando, mas com um fundo de verdade. Não ia muito com a cara desse Bernardo, o achava muito safado.
— Ih... Nem vem! Mamãe e papai não estão e não vem ocupar o lugar deles, viu? — reclamou Ana.
— Vou sim! E você rapazinho, estou de olho em você! — afirmei.
Puxei o Teodoro pela mão em direção à sala de tevê. Queria ver se o Cris sabia o que acontecia naquela sala.
Mas meu queixo caiu.
Confusão em campo.
*Programa de televisão apresentado pelo canal SBT de televisão.
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Pode deixar um recadinho.
Eu gosto muito também.
Estrelas brilhando é ótimo.
Beijos
Lena Rossi
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