Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Dr. Fascínio


Samir pulava sorrindo ao som de um DJ, em um navio de luxo. O jovem usava óculos escuros, sunga branca — enaltecendo seu corpo moreno —, e uma felicidade quase permanente no rosto. Rodeado de amigos, que acabara de conhecer, ele se divertia com um copo de uísque na mão. Engoliu a bebida, molhando o próprio peito, e se dirigiu, dançando, a um rapaz que usava apenas sunga de banho, como a maioria das pessoas presentes naquela embarcação, e o beijou sendo correspondido pelo desconhecido. Os dois se beijaram dançando a música de batida contínua que o DJ tocava.

— Feliz 2020, galera! — berrou o DJ em um microfone e a resposta foi mais gritos desconexos da plateia.

Naquela festa, Samir transou com três homens e cinco mulheres. E numa das noites com todos ao mesmo tempo.

No último momento dele no navio, ele abriu os olhos e olhou em volta. Não estava em sua cabine. Precisava correr. E foi o que fez, pegou a primeira peça de roupa que encontrou e saiu depressa para alcançar seu cômodo, pois precisava daquela privacidade para sair dali.

Entrou na cabine e pegou sua roupa, vestiu-se e calçou os sapatos. Ele estava amarrando os cadarços quando uma das moças com quem ele passara a noite entrou e trancou a porta. Com um olhar malicioso, ela disse:

— Aonde pensa que vai, amorzinho?

— Tu precisa sair daqui agora.

Mas antes que pudesse colocar a moça para fora do cômodo, ele evaporou como fumaça pelo vento.

O físico teórico Samir Delapaglia nascera em 1880, no estado do Rio Grande do Sul. Samir era filho de um grande fazendeiro gaúcho, tinha dois irmãos mais velhos, já casados. Quando Samir fez quinze anos, sua mãe dera à luz Catharina.

Em 1897, o jovem casara-se com Adélia, filha de um grande amigo de sua família. Delapaglia se encantou com a moça e notou-se recebendo o mesmo sentimento. Viveram dois anos de pura felicidade e tentativas de terem o primeiro filho para aumentar a feliz família que iniciaram. Mas uma tragédia destruiu tudo aquilo e Adélia falecera ao tentar dar à luz o primeiro filho deles. O bebê nascera muito fraco e morrera poucas horas depois da mãe. Lamentando muito, a doula que acompanhou a gravidez de Adélia e havia avisado que era uma gravidez de risco para ambos, tentou confortar Samir, falando que ele era muito jovem e poderia se casar de novo.

Desolado, o jovem físico passou a se dedicar a estudar a possibilidade de criar uma máquina do tempo para que pudesse salvar sua amada da morte precoce. Munido de autoconhecimento fora do comum, o jovem foi para a faculdade e iniciou seu grande projeto de vida, ignorando os risos de alguns colegas que descobriam seu intento e se dedicando ao máximo a alcançar seu objetivo.

Depois de formado, enclausurou-se no sótão de sua casa, na grande fazenda da família Delapaglia e passou a estudar sem parar. Fazia os testes mais mirabolantes pensados por algum ser humano.

O sótão da mansão era grande e cheio de objetos usados nas invenções do jovem. Além dos apetrechos comuns que ele sempre usava, como chave de fenda, arames, barras de ferro, ele mantinha também um cobertor de lã imerso em um balde de água, sempre ao alcance das mãos.

O primeiro teste da máquina que ele começara a criar, não deu muito certo e acabou numa combustão perigosa, explodindo, jogando-o longe e danificando peças as quais ele precisou substituir quando descobriu o problema que gerou o acidente. O físico conteve as chamas com o cobertor de lã molhado.

No auge de seus trinta anos, Delapaglia conseguiu finalmente obter progresso na criação de sua vida. Faria o vigésimo nono teste. Entrou no quarto com um enorme galão de um líquido meio escuro e viscoso feito à base de hidrocarboneto, enxofre e nitrogênio.

O físico usava uns óculos de proteção construídos por ele mesmo de forma grotesca, mas eficiente. Aproximou-se da máquina, que media aproximadamente um metro e oitenta de altura e um metro de largura, e agachou-se para depositar o galão no chão. Abriu uma portinhola na lateral da máquina e despejou o líquido, até não conter mais nada no galão. Colocou o recipiente no chão e pegou um bloco de papel, fazendo anotações em seguida.

Ao lado do bloco, havia vários desenhos da grande máquina que jazia no centro do cômodo. Desenhos de todos os ângulos, com vários rabiscos ao seu redor e anotações pertinentes descobertas ao longo dos anos de estudo.

O chão do quarto era composto por uma poeira espessa e livros. Alguns abertos, outros empilhados. Quando precisava de alguma informação, o jovem físico apenas procurava pelo chão e fazia sua pesquisa.

