✞︎22-O inferno de Dahn
Binho.
Dia seguinte.
Acordei antes de Taissa, a deixei na cama e fui ao banheiro. Tomei um banho e troquei de roupa, pretendia ir à praia, após tomarmos café da manhã.
Meu pequeno deslize quase colocou tudo a perder.
Arrumo meus cabelos com um pente e enxaguo a boca na pia, quando volto a olhar no espelho, sobressalto ao ver Dahn atrás de mim.
Sua pele já sem a cor da vitalidade, os olhos transformados em algo ruim, cheio de ira.
— O que...
— Pensou que se livraria de mim? Eu vou ser a morte que vai carregar pelo resto da vida, seu maldito mentiroso! — Vociferou, e o espelho trincou à minha frente pela sua ira.
— Você não será o primeiro e nem o último, qualquer que entrar no meu caminho, terá o mesmo final que você teve, agora me diz Dahn, como é o inferno? — Dou-lhe um sorriso amigável.
Ele agarra meu pescoço com força.
— Ela irá saber, eu não vou descansar até que Taissa descubra quem você é de verdade! Desgraçado! — Colocou mais força na mão apertando meu pescoço.
Tentei tirar, pressionando seu punho, entretanto não consegui.
Alcancei a lâmina de barbear sobre a pia e afundei na sua têmpora.
Ele me soltou.
— Você está morto, os mortos não falam imbecil, então aproveite sua estadia, pois eu vou desfrutar do amor da mulher que está deitada nessa cama, enquanto você apodrece embaixo da terra — O empurro para longe de mim.
Dahn não sente dor. É um espírito perturbado e inconfoormado em busca de vingança.
Ele ri com escárnio, tirando a lâmina da pele.
— Quem te disse que vou falar com a Taissa? O seu erro é achar que seus planos não tem falhas, esse mundo dos espíritos é muito maior do que imagina, a linha tênue que nos separa é muito forte, ser um demônio não te torna invencível — Um brilho macabro surge nos seus olhos escuros.
— Isso não acabou! — Se inclinou e bateu a testa contra a minha, tão rápido que não pude esquivar.
— Filha da puta! — Esmurrei a pia, tentando não quebra-la.
— Falando sozinho? — A voz carregada de sono invadiu o banheiro. Somente com minha camisa e a calcinha.
— Te acordei? Me desculpe, foi meu pai ligando — Menti, pegando-a pelas mãos e trazendo até mim, beijando sua testa.
— Não, o que ele queria? — Estreitou as sobrancelhas, mexendo nos cabelos desgrenhados.
— Estava reclamando e dizendo algo sobre Tamar — disse, a deixando pegar a escova de cabelo no armário embutido na pia.
— Seus pais estão bem? — murmurou, bocejando.
— Sim, ótimos, estão viajando, foram para Bahia — retruquei.
Mentira.
Estavam vivos, era suficiente.
Ela escovou os dentes e os cabelos, em seguida lavou o rosto e secou.
— Vamos descer e tomar café? — indaguei, saindo do banheiro primeiro, ainda de toalha.
— Sim, só deixa eu ver quem me ligou — Pulou de bruços na cama e pegou o celular para checar.
Deitei do seu lado e afastei seus fios lisos caindo no rosto, me aproximei e depositei selinhos em sua bochecha.
Seu cheiro tinha se tornado o meu favorito no mundo em menos de 72 h.
— Quem está esperando te ligar? — A puxei para colar em mim, acariciando suas coxas descobertas.
Tai não me deu muita atenção.
— A mãe do Dahn, ela disse que ia chamar a polícia, se ele não aparecesse até hoje à noite — rebateu, vasculhando entre seus contatos.
Revirei os olhos com tanta força que quase não voltaram.
— Vai ficar a viagem inteira se preocupando com isso? — Passei o nariz pelo lóbulo da sua orelha. Inferno! Será que eu podia foder sem ter que ouvir o nome daquele defunto de novo?
— Ele é meu amigo de infância Binho, nada além disso, nunca teve uma amizade assim com ninguém? — Intercalou o olhar entre mim e o celular.
— Não, nunca quis transar com nenhuma amiga minha não, se é isso que quer saber — Devolvi, sem paciência.
— Eu sou excessão então? — Fechou a expressão. Por que as mulheres sempre arrumam um motivo para discutir de repente?
Suspirei. Pegando seu celular e pondo longe o bastante.
— Não pode me afastar do meu melhor amigo por que tem ciúmes, não seria capaz de fazer isso — Deu uma risadinha supérflua, virando de barriga para cima.
A fiz virar o rosto para mim segurando seu queixo com pressão.
— Não faz ideia do que eu seria capaz só para nunca perder você — disse, olhando fundo nos seus olhos pretos.
Tai afastou minha mão, sem saber qual reação esboçar. Em seguida ela solta um grunhido.
Não queria fazê-la sentir medo, apenas que entendesse como as coisas seriam dali em diante.
— Vou colocar uma roupa e descemos — falei, saindo da cama, porém fui puxado de volta.
Ela me prendeu a seu corpo com as coxas ao redor do meu quadril e tirou a toalha. Isso me excitou.
Me coloquei entre suas pernas e puxei sua calcinha fina para o lado, a penetrando, enfiei minha mão por dentro da camisa e apalpo seu seio esquerdo, a mão esquerda fica apoiada no colchão, ao lado de seu braço. Iniciamos um beijo lento que se transforma numa sede incessante de lascívia.
— Binho — Me chamou, sussurrando.
— O que minha lua? — respondi baixinho.
— Ontem, quando estávamos... você me disse uma coisa... — Parecia hesitante em continuar. Taissa gemeu conforme fui penetrando mais devagar, para que sentisse melhor.
— O que eu disse? — Afundei o rosto em seu ombro, me tirei de dentro dela.
— Não se lembra? — Soltou entre uma lufada de ar.
— Não, estava focado em te satisfazer — murmurei, acariciando seu rosto com o dorso da mão esquerda.
— Está tensa, o que foi? — Lhe dei um selinho que foi correspondido. Tai se encolheu sob mim.
— São tantos problemas, não sei o que vou fazer amanhã, quando tiver que voltar para faculdade, eu vou... — Cortou a si própria, suspirando pesadamente.
— Não se preocupa, nós daremos um jeito, agora relaxa — Correspondi ao seu beijo carinhoso.
— Preciso aliviar essa tensão toda — Deslizou os dedos por minha nuca numa carícia.
— Eu faço isso — Sorri.
— Como vai fazer isso? — Provocou, passando a mão por minha bunda descoberta e subindo para as costas.
— Abre as pernas que eu te mostro amor — Desci a mão até sua virilha, causando arrepios.
Taissa se abriu para mim, completamente exposta, ardendo de tesão. Desci o corpo e expus a vulva, começando a passar a língua ali e obviamente, aproveitando o privilégio de ter uma língua bem maior do que deveria ser, só para lhe causar mais prazer.
— Isso... tá gostoso... assim — Seus gemidos ecoavam pelo quarto.
Se não estivesse tão distraída, teria visto minhas pupilas se transfigurando ao seu estado original, ou seja, demoníaco, enquanto me deleitava na volúpia, sentindo a textura da sua pele como se fosse o mais puro ouro.
Após tomarmos café, fomos passear na praia, estava bem vazia naquele horário, portanto poderíamos aproveitar um pouco de privacidade.
— Eu já volto, vou mergulhar — Avisei, terminando de passar protetor nela.
— Cuidado com as ondas — Virou-se de bruços e dessamarrou o sutiã.
Assenti, depositando um selinho na sua nuca e saindo rumo ao mar.
Mergulhei e quando emergi, me deparei com algo inesperado, dei um grito e Azazel gritou junto comigo.
— Qual o seu problema? Até aqui tem que me infernizar? — Bufei, verificando se Taissa não o veria ali de longe.
— Sua cara feia continua mesmo sem o chifres — Forçou sorriso.
— Conseguiu o que eu preciso? Estou ficando sem tempo e agora, é a única coisa que falta para conseguir ter o que quero de uma vez — questionei, ansiando por respostas.
— Acha que vim aqui por estava com saudades do meu irmão adorável de chifres e rabo? — Revira os olhos. — Está tudo pronto, quando pode voltar? Tem até amanhã e se der errado...
Dirigiu olhar a ela, deitada sobre a areia, alheia ao que acontecia.
— Não a verá mais, não poderá voltar — disse, tendo um certo prazer em prever a desgraça envolvendo meu futuro.
— Irei hoje a noite, me espere — falei.
— Claro, vossa majestade demoníaca — Riu em provocação e fez reverência teatral. Empurrei sua cabeça para debaixo d'água, ele sumiu.
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