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Outra Lua 2



Dafne era a minha alma gêmea e eu tinha certeza disso, pois éramos melhores amigos desde que eu me entendo por gente. Sou apenas dois anos mais velho que ela, mas agia como se fosse bem mais velho para protegê-la, e o fazia com orgulho, sou um privilegiado por conhecê-la, ela é a melhor mulher do mundo.

Naquela noite, fizemos amor em comemoração à minha conquista no trabalho. Éramos assim, fazíamos festa para tudo, mas eu havia fechado o melhor contrato do país, então não era qualquer festa.

Trabalhava lá desde que entrei na faculdade, consegui sozinho e fiz uma surpresa para o meu irmão, que ficou extremamente feliz por mim. Ele abriu champanhe que ganhou de um cliente e comemoramos.

Júlio era um ser excepcional! Se ainda fosse vivo seria, sem sombra de dúvidas, o melhor homem do mundo.

Pois é, ele foi assassinado a mando de um bandido cruel e sanguinário. De dentro da prisão, ele pediu a cabeça do meu irmão, apenas por ele ter se recusado a defendê-lo.

Júlio era um dos melhores advogados criminalistas do país e era alvo dos piores bandidos para tê-lo como defensor. Mas era seletivo e não defendia qualquer criminoso.

Quando recebi a notícia de sua morte, foi o pior dia da minha vida e eu achei que fosse morrer de tanta dor. Lembrava do dia que fui escorraçado de casa, espancado pela minha família e fui parar no hospital todo quebrado, mas perto daquela dor de perder o único homem que amei incondicionalmente, ser jogado na rua como um lixo, era coisa simples.

Foi assim que me senti a vida toda antes de ser acolhido pelo Júlio e pela Dafne. Um lixo. Alguém desprezível, incapaz de ser amado pelo que era e ser aceito. Alguém fora de qualquer padrão. E Dafne foi o meu porto seguro, a minha salvação e motivo de não fazer uma bobagem e acabar com aquele sofrimento, aquela prisão na qual eu me sentia desde que me entendia por gente.

Eu sentia um medo terrível de perder a Dafne, mas depois da partida de Júlio aquilo se intensificou de tal forma, que deixei de me cuidar, parei de ir ao psicólogo, que estava me ajudando a controlar o meu ciúme e possessividade com relação a ela, e comecei a pensar em vingar a morte do meu irmão, sem parar de regular e querer saber de cada passo da Dafne.

Sem aguentar mais, ela saiu de casa e eu perdi completamente o chão. Quebrei a casa toda e cortei os pulsos, pois não fazia mais sentido viver sem as duas pessoas que eu mais amava na vida.

Acordei no hospital e a vi ao meu lado, pois era contato de emergência. Com medo, ela me fez prometer que jamais iria atrás do bandido que matou o meu irmão. Para não sentir aquela dor novamente, prometi mudar.

— Ele precisa de justiça, Dafne! — tentei argumentar, mas ela era teimosa.

— Se não prometer e jurar cumprir essa promessa, Juriel, eu juro que espero apenas você sair desse hospital e vou para bem longe de você. — Sua voz estava embargada, os olhos marejados e o queixo trêmulo.

— Amor, eles...

— Juriel!

— Tudo bem. Eu prometo, mas saiba que é só para não perder você. Mas aqui dentro, eu quero justiça.

— Você quer vingança, Juriel. É bem diferente. E eu já perdi o Júlio, não quero perder você também.

Eu fui às lágrimas e ela me consolou, limpou o próprio rosto e continuou:

— Eles são perigosos demais. Você seria só mais uma vítima deles. Vamos tentar seguir em frente, tenho certeza de que era o que o Júlio queria.

Para que ela permanecesse ao meu lado, eu deixei aquela história de vingança para lá.

Um mês depois da morte do meu irmão, um advogado amigo dele, bateu à nossa porta e avisou que ele havia deixado um testamento. Ele o leu para nós e fiquei admirado com o quão rico Júlio era.

— Ele tinha poucos anos de exercício da função, como ficou tão rico assim? — Eu quis saber, pois comecei a achar aquilo bem estranho.

O homem engoliu saliva e nos encarou. Retirou outros documentos de dentro da pasta e colocou sobre a mesa.

— Ele aceitou muito dinheiro para fazer jogo duplo em alguns casos. Por isso tem mais essas duas contas. — Empurrou os documentos na minha direção e olhei para Dafne.

— Ele fazia o quê? — perguntei, confuso, antes de ler o documento.

— Ele passava informações de alguns casos para a promotoria.

— Isso não faz sentido. — Dafne interveio. — Ele ganhava todos os casos nos quais trabalhava.

— Sim, e abandonava muitos também. Esses abandonos eram propositais para que o cliente fosse condenado. E muitas vezes voltava exigindo mais dinheiro para recorrer à sentença.

Eu estava decepcionado, pois comecei a ler a papelada e ele tinha duas contas no exterior, ambas com milhões de dólares. Larguei os documentos sobre a mesa sentindo meus olhos arderem.

— Isso é muito antiético! — Dafne divagou como se falasse sozinha.

— O Vinícius, vulgo Lobo, descobriu que ele havia feito isso com ele e você sabe, no mundo do crime, delator não tem vez.

— O Júlio já havia defendido esse Vinícius?

— Era advogado dele. Quando o contrato venceu, o Júlio inventou uma desculpa e se demitiu. Ele dava as informações sem provas, com a luz no caminho a promotoria colocava investigadores e chegavam ao que queriam.

Eu engoli saliva. O meu mundo estava desabando.

— Ele estava com os dias contatos no Direito, era questão de pouquíssimo tempo para essas informações chegarem à Ordem e ele perder a licença.

— Isso era o de menos. — Dafne disse e a encarei. — Todos os clientes largados teriam motivos para matá-lo. — explicou e fechei os olhos.

Depois de falar tudo e nos dizer o que tínhamos direito, pois Dafne também foi beneficiada, o homem foi embora. Eu chorei como nunca havia chorado na minha vida.

Passei uma semana deprimido, mas resolvi visitar as propriedades que agora eram nossas. Duas casas, um apartamento e uma construção que ele havia ganhado como pagamento em um caso de recorrência.

Eu via aquela obra inacabada, e sempre pensava que o dinheiro do dono tinha acabado e por isso ela ficara assim, sem ser terminada. Muitas vezes virava esconderijo de moradores de rua, outras vezes, era ponto de encontro de usuários de drogas, mas ela nunca ia para frente.

Falei com o engenheiro responsável por ela, um homem de uns sessenta anos e avisei que queria continuar a obra e me mudar para lá.

— Essa obra me deu tanta dor de cabeça na época. Ela tem uns dez anos já. Perdi pedreiros, auxiliares.

— Perdeu?

— Sim. Eles sumiram e a polícia fechou a obra para investigar. O cliente me pediu para reforçar a parte de baixo e isso fez com que virasse alvo da polícia.

— Parte de baixo?

— Sim. Era uma espécie de bunker com sala de fuga. O arquiteto que a desenhou foi morto dois anos depois de entregar as plantas. Mas a parte inferior é idêntica à de cima, só que ao invés de sair para a rua, você entra em um túnel. Esse túnel está com apenas quinhentos metros.

Eu passei as mãos no rosto e nos cabelos. Quanto mais eu mexia naquela história, mais surpreso eu ficava. Eu sabia que o Júlio havia recebido aquela casa como pagamento, mas o que havia acontecido com o dono dela?

— Ele foi morto na prisão — o homem respondeu e cruzou as mãos na frente do corpo, sobre a mesa. — Várias facadas, agonizou sozinho até morrer.

Estremeci ao ouvir aquilo. Não queria nem pensar que o Júlio estava envolvido com aquela atrocidade.

— Os funcionários que sumiram lá, foram encontrados? — Dafne perguntou.

— Não. Nenhum. Meu cliente não teve nada a ver com isso, mas a obra foi suspensa para investigações. Eles chegaram para trabalhar, deixaram seus pertences nos armários e sumiram.

— Sumiram juntos?

— Não. Essa loucura só chegou aos ouvidos da polícia quando o décimo homem desapareceu?

— Décimo? — Dafne e eu quase gritamos.

— Sim. Eles saíam para fumar e achávamos que só não tinham voltado, mas depois de um tempo, comecei a me preocupar.

— E o senhor acha que tinha alguém na casa matando e escondendo o corpo desse pessoal? Tem alguma teoria?

— Nenhuma. Eu segui a vida e a obra não voltou, então não sei se apareceram nem o que aconteceu.

Era muito estranho alguém falar sobre vidas com aquela frieza. Mas o que esperar de alguém que trabalha para bandidos?

Mesmo com todo aquele suspense, eu fui adiante com a obra. Além do engenheiro responsável por ela no início, contratei outro e concluíram tudo. Me livrei da casa de baixo e da área de fuga.

Ninguém mais sumiu.

Dafne e eu nos mudamos para ela quando nos casamos numa cerimônia simples para os poucos amigos que tínhamos.

Meu chefe falou de dificuldades financeiras e propus comprar a empresa dele. Fizemos a negociação e passei de funcionário a dono da firma. Contratei gente competente e consegui aumentar as vendas e deixar lucrativa de novo.

Fechei um ótimo negócio com uma marca europeia e resolvi ir para casa mais cedo para comemorar com a Dafne. Jantamos, tomamos um bom vinho e fizemos amor.

Saí do quarto para pegar um copo d'água quando ela entrou no banheiro. Entrei na cozinha quase escura e abri a geladeira para pensar em algo para comer, mas não achei nada que me interessasse apesar das várias opções. Fechei e peguei um copo, o enchi de água e quando me virei, senti Dafne ali perto de mim, sorri e coloquei o copo sobre a bancada e a puxei pelo braço para um beijo.

Mas aquela Dafne não era a minha esposa. E a coisa mais absurda aconteceu quando a minha Dafne acendeu a luz da cozinha e pude ver as duas.

Nós dois ficamos mudos, mas a Dafne desconhecida começou a ter um ataque de histeria.

— O que está acontecendo? O que você fez comigo seu desgraçado? — perguntou olhando para mim. — O que fez? O que fez?

Desesperado, eu olhei para a minha esposa e mesmo chocada, ela fez sinal para que eu ficasse onde estava e se aproximou da estranha.

— Calma. Por favor, me conta o que aconteceu. — falou alto tentando acalmá-la, segurando-a pelos ombros, ainda no chão.

A estranha desmaiou depois de mais uma crise. Chamei uma ambulância e a levamos para o hospital. Ela foi atendida e medicada. Pediram para que fizéssemos a ficha dela e chamaram a minha Dafne de irmã da estranha.

Dafne hesitou, mas fez a ficha e me pediu para ficarmos ali até que ela acordasse.

— Precisamos entender de onde essa mulher surgiu e por que se parece tanto comigo.

Eu assenti, ainda impressionado e preocupado. Me lembrei dos sumiços dos funcionários que trabalharam na nossa casa treze anos antes.

— Amor, ela surgiu na nossa cozinha!

— O quê? Como assim, Juriel? Do que está falando?

— Sim, estava escuro e te senti perto de mim, quando te puxei, foi ela quem veio para os meus braços.

Ela piscou várias vezes e enfiou os dedos nos cabelos. Respirou fundo e me encarou.

— Você tem noção do que está dizendo, Juriel?

— Não, mas foi o que aconteceu. Eu só entrei na cozinha para pegar água e voltar logo, mas senti você. Eu juro.

— Eu só espero acordar daqui a pouco e sair desse pesadelo. Como alguém surge no meio da nossa cozinha, Juriel? No meio da noite. Não tem sentido nenhum.

Ela desabafava quando estava nervosa, eu ficava acuado e quieto, pois pensava muito em tudo. Não sabia o que dizer. Nem quem procurar para ter algum tipo de explicação.

A mulher acordou no dia seguinte de manhã, ainda desorientada, e me acusando de a perseguir. Resolvi deixá-la conversando com Dafne. Eu suava frio de tanto nervosismo, precisava me acalmar, mas temia deixar a minha esposa com aquela estranha cópia dela.

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