Retirou os óculos, passou as mãos nos volumosos cabelos e espessa barba que claramente não visitavam um barbeiro havia um bom tempo, e olhou para o velho e grande relógio de madeira que emitia um tic tac fraco encostado numa parede. Girou um disco no centro de um conjunto de quatro círculos numéricos — o item lembrava uma fechadura de segredo de cofre —, contento a descrição de zero a doze em cada anel, que continha a marcação clara de Hora, Dia, Ano e Século. O marcador vermelho do disco ficou no Dia e na Hora, depois de um giro para a esquerda.

Nervoso, o cientista colocou seus óculos de proteção e entrou na máquina, cuja parte interna continha o mesmo painel de controle que havia fora com apenas um item a mais: a alavanca de comando que ligava o aparelho.

Samir respirou profundamente e baixou a alavanca. O zumbido que a gerigonça emitiu fez o homem sorrir, pois depois de várias tentativas, acidentes e incêndios, ele conseguiu voltar uma hora na vida. Aparentemente tudo pareceu normal. Então, aquela era a primeira vez que ele tentaria voltar mais tempo.

A máquina expeliu uma fumaça na parte inferior interna e ele girou a maçaneta para abrir a porta metálica. Abanou a mão no ar para dispersar aquela névoa branca que saíra da invenção. Olhou para o relógio e sentiu o coração palpitar, havia voltado uma hora.

Ofegando, o homem puxou o alçapão que dava acesso ao seu quarto e desceu a estreita escada de madeira. Ouviu leve batida à porta e sorriu, satisfeito, pois sabia quem era.

— Filho, seu almoço — disse sua mãe, uma mulher na casa dos cinquenta anos de idade. — Vive enfurnado, não come direito.

Samir sorriu de novo, pois já tinha vivido aquela cena com ela. Agora ela diria que a funcionária que o serviria, estava doente e não pudera trabalhar.

— Mamãe, eu a amo muito. Quero que saiba disso. Obrigado pelo almoço. Sei do teu esforço para falar bem de mim para papai — disse segurando as mãos da mulher, que se emocionou e envolveu o tronco do filho com os braços.

A mulher encarou o filho secando os olhos e sorriu.

— Assim tu me matas de emoção, filho.

— Eu consegui o que queria, mamãe!

— Palavra? — indagou de olhos arregalados, pois sabia das intenções do filho e torcia pelo sucesso dele.

— Palavra!

Um barulho vindo da cozinha, chamou a atenção da mulher, fazendo-a sair do quarto correndo.

— Demétrius! — murmurou Samir em meio a um sorriso, referindo-se ao gato faminto da família.

Depois do sucesso da máquina, Samir se preparou para regressar o tempo que precisava para salvar sua amada esposa. O plano era levá-la para o hospital antes de entrar em trabalho de parto. Voltaria depois de cinco dias antes do parto, tempo suficiente para fazer tudo o que precisava. O disco ficava voltando e o levaria de volta para o momento em que abaixou a alavanca.

Ao voltar, se viu jovem com a esposa grávida. Aproximou-se de si mesmo e cumprimentou o rapaz que fora. O Samir de quase vinte anos franziu o cenho ao ver aquele estranho ali em suas terras, mas o tratou bem como mandava sua educação.

— Vi que tua esposa está grávida. Tu deves estar muito feliz.

— Sim. Estou. Não vejo a hora de segurar o meu filho no colo. Está tão perto.

— Tu pareces mesmo feliz, mas ainda assim há tristeza em seus olhos. Por quê?

— A doula que está acompanhando disse que é uma gravidez de risco.

— Leva tua esposa para o hospital e espere seu filho nascer lá. É mais seguro.

Samir nunca pensou no que aconteceria se pudesse mudar o passado. Depois de um tempo de conversa e esclarecimentos, pois o jovem Samir ficou desconfiado, ele o convenceu a seguir seu conselho. Até ajudou a levar Adélia para o hospital. Mas sofreu o mesmo baque, pois a mulher morreu no parto mesmo rodeada de médico e condições de cuidados. O bebê sobreviveu por dois dias, criando uma ferida bem maior no peito de Samir.

O homem foi puxado de volta para o presente, arrasado. Saiu da máquina e se ajoelhou no chão coberto de poeira, aos prantos. Urrava de tristeza, pois teve a chance de segurar o filho em seus últimos momentos de vida.

Contou o ocorrido à mãe e recebeu seu apoio. A mulher o consolou com palavras e carinho.

— Já sabe que no passado não se pode mexer, filho. Se tu conseguisses salvar os dois, como estaria agora? E a finalidade dessa máquina, seria qual? E esse tu — apertou de leve o ombro do filho deitado em seu colo — o que seria feito?

Samir ficou em silêncio ainda suspirando devido ao pranto das últimas horas.

Levou algumas semanas para Samir superar aquele ocorrido de novo. Deixou a máquina parada no sótão e passou a trabalhar com o pai, deixando-o feliz. Frustrado, sem inventar nada de útil para ele, usava sua inteligência para criar máquinas que facilitavam o trabalho na agricultura.

Um ano depois de presenciar a morte de Adélia novamente, Samir conheceu um funcionário novo da fazenda. O jovem Daniel cuidava dos cavalos. Logo se tornaram amigos, de cavalgar por horas conversando.

Certo dia, enquanto cavalgavam para testar a doma de um cavalo, Daniel parou sob a sombra de uma árvore à beira do lago e desceu do animal, liberando-o para beber água, e se sentou na relva. Samir fez o mesmo com sua égua e se acomodou ao lado do amigo.

O coração de Samir batia mais forte ao lado de Daniel. O jovem estava encostado na árvore e o cientista sentado de frente para ele, com as mãos cruzadas sobre os joelhos flexionados. Fazia uma careta fechando apenas um olho para conseguir olhar para o funcionário enquanto enfrentava o sol ainda ardente naquele horário. Ao ver aquilo, Daniel tirou seu chapéu e colocou na cabeça do amigo. Os dois sorriram.

Samir tomou coragem e beijou os lábios do domador, assustando-o.

— O que tu fizeste? — perguntou, afastando-se.

Samir ficou em silêncio e viu o amigo se levantar e sair correndo, montado no cavalo.

Daniel evitou Samir por uma semana. Até que, sem saber de nada, o velho Delapaglia pediu que o filho fosse com o funcionário buscar alguns animais no estado vizinho.

A paixão explodiu entre os dois que precisaram dormir, juntos, em uma pensão. Entregaram-se ao que sentiam e dormiram agarrados até o dia seguinte. Saíram do quarto com o sol já alto no céu.

— Tu já tinhas feito isso com outro homem? — Daniel quis saber quando pegaram a estrada de novo.

— Nunca senti nada parecido por outro homem. Só senti esse desejo impossível de controlar pela minha falecida esposa — confessou.

Fizeram o trajeto até a próxima cidade, em silêncio. Pararam para comer e se amaram de novo no milharal de uma fazenda.

Viveram aquele relacionamento por três semanas, até que o velho Delapaglia descobriu. O homem pediu que o filho viajasse e mandou Daniel embora ameaçando matá-lo se voltasse a se aproximar de seu filho.

— Se enrabichou por uma guria da região e me pediu que o liberasse para se casar e ir embora com ela — disse o velho de bigode espesso, tomando um copo de licor, quando o filho retornou.

Aquilo foi como uma punhalada no peito de Samir.

— Quem precisa se ajeitar também és tu. Ficou viúvo há muito tempo. Precisa construir uma família.

— Sim, papai. Vou fazer isso — resmungou, dirigindo-se ao quarto.

Sofreu a traição de Daniel e colocou na cabeça que desfrutaria da vida sem se apaixonar por ninguém mais.

Subiu ao sótão e tirou a poeira de sua maior invenção. Verificou alguns comandos e resolveu usá-la de novo.

Olhou-se no espelho e gostou do que viu: um belo homem de pele bronzeada, cabelos curtos bem penteados, olhos castanhos expressivos, bigode sobre os lábios carnudos.

Borrifou perfume e se olhou mais uma vez. Usava sapatos caros e um terno importado.

Viajou até 1930 na intenção de se divertir e se viu no auge da revolução que resultou no golpe da década. Violência e injustiças, deixaram Samir muito triste. Tentou fazer algo e viu mais coisas erradas, então resolveu focar apenas no seu objetivo.

Mesmo em meio ao caos, ele conquistava homens e mulheres por onde passava. Como não fazia parte daquela época, não se preocupava em criar laços e tampouco ligava para os sentimentos de ninguém.

Retornou para o presente e saiu da máquina cansado, precisava dormir, mas mal se deitou e já foi acordado pelo pai.

— Preciso de ajuda, Samir — falou o homem abrindo a porta do quarto do filho.

O relógio da sala marcava três e meia da manhã quando o físico passou pela sala para atender ao pedido do pai. Foram buscar um veterinário, pois uma vaca estava com dificuldades para dar à luz.

— Não tinha um funcionário que pudesse ajudar, papai? Estou morto de cansaço.

— Logo tu vais precisar ter responsabilidade de cuidar sozinho dessas terras, Samir. Eu respeitei teus estudos, mas não deram em nada. Então precisamos recuperar o tempo perdido. — Foi a resposta ácida do fazendeiro que não tinha conhecimento do grande feito do filho.

Cansado daquela vida de fazenda, Samir passou a trabalhar ali e a se distrair com suas viagens. Ia cada vez mais longe, via as evoluções tecnológicas, as modas de cada ano pelo qual passava e com o tempo foi se adaptando a tudo. Retirou o bigode, mudou o cabelo, passou a usar as roupas de acordo com a época.

Conquistou um jogador de futebol da seleção brasileira de 1958 e viveu um tórrido romance com ele por alguns meses. Viu o Brasil ser campeão mundial pela primeira vez.

Na mesma época, conheceu Lourdes, uma linda jovem que frequentava a igreja com a mãe. Muito galante e simpático, Samir se aproximou da moça e a cortejou por uns dias, até beijá-la no portão de sua casa.

— Tu és muito linda. Sou um homem de sorte — sussurrou, acariciando o rosto da moça com a parte externa dos dedos. — Vou pedir a tua mão aos teus pais hoje mesmo.

— Não, Samir. Hoje está tarde, prometi que ia apenas à casa de minha prima. — disse a jovem, insegura com a respeito da reação do pai. — Volte amanhã e poderá conversar com meus pais.

Fez três viagens para aquela época, na última ele ficou noivo de Lourdes, cujo pai ficou deslumbrado por saber que o rapaz era herdeiro das fazendas Delapaglia. Samir tirou a virgindade de Lourdes, assegurando que se casariam logo e que ela não ficaria mal falada.

O físico voltou para o seu presente e nunca mais viajou à época do compromisso com Lourdes.

Amante de futebol, ele avançou até 1970 para assistir à copa do mundo. Reencontrou o antigo amor que participara da conquista do primeiro título mundial.

— Ah, meu Deus! — o homem exclamou, de olhos arregalados, ao ver Samir ali a poucos centímetros dele. — Não pode ser. — Contornou dois homens sentados ao seu lado e se aproximou de Samir, na arquibancada do estádio Azteca, na Cidade do México.

Samir engoliu saliva, assustado, e fingiu não conhecer o antigo amante. Àquela altura já aposentado do futebol e beirando os cinquenta anos.

— O que aconteceu, meu senhor?

— Samir? Não é possível!

— Sou Saulo, filho dele — mentiu rapidamente.

— Ah, claro. Você é idêntico ao seu pai, menino. — O sorriso de alívio do homem fez efeito em Samir também.

— Muito bom encontrar um amigo do meu pai.

— Seu pai foi muito importante na minha vida, garoto. Como ele está?

— Ele faleceu há vinte anos — falou sem se importar com o que causaria naquele homem.

O ex-jogador tomou um susto e começou a chorar ali na arquibancada cheia de gente, assistindo ao jogo da final da copa do mundo. Samir o envolveu com o braço, em gesto de consolo. Acariciou os cabelos do homem e esperou que ele se recompusesse.

— Me desculpe. Eu fiquei muito emocionado. — explicou, sem jeito, limpando o rosto molhado de lágrimas.

Pelé fez o primeiro gol do jogo contra a Itália fazendo Samir pular de alegria e abraçar o ex-jogador ali ao seu lado. A torcida brasileira encheu o estádio de histeria e a alegria foi contagiante.

O Brasil venceu aquela copa por quatro a um, Samir retornou para casa depois de passar a noite com o ex-jogador a quem fascinou no passado-futuro do seu presente.

No auge do seu egoísmo, não conseguiu saber da morte do pai, que aconteceu em setembro de 1917. Desestabilizando a família inteira. Samir passou alguns meses sem viajar. Os irmãos se aproximaram apenas para a abertura do testamento, não ajudaram em nada, nem ofereceram ajuda para cuidar das terras do pai.

Catharina se pôs à disposição para ajudar Samir a administrar a fazenda. A jovem de vinte e dois anos, tinha tino para os negócios.

— Tu precisas pensar em se casar — comentou o irmão mais velho, enfurecendo a jovem, que não tencionava seguir tal tradição.

Samir ignorou o irmão e aceitou ajuda de Catharina. Os dois ficaram mais próximos depois da morte do patriarca e conseguiram tocar a fazenda e os negócios da família juntos.

A mãe dos dois falecera três anos depois da morte do esposo. Samir sofreu como em nenhuma perda. Usou a máquina do tempo para se despedir da mãe, que sofrera um enfarto fulminante.

A mulher se assustou quando o filho chegou à cozinha já em lágrimas e a abraçou ajoelhado no chão. Um homem de quarenta anos de idade chorando como uma criança, soluçando e abraçando a mãe.

— O que houve, filho?

— Nada, mamãe. Só estou emotivo hoje. Eu te amo demais. Jamais se esqueça disso.

Beijou as duas mãos da mulher e foi puxado de volta para o presente.

Ao sair da máquina, deparou-se com a irmã de olhos arregalados para o instrumento metálico, abismada com o que acabara de ver.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro