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ℭ𝔞𝔭í𝔱𝔲𝔩𝔬 1 - 𝔄𝔱𝔯𝔞í𝔡𝔬𝔰 𝔓𝔢𝔩𝔬 𝔇𝔢𝔰𝔱𝔦𝔫𝔬

ℜ𝔢𝔭𝔢𝔱𝔦𝔡𝔞𝔰 𝔳𝔢𝔷𝔢𝔰 𝔬 𝔳𝔢𝔫𝔱𝔬 𝔢𝔫𝔠𝔥𝔦𝔞 𝔞𝔰 𝔰𝔲𝔞𝔰 𝔪ã𝔬𝔰 𝔠𝔬𝔪 𝔬 𝔠𝔥𝔢𝔦𝔯𝔬 𝔡𝔢𝔩𝔞, 𝔢 𝔢𝔩𝔢 𝔰𝔢 𝔟𝔞𝔫𝔥𝔞𝔳𝔞 𝔰𝔢𝔪 𝔭𝔢𝔫𝔰𝔞𝔯 𝔢𝔪 𝔫𝔞𝔡𝔞. 𝔖𝔢𝔲𝔰 𝔬𝔩𝔥𝔬𝔰 𝔡𝔬𝔲𝔯𝔞𝔡𝔬𝔰 𝔟𝔲𝔰𝔠𝔞𝔳𝔞𝔪 𝔞 𝔯𝔢𝔰𝔭𝔬𝔰𝔱𝔞 𝔳𝔦𝔫𝔡𝔞 𝔡𝔞 𝔡𝔢𝔲𝔰𝔞 𝔏𝔲𝔞, 𝔪𝔞𝔰 𝔞𝔭𝔢𝔫𝔞𝔰 𝔬 𝔰𝔦𝔩ê𝔫𝔠𝔦𝔬 𝔢𝔯𝔞 𝔞 𝔯𝔢𝔰𝔭𝔬𝔰𝔱𝔞 𝔬𝔟𝔱𝔦𝔡𝔞. 𝔒𝔰 𝔰𝔬𝔫𝔥𝔬𝔰 𝔰ó 𝔞𝔲𝔪𝔢𝔫𝔱𝔞𝔪 𝔬 𝔰𝔢𝔲 𝔡𝔢𝔰𝔢𝔧𝔬 𝔰𝔢𝔠𝔯𝔢𝔱𝔬 𝔡𝔢 𝔱𝔢𝔯 𝔲𝔪𝔞 𝔰𝔢𝔤𝔲𝔫𝔡𝔞 𝔠𝔥𝔞𝔫𝔠𝔢. 𝔈 𝔣𝔬𝔦 𝔞𝔰𝔰𝔦𝔪 𝔞 𝔠𝔞𝔡𝔞 𝔭𝔯𝔦𝔪𝔞𝔳𝔢𝔯𝔞 𝔮𝔲𝔢 𝔭𝔞𝔰𝔰𝔬𝔲 𝔰𝔬𝔩𝔦𝔱á𝔯𝔦𝔬 𝔠𝔬𝔫𝔱𝔢𝔪𝔭𝔩𝔞𝔫𝔡𝔬 𝔞 𝔣𝔞𝔰𝔢 𝔩𝔲𝔫𝔞𝔯.

Na noite anterior tinha sonhado a respeito daquilo, procurando preparar-se para o mágico momento, mas agora percebia que todos seus esforços tinham sido inúteis.

Ficou parada no corredor escuro, escutando o rumor que vinha de longe, à espera do momento de entrar no palco principal diante de milhares de seres sobrenaturais. Sentia-se enjoada, com uma dorzinha incômoda na boca do estômago e todos os músculos estavam tensos. Aquela situação era sua velha conhecida desde que era apenas um filhote. Sempre morria de medo alguns minutos antes de pisar no palco, mas aquela noite era pior do que tudo que lhe acontecera até então.

— Tudo bem?

Oliver encostou-se na parede, ao lado dela, com as mãos enfiadas nos bolsos, estudando-a cuidadosamente.

Escarlate não disse nada. Apenas fez que sim e seus olhos não se desprendiam do chão. Como sempre, Oliver mostrava-se preocupado. Sabia exatamente como ela se sentia: as palmas das mãos transpiravam, a boca apresentava-se seca e, sobretudo, havia aquela sensação terrível à altura do estômago...

— Está se sentindo mal?

Escarlate estava pálida, sob a pesada maquilagem que lhe escondia a naturalidade de seu rosto tão jovem ainda. Imaginou se algum dia deixaria de sentir aquele pânico incontrolável antes de uma apresentação.

Seus olhos azuis estavam dilatados, o que lhe dariam um ar mais fascinante, pois eles escureciam e brilhavam como duas chamas, as pupilas negras tinham ficado enormes e em torno do lábio superior acumulavam-se gotas de suor.

