Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

1: A Bruxa de Onno Mollusca

***



Cidade de Onno Mollusca – Baronia de Onno Mollusca em Terra Perdida. (23:15h).

19° dia do Verão do ano de 1780 da Era Moderna.


— Será que ninguém aqui consegue me vencer!?

De braços abertos e do meio do salão, um jovem e arrogante mago bradou. Não somente para aqueles ao seu redor, mas para que todos dentro daquela taverna pudessem lhe ouvir.

— Eu acho que consigo! — falou uma voz ao fundo.

O estabelecimento inteiro ficou em silêncio.

O jovem mago retirou o vistoso chapéu de feiticeiro da sua cabeça. Ele coçou seu couro cabeludo, cofiou sua desenhada barba comprida e esfregou seus olhos pretos procurando a tal voz corajosa.

As pessoas que o circulavam se entreolharam, mas nenhum rosto próximo transmitia tal ousadia.

— Não, tenho quase certeza que consigo! — a voz se pronunciou uma outra vez.

Enfim, a roda de pessoas no meio do salão se abriu e onde a brecha se formou havia uma mesa onde duas garotas estavam sentadas.

A primeira delas era uma voluptuosa moça de cabelos castanhos curtos, na altura do ombro, e com uma pele morena bronzeada pelo sol. Muito bonita para olhares atentos. Mas o que chamava a atenção naquele momento, era sua tentativa falha, de cobrir seu rosto vermelho com as mãos.

Já a segunda, tinha uma aparência mais exótica para os padrões dali, o que atraiu logo de cara os olhares dos presentes. Ela tinha pele cor de avelã e o braço esquerdo estava coberto do ombro até o pulso por tatuagens de rosas espinhentas. Mas sua característica mais marcante eram os longos, ondulados, porém raspados do lado esquerdo...

— Cabelos da cor da lua... — comentou o mago arrogante. — Outra fã de literatura barata. Mas quem é você, afinal?

A garota saboreou um gole de sua caneca grande de hidromel antes de responder:

— Pode me chamar de Sarah. — ela mantinha seu olhar fixo na bebida que carregava — Todo Verão, um mago recém formado aparece por aqui e desafia os demais colegas de turma para uma rinha... Uma tradição ismeriana se não me engano.

A garota repousou a caneca na mesa. Levantou-se da cadeira e entrou no meio do círculo, ficando frente a frente com o jovem mago e encarando-o nos olhos, para continuar:

— Esses rapazes estudaram com você, é fácil competir com pessoas que você já conhece. O que acha de enfrentar uma praticante arcana desconhecida?

O mago olhou fundo nos olhos castanhos da garota e sorriu.

— Eu não costumo enfrentar mulheres, mas para uma delicinha como você, eu posso abrir uma exceção. Você se formou em que?

— Eu vou para a Universidade de Magia amanhã! — Sarah sorriu.

— Amanhã? Quer dizer... Uma bruxa!? Estou sendo desafiado por uma bruxa!? Qual é... Acha mesmo que uma pessoa sem gabarito nenhum pode vencer um mago em uma rinha de magia?

Sarah caminhava ao redor do jovem mago, enquanto seu indicador esquerdo deslizava pela região do peitoral e costas do rapaz.

— Você é grande, atlético e forte. Mas eu acredito que consigo — a bruxa respondeu.

Quando ela ficou novamente de frente para ele, o mago a agarrou pelos dois braços e trouxe o rosto dela para mais perto do seu.

— Porque a gente não pula logo essa etapa e vamos direto para a parte onde a gente se beija? — deu para sentir o hálito de cerveja vindo das palavras dele.

— Que tal uma aposta? — a bruxa o encarava nos olhos. — Se você vencer, a gente se beija. Agora, se eu vencer... Você me dá esse seu chapéu.

O mago a soltou.

Outra vez, ele retirou o estiloso chapéu que utilizava, mas dessa vez, foi para apreciar toda a magnitude daquele acessório.

— Mas esse chapéu é uma relíquia. Está na minha família há quatro gerações! — disse o jovem mago sem tirar os olhos da herança.

— Para onde foi aquela confiança toda, hein? — perguntou a bruxa.

A multidão no círculo começou a vaiar o mago.

O rapaz baixou o rosto corado e apertou com força as abas de seu chapéu.

— Tudo bem, temos uma aposta! — o mago bradou como da primeira vez, sendo ovacionado pelo público — Catalisadores neutros?

— Perfeito! — ela respondeu.

Sarah deixou o centro da roda e retornou até a mesa onde estava. No caminho, as pessoas na multidão acenavam para ela e alguns rostos conhecidos torciam pelo seu nome. Com exceção de uma pessoa: a garota que estava junto a ela na mesa.

Diferente dos demais, sua acompanhante sustentava um olhar sisudo e a bruxa jurava que tinha fumaça saindo por suas narinas.

— Pelos criadores, Sarah! — a garota zangada lhe segurou pelo braço. — Você disse que só iríamos fazer duas coisas hoje: beber e, quem sabe, paquerar uns carinhas... Você prometeu que não participaria das rinhas de magia!

— Eu prometi pensar a respeito, Cris. E você bem sabe que rinhas de magia são o meu jeito de beber e paquerar uns carinhas...

— Não são, não! — Cristina soltou a amiga e cruzou os braços. — É só uma forma de você lidar com o seu tédio. E eu que imaginava o convite da Universidade de Magia como uma cura para essa sua "busca pela emoção".

Do meio da multidão, um jovem alto se aproximou das garotas. Estava elegantemente vestido com um terno de corte pessoal e trazia consigo um cajado, ao qual ele prontamente entregou para Sarah.

A pedra catalisadora do objeto não parecia fora do normal, mas a madeira estava bastante queimada em algumas partes.

— O que você fez com esse cajado? — perguntou Sarah. — Tenho a impressão que isso vai explodir na minha cara.

— Ah... Eu não sou muito bom com feitiços. Minha família tem uma pequena loja de artefatos arcanos, eu só estudei história e teorias mágicas para ajudar a administrar os negócios — respondeu o rapaz recém chegado.

Sarah deu mais uma boa olhada no cajado e então passou a encarar o azul dos olhos do distinto jovem.

Ele então continuou:

— Aí! O catalisador funciona muito bem, eu lhe asseguro disso, certo?

Sarah e Cristina se entreolharam e agora eram as que encaravam o recém-chegado. Ele tinha longos cabelos castanhos que chamavam bastante atenção.

O sujeito respirou fundo e disse:

— Aí, Sarah? É assim que eles te chamam, não é? Esse otário do Jean-Marie, pegou no meu pé durante todo o curso de Teologia do Oculto! Se você esfregar o chão com a cara dele, eu pago uma rodada de bebidas para todo mundo aqui!

— Sério!? Olha que eu não vou esquecer disso, hein gato! — disse Sarah.

— Qualquer moeda de prata é válida para ver o Jean-Marie se ferrar. Estou contando com você — disse o rapaz cabeludo.

Sem dizer mais nada, ele desapareceu de novo no meio da multidão.

Sarah voltou os olhares para sua amiga e sorriu. Já Cristina, bufou.

— Tá vendo? Já consegui um carinha e as bebidas — o sorriso da bruxa ia de orelha a orelha.

— Fala sério — Cristina levou a mão à testa.

— Você ouviu o que ele disse, Cris? É quase que um dever cívico, eu preciso dar um jeito naquele valentão. O que esse Jean-Marie fez com o cabeludinho gatinho não é certo.

Cristina desviou o olhar por um instante, suspirou e disse:

— Tudo bem, Sarah. Faça como quiser — a amiga repousou as mãos nos ombros da bruxa. — Só não perde muito tempo com isso, tá? Eu apostarei algumas moedas em seu nome.

— Isso é novidade.

— Bom, já que o sermão está garantido por causa dessa besteira... Então, pelo menos, levarei algum dinheiro.

— Nesse caso, essa será por você!

