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Home Care 4



Eu fiquei paralisada ao ouvir aquilo. Olhei para Nicole e ela estava tão pasma quanto eu.

— O quê? — perguntei, depois de tentar absorver aquela notícia.

— É isso mesmo. — respondeu, apontando o monitor.

Nicole se aproximou e nos encarou de sobrancelhas franzidas.

— Isso é possível, doutor? — Ela perguntou com a voz vacilante.

— Sim. Os exames estão ótimos, podem ficar tranquilas. Manu, você faz um ótimo trabalho, parabéns. A paciente também aprova. — falou e sorriu.

Eu estava tremendo e nem notei quando Nicole levou o médico à saída. Fiquei no quarto observando Kelly na cama, o meu coração estava a ponto de explodir e o dela passou a se acalmar.

Sentei-me na poltrona tentando sossegar. Abaixei a cabeça e a apoiei nas mãos.

Nicole voltou minutos depois e a encarei. Ela cruzou os braços e ficou numa distância considerável de mim. Eu a fitei e esperei que falasse algo, mas permaneceu na mesma posição nos observando. Olhava de mim para Kelly, se demorava por lá e depois me fitava de novo.

Apertei o meu rosto com as duas mãos, suspirei profundamente e senti Nicole se aproximar de mim. Abri os olhos e ela se agachou.

— Obrigada. Eu fiquei chocada, fiz inúmeras perguntas ao médico. Eu confio em você, sei que essa reação dela é boa.

Inúmeras perguntas!

— Chegou a pensar que a reação dela fosse de medo? — indaguei, na defensiva.

— Manu, desculpa. Já passei por isso com outra pessoa, por isso fiquei em choque. Kelly estava sendo maltratada pela enfermeira que antecedeu você. E estou comentando porque precisava agradecer. Isso é um avanço. Eu sei que jamais faria algo para machucar ou deixar minha esposa com medo.

Verifiquei o relógio e deixei o quarto. Ela estava me dizendo que chegou a pensar aquilo de mim, mas eu não era obrigada a ficar ali ouvindo. Estava quase morrendo de nervosismo.

Entrei no meu quarto e fechei a porta. Dei vazão às lágrimas que eu nem sabia que queriam sair. Depois de um choro convulsivo, lavei o rosto e fiquei um pouco lá, me recuperando.

Ouvi leve batida à porta. Eu sabia que era Nicole, deixei que batesse de novo.

— Oi — falei, encarando-a.

— Oi — respondeu já entrando no quarto. — Desculpa, por favor. Não duvidei de nada sobre você. Foi apenas o trauma me sacudindo. Me perdoa. Cada avanço desse me deixar trêmula e cheia de esperanças.

Desviei os olhos dos dela.

— Você faz bem a ela e isso me deixa muito feliz. Me perdoa, por favor.

— Tudo bem, Nicole. Só fiquei tensa pelo susto. Me senti mal, mas vai passar. Você tem razão em ter cuidado, mas estou aqui há quase três anos.

— Desculpa — falou, meneando a cabeça e se aproximando de mim. — Foi o susto. — Segurou o meu rosto e me beijou.

Eu a abracei, consegui ouvir nossos corações batendo.

— Mamãe! — Ouvimos a voz de Hugo e Nicole se afastou devagar.

O menino entrou no quarto e nos abraçou.

— Mamãe Kelly vai acordar. — O sorriso inocente dele me encheu de algo bom.

Mas, pelos próximos oito meses, o avanço de Kelly ficou só no coração mesmo. Eu fazia o trabalho com dedicação, assistia a filmes com ela, mostrava músicas novas, livros novos. Todas as novidades eu dividia com ela, cheguei a pedir que acordasse, pois Hugo esperava por ela, mas tudo ficou na mesma.

— Hora de hidratar nossa bela adormecida — falei, me levantando da espreguiçadeira no jardim onde estava com Nicole. Passava pouco das sete da noite.

— Eu ajudo você. — Levantou-se, recolheu as taças e me seguiu.

Enquanto passávamos o creme pelo corpo de Kelly, conversávamos sobre os filmes que vimos naquela semana.

— Kelly precisa acordar para vermos a Jolie em O Procurado, né? — Nicole disse como se fosse uma indireta para a paciente.

Eu ri e entrelacei os meus dedos nos de Kelly para intensificar a massagem.

— Você gosta da Angelina Jolie, Kelly? — indaguei olhando para ela e senti um leve aperto da mão dela na minha.

Olhei subitamente para Nicole de olhos arregalados.

— Ela apertou a minha mão!

— O quê?

— Calma. Pode ser loucura minha ou espasmo. Espera. — Massageei de novo e entrelacei nossos dedos. Os olhos de Nicole estavam vidrados nas nossas mãos escorregadias e unidas.

O movimento mais parecido com um espasmo aconteceu e ela viu. Nosso grito foi em uníssono.

— Desculpa — falei para Kelly e peguei o estetoscópio. Eu tremia quando aproximei o objeto do abdome dela.

Anotei tudo o que ouvi e fiz teste de sensibilidade nas mãos dela e os espasmos continuaram.

— Vou ligar para o médico. — Nicole avisou e deixou o quarto, correndo.

Levou meia hora para o médico chegar, mas parecia que havíamos esperado por horas. Os exames que ele fez não apresentaram nada além do que eu já sabia. Mas ele deixou claro que era um avanço. E os movimentos continuaram.

— Houve alguma mudança? — ele perguntou.

— Não. Ela só fez isso. Mas reagiu quando falei.

Ele meneou a cabeça e verificou seu celular. Virou-se para Nicole e disse:

— Vou adiantar os exames do mês para daqui a duas semanas. Caso haja algum avanço me avisem — pediu guardando suas coisas.

Nicole o levou à saída e fiquei com Kelly e Hugo que segurava a mão da mãe, com um sorriso perdido no rosto.

— Ela vai acordar logo, né? — Ele disse, me encarando.

Eu não soube o que responder de imediato.

— Estamos torcendo para isso, querido.

— Toca na mão dela pra ela mexer de novo. Me ensina.

— Vamos fazer assim, vamos conversar com ela. Você diz como está se sentindo. O que acha?

— Legal. Vou tentar fazer ela mexer a mão — falou com leve empolgação.

Eu segurei a mão de Kelly e escutei Hugo contar:

— Mamãe, eu sei que você gosta da Manu, mas aperta a minha mão também. Eu aprendo a fazer massagem como ela — falou, sorrindo, como se estivesse desafiando a mãe. — Eu gritei de felicidade quando soube que você mexeu a mão. Estou com o coração acelerado que quase quer sair pela boca de tanta alegria.

Entrelacei meus dedos nos de Kelly e notei que ela gostava daquele gesto, pois não só apertou a minha mão como apertou a do filho também.

— Ela apertou! — Ele quase gritou, só não o fez em respeito à mãe dormindo. — Ela apertou a minha mão.

Seu rosto estava vermelho quando ele largou a mão de Kelly e saiu do quarto correndo.

— Mamãe, ela apertou a minha mão! — O grito dele chegando perto de Nicole ecoou pela casa toda.

Eu apenas sorri.

— Está vendo o tamanho da felicidade que você causa com um simples aperto de mão, Kelly? — perguntei, verificando o relógio. Era hora de mudar sua posição. — Imagina quando abrir os olhos, o Hugo vai soltar fogos de artifício em comemoração. Nicole vai surtar de felicidade. E eu... — meu coração deu um pulo. — Eu vou...

Umedeci os lábios e puxei o lençol para cobri-la em decúbito lateral. Apliquei o medicamento enquanto falava.

— Eu vou sentir muita saudade de você! — Senti minha voz embargada. — Eu quero muito que acorde, nem que isso signifique sair daqui. Deixar vocês depois que não precisarem mais de mim, mas é tudo o que mais quero nessa vida é que você acorde e retome a sua vida. Sua família é linda e maravilhosa. E você merece aproveitá-la.