— Relaxe... Vai dar tudo certo!

Os aplausos diminuíram ligeiramente de intensidade e de repente recomeçaram.

— É sua vez agora. Então melhor aproveitar o momento!... — Disse Oliver, mas ela não se mexeu. Seu corpo tornara-se rígido, prisioneiro do terror. Teve a impressão de que aqueles momentos duraram uma eternidade, mas decorreram apenas alguns segundos antes que ela se endireitasse e levantasse a cabeça. Sentia as pernas bambas, mas pôs-se a andar. O corredor parecia não ter mais fim. Era exatamente assim que tinha se sentido no sonho. Ouvia os sons à distância, as ondas dos aplausos chegavam até ela e bem lá no fundo daquele túnel percebia o palco, iluminado por uma luz cruel e impiedosa. Sabia que não conseguiria dar conta da situação, jamais conseguiria chegar até lá e ficou imóvel, gelada, encolhida de medo. Então acordou, alagada de suor, quase aos gritos.

Apesar de saber que Oliver a seguia de perto, não a perdendo de vista, ignorou-o, decidida a fazer aquilo que devia ser feito. Não ousava olhar de lado e ia em frente, porque não lhe restava outra escolha. As luzes aproximavam-se cada vez mais, o barulho tornava-se sempre mais intenso, até ela entrar no palco e ser recebida aos gritos pela multidão. Inclinou-se com graça e sensualidade. O corpo frágil e esguio mostrava-se sob o vestido justo e decotado.

— Boa noite, pessoal!

Parou diante do microfone, com os braços estendidos, como se quisesse abraçar a todos. Não conseguia distinguir os rostos no enorme auditório do castelo do império, mas sentia toda aquela energia envolver cada ser sobrenatural que, por sua vez, retribuía seu gesto. De repente recomeçaram os aplausos, intensos e calorosos.

— Você tem um caso de amor com seus fãs!... — Disse-lhe certa vez Oliver. — Quando entra no palco é como se estivesse acasalando com eles...

Escarlate riu, mas no íntimo sabia que ele havia dito a pura verdade. As ondas de emoção vinham até ela e retornavam para aqueles amantes anônimos e exigentes a quem ela jamais ficaria conhecendo.

A banda começou a tocar os primeiros acordes de um de seus grandes sucessos e o auditório reagiu deliciado quando Scar começou a cantar. Logo nos primeiros compassos sua voz tremia ligeiramente, mas assim que conseguiu dominar o pânico, a emoção começou a fluir a ela entregou-se apaixonadamente ao canto. Sentiu que a plateia começava a reagir e sorriu. Levantou a cabeça, altiva, e seus cabelos brilhavam como fogo sob a luz dos refletores.

Por detrás dela estava a banda, camuflada na sombra, de modo a não dispersar a atenção do público. O pequeno coro que a acompanhava cantava nos microfones, em um lado do palco. Durante o dia inteiro o enorme local estivera mergulhado em intensa atividade; carpinteiros, eletricistas, engenheiros de som haviam trabalhado desde o sol nascer até pouco antes de os fãs lotarem o local.

A equipe havia cumprido com seu papel; agora era a vez dela. A paixão que havia entre ela e os rostos desconhecidos deixou-a exaltada, fazendo com que sua interpretação aumentasse de intensidade. Lá de onde se encontrava, Scar tinha a sensação de que a plateia era um muro negro. Tinha de cantar de encontro àquele muro, projetando-se em direção a ele quase fisicamente. Sua pele macia brilhava sob os refletores, o vestido colado ao corpo enfatizava o ar de provocação. Milhares de lantejoulas prateadas irradiavam a luz, transformando-a em uma criatura quase irreal.

Oliver estava à sua espera no momento em que ela saiu do palco. Seus olhos brilhavam e todo seu corpo estava tomado pela excitação. Abraçou-a e acompanhou-a até o camarim, onde ela iria trocar-se para a segunda parte do show. Scar estava coberta de suor e tomou uma ducha antes de vestir o traje negro. Ravenna, sua camareira, não conseguiu deixar de exprimir a admiração que sentia.

— Você está maravilhosa senhorita Amestris!

Scar sentiu o comprido zíper fechando-se. Os dedos de Ravenna eram incrivelmente hábeis, se se levasse em consideração que ela padecia horrivelmente de artrite, os humanos eram bastante frágeis. O inverno rigoroso também afetara bastante sua bronquite. Scar conseguia ouvir sua respiração pesada, enquanto ela ajustava o vestido. Sorriu para Ravenna, sua teimosia era muitas vezes irritante, pois ela não aceitava ser ajudada pelo clã das bruxas.

— E então? Como estou me saindo?

— Estão devorando você! Olhe, não comece muito lá no alto, nesta segunda parte, caso contrário não conseguirá chegar até a última música...

— Deixe comigo, deixe comigo!

Beijou Ravenna, antes de dirigir-se novamente para o palco. A camareira estava com ela há dois anos. O relacionamento entre as duas era agradável e estavam acostumadas uma com a outra. Ravenna jamais a cobria de elogios. Segundo contava, durante a vida toda não fizera outra coisa a não ser ajudar estrelas a se vestirem. Via-as surgir e desaparecer e recusava-se terminantemente a deixar-se impressionar por quem quer que fosse. Baixinha, grisalha, elétrica, sempre com uma resposta na ponta da língua, dava conta de suas tarefas e voltava para seu marido, sua casa e seus dois gatos, esquecendo-se imediatamente do brilho e da excitação contagiosa que emanava do mundo dos espetáculos. Como costumava, dizer, era uma realista. Scar apoiou-se enormemente em seu bom senso durante aqueles dois anos. Ravenna havia representado uma âncora, uma referencia quando o sucesso ameaçou tragá-la.

Oliver havia descoberto Ravenna para ela, depois de uma série de incidentes com seus fãs ou admiradores, muitos dos quais haviam tentado invadir sua casa ou entrar às escondidas no camarim.

— Você precisa de um guarda-costas! — Declarou Oliver.

— Mas tenho você.

— Refiro-me a alguém que fique a seu lado durante o dia inteiro enquanto você trabalha, que tome conta de você e mantenha os seres sobrenaturais afastados.

— Mas quando trabalho você está sempre por perto.

— Não. Precisa mesmo é de uma camareira.

Pôs-se a pesquisar entre os vilarejos, cidades, reinos e descobriu Ravenna em Aloe que, daí por diante, grudou-se nela como cola durante o dia. À noite tinha a companhia de Oliver e Zaaidy, o chefe dos seguranças Lycans. Nunca estava só.

Algumas vezes, Scar revoltava-se contra tudo aquilo, pois sentia necessidade de ficar sozinha. Então colocava óculos escuros, peruca e saía de carro, desacompanhada.

Possuía uma Ferrari prateada que devorava os quilômetros, quando na estrada. A velocidade despertava nela o mesmo tipo de energia que sentia no palco, toda vez que se apresentava.

— Você deveria usar sutiã. — Comentou Oliver, encarando seu vestido com um misto de admiração e censura.

— Não posso.

Seu costureiro em Ferrant havia desenhado o vestido em um momento de alta inspiração e recusava-se agressivamente a modificar o que quer que fosse.

— Acho que poucos sobrenaturais perceberá que estou sem sutiã...

— Bem, seu vestido não deixa de ser sensacional...

— É mesmo. Custou uma fortuna.

— Eu sei! Fui eu quem assinei a ordem de pagamento! Olhe, não ande muito depressa, senão essa saia tão justa acaba se rasgando...

— Meus fãs adorariam!

— Talvez, mas lembre-se do quanto este vestido custou.

— Como você é um beta avarento!

Afastou-se de Oliver e caminhou em direção ao palco. A plateia havia voltado a gritar seu nome. Nunca tinha feito um espetáculo como aquele. Sabia que aquela era a noite de sua consagração. Tinha triunfado. Jamais estaria naquele lugar se não tivesse atingido o momento mais alto de sua carreira. Isso era o suficiente para fazer com que uma torrente de energia deslizasse por suas veias, mas para Scar a fama, o dinheiro e a publicidade dentro dos reinos não contavam. A única coisa que importava era a plateia. Se alguém quisesse cantar com paixão, convicção e entrega, era preciso acreditar na música. Cantor e, canção deviam ser uma coisa só.

Scar não queria esquecer jamais que o amor era uma estrada de mão dupla e que fora isso que a levara ao topo da carreira. Não queria endurecer por dentro, como vira acontecer com tantos artistas ao longo dos milênios.

Para ela o que mais contava era sua capacidade de emocionar a plateia, de saber que a ouviam com profunda atenção. A voz dela apoderava-se de suas emoções. Conseguia fazê-los sorrir ou então inundava seus olhos de lágrimas. Era capaz de fazê-los dançar ou então enlouquecer com os sons que emitia. Perderia aquele poder mágico se perdesse a capacidade de sentir com profundidade, se parasse de se dar abertamente, com os braços estendidos, em uma atitude de entrega. Toda a vida que a habitava fluía a partir das canções que entoava.

À medida que o espetáculo prosseguia seus sentimentos como que se eletrizavam. Sua energia queimava sob a luz dos refletores. Seu corpo não parava de agitar-se enquanto a plateia continuava a solicitá-la mais e mais, até o ponto da exaustão. Uma noite dessas, pensou, saio voando do palco em direção à luz e nunca mais voltarei...

Oliver estava à sua espera, nos bastidores, quando ela finalmente saiu do palco, alagada de suor, pálida, trêmula, tão exaltada que quase chegava a enlouquecer. Pegou-a pelo braço e passou um penhoar em seus ombros.

1810 Palavras

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