Capítulo 5
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Jogo Amistoso
Sábado, o dia que podia dormir até mais tarde, era sempre aquele que eu acordava mais cedo. Fiquei deitada pensando como seria o dia, se estaria fazendo a coisa certa. Perguntei-me:
— Quem sabe o que é certo?
Penso que é estar feliz. E, neste momento, eu estava feliz com os últimos acontecimentos.
Levantei, tomei café e dei uma bela arrumação no meu quarto. No meio da manhã, Ana ligou, convidou-me para almoçar na casa dela.
— Que tal hoje ser um dia de beleza? Assim vamos estar lindas e cheirosas à tarde.
— Ana, meus pais foram fazer compras de supermercado e teria que falar com eles antes. Além disto, tenho que terminar de estudar para as provas da semana que vem, vou ter duas.
— Ah... Tenha santa paciência Isa, em pleno sábado você quer estudar? Acho que você não é normal mesmo — falou com a voz estranha como se tivesse de boca cheia.
— O que você está comendo?
— Hum... Nem te conto, senão você vai vim andando até aqui em casa.
— Não vou mesmo. Pode falar — resmunguei já imaginando o que era.
— Biscoito de nozes e está uma delícia.
— Não coma tudo, viu! Assim que mamãe chegar vou pedir a ela, se deixar eu te ligo. Estou achando difícil papai me levar. Você chamou a Raquel? — perguntei
— Teria chamado se ela já tivesse acordada — respondeu comendo de novo.
— Ana! Quer parar de comer e para falar comigo! — reclamei.
— Ok, eu vou desligar para comer sossegada. Veja, se quiser peço para o Cris buscar vocês. Bye.
Desligou.
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Fiquei estudando.
O telefone tocou e na hora eu pensei: é ele! Pressenti.
— Alô!
— Dormiu bem, princesa? E sonhou comigo?
— Dormi, mas não sonhei com você e sim com monstros e extraterrestres.
— Nem acordada? Porque, eu sonhei cada coisa que nem posso te contar — falou bem devagar.
— É melhor não contar mesmo, seu indecente! — ele deu uma sonora gargalhada.
— Eu não falei nada! Você é que está imaginando coisas. Depois você me conta o que pensou?
Não respondi e tratei de mudar a conversa.
— Olha, foi bom você ligar, pois acho que vou para casa da Ana e iremos da casa dela para sua ver o jogo, é claro se quiser ainda. Senão... — ele me interrompeu.
— Onde ela mora? Eu te busco — afirmou.
— Ela mora num condomínio fechado um pouco afastado. Podemos vir à tarde com o Cris ou damos outro jeito.
— Quem é Cris? — perguntou com a voz séria.
— O irmão da Ana — respondi. — Por quê?
— Acho melhor eu te buscar, não quero você andando no carro de outro por aí.
— O quê? — perguntei indignada — Você tem carro? Tem habilitação? Não! Então para com isso! Vai me passar o número do telefone para eu te ligar?
Ele ficou calado.
Eu também.
Acredito que pensava no assunto e quando falou passou o número com muito mau humor.
— Antes de vir me liga, pois como eu disse posso buscar você, o Guto tem carro e me empresta ou vai comigo. — Ele parecia que tinha perdido o bom humor de sempre.
— Tudo bem — respondi séria e quieta.
Por um tempo ninguém falou. Eu senti a alegria do início da ligação se desfazer. Meu coração que ficou alegre ao escutar sua voz se encheu de dúvidas.
— Já que falamos tudo, falta o tchau.
— Tudo bem, desculpe, eu espero você me ligar.
— Ok.
No instante que eu ia desligar, ele falou:
— Eu fiquei com ciúmes. Não quero ver ninguém perto de você de novo. Esperei muito poder me aproximar de você. Eu vi muito você com outro — falou bem rápido.
— Não estou entendendo. Como assim já viu muito? — perguntei. - Do jeito que você fala, parece que estou cada dia com alguém, isso não é verdade.
— Estou falando do Loiro — afirmou em tom de voz mais baixo.
— Tudo bem, nós conversamos depois. — Eu não estava em inspirada em dar satisfação. — Como eu já te falei, não existe mais ninguém. E, as outras pessoas que sempre estão comigo, são amigos.
— Você me desculpa?
— Tudo bem, até mais tarde.
— Um beijo — disse sério.
Desliguei o telefone e ele tocou em seguida, peguei sabendo que não era o Teodoro.
— Ô tá louco, hein! Com quem você fala tanto? Com a Ana que não é, pois liguei e falei com ela — disparou Raquel.
— Com o Téo.
-— Nem estão namorando ainda e já está desse jeito? — reclamou.
— Não enche, Raquel. O que foi? — perguntei sem paciência.
— Vamos para casa da Ana? Dia de beleza!
No mesmo instante, escutei barulho dos meus pais chegando.
— Vou falar com minha mãe e já te ligo. Beijos — falei e desliguei.
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Era pouco mais do meio dia quando chegamos à casa de Ana com a mãe de Raquel.
O almoço parecia longe de ficar pronto. Seguimos para o quarto da dona Dora, mãe da Ana, onde foi providenciado tudo. Aquele quarto era maior que meu quarto mais uma sala juntos. O banheiro é um lugar a parte, a banheira cabiam nos três e mais alguns. Seu formato era redondo e com escada nas bordas, onde sais e sabonetes eram disponibilizados.
Tomamos banho. Lavamos a cabeça, passamos creme de massagem e uma touca. Entramos na banheira. Uma música tocava bem alto por sinal, em minha opinião, poderia ser mais calma e mais baixa. No entanto, estava muito gostoso. Era tudo que eu precisava depois daquela semana estranha.
— Eu te dou uma tigela de biscoitos pelos seus pensamentos, Isa — provocou, Ana rindo.
— Você vai me dar de qualquer jeito — afirmei de olhos fechado —, mas vou e contar. Eu acho que o Téo está a fim de mim.
Elas deram risadas.
— Você acha? — perguntou, Ana. — Eu que sou mais lerdinha tenho certeza.
— O que vocês acham dele? — eu quis saber.
— Além de ser muito gato, ter amigos gatos conta muitos pontos para ele — respondeu Raquel seria.
— Eu o acho bem diferente dos caras que conhecemos. Ele demonstra os seus sentimentos, vai atrás, e se for sincero é bem legal. Se for fachada para ganhar você, ele vai ser canalha igual a todos os outros. — Com muita competência como alguém bem entendida no assunto, Ana fez seu comentário.
Eu e Raquel olhamos uma para a outra e demos gargalhas.
Depois de muitas risadas e uma hora de molho nas águas borbulhantes da hidromassagem, passamos sais esfoliantes, sabonete hidratante e depois cada uma foi para o banho tirar o creme do cabelo.
Saímos do banheiro, fomos passar mais creme no corpo. Eu e Ana secamos e escovamos os cabelos. Já a Raquel, passou um creme para cachos e secou um pouco com a toalha.
Eu estava morta de fome e o cheiro da comida convidava a pecar na gula. Sentamos na área da piscina, o Cris conversava com a sua ex, de novo, a Camila. Serviram o almoço para nossa alegria.
Mais a tarde liguei para o Téo, que atendeu no segundo toque.
— Oi, achei que tinha desistido, sabia que o jogo começa as cinco?
— Eu sei, mas não são nem quatro e meia, ainda.
— Você já deveria estar aqui — falou sério.
— Fala verdade para mim, você é fanático por futebol?
Ele riu e pareceu que relaxou um pouco.
— Eu vou falar para você depois no ouvido e bem baixinho por quem eu sou fanático, quer? E dou uma dica, não é futebol.
Pensei comigo — aquele Téo que gostei está de volta. Então eu disse sorrindo:
— Passa o endereço, se não quer que nos atrasemos mais.
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O Cris nos levou. A Camila foi junto é claro.
Quando chegamos à frente do prédio, percebi que ele nos esperava na sacada, assim que nos viu, desceu.
Ele morava em um prédio de quatro andares, estilo antigo, no segundo andar. Uma rua atrás de onde a Raquel morava.
Assim que entramos no apartamento, os dois amigos dele vieram nos conhecer e foram bem legais. Um estava com a namorada e o outro deitado no sofá, abraçado ao travesseiro.
As meninas me puxaram para a varanda e perguntaram:
— Onde estão os gatos?
— Eu não sei, devem vir ainda — respondi, mas já sentindo que algo muito errado podia estar acontecendo.
Nisto o Téo veio com bebidas nas mãos. Eu peguei, cheirei e fui passando para as meninas e expliquei:
— Não tomo refrigerante.
— Verdade? — perguntou sem jeito. — Acho que nós não temos suco.
— Tem água?
— Sim.
— Ótimo!
— Vai acostumando com as esquisitices dela. Essa aí, daqui a pouco vai comer pedra e dizer assim: uma delicia — explicou a Ana fingindo comer alguma coisa.
— Pedra, eu não digo, mas uns biscoitos de com nozes... Hum... Delícia! — falei, e olhando para o Téo completei: — depois te dou alguns para você experimentar.
— Não acredito que você trouxe — exclamou, Ana.
— Sua mãe insistiu. Fazer o quê, eu não resisto mesmo. Quem mandou você dizer a ela que eu faço qualquer coisa por um pacote daqueles biscoitos? Você queria me fazer passar vergonha, não era? — perguntei.
— Você precisava ver a cara dela com vergonha e querendo se explicar. Sem preço! — comentou, Ana rindo.
— Podem me contar aonde acho desses biscoitos para comprar? Gostei da ideia — Téo questionou a Ana, mas olhando para mim.
Peguei na mão dele e falei:
— Vem aqui, quero te perguntar uma coisa.
— Nossa, já? O que vai fazer comigo? Meu quarto é ali. — Apontou para um corredor a direita.
— Deixa de ser tonto! — Olhei feio para cara dele. — você convidou mais alguém? — Ele ficou sério e balançou a cabeça para os lados bem devagar.
Parecia apreensivo.
— Hum... Isso não vai prestar! — resmunguei. — Por que você mentiu para mim?
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O juiz apitou!!!!!
Alguém caiu na área!!
Vai ganhar cartão amarelo?
Ou será vermelho?
O que você acha? Aguardem...
Aqui vocês podem comentar, e votar. Somente não podem xingar a autora.
Beijos
Lena Rossi.
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