4. Haven't Met You Yet
A explicação foi basicamente que caímos no chão após dançarmos desajeitadamente. É claro que toda a resposta confusa teve que ser dada por mim, pois Sean apenas ficara calado. Eu entendo completamente. Imagina a maldita dor nas costas que estava irritando ele naquele momento! Cair no chão já é péssimo, mas fica noventa mil vezes pior quando a parte afetada é plana demais. De qualquer forma, fugi da família Johnson naquele dia, esperando que nenhum deles desconfiasse de nada. Sean quase me beijara, mas aposto que seu charme lhe proporciona momentos muito mais íntimos do que os que tivemos. Certo, essa frase ficou estranha. O fato é: Sean deve ter beijado tantas garotas bonitas que aquele momento provavelmente não significava muito para ele. E apesar de imaginar que Sean era pegador, sabia que dificilmente conseguiria olhá-lo da mesma forma. Sempre lembraria do possível beijo. Agora uma palavra de suma importância nessa situação: Droga!
Na quarta-feira seguinte, ou seja, no dia seguinte, após o trabalho, resolvi dar um passeio por Toronto. Dessa vez deixei minha bicicleta em casa e usei o metrô até a Union Station. Já estava de noite, então quando saí pude apreciar a beleza dos dois enormes prédios espelhados em contraste com o céu escurecido, exatamente o que queria admirar antes de começar minha pequena aventura. Então comecei minha curta caminhada de 10 minutos, indo até a passagem para pedestres. Depois de três direitas, virei para a esquerda uma vez e me deparei com o destino que esperava: CN Tower. Já havia visto a cidade de cima, ao entrar no observatório da torre, mas queria ter outras experiências naquele momento.
Sentei em um dos bancos livres que havia lá e olhei para cima, para a torre. Eu sabia que uma das maiores vantagens que as pessoas viam em estar ali era justamente entrar na CN Tower, fosse para ir até o topo e ver a Toronto de cima, ou para ir ao restaurante giratório dentro dela. A segunda experiência eu ainda não vivera, mas pretendia, assim como pretendia subir ao topo novamente, agora que já não era mais uma criança e talvez pudesse aproveitar melhor a paisagem. Mas, como disse, não estava ali para isso. Tudo o que queria era ver se minha mãe estava certa sobre a torre ser ainda mais bonita durante a noite. E estava! Fui presenteada com um espetáculo de luzes coloridas, fazendo com que um sorriso escapasse involuntariamente.
Era um cenário muito inspirador. Se estivesse com algum tipo de bloqueio criativo, aquilo certamente acabaria com tudo. Era como estar em um filme, principalmente porque eu sabia muito bem que alguns dos melhores filmes eram realmente filmados ali, ou em outras áreas do Canadá. Se não me engano, tem algo a ver com taxas e impostos, além de que se o filme for gravado no país vizinho, você precisa fazer a bandeira americana aparecer em algum momento. Mas eram só alguns mesmo, e dependia muito da situação. Quem mais ganhava em filmagens era Vancouver, que estava absurdamente longe de onde eu me encontrava. Se não me engano, Supernatural tem muitas cenas gravadas em Vancouver, assim como Once Upon A Time, Crepúsculo e muitas das séries da DC. Um dia penso em ir para Vancouver só para tentar experienciar algo assim, ver as filmagens acontecendo em tempo-real. Exatamente como os paparazzi.
De qualquer forma, aquele era um perfeito cenário de filme. Na verdade, Toronto inteira é, com prédios modernos e espelhados vivendo em harmonia com edifícios históricos. É uma cidade incrível para se morar, principalmente se for um artista. Os parques ficam verdes durante seis meses, o que é mais do que em alguns outros lugares do mundo, e como Toronto tem 18% de sua área ocupada por parques, acho que é um ponto ótimo.
