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Outra Lua 3



Eu estava muito nervosa, mas sentia que aquela mulher falava a verdade, por isso resolvi conversar com ela para saber sobre sua história. Era idêntica a mim, só que abatida e com marcas de sofrimento.

— Oi, meu nome é Dafne — me apresentei e ela ficou me encarando, como se analisasse meu rosto. — Como você se chama e de onde veio?

— Meu nome também é Dafne. O que foi que ele fez? Eu estou louca? Por que estou me vendo em você? E por que você está dizendo que se chama Dafne? — questionou bastante nervosa.

— Calma. Vamos conversar, ok? — Tentei fazer com que confiasse em mim, mas ela não sossegava para digerir e me explicar o que houve. — Eu não vou deixar ele machucar você. Calma, por favor.

Depois de tentar muito, ela se acalmou, tomou um copo d'água e me encarou.

— Por que você se parece comigo? Por que o Juriel está fingindo ser aquilo lá?

— Eu também quero saber por que somos tão idênticas. Sobre o Juriel, ele sempre foi aquilo lá. Acho que como você é idêntica a mim fisicamente, deve ter outro Juriel louco por aí também.

Os olhos dela fixaram um ponto vazio do quarto e voltaram a me encarar.

— Eu estava sendo perseguida por ele e os comparsas, aí entrei numa construção abandonada. Foi só aí que tive um pouco de paz, pois eles não me viram entrar, mas quando tentei sair, fui puxada por ele e entrei em pânico.

— Espera, construção abandonada? Aquela casa do fim da rua 8?

— Sim.

Me afastei dela e tentei assimilar aquela informação. Aquilo estava estranho demais. Minha intuição estava me entregando algo surreal. De repente todas as informações sobre a casa chegaram à minha mente. Os funcionários desaparecidos, o subsolo, o encontro das ruas.

— Ah, meu Deus! — Apertei minha cabeça com as duas mãos. Comecei a duvidar da minha sanidade.

— Ei, o que houve?

Eu juntei as mãos na frente da boca e comecei a respirar, sentia os meus olhos embaçados. Aquela mulher estava completamente desnorteada e aflita, com toda razão. Eu queria estar errada, mas nada além daquilo fazia sentido.

— Fala comigo, por favor.

— Desculpa. Acabei de ter um insight! É só uma teoria, mas vou procurar saber direito o que está acontecendo. Peço que confie em mim, por favor.

— Tudo bem. — Ela concordou de cenho franzido, notei que estava com medo. — Vai me contar o que descobriu?

— Sim, mas preciso ouvir a sua história nisso tudo.

Ela ia começar a falar quando um médico entrou e avisou que a liberaria. Fez algumas recomendações e saímos. Juriel estava na sala de espera e se levantou num salto nos olhando. Dafne recuou para detrás de mim.

— Amor, eu preciso conversar com ela. Se você puder me esperar em casa.

— Claro que não, Dafne. Você nem conhece essa mulher. Não vou deixar você sozinha com ela.

— Juriel! — Olhei em seus olhos e ele suspirou fundo desviando os olhos dos meus.

— Tudo bem. Pelo amor de Deus, não se descuida. — sussurrou, mas tenho certeza de que Dafne ouviu, pois estava perto o suficiente.

— Sei me cuidar. Vai lá — pedi e peguei a chave do carro.

Ele olhou para Dafne acuada ao meu lado e saiu. Ela se afastou e me encarou.

— Como você faz isso? Ele te obedece. O que está acontecendo?

— Calma, Dafne! Vamos conversar, lembra?

Ela assentiu com a cabeça e saímos do hospital. Rodei com ela pelas ruas que encontravam a nossa casa. Pedi que acessasse o mapa no tablet que havia no porta-luvas e ela o pegou, colocou sua digital e o aparelho desbloqueou.

— Somos a mesma pessoa? — Ela me perguntou e estacionei o carro no meio do encontro das ruas.

— Como fez isso?

— Eu só testei. Queria saber até onde minha loucura ia. O Juriel é a pessoa mais possessiva, cruel e louca que eu conheço. Se isso é um delírio provocado por ele, isso aqui daria certo. — Bloqueou a tela do aparelho e a liberou com sua digital do indicador direito.

— Ok. Me conta o que aconteceu? O que Juriel fez com você? — indaguei pegando o tablet da mão dela e fazendo o mesmo procedimento que ela fez. Ou estávamos as duas loucas ou teria uma explicação lógica para aquilo bem ali.

Ela contou partes da minha história com o meu marido, eu me segurei para não interromper em alguns momentos, pois falou muito bem do Júlio. Na verdade, ela endeusava o cunhado como Juriel e eu fazíamos antes de descobrirmos o que ele era de fato.

Eu estava horrorizada com aquela história, ela foi às lágrimas algumas vezes. Tentava respirar fundo para continuar, vi que não estava mentindo. Inventar algo como aquilo com tantos detalhes era impossível. E só quem viveu saberia.

— Ele se envolveu com a pior quadrilha da cidade para vingar a morte do irmão. E eu fiquei no meio do fogo cruzado, literalmente porque ele não me deixou ir embora quando eu quis terminar. Virei uma inimiga dele. — Soluçou num choro convulsivo.

Eu me recostei no banco e fiquei olhando para a frente enquanto se recompunha. Quando ela se acalmou, eu falei:

— Temos a mesma história, Dafne. A única coisa que muda é a nossa personalidade quando o Juriel falou de vingança. Você aceitou a maluquice dele e eu não. Eu enfatizei o medo que ele tinha de me perder e usei isso a meu favor. Em nenhum momento me deixei levar pelas chantagens dele.

— Do que está falando?

— Aconteceu a mesma comigo. Outra mudança bem drástica é que o Júlio não era nada do que aparentava ser.

— Como assim?

— Era bandido.

— O quê?

— Sim, fazia jogo duplo com bandidos e promotores. Logo seria expulso da Ordem e processado. Enfim, estava com os dias contados.

— Que loucura é essa? De onde você tirou isso? Júlio era um homem íntegro demais para eu acreditar nessa maluquice.

— Você confia no meu Juriel?

Ela fez que não com a cabeça e eu continuei.

— Eu não confio no seu Júlio. Essa casa era de um bandido sanguinário, que deu para ele como forma de pagamento pelos serviços. Deixou também muito dinheiro e outros imóveis.

— E vocês estão desfrutando de dinheiro sujo de crime?

— Dafne, não estamos aqui para julgar ninguém. E ninguém é burro o suficiente para recusar dinheiro que, por mais sujo que seja, está legal. Éramos dois assalariados, sofrendo com chefes chatos, andando em ônibus lotado, vivendo com o mínimo. Só estamos bem com uma herança que recebemos. Que mal há nisso? Nós não cometemos crime nenhum. Nossos trabalhos são honestos, ajudamos outras pessoas. Julgamento não cabe e nem é aceito aqui. Eu não sei se isso se aplica a sua realidade, mas sugiro que investigue. Não vai voltar no tempo, mas você vai entender muita coisa.

— Eu só quero distância do Juriel da minha realidade. — Enfatizou a última palavra, pois já entrou na premissa de que havia outra realidade nos separando e nos juntando.

— E como pretende fazer isso? Ficando aqui para sempre? Sem se importar com o que pode acontecer? Por isso está nessa situação.

— Não era aqui que não cabia julgamentos? Você fala isso porque não passou um décimo do que passei. Duvido que você voltaria lá para ser presa fácil daquele louco.

Não poderíamos viver juntas assim, eu não conhecia nada dela. Se sofreu tanto como falava, quem me garantia que não estava disposta a qualquer coisa para se livrar daquele sofrimento?

Ela era a minha cópia perfeita, até as digitais idênticas. Eu corria um sério risco. Precisava resolver aquilo de uma vez. Mas precisava convencer Juriel a me ajudar. Na minha realidade, a possessividade dele era, na verdade, cuidado. Eu o poli para isso e confiava nele.

— Não podemos viver aqui juntas, Dafne. Você sabe, né?

— Não quero saber. Foi a primeira vez que tive mais de dez minutos de paz.

— Eu vou resolver essa situação e quando estiver seguro para você, você vai voltar pra lá ou vou à polícia, ok?

— Como vai fazer isso?

— Vou tentar entrar na tua realidade como você entrou na minha. Juriel disse que me sentiu na cozinha, então lá é a passagem.

— Você é louca! O Juriel vai te matar na hora que te encontrar. — Apertou os olhos e fiquei observando. — Não. É muito arriscado. Você não conhece o Juriel. Ele é cruel, não tem dó de ninguém. Desmembra uma pessoa sorrindo.

Estremeci com aquilo. A atitude dela foi nobre ao tentar me alertar, mas mesmo assim, eu precisava ficar atenta.

— E se formos juntas? Vamos preparadas, eu conheço o advogado amigo do Júlio. Não entendi por que não aconteceu isso lá também. Só se houver a possibilidade de um Júlio honesto.

— Você está se ouvindo? Tem noção do tamanho dessa loucura? E que podemos acordar daqui a pouco numa realidade única e sem saída?

— Você é bem pessimista.

— Sou realista. — Encarou meus olhos por alguns instantes. — Ok, digamos que eu aceite e nós vamos juntas lá, como vamos nos explicar para os conhecidos?

— Você devia ter usado essa teimosia para algo útil, sabia? Não preciso chegar lá assim, posso ir disfarçada. Estou tentando uma saída para essa loucura. Você só precisa colaborar. E depois nem sabemos se vai funcionar dessa forma.

— Tudo bem. — Suspirou fundo e ouviu o resto do meu plano.

Dei partida no carro e me dirigi para casa a fim de convencer Juriel daquele plano maluco que eu nem sabia se daria certo.

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