Olhei para o lado e vi Nicole parada à porta. Sequei o meu rosto e desviei os olhos dos dela. Recolhi as embalagens, tirei as luvas e coloquei na lixeira.

Senti um arrepio intenso quando Nicole chegou por trás de mim e tocou meus ombros suavemente. Fechei os olhos e suspirei fundo. Ela me virou de frente e procurou meus olhos.

— Não precisa ficar assim, você já faz parte dessa família. As minhas esperanças com relação à Kelly estão no auge e sei que isso devo em parte a você.

— Só me emocionei. O Hugo ficou tão feliz que me contagiou. — Tentei disfarçar e abaixei a cabeça.

Ela acariciou meu queixo, me fazendo fitá-la.

— Manu, eu amo você! Não quero que vá embora.

Fiquei muda. Não sabia o que dizer e sabia, mas fiquei paralisada. Ela me beijou devagar. Depois de todos aqueles anos, era a primeira vez que ela me falava de amor. Eu sabia, tinha certeza de que a amava também e amava a família dela, mas ouvir aquilo foi como oficializar algo que começou como casual demais para chegar àquele ponto.

Depois do beijo ficamos abraçadas por longo tempo. Até que afastei o rosto e a fitei.

— Também amo vocês. É difícil pra mim aceitar isso, pois sempre fui prática, mas... — O sorriso dela me deixou sem graça. — Amo!

Hugo entrou correndo e nos abraçou.

— Mãe, vamos comer pizza hoje?

— Meu amor, não é dia de pizza, você sabe.

— Mas, mãe, precisamos comemorar. A mamãe vai acordar e você vai ter que dizer que negou uma pizza de comemoração.

— Ah, meu Deus! — ela disse olhando para o teto. — Tudo bem, mas sem exageros, por favor.

Acariciei os cabelos dele e o vi sair correndo gritando interjeições alegres.

— Você sabe que vai ceder, por que esse show sempre? — perguntei em tom de brincadeira.

— Eu preciso ser assim. Ele não é um garoto oportunista, mas eu preciso ser mãe. — Sorriu e me abraçou. — Ele está muito feliz. Kelly criou esse jeito de comemorar com pizza quando ele participa, quando ele tinha uns quatro anos.

— Ele é maravilhoso!

Naquela noite comemos pizza em comemoração ao movimento de Kelly. Hugo foi para a cama exausto quase meia-noite, sob as ameaças de Nicole de que ele ficaria de castigo se se atrasasse para a escola no dia seguinte.

— Amor, eu vou dormir também. Tenho reunião cedo amanhã — falou me dando beijos de despedida, me interrompendo enquanto preparava um medicamento de Kelly. — Boa noite. Cuida bem da nossa bela adormecida.

Agachou-se sobre a cama da esposa e deu um beijo na testa dela.

— Boa noite, meu amor!

Antes de sair me deu um último beijo e nos deixou sozinhas. Apliquei o medicamento e fiz alguns exames, enquanto conversava com ela. Eu tinha muito assunto, parecia que éramos grandes amigas. Falei sobre um sonho que tive na noite passada e contei que Dan estava falando em se casar.

— Ela é completamente desligada com essas coisas — falei, rindo. — Você precisa conhecê-la.

Terminei tudo e fui tomar banho. Troquei de roupa e me preparei para deitar. Eu saía do quarto às sete da manhã quando o plantonista do dia chegava. Às vezes, assistíamos filmes e séries, mas havia dias em que eu só queria ficar um pouco quieta. Foi o caso daquela noite em especial.

Peguei um livro, mas o deixei de lado. Não conseguiria me concentrar em outra história que não fosse aquela que eu estava vivendo.

Pensei muito em tudo e em todos. Conversei com Dan para distrair a cabeça, pois tudo o que falou foi em tom de brincadeira. Depois que ela se despediu, dormi por duas horas seguidas, acordei na hora que o despertador estava prestes a tocar para virar Kelly.

Inspirei profundamente e peguei o celular para desativar o despertador e ao me virar para Kelly tomei o maior susto da vida: ela estava de olhos abertos. Olhando para a frente na mesma posição em que a deixei.

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