Após observar a torre enquanto estava presa em meu devaneio, decidi começar a andar por ali, pensando em procurar uma estação da antiga BIXI. Lançado em 2011, BIXI é um projeto de compartilhamento de bicicletas que funciona através de uma inscrição e do uso de um app. Você pega a bicicleta em um ponto e a deixa em outro, e só paga pelo tempo que usar. Hoje o projeto se chama Bike Share Toronto, pois BIXI enfrentou alguns problemas em 2013/2014 e precisou ser assumido por outra empresa, mas, como é de costume, algumas pessoas ainda chamam o projeto pelo nome antigo, como eu e minha mãe.
Acaba que não encontrei nenhuma estação, então tive que voltar pelo caminho que começara meu passeio noturno. Andei ainda mais devagar do que antes, aproveitando o ar frio da noite e as poucas pessoas que andavam naquele dia, afinal, estávamos no meio de uma semana útil, então muitos preferiam trabalhar e voltar para casa. Mas, como disse antes, eu odeio rotina, então é muito comum que eu ande por aí atrás de novas aventuras, sozinha mesmo. Se não aprecio minha própria companhia, como poderia apreciar a dos outros?
Caminhei de volta para a Union Station, e decidi dar uma olhada no movimento na Front Street, e foi quando algo estranho aconteceu. Enquanto observava o prédio espelhado novamente, vi um garoto passar por mim com headphones e todo agasalhado. Até aí tudo bem, mas algo me dizia que eu o conhecia. Sean? Ele não pareceu me notar, apenas continuou seu caminho, rumando para leste da Front Street. Eu me senti estranha naquele momento, mas não consegui conter a vontade de segui-lo para conversarmos. Por ser bem mais rápido e por parecer ter pressa, ele estava andando bem mais rápido que eu, então tive que apressar o passo. O grande problema foi que as pessoas que estavam na sempre movimentada (alguns dias mais do que outros) Front Street, por ser justamente a que está entre diversas atrações turísticas, restaurantes, entre outros.
Acaba que só consegui me aproximar mesmo quando ele parou, mas não pude chamar sua atenção porque parecia em uma missão de extrema importância. Ele adentrou a Sony Centre for Performing Arts, difícil de não notar devido a sua enorme cobertura de entrada. Estranhei porque, até onde sabia, a casa de shows só ficava aberta até 17h, mas eu não tinha muita intimidade para perguntar para Sean o que ele fazia ali, então só resolvi retomar meu caminho até o metrô, para voltar para casa.
Mas uma pergunta não deixava minha mente: O que Sean fazia na Sony Centre fora do horário de funcionamento?
Coloquei o pote de sorvete sobre a pia e encarei Scott. O menininho estava com os olhos esbugalhados e balançava as pernas de um lado para o outro. Eu o deixara esperando por horas, mas estava mais do que na hora de satisfazer seu desejo. Agitação não era a palavra para descrevê-lo, euforia seria mais adequada. Muita euforia! Tanta euforia que ele poderia sair por aí pulando sem parar. Eu contrabandeara um sorvete de minha casa e pedalara com toda a velocidade do mundo para alcançar Scott. Ele estava coberto de neve quando cheguei, só que não parecia nem um pouco incomodado. Sorvete é mais importante do que qualquer coisa, hein? O canadense não dava a mínima para a bronca que teríamos que ouvir caso fossemos pegos. Onde já se viu tomar sorvete em um dia de leve nevasca? Bem, faríamos isso e nada poderia nos impedir, nem mesmo a maior das broncas. Isso me enquadra na lista de péssimas babás? Espero que não!
— Gosta de chocolate? — Perguntei apenas para ver sua reação, pois já sabia a resposta. Scott balançou a cabeça freneticamente. — Sendo assim, teremos Milk Shake também!
— Becky, você é a melhor babá que eu já tive! — Seus olhinhos cor de mel brilharam com intensidade. Scott é fofo demais!
— Sou a única babá que você já teve, Scott! — Ri e peguei-o no colo, tirando-o de cima do balcão da cozinha e colocando-o em segurança no chão. — Agora pegue o leite para mim, por favor. — Beijei sua bochecha e soltei-o. Em questão de segundos, ele correu até a geladeira para pegar o que eu pedira e voltou entregando-me a embalagem de plástico. — Obrigada! — Sorri para o garotinho e foquei no que tinha que fazer. Peguei o liquidificador, uma colher e comecei a fazer nosso lanche gelado e adocicado.
Franzi o cenho ao ouvir os acordes de um violão vindo da sala. Não sabia que Sean tocava qualquer tipo de instrumento; nem desconfiava, na verdade. Em minha cabeça Sean apenas se encaixava no grupo dos nerds apaixonados por botânica, principalmente por ser a única informação que tenho dele. Também não perguntara sobre o episódio em que o vira entrar na casa de shows, principalmente porque não sabia como entrar nesse tópico durante qualquer uma de nossas raras conversas.
— Posso fazer uma pergunta? — A vozinha de Scott já demonstrava seu receio. Isso acontece com frequência, exatamente como aconteceria se ele tivesse passado sua vida inteira com medo de dizer as coisas erradas. Culpa dos pais, de Sean ou de todos os demais presentes em sua vida? Não há como saber.
— Claro que pode!
— Você é da Inglaterra, certo? — Perguntou, extremamente cauteloso.
— Certíssimo! — Sorri e liguei o liquidificador, já prevendo o que ele teria que fazer a seguir.
— Então por que está aqui? — Gritou para superar o barulho.
— Em sua casa ou no Canadá? — Imitei seu tom de voz e contive uma risada escandalosa. Só estava testando seus ouvidos e seu conhecimento sobre o país em que vivia.
— No Canadá. — Gritou ele de volta. Irritado comigo ou com o barulho?
— Bem, estou aqui...
— Rebeca! — Olhei imediatamente para Scott, mesmo sabendo que aquela voz nunca poderia ser dele. Era grossa demais. Jesus Cristo, agora estou ouvindo vozes! Nesse caso eu só podia ignorar. — Rebeca! — Deus, faz essa voz irritante parar! — Desliga esse triturador irritante e olha para mim!
— Desligar? — A voz estava mesmo dando uma de patroa? Como estava focada no Milk Shake, só desliguei o liquidificador quando assumi que o trabalho estava feito.
— Você é teimosa demais! — Sean reclamou atrás de mim. Virei a cabeça e encontrei-o, parado do outro lado do balcão, segurando o violão na mão direita. Ah, não era invenção da minha cabeça fértil.
— Apenas queria terminar rapidamente. — Dei de ombros e fiquei de costas para ele, tirando a tampa do liquidificador.
— Agora posso tocar em paz! — Resmungou e logo pude ouvir o som de seus passos. Suspirei e caminhei até o armário mais próximo, pegando dois copos diferenciados, feitos exatamente para bebidas como a que eu acabara de fazer. Ao voltar para perto de Scott, pude ver uma embalagem de cobertura de chocolate em uma das mãos e canudinhos na outra.
— Você não perde tempo, hein? — Ri com vontade, bagunçando seus cabelos lisos.
— Quero tomar logo! — Disse ele ao dar três pulinhos. Deus, Scott é definitivamente o melhor garotinho que existe!
— Okay, vou agilizar o processo! — Prometi e como sempre cumpro o que prometo... Bem, não demorou nem meio minuto para tudo ficar pronto.
Cocei o nariz, imaginando se o cérebro de Scott não teria congelado com o Milk Shake de morango. O meu estava caminhando para isso e eu nem sequer estava tomando tão rápido quanto ele. Com quem aprendera a ser tão apressado? Seria algo característico dele? Lembro de como eu era com a idade dele. Ficava entretida com qualquer brinquedo que me dessem, mas só focava mesmo quando me contavam histórias. O que faria Scott parar? Bem, a bebida láctea não estava ajudando em nada, mas outra coisa poderia pará-lo: Meu sotaque.
— Você me perguntou porque estou no Canadá, certo? — Indaguei e observei-o afastar a boca do canudinho. Boa! Ponto para mim!
— Sim, mas Sean nos atrapalhou. — Lembrou-me Scott. Droga! Por que toda vez que alguém fala o nome dele, vejo-o em minha mente? Odeio essa mania de escritora!
— Bem, a resposta não é muito interessante, mas se quer saber... — Suspirei. Lá estava eu, prestes a contar algo da minha vida a um canadense de 8 anos e nem sabia se conseguiria resumir tudo o máximo possível. — Vivemos anos e anos na Inglaterra e só quando tinha 12 anos que meus pais decidiram vir para cá. Papai sentia falta dos meus avós, e minha mãe não ficaria longe dele um segundo sequer. — Contive-me para não bufar. Eu amava meus pais e entendia o que sentiam, contudo, eu só queria voltar ao meu país. Voltar para a cidade em que todos tinham o mesmo sotaque que eu! Quero dizer, eu amo o Canadá, sobretudo Toronto, mas às vezes sinto falta do lugar em que nasci e cresci. — Agora o Canadá tem um canadense de volta às suas origens, uma brasileira viajante e uma britânica inconformada. — Brinquei, tentando melhorar meu humor.
— Sua mãe é brasileira? — Scott arregalou os olhos e eu assenti. — Sean diz que muitos artistas acham as brasileiras muito bonitas e divertidas!
— Ele diz? — Não revire os olhos Rebeca! É feio fazer isso na frente de uma criança. Controle-se!
— Falando de mim? — Ouvi a voz dele vindo da porta da cozinha e encontrei-o encostado no batente, como se fosse um deus grego.
Argh, que imaginação mais traiçoeira!
— Foi apenas um comentário inocente. — Revirei os olhos e tomei um gole do meu Milk Shake. — O que está fazendo aqui? Não ia tocar algumas músicas no violão?
— Meus pais acabaram de ligar avisando que estarão aqui em poucos minutos. — Respondeu ele sem nenhuma preocupação.
— Droga! — Resmunguei e levantei-me com pressa. Já podia ver a demissão vindo em minha direção se eu fosse flagrada. — Scott, termina rápido porque temos que esconder todas as evidências do crime!
— É bom se apressar mesmo porque mamãe pediu para que eu te desse banho. — Sean comentou, deixando a situação ainda mais tensa.
— Eu sei tomar banho sozinho! — Retrucou Scott carrancudo. Está vendo a mudança da relação dele comigo e a relação com o irmão? Tem algo errado aí!
— Scott, por favor, você não pode ficar discutindo com seu irmão. — Passei a mão pelo seu cabelo, tentando acalmá-lo. — Se sua mãe pediu para você tomar banho, significa que vão jantar fora, então precisamos mesmo ser rápidos. Tudo tem que ficar perfeito!
Ou meu emprego será perdido.
— Só vou tomar rápido por você! — Resmungou ele, voltando a tomar o Milk Shake com a mesma velocidade de antes. Se ele engasgar...
— Minha mãe também pediu para que você arrume suas coisas, Becca. — Sean disse sem deixar sua posição na porta. Cara, quem deixou ele me chamar assim? Oh, espere! Eu mesma! Ao não o impedir, ele assumiu que eu gosto de ser chamada assim. Bem, está tarde demais para evitar o apelido.
— Terminei! — A voz de Scott ecoou pela cozinha.
— Ótimo! Agora vamos para seu quarto! Eu escolho sua roupa enquanto você toma banho! — Eu estava tão agitada que quase gritava.
— E essa bagunça aqui? — Sean cruzou os braços e passou o olhar pela sujeira que eu acabara de criar.
— Droga! — Bati em minha própria testa. Eu ia perder mesmo meu emprego se continuássemos nesse ritmo.
— Rebeca, você está encrencada! — O canadense mais velho riu e se aproximou de mim. — Eu arrumo tudo isso se você prometer não me ignorar mais e...
— Eu não te ignorei! — Retruquei um tanto quanto indignada. Eu nem o conheço o bastante para saber se devo confiar nele ou não, então ignorá-lo não é algo absurdo. Ainda assim, não o ignorei, só não tenho nenhum assunto em mente quando ele se aproxima. Aliás, parece que minha mente fica vazia quando ele se aproxima.
— Certo, vamos encarar isso como uma prevenção para futuros desentendimentos.
— Combinado. — Balancei a cabeça e agachei-me. — Suba em minhas costas, Scott. Podemos nos divertir mesmo com pressa.
— Adoro quando fala assim! — Exclamou Scott com uma risadinha adorável, logo me obedecendo.
— Aqui vamos nós!
Encostei minha cabeça no batente da porta, suspirando de alívio. Terminara tudo a tempo, então podia até mesmo fechar os olhos e perder-me em pensamentos. O que Kate faria em uma situação como a que eu acabara de vivenciar? Aposto que não ficaria tão desesperada porque ela tem muito mais preparo emocional do que eu. Por sua força, determinação e por seu autocontrole, criei um personagem forte para combinar com ela. William é um cowboy que não ignora suas raízes, o que é ótimo. Pode até ser educado, mas geralmente não leva desaforo para casa. É um pouco possessivo, mas eu já estava desconstruindo isso nele. Ele sempre foi um conquistador nato, mas parou de sair com outras garotas ao perceber que os sonhos com Kate eram recorrentes e essa para mim é a maior prova de amor que ele poderia dar, mesmo que eles não se conheçam... Ainda. Quase dei um salto mortal ao sentir lábios quentes encostarem em minha bochecha. Sabia que não tinha como ser Scott, porque ele não tem altura para isso. Virei a cabeça e encarei o autor do beijo roubado.
— Você faz isso com frequência? — Perguntei, tentando não soar tão amargurada. Odeio quando tocam em mim sem que eu tenha deixado. Sean apenas deu de ombros. — Saiba que isso não vai me conquistar, caso seja sua intenção.
— E como eu poderia te conquistar? — Indagou ele com a voz rouca. Até seria sexy se eu não estivesse tão brava.
— Esqueça, Sean! Ninguém nunca conseguiu fazer com que eu me apaixonasse. — Sorri e desencostei do batente. Não que eu não quisesse me apaixonar, mas talvez aquele não fosse o cara certo, nem o momento certo.
— Ouch! Entendi o recado. — Riu baixinho e me analisou, em silêncio. — Você acha que algum dia um garoto vai te conquistar?
— Sim, só precisa me chamar para sair antes. — Brinquei com uma risada anasalada. — A verdade é que minha vida amorosa se resume em Haven't Met You Yet.
— A música do Michael Bublé? — Assenti, principalmente porque já imaginava que ele entenderia a referência. — Por quê?
— Meu estado de espírito é exatamente o que Michael descreve na música. Converso comigo mesma, fico animada e depois deprimida... — Sorri sem muito ânimo. — Também acredito que algum dia a pessoa certa vai acabar com toda a minha insegurança, entre outras coisas. É como se a música tivesse sido feita para mim, porque sei que, em algum lugar do mundo, o meu príncipe encantado imperfeito está esperando por mim, apenas não o conheci ainda.
— O que te garante que não sou seu príncipe encantado? — Pontuou Sean, com um sorriso um tanto presunçoso. Lá fui eu revirar os olhos com o absurdo de suas palavras. A gente nem se conhecia! Se bem que, pensando que não nos conhecíamos, ele tinha um ponto. Talvez ele pudesse ser, se começássemos a conversar de verdade. — Sério! Pensa o seguinte: eu e você não nos conhecemos de verdade, então sua teoria pode ser aplicada a mim. — Naquele momento, pensamos igual, o que me surpreendeu.
— Seu comentário foi um tanto quanto egocêntrico. — Brinquei, mas ele não reagiu.
— E se você já me amar e não souber? Esse tipo de amor pode ser descoberto aos poucos e...
— Sean! — Aquilo estava ficando muito estranho, e eu estava completamente envergonhada e ficando desconfortável. — Olha, acho que já vou indo para casa para...
— Não. — Ele me interrompeu com muita calma. — Você não vai para casa tão cedo.
— Que frase estranha!
— Você não vai para casa agora, Becca. — Insistiu. — Você vai jantar comigo e com meus pais.
— O que?
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