Sarah colocou sua mão livre no ombro de sua amiga. As garotas colaram as testas, fecharam os olhos, respiraram fundo e, em uma sincronia perfeita, disseram ao mesmo tempo:

— Pronto!

Sarah retornou para o centro do círculo. O pessoal ao seu redor lhe aplaudia e o jovem mago arrogante lhe esperava com um cajado em suas mãos.

Os dois desafiantes ficaram quietos, se encarando por um tempo até conseguir o silêncio da multidão. Ninguém ao redor deles respirava, ou sequer, se atrevia a piscar.

— Está pronta, neném? — perguntou o mago.

— Você vai pegar leve comigo?

— Lhe darei o primeiro movimento.

A garota fez uma reverência em agradecimento ao gesto do jovem mago. O rapaz riu do gesto sem entender seu motivo, mas antes que pudesse perguntar alguma coisa:

— Esfera Arcana! — Sarah conjurou, apontando o cajado na direção do mago.

Da pedra catalisadora no cajado, uma pequena esfera de cerca de três centímetros de raio, partiu em direção ao mago.

O rapaz foi atingido de surpresa no estômago.

O impacto do ataque fez com que o mago recuasse três passos para trás, sendo impedido de continuar pelas pessoas que estavam atrás dele. Ele ficou curvado para frente e, depois de respirar fundo algumas vezes, vomitou.

Alguns dos presentes vaiaram o ocorrido, outros torceram o nariz e também tiveram aqueles que ameaçaram repetir o gesto.

— Você está bem? — Sarah perguntou tapando o nariz. — Talvez não tenha sido uma boa ideia ficar com a guarda baixa. Se quiser a gente pode...

— Conjura Refletora! — Bradou o mago.

O cajado do mago ficou coberto por um brilho. Ele avançou na direção de Sarah e a golpeou utilizando sua arma.

Ela até conseguiu se defender usando o próprio cajado. Só que, a força do ataque lançou a garota para trás, derrubando-a alguns metros adiante.

A passos lentos, o mago caminhou até ela e disse:

— Foi um bom ataque, eu admito. Mas a Esfera Arcana é um movimento para iniciantes, coisa de amador. — O mago apontou seu catalisador para Sarah, conseguindo risadas dos presentes. — A única forma de lidar com um praticante de magia é derrubá-los no chão. Não que uma bruxa soubesse disso.

— Eu já ouvi isso antes... — Sarah comentou.

Com um pouco de esforço, ela ficou em pé.

Mas antes que pudesse esboçar qualquer reação, o mago bateu com a ponta de seu cajado no chão. Uma pequena onda de magia se formou e atingiu Sarah nos pés, fazendo-a cair de bruços.

— Um mago que não fica em pé, não pode lutar! — Bradou o mago arrogante.

A multidão ao redor começou a aplaudí-lo. O mago desfilava pelo espaço do salão, balançando os braços pedindo mais gritos e aplausos.

— Magos, feiticeiros, bruxos... Pode ser quem for! Ninguém aqui consegue me ven...

O silêncio geral voltou quando um barulho alto tomou conta do local.

Todos ali ficaram surpreendidos com a súbita queda do mago. O rapaz caiu de lado do assoalho de madeira, batendo a cabeça no chão.

Atrás dele estava Sarah, ainda caída, mas com o braço direito esticado segurando uma ponta do cajado. A outra ponta estava entre as pernas do mago.

A garota colocou-se de pé e ajeitou as roupas.

— Obrigado pela dica. Vou me lembrar disso no futuro — comentou a bruxa.

O mago deu um soco no chão, apanhou seu cajado e levantou-se apressadamente.

O rapaz girou seu cajado violentamente: uma, duas, três vezes tentando acertar Sarah. Mas a garota controlava a distância entre eles se afastando gradativamente.

Sarah recuou até dar de encontro com uma das pessoas do círculo.

Ela esticou os braços e segurou o cajado verticalmente na frente do corpo.

O mago já preparava um outro giro de seu cajado quando...

— Escudo de Cristal! — a bruxa conjurou.

Um escudo mágico se formou diante dela.

Devido a curta distância e pouco tempo, o mago não interrompeu seu golpe. O cajado dele acertou o escudo mágico em cheio. Uma onda repulsora o atingiu e o arremessou para o outro lado do salão.

— Querido! Você esqueceu que isso é uma rinha mágica? — disse Sarah.

As pessoas no na roda gargalharam enquanto o mago se levantava.

— Me lembro bem... — ele respondeu — Tanto que... Vou encerrar esse confronto com o movimento que o iniciou! Esfera Arcana!

O mago apontou seu cajado para a bruxa. Da pedra catalisadora se materializou uma esfera de energia, de tamanho próximo ao feitiço que Sarah usou.

Apesar do ataque, a garota permaneceu na mesma posição de antes. O gesto dela atraiu a atenção do mago, que percebeu seu erro tarde demais.

Pouco antes de atingir Sarah, o escudo mágico novamente se materializou.

O feitiço não só foi bloqueado como também foi repelido, retornando na direção do mago, muito mais rápido do que quando partiu.

O jovem foi atingido no estômago e arremessado para trás caindo em cima da multidão, levando mais alguns consigo.

Sarah enfim desfez a pose e se aproximou de onde estava o mago. As pessoas começaram a se levantar e alguns tentaram reanimá-lo.

— Como ele está? — a bruxa perguntou.

O mago estava deitado no chão com a cabeça repousada no colo de um dos espectadores. A pessoa que o acudiu deu pequenos tapas no rosto em seu rosto esperando alguma reação, mas tudo que o jovem fez foi balbuciar algo como:

— Meu... chapéu...

— Corrigindo: "Meu chapéu" — disse Sarah ao abaixar e apanhar o acessório.

Enquanto o mago babava e era abanado pelos presentes. Sarah vestiu o chapéu e deu uma última olhada em seu adversário, lhe dizendo:

— "Eu sou a luz da manhã que traz esperança no início do dia. Sou o brilho do sol que destrói a escuridão".

— Chapéu...

— E você... Jean-Marie... — Sarah levou uma das mãos ao queixo — Foi derrotado por um feitiço de iniciante! Não dava para ser mais poético.

Sarah se virou para a multidão e lhes fez uma reverência. O agitado público da taverna agradeceu com aplausos e ovações.

Tão logo, Cristina e o rapaz bem apessoado de antes, aproximaram-se. Sarah devolveu o cajado para o moço cabeludo enquanto sua amiga inspecionava o corpo da bruxa.

— Você se machucou? — perguntou Cristina.

— Foi só um tombo — Sarah respondeu.

— Essa foi por pouco! — Cristina examinava o cotovelo direito de Sarah procurando algum ferimento — E levou mais tempo do que de costume. Você precisa parar de ficar enfrentando esses formandos.

— Não tem graça se não tiver um desafio, Cris! — disse Sarah — É na adversidade que você amadurece.

Cristina franziu as sobrancelhas e largou o braço de sua amiga. O moço bem apessoado, que acompanhou todo o ritual, pigarreou e disse:

— O Jean-Marie é bem habilidoso, mas você usou a arrogância dele contra ele mesmo. Uma estratégia impecável.

— Acredite, gato! A maior parte foi de improviso — disse Sarah — Eu quero mesmo saber se você vai manter a sua palavra.

— Depois do que acabou de acontecer!? O que você quiser — o moço sorriu, olhando direto nos olhos de Sarah.

Cristina colocou a mão no ombro da amiga e lhe perguntou:

— Sem querer estragar a noite, mas dessa vez, não seria melhor a gente ir embora? Você tem a viajem amanhã e...

— O que!?— Sarah agarrou o braço do moço garboso — E perder a oportunidade de conhecer meu mais novo melhor amigo!?

A garota correu e subiu na mesa mais próxima.

— E aí, galera! — a bruxa bradou para todos os presentes — Quem aí está afim de beber!?

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro