Como se deve amar?

Qual o passo a passo?

Onde começa e termina?

Quem são os melhores professores?

Há jeito certo ou errado de amar?

E a história do amor?

O que tem o passado a revelar?

São os poetas os mestres do amar?

Seriam os cantores a quem deveríamos ouvir?

Se a paixão nos pega desvairados

Enlaçados em seus braços ardentes

E não sabemos o que pensar, para onde ir

Qual a disciplina para com isso lidar?

Quem pode ensinar a sinceridade de um coração?

Quem explica essa queimadura lá dentro

Esse querer mais querer que parece não ter fim?

Onde se aprende o amor constante?

O amar sem desamar apesar de tudo ou nada?

Quantos tipos de amores há?

Qual altura, largura, profundidade, porcentagem?

Quanto posso dar e receber?

E quando passa, vira água, perde a graça?

Diz-se que era amor?

As palavras de gelo, olhares sem fogo

Vazios no peito, sensação de ver à distância.

Amor fica e vai? Acende e apaga?

Era só um muito gostar?

Como quem gosta de uma roupa até cansar?

Mas roupas se usam, também agora corações?

E o que mata por amor, amou demais? Ou acreditou que amava?

Todo amor custa uma lágrima e uma dor?

Todo amor vale um riso e uma melodia?

Como se deve amar?

Melhor quem sabe não saber a resposta

Entender que não se entende nem se explica

Senão vira química cerebral, mecanismo, previsão

Vai ver amor não é o que foi ou será e sim o que é

Um dia perdido ou achado

Valorizado ou barateado

Definir? Atração pelo outro

Desejo, febre, loucura, fome, sede

Não é suficiente

Procure as respostas e talvez passe a vida se questionando

Conviva com as perguntas

Amor é intuitivo

Está ali numa troca de olhares e um sorrisinho

Em uma palavra boba que soou diferente

Está na boca que degusta um nome como nenhum outro

Nos pensamentos habitantes de um rosto inesquecível

Como se deve amar?

Não precisa saber. Você sempre soube e saberá.