Escrita com (sem) vergonha
Não sei escrever safadezas
Não espere que descreva a nudez da noite
nem o teor de uma pele
não é fácil verbalizar tesão
definir o perfume no pescoço
aquele bem cheirado
onde se perde nariz e razão
Digo amplexo apertado
porém folgado no sentido safado
mas amplexo não diz melhor do que abraço devasso
Soa mal osculação tórrida voejando
como papel vagabundo pelas ruas do corpo
Melhor é beijo malandro sem hora nem juízo
Que Eros me acuse de negar uma ode à sua glória
seu poder de tecer suores e gemidos
de desvirtuar mentes por labirintos lascivos
de fazer da cama, mesa, sofá onde se puder imaginar
campo de batalha de bocas, mãos, braços, pernas
e fazer de homens e mulheres loucos pelos outros
tolos como todos
Não é escrita hot – sexy – sensual
Teria que ser tudo exposto
Vitrine da anatomia desejável
Mas quem é agora que me chama
com um sorriso malícia
e um dedo provocante?
Quem tento ser surdo e cego?
Papéis e suas letras inúteis voam
Posso ouvir o riso cínico de Eros
Sou mais um soldado
Mergulho no campo de batalha
pernas, braços, mãos, bocas
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