A questão
Perguntaram a um homem se acreditava em Deus ou o no vazio
Ao que ele respondeu:
Não acredito no Deus pintado de carrasco, vampiro de castigo e penitência
Reduzido a um onipotente promotor ansioso para arrastar homens
Aos calabouços da culpa
Ou torna-los loucos demais para entender o amor
Que monetiza perdão e cobra a liberdade como juros
Não, nesse deus eu não creio.
O vazio? Gerados pelo nada? Filhos de um vácuo infinito?
Um estalo espontâneo sem fim, sem começo, sem querer.
Sinto muito
Talvez eu seja tolo demais para aceitar que nasci das entranhas de um hiato
Admitir que por trás do céu azul e do pássaro que por ele vai nada há
Que o riso de uma criança e o olhar quente de sua mãe foram tecidos pelo vazio
Que as cores e geometria das flores
A paixão que eclode com o beijo
O tigre, a lua, a musica, o sabor, a célula
São acidentes de um zero
Sinto muito
Não me importo que me aponte seus dedos lógicos
Que esprema seus cálculos e argumentos
Deixe-me com o vislumbre
Sossego-me com o alvorecer e a umidade da brisa
Os cabelos esvoaçantes de uma bela garota
O gingado das folhas das palmeiras
O cheiro da maçã e do pêssego
E nos bastidores da existência posso ver um sorriso amigável
E um piscar de um olho cúmplice.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro