✞︎30-Discussão
Taissa.
Mandei mensagem a meu pai logo cedo, ele me disse que Maitê havia saído para comprar algumas coisas junto com Akemi e minha avó. Nem sinal de Laura, mandei várias mensagens e nenhuma foi respondida com algo mais do que "estou bem, não se preocupa''.
Já passava da uma da tarde quando atravessei os corredores da universidade rumo à sala, porém quando entrei, fui barrada na porta por Pietro. Percebi de esguelha a chegada do homem alto de moletom.
— Não pode entrar depois que tocam os sinais Taissa, espere a segunda aula — disse, com um sorriso cordial embaixo do bigode levemente curvado.
— Maria — Cumprimentou-a, olhando em minha direção e deu espaço a ela.
— Ela vai poder entrar e eu não? — Cruzei os braços, desacreditada.
— Maria foi ao banheiro, já estava dentro do campus, você entrou agora — Tentou justificar.
— Ah claro! A namorada do professor tem mais trinta minutos de tolerância e eu não — Bati suavemente na cabeça, fingindo me culpar por ter esquecido.
— Fala baixo Taissa! — pediu a loira, temendo que alguém lá dentro escutasse.
— Está dando para te escutar no corredor todo! O que está dando em você? — Rangeu os dentes, falando o mais baixo possível.
— A pergunta é: o que você está dando para ele? Ah, não é difícil saber, não é Maria? — retruquei, rispidamente.
Maria me deu um tapa no rosto que espalhou meus cabelos.
— Você ficou louca? — Ele surgiu, entrando no meio da discussão.
— Não se intromete aqui Rubens, o assunto não é com você! — Respondeu ela, apontando o dedo.
Desferi um tapa contra sua mão.
— Não fala assim com ele sua prostituta! — Cuspi as palavras, quase saindo fora de mim naquele momento.
Maria me lançou um olhar incrédulo.
— BASTA! — Interviu Pietro, nos afastando e a puxando para trás de si.
— Rubens, por favor, tira a Taissa daqui, você precisa se acalmar! — Pediu ao aluno, entrando na sala e fechando a porta. Pude ver os olhos castanhos marejados me olhando do outro lado do vidro da porta.
— Por que estavam discutindo? — Franziu as sobrancelhas grossas.
— Ela é uma oportunista, por isso! Talvez eu também deva namorar o professor, assim posso chegar na hora que quiser e ainda zanzar pelo corredor — Bufei, querendo esganar alguém.
— Não repita isso — Saiu de seus lábios grossos de uma maneira séria.
— É verdade, foder com o professor me daria vantagens, talvez até fosse aprovada sem nem sequer vir às aulas...
Senti mãos agarrarem meu pescoço com pressão e meu corpo colidir com a parede fria.
Estremeci por dentro.
— Nunca mais diga isso — Seus olhos escuros estavam com um brilho que me deu arrepios.
— Você é minha, entendeu? — disse de maneira possessiva.
— Me solta — Foi tudo que consegui falar. Rubens distanciou as mãos do meu pescoço e permaneceu com uma seriedade nada boa no rosto, como eu estivesse ofendido, eu nunca tinha o visto daquela maneira.
Um garoto passou por nós e olhou para minhas pernas descobertas.
— Sua saia — Apontou, sem me olhar nos olhos.
— O que tem? — Passei a mão no tecido bege.
— Está muito curta, não gosto do jeito que está exposta — Rebateu, ríspido.
— Não vai mandar nas minhas roupas também, vai? — Desencostei da parede.
— É uma mini-saia — falou, apertando minha bunda com força.
— Se te incomoda me ver assim, lamento, mas não vou deixar de usá-la, e se achar ruim, não vai me ver sem ela até mudar de ideia — Avisei, sem paciência para uma crise de masculinidade tóxica daquela.
— Eu já vi tudo que tem aí embaixo e mesmo que não tivesse visto, eu sempre consigo o que quero — Veio me dar um beijo e eu desviei.
— Você é tão babaca tem hora — O empurrei para longe de mim.
— Não me pirraça — retrucou, quase bufando de raiva.
Sai andando, ficaria na biblioteca, enquanto não tocasse o sinal da segunda aula. Ele me seguiu, me forçando a apressar os passos.
— Você é tão irritante tem hora! — disse, batendo os pés conforme me seguia.
— Então por que está vindo atrás de mim? — Devolvi, querendo me livrar dele. Chegando na biblioteca vazia, mantive o ritmo dos passos, até ser puxada pela cintura, saindo do chão quando seu braço direito envolveu o meu corpo.
— Que inferno! Me coloca no chão agora! — Estava quase esperneando.
Rubens me colocou no sofá como se eu fosse um saco de estopa.
— Não me dê as costas daquele jeito! — Espalmou o sofá, fiquei entre seus braços musculosos e seu corpo diante de mim.
— Vai fazer o que? Não dá pra falar com você, ser racional! Parece que só pode ser feito do seu jeito! — Disparei, sentindo as bochechas queimarem.
— Poderia ceder um pouco! — Continuei, ele escutando tudo e me olhando nos olhos fixamente.
— Eu não quero falar, não quero falar dos meus problemas... não posso — Sua voz foi diminuindo até quase virar um chiado. O afastei devagar e o fiz sentar no sofá de couro da biblioteca silenciosa.
Acariciei sua pele negra, distribuindo beijos por todo seu rosto.
— Eu sinto que... — Contive as palavras, abrindo o zíper da saia e a deixando cair sobre meus tênis brancos.
Ele levou seu olhar para baixo e em seguida para mim, sem entender.
— Só consigo me comunicar com você, desta maneira — Abri sua calça e me encaixei nele, sentindo uma dor estranha invadir meu corpo. Binho me olhou como se eu fosse incapaz de resistir a mim, como se todos os seus escudos tivessem caído.
— Não sabe o que está fazendo — sussurrou, apertando seus dedos contra minha pele e fazendo meu corpo se conectar com mais profundidade ao seu de maneira bruta, afundei as unhas no seu antebraço devido a dor.
— Sim, eu sei — ofeguei, começando movimentos de abre e fecha com as pernas sobre ele.
— Já que eu sou sua, me fode como só você sabe fazer — Segurei seu queixo como se fosse um animal domado sob meu controle.
Eu gostava do jeito que gemia meu nome, do sabor dos seus lábios quando eu o excitava. Arranquei o resto das nossas roupas e fui dele, ali mesmo, pele contra pele, desprotegida, vulnerável, a mais profunda conexão.
Decidimos não assistir às outras aulas e sair do campus, fomos com o carro do meu pai para um lugar afastado, uma parte da estrada, na saída da cidade, mas antes passei num lugar e não lhe disse muito a respeito, pedi que ficasse no carro, pois seria "surpresa."
O sol já se despedia e estávamos quase chegando, o painel marcava 200 km/h quando larguei o volante e voltei minha atenção toda para ela.
— Você é louco, olha a estrada! — Não ficou brava, mas preocupada.
— Quero te mostrar uma coisa — disse, tirando a pequena caixinha de veludo escura do bolso. Um sorriso tomou o rosto vermelho de Tai, devido ao sol que o atingia.
— Casa comigo minha vênus? — Estendi a caixinha ao abri-la, o diamante na ponta do anel brilhava com a luz do sol.
Comprado com o dinheiro de meu pai, a qual possui acesso a conta.
— Não imagino nem mais um segundo da minha vida sem você — Confessei de toda minha alma. Seus olhos escuros como a noite se arregalaram, incrédula.
— Eu... aceito — Soltou um suspiro falho com um sorriso de choque misturado com euforia.
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