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✨🎄ESPECIAL: O Recomeço (parte 1)🎄✨

Finalmente, o julgamento chegou ao fim. Após um dia exaustivo e emocionalmente desgastante, marcado pela tensão de reviver um passado sombrio, analisar evidências e acompanhar o depoimento das testemunhas, seguido das considerações dos advogados, o veredito trouxe o desfecho há muito aguardado: Jae Kyung, que um dia foi uma supermodelo admirada, tornou-se uma mulher condenada, carregando o peso da pena máxima em seus ombros.

Não foi demonstrada nenhuma reação da mulher, apenas encarava sua frente com o olhar vazio, como se já tivesse aceitado o resultado que a aguardava. Ninguém poderia afirmar que a mesma mulher que estampava capas de revista estaria hoje em todos os jornais, porém o glamour foi substituído pelo uniforme laranja, o cabelo preso e ressecado, unhas roídas pela ansiedade e olheiras profundas.

O processo que culminou nessa sentença foi arrastado por um longo período. Os advogados de Jae recorreram a todas as manobras possíveis para adiar o julgamento, o que acabou empurrando a sua realização para exatamente um ano após sua prisão, acusada pela morte de Lee Mina.

Quando o juiz anunciou finalmente a decisão, Minho não conseguiu evitar um sorriso. Para ele, a justiça havia sido feita, e sua irmã estaria, de certa forma, sendo vingada. Sentado ao lado de seu marido, Han, observava atentamente a escolta policial de Jae Kyung que ficaria um bom tempo presa. Enquanto isso, ele girava a aliança dourada em seu dedo, um gesto quase distraído, mas que acabou chamando a atenção de Han, que deu e apertou sua mão com firmeza.

Se casaram recentemente na Tailândia, eles estavam prestes a comemorar seu primeiro Natal como casados, e, naquele momento, a sensação de paz misturada à revolta pela morte de Mina era palpável. Contudo, os sentimentos de rompimento e satisfação não eram unânimes para todos os envolvidos.

Jimin, por exemplo, acompanhava a cena com uma satisfação peculiar. Nunca foi um segredo sobre o quanto desprezava Jae Kyung, mas, desde o momento em que ficou evidente que ela tentou incriminá-lo para encobrir seus próprios crimes, o desprezo se transformou em ódio pleno.

Quanto a Mina, Jimin já havia superado qualquer resquício de empatia. Antes, chegou a sentir certa compaixão pelos seus filhos, que perderam a mãe de forma tão trágica. Hoje, senti-se quase egoísta por pensar que os filhos crescerão livres da influência de uma mulher tão mentirosa.

A verdade por trás das ações de Mina foi devastadora, mas também libertadora; Jimin não era mais capaz de nutrir nenhum tipo de sensação, nem mesmo tristeza, pela falecida, apenas alívio que se viu livre dos jogos da mulher.

Quando o juiz encerrou a sessão e o público foi liberado, Jimin foi ao banheiro, aliviado por finalmente poder relaxar. Tinha se segurado o máximo possível, ansioso para não perder nenhum detalhe da audiência. Ao se posicionar diante do mictório, sentiu um alívio imediato.

No entanto, o momento de tranquilidade foi interrompido por três batidas secas na porta. Ele suspirou, lançou um olhar rápido na direção do som e, embora incomodado com a interrupção, não deixou de fechar a calça cuidadosamente. Surgiram novas batidas, insistentes, despertando sua atenção.

"Que perturbação", pensou, enquanto caminhava até o lavabo para lavar as mãos com calma. Após secá-las, destrancou a porta e a abriu, apenas para deparar-se com uma figura inesperada.

À sua frente, havia um homem absurdamente atraente. Sua calça social preta, levemente apertada, combinava perfeitamente com os sapatos reluzentes. A camisa branca, realçada por um suspensório e uma gravata slim de cetim, destacava o corpo esguio, enquanto as mangas dobradas até os cotovelos deixavam à mostra um braço fechado de tatuagens. Os cabelos cacheados e longos, com um sorriso de canto de boca, criavam uma aura irresistível. O blazer, casualmente pendurado sobre o ombro, completava o visual impecável e sexy.

Jimin piscou, sem esconder sua surpresa. Era uma visão curiosamente hipnotizante.

— Está ocupado — respondeu, com um ligeiro tom defensivo, avaliando o estranho de cima a baixo.

O homem, no entanto, riu com naturalidade, respondendo em tom descontraído:

— Eu vi você entrando e pensei: será que ele precisa de ajuda?

Jimin arqueou a sobrancelha e riu, tomado de pensamentos intrusivos de como Jeon Jungkook poderia lhe ajudar a fazer xixi. Tem uma coisa que ele poderia ajudar, e poderia muito bem...

Ele agarrou a gravata do investigador e fechou a porta em seguida. Com os lábios entrelaçados aos de Jungkook, trancou a fechadura e se entregou ao beijo. Jungkook, que estava com o corpo colado na porta, apertou Jimin pelo quadril, apalpando toda a sua bunda enquanto seu corpo estava sendo consumido pelo calor do momento.

Eles não se viam há uns dias. Com a aproximação do julgamento, Jungkook se enfiou em relatórios, a fim de garantir que Jae Kyung pegasse pena máxima. Além disso, a relação dos dois ainda era um segredo. Poderia soar mal para o investigador estar saindo com um dos suspeitos do caso, mesmo que este já tivesse sido inocentado.

Mas nada importava naquele momento, em que suas línguas expressavam a saudade que sentiam, as mãos de Jungkook lutavam contra os botões da camisa de Jimin, para expor seu abdômen.

Quando as mãos quentes de Jungkook tocaram sua barriga, Jimin arfou e o investigador aproveitou a oportunidade para deslizar com seus beijos pela pele lisa de Jimin até chegar ao seu pescoço, onde o chupou.

— Quer mesmo fazer isso aqui? — Jimin disse em meio aos suspiros causados pelo delicioso contato de Jungkook.

— Estive te desejando o tribunal inteiro — o homem respondeu com a voz embargada, perdido em meio ao seu desejo.

Jimin não iria resistir, ele adoraria sentir o pau do seu amado dentro de si. Então, desceu com sua mão para o membro enrijecido de Jungkook, que estava bem marcado graças a calça social que o investigador escolheu, e o agarrou. Jungkook suspirou, desabotoando sua calça, deixando que seu pau ereto ficasse para fora:

— É todo seu amor... — Jungkook falou meio rouco.

O loiro entendeu bem o recado e se ajoelhou, colocando-o na boca e o sugando em seguida. Jungkook deixou a cabeça pendurada para trás, enquanto o homem à sua frente chupava sua cabeça de baixo. Jimin acariciou as outras partes, enquanto sua boca estava ocupada, lambendo e sugando pré-gozo de seu namorado.

Namorado... se alguém dissesse a eles que iriam reatar, jamais acreditariam. Mas no final, ser acusado injustamente calhou, pois Jimin agora poderia se deliciar com o membro de Jungkook em sua boca, assim como nos velhos tempos.

Jungkook segurou firme a cabeça de Jimin contra o seu pênis, induzindo-o a uma penetração profunda enquanto o loiro sugava. Só soltou quando este engasgou e o tirou de uma vez, fazendo com que um fio de saliva ficasse à mostra.

— Ah, Jimin, não sabe o quanto eu amo te ter assim... — ele disse, segurando-o pelo queixo, enquanto seu pau roçou a bochecha de seu namorado.

— Não sabe como é bom chupar você, gosto de ver suas reações.

— Safado...

— Não fui eu que vim caçar sexo dentro do banheiro do fórum de justiça.

Jungkook riu e forçou a entrada de seu membro na boca de Jimin, onde começou a movimentar os quadris. Evitar gemer se tornou um grande desafio a cada nova investida contra a boca do homem ali ajoelhado. Não importava quantas vezes Jimin o chupasse, sempre era maravilhoso e ele nunca se cansava disso.

Jungkook, cego de prazer, retirou o membro da boca de Jimin e o sinalizou para que ele se levantasse. Jimin não perguntou, apenas ergueu o corpo. Jungkook o virou de costas, empurrando-o contra o lavabo enquanto mordiscava sua orelha. As mãos do investigador desabotoavam a calça, enquanto alisavam o membro excitado de Jimin.

— Eu te quero, aqui e agora, a porta está trancada mesmo...

Foi tudo que Jungkook disse até terminar de despir Jimin e erguer uma de suas pernas para se apoiar na pia. Jimin, já sabendo o que viria, empinou um pouco o quadril, ansioso para sentir Jungkook por completo. O homem atrás de si ajeitou o membro na sua entrada e penetrou, com tudo.

Jimin gemeu baixo, apoiando as mãos no lavabo enquanto sentia Jungkook rasgar seu interior. Sempre doía um pouco no início, ainda mais que Jungkook era um tanto avantajado. Mas, pouco a pouco, seu corpo excitado reagia, enquanto ia ficando mais fácil para Jungkook comê-lo.

O investigador continuou a se movimentar, enquanto as paredes internas de Jimin comprimiam seu pau, lhe proporcionando mais prazer. Segurou firme no quadril do loiro e passou a chocar seu quadril contra a bunda de Jimin com mais rapidez, aumentando a pressão das estocadas.

Jimin gemeu um tanto alto, o que fez com que Jungkook precisasse pressionar sua mão contra a boca dele. Não podiam ser descobertos transando no banheiro.

Os corpos continuaram a se chocar, criando um atrito gostoso, enquanto ambos estavam embriagados de prazer. Quando não podia mais se segurar, Jungkook começou a penetrar mais rápido e forte, até que seu líquido quente jorrasse dentro de Jimin. Ele estremeceu todo, se afastou e sorriu ao ver a belíssima visão de Jimin vazando porra. Ele amava demais tudo nesse homem.

Jimim mal recuperou o ar quando Jungkook o agarrou por trás e o beijou, enquanto suas mãos estimulavam seu membro. Era impossível não arfar entre o beijo. Jungkook só ficou satisfeito depois que Jimin gozou, sujando sua mão e o lavabo.

As respirações rápidas se cortavam, enquanto eles se observavam. Ambos sorriram e Jungkook tomou a iniciativa de pegar as toalhas de papel para se limpar.

— É tão bom transar com você — Jungkook disse, sentindo-se até mais leve depois de não reprimir mais o seu desejo de comer Jimin.

— Adoraria mais lugares inusitados, como o banheiro do fórum de justiça — Jimin respondeu, enquanto terminava de se limpar e vestir.

Ao terminarem, Jungkook saiu do banheiro primeiro. Ele deu uma olhada discreta ao redor para se certificar de que ninguém estava atento o suficiente para ligar os pontos. Tranquilizado, pegou o celular e enviou uma mensagem para Jimin, avisando que o caminho estava livre. Pouco depois, Jimin também saiu, com o rosto mais corado. No saguão, os dois se reencontraram. Entre trocas de olhares cúmplices e sorrisos discretos, parecia impossível esconder o carinho mútuo.

— Então, está tudo certo para o Natal? — Perguntou Jimin, tentando puxar o assunto enquanto ajeitava os detalhes do casaco. Ele ainda se acostumava à ideia de que, este ano, seria o responsável por organizar a primeira ceia natalina de sua vida.

— Mais ou menos... Meus pais querem te conhecer.

A afirmação de Jungkook caiu como um raio. O coração de Jimin disparou. Jamais esperava por isso. Ele sabia que o namorado era assumidamente homossexual — tanto para o círculo de amigos quanto no ambiente de trabalho. Jungkook sempre deixa claro que, se quisesse de fato combater o preconceito, não poderia se esconder nem se envergonhar de quem era. E Jimin admirava profundamente aquela coragem. No entanto, ele ainda não tinha chegado lá. Enfrentar os próprios pais e assumir para todos continuava sendo uma barreira difícil de ultrapassar.

Ainda assim, Jimin conquistou uma vitória pessoal: tornar-se um pai presente. Foi um caminho longo e cheio de desafios, mas ele sentiu orgulho de quem havia se tornado.

Se, no passado, vivia atormentado pelo peso das responsabilidades e costumava fugir delas, agora ele era outro homem. Dividia o tempo entre o trabalho e momentos de alegria ao lado dos filhos e do namorado, sentindo-se finalmente em paz com suas escolhas.

Mas conhecer os pais de Jungkook parecia um desafio ainda maior. As incertezas começaram a consumir sua mente, e ele não conseguiu evitar o tom nervoso:

— Tem certeza de que isso é uma boa ideia? — Disse a Jungkook, com o olhar vacilante.

— Claro que é! — respondeu o outro, sem hesitação — meus pais já sabem que eu sou gay e que tenho um namorado. No início, foi complicado para eles, confesso, eles sabiam que sou gay, mas foi a primeira vez que de fato anunciei um namoro. Eles me apoiaram e, agora, querem te conhecer. Por favor, Jimin...

— E se eles não gostarem de mim? — rebateu, ainda abatido pela insegurança.

Jungkook riu suavemente, na tentativa de aliviar o clima.

— Seu filho também não gosta de mim, e nem por isso deixamos de ficar juntos, né?

Sunmin, o filho mais velho de Jimin, ainda não aceitou completamente a ideia do pai ter um relacionamento. Apesar de saber que Jimin era gay — algo que a própria mãe havia insinuado sutilmente quando ele era mais novo — o garoto tinha dificuldade em imaginar aquele cenário familiar diferente.

Sempre que Jungkook vai até a casa de Jimin, Sunmin se isola, preferindo ficar no quarto. Em compensação, as meninas adoravam o "tio Kookie" e suas brincadeiras divertidas, acolhendo o namorado do pai com gargalhadas e abraços.

Jimin suspirou profundamente. É inútil mentir e se passar de confiante.

— Eu... estou com medo, nem vou fingir que não — sua voz saiu baixa, quase hesitante. Ele sabia que criar expectativas falsas no namorado poderia ser ainda pior depois.

Jungkook queria não insistir. Parte dele queria ligar o foda-se e abraçar Jimin ali mesmo, mas se conteve. Ainda sonhava com o dia em que não precisariam mais esconder seu relacionamento, mas sabia que era preciso dar tempo ao tempo. Abrindo um sorriso carinhoso, disse:

— Meu amor, você não precisa ter medo. Eu vou estar ao seu lado. E, se meus pais fizerem qualquer comentário desrespeitoso, eu te defenderei. Confie em mim, está bem?

Jimin concordou lentamente, ainda inseguro, mas desejando acreditar nas palavras de Jungkook. Talvez ele estivesse certo. Quem sabe conhecer seus sogros não seria um passo a mais na direção de uma vida normal? Por fim, tentando reunir confiança, ele sugeriu:

— E se nós os convidássemos para a ceia de Natal? — propõe, hesitante.

Os olhos de Jungkook brilharam de surpresa, e um sorriso animado se formou em seus lábios.

— Essa é uma ideia incrível! — exclamou, já imaginando como seria — esse Natal vai ser especial, tenho certeza.

— Espero que sim... — murmurou Jimin, ainda tentando se convencer.


🎄🎄🎄 


Minho e Han não demoraram a chegar do tribunal, ainda moravam no antigo apartamento de Jimin. O homem havia comprado uma casa nova e insistiu para que o ex-cunhado continuasse morando no apartamento com o namorado. Para Jimin, aquilo era o mínimo que ele poderia fazer como forma de agradecimento por assumirem a guarda dos seus filhos por um tempo.

Ainda assim, Han não se sentiu completamente confortável com a ideia de depender do Jimin, embora Minho estivesse satisfeito em permanecer ali enquanto quitava as últimas parcelas do restaurante.

No início do ano, Minho e Han se casaram em uma cerimônia íntima em uma das praias paradisíacas da Tailândia. Desde então, falaram sobre o desejo de formar uma família e estavam bem próximos disso.

A primeira coisa que Minho fez ao chegar foi olhar a caixa de correios e pegar uma correspondência, um envelope amarelo. Animado ao ler o nome do remetente, entrou no apartamento acompanhado de Han e abriu o documento.

— É o exame da Nancy. Está tudo bem com ela! — anunciou, cheio de entusiasmo — em breve, podemos dar continuidade ao nosso projeto — o sorriso em seu rosto era inconfundível.

Han, tirando os tênis ao lado da porta, respondeu com um olhar discreto. Embora estivesse animado com tudo que vinha acontecendo, ainda estava dividido sobre o método escolhido para conseguirem ser pais: a barriga de aluguel.

Na Coreia do Sul, a adoção é proibida entre casais homoafetivos, o que faz com que o processo de barriga de aluguel seja frequentemente visto como a única alternativa viável, afinal, se a criança tiver o sangue de uma pessoa, independente de sua orientação sexual, a justiça não pode intervir.

Apesar da felicidade de Minho com a expectativa de ser pai, dúvidas enchiam o coração de Han, lhe causando preocupações. Ambos sabiam que o caminho não seria fácil, mas estavam dispostos a construir sua própria definição de família.

Foi Han quem teve o primeiro contato com Nancy, uma austríaca que sonhava em viver na Coreia. Contudo, apesar de todos os seus esforços, ela ainda não conseguiu a cidadania coreana. Ela era garçonete do bar onde a banda costuma tocar. Nancy se tornou amiga de Namjoon, que rapidamente começou a interagir com todos os membros, iniciando conversas casuais que terminavam em risos e jogos de bebidas.

Ela era apaixonada por K-pop e nutria o desejo de se tornar staff ou produtora de eventos nessa indústria, mas a falta de cidadania impossibilitava ingressar na área profissionalmente, mesmo das várias e várias vezes tentadas.

Todos os membros da banda estavam acompanhando a saga de Han e sua vontade de ser pai, mas os vários impedimentos que surgiam e atrapalham essa questão. Durante uma dessas conversas no bar, onde em meio as bebidas e piadas, Bang Chan sugeriu brincando que Nancy deveria arranjar um namorado coreano para conseguir a cidadania e um contexto levou ao outro, de maneira despretensiosa, Nancy se ofereceu para dar um filho ao Han e Minho por meio de uma inseminação artificial.

Caso desse certo, Nancy conseguiria a cidadania coreana e o feliz casal poderia ser pais. A ideia, antes vista como brincadeira, tomou forma quando Minho perguntou a Nancy no outro dia se ela teria mesmo coragem e a mulher, cheia de si, disse que seria ótimo poder ajudar os dois a realizar o sonho deles.

Han e Minho poderiam ser os doadores, por meio de um processo feito na Suíça, era possível combinar o DNA dos dois e assumir oficialmente a paternidade. A princípio, Han mostrou grande entusiasmo com a ideia, mas, com o passar do tempo, quanto mais os planos ganhavam forma, mais ele começava a associar aquilo a uma loucura.

Além de ser uma questão moralmente questionável, a ideia envolve uma série de complicações que envolvem a vida de Nancy como um todo. Inicialmente, ambos estavam de acordo em oferecer uma oferta de compensação financeira a Nancy. Contudo, ao conhecê-los melhor e criar laços, a jovem mostrou-se contra a ideia de pagamento, solicitando apenas que custeasse os exames e garantissem o suporte necessário para uma gestação saudável.

Apesar de suas pesquisas indicarem que esse tipo de prática era mais comum do que parecia, Han sentiu-se questionado e atormentado com a possibilidade de Nancy se arrepender no futuro e pleitear direitos sobre a criança. No final das contas, suas dúvidas persistiram, mas Nancy permaneceu firme em sua decisão, e Minho já estava convicto de que aquele plano seria a melhor solução para realizar o sonho de ambos de serem pais, sem risco de perderem a guarda da criança.

Mais tarde, ao observar os exames médicos de Nancy, Han percebeu que havia feito todos os check-ups necessários e que sua saúde estava impecável. Se tudo ocorresse conforme planejado, no final de janeiro eles viajariam para a Suíça, onde poderiam realizar o procedimento de maneira segura e inserir legalmente o DNA dos dois, oficializando ambos como pais do futuro bebê.

— Que bom que ela está saudável — disse Han ao caminhar em direção à cozinha para beber um copo d'água.

— Estou tão animado! Parece que as coisas estão, finalmente, dando certo para a gente. Não é incrível? — Minho comentou, aproximando-se do balcão e observando o marido com um sorriso.

— Sim, é... — respondeu Han, de forma hesitante, deixando transparecer que algo o incomodava.

Percebendo o tom do parceiro, Minho deu alguns passos em sua direção e insistiu:

— O que foi, Han?

— Eu já mencionei diversas vezes o quanto me preocupo com os "e se...". Não conhecemos a Nancy o suficiente para saber se ela é realmente confiável.

— Claro que conhecemos! Ela está em todas as suas apresentações e sempre foi simpática conosco.

— Ela trabalha no bar Minho. Ela precisa estar lá — retrucou Han, colocando o copo vazio na pia e encarando o marido com seriedade. — Só quero ter a certeza de que tudo vai realmente dar certo... Eu ainda sinto falta de ter crianças para me preocupar.

O peso daquela afirmação apertou o peito de Han. A ausência dos filhos de Jimin o machucava menos a cada dia, mas ainda era um processo doloroso. Embora ele os encontre semanalmente graças à generosidade do Jimin, que permitia esses encontros, nada preenchia o vazio completamente. Agora, porém, surgiu uma oportunidade única de ser pai novamente, mas o medo do fracasso e das consequências erradas o atormentava.

— E se convidamos Nancy para jantar aqui em casa? Conversar abertamente, expor nossos receios — sugeriu Minho, tentando acalmá-lo.

— Nossos receios? — Han arqueou a sobrancelha, um pouco surpreso com as palavras do marido.

— Se são problemas que te perturbam, então são nossos problemas. Além disso, Nancy está planejando desempenhar um papel importante em nossas vidas. Acho que devemos criar uma relação mais próxima com ela. O que você acha de chamá-la para jantar hoje à noite?

— Parece uma boa ideia — respondeu Han, confirmando que, apesar das várias conversas já compartilhadas sobre o plano, estreitar os laços com Nancy talvez fosse realmente necessário. Afinal, ela carregaria o futuro filho deles, uma responsabilidade enorme — ligue para ela e a convide. Por enquanto, podemos comemorar.

— Comemorar? O quê? — Minho perguntou, confuso, enquanto observava o parceiro caminhando até a geladeira.

— A prisão da cobra — respondeu Han, retirando uma garrafa de vinho e exibindo um pequeno sorriso provocador.

Minho sorriu, todas às vezes que bebiam vinho acabavam transando. Talvez aquilo fosse mesmo o que precisavam para fechar bem o dia. Não tomaram meia garrafa e se entregaram a um amasso na cozinha, as vantagens de viverem sozinhos é que não havia mais impedimentos. Eles poderiam transar o quanto quisessem, sem se preocupar com alguém chegando ou ouvindo-os.

Quando Minho gozou pela segunda vez na barriga de Han, deu dois passos para trás, um tanto zonzo e tomado de tesão por seu namorado.

— Já acabou? — Han diz baixinho, enquanto observa seu abdômen melado de porra.

— Me dá uns instantes... — Minho dizia enquanto tentava recuperar sua respiração.

— Na verdade... Eu tô querendo umas coisas diferentes...

Han disse e já se aproximou de Minho, beijando seus mamilos enquanto seus dedos brincavam com o membro do outro, a fim de excitá-lo novamente.

Minho sabia bem o que Jisung estava fazendo, ele queria assumir o controle. Geralmente, Han gostava de ser dominado, mas às vezes ele gostava de ser mais ativo. Minho nunca reclamou e jamais iria, ele gostava disso, quanto mais Han queria fodê-lo, mais excitado ficava.

Rapidamente, seu corpo parecia ter esquecido que gozou consecutivas vezes, o cansaço sumiu e ele se posicionou no balcão da cozinha, para facilitar o trabalho de Han.

Jisung não perdeu tempo e se encaixou em Minho, que gemeu baixo em meio à dor e prazer no momento. Ele começou devagar, para que Minho se acostumasse com os movimentos e, quando viu que seu marido estava rendido ao momento, aumentou a velocidade até que os únicos barulhos audíveis no ambiente eram os gemidos dos dois, misturados ao suor de seus corpos.


🎄🎄🎄


Jungkook estava em seu quarto copo de café. Enquanto virava a última gota da bebida, extra forte e levemente adocicada, sua atenção se desviava para o escritório logo adiante.

As paredes de vidro da cozinha proporcionavam uma visão clara do ambiente, onde o clima natalino dominava. Diferente do ano anterior, quando a equipe quase se afogou em trabalhos devido à reformulação dos departamentos de polícia, este ano parecia mais leve. Todos finalmente podiam respirar e, quem sabe, até aproveitar um pouco da atmosfera festiva.

As mesas estavam enfeitadas com pequenos arranjos coloridos, um mar de pisca-piscas iluminava o ambiente, e alguns dos colegas mais entusiasmados andavam para lá e para cá exibindo gorros de Natal. Oficialmente, era dia vinte e três, mas, à medida que olhava ao redor, era evidente que para eles o Natal já havia começado.

Quando o café acabou, Jungkook cogitou beber mais, no entanto, um toque repentino em seu ombro o fez dar um salto, seguido de um palavrão:

— Puta que pariu, tá querendo me matar? — Ele virou-se rápido e deparou-se com a investigadora Boram, a responsável pelo susto.

Boram, como sempre, trajava roupas elegantes, equilibrando-se em seu habitual salto quinze — um artifício para disfarçar sua baixa estatura. Seus cabelos platinados estavam impecavelmente alinhados. Ela sorriu, sem cerimônia, e provocou:

— Tão doce como açúcar, não é, Jungkook?

— Sempre fui — retrucou ele, enquanto se abaixava para encher novamente a caneca. Em seguida, girou o corpo para encará-la, apoiando-se descontraidamente na bancada — Já te falei que você ficou muito bonita, loira?

— Sempre que me vê — ela diz com um sorrisinho tímido e ajeitando a franjinha.

Jungkook estava certo de que ela nunca perderia o "crush" por ele.

— Precisa de algo? — Ele perguntou.

— Na verdade, só vim desejar um feliz Natal. Não vou aparecer por aqui amanhã, e estou de saída agora.

— É, Deus realmente tem seus escolhidos — respondeu ele com um sorriso enviesado, provocando o riso de Boram.

Conhecia bem a mulher à sua frente. Era filha de um juiz renomado, um detalhe que ele não costumava comentar no trabalho. Preferia evitar dar munição para piadinhas ou acusações injustas de nepotismo, mas isso nunca o impediu de brincar com ela em particular.

— Não seja tão amargo — respondeu Boram, fingindo reprovação — é Natal, vou para Jeju com a família.

— Que sorte a sua.

— E o seu namorado? Como ele está?

O comentário não surpreendeu Jungkook. Boram era uma das poucas pessoas que sabiam sobre seu relacionamento com Jimin no DP.

— Ele está bem. Aliás, vou apresentar meus pais a ele em breve.

— Olha só! Isso está ficando sério, hein? — disse ela, arqueando as sobrancelhas sugestivamente.

Jungkook sorriu de lado e, em um movimento casual, tirou do bolso uma pequena caixinha de couro preto, abrindo-a para revelar um anel de prata incrustado com brilhantes. Boram arregalou os olhos imediatamente, fascinada com a peça.

— Meu Deus, isso é lindo! — exclamou ela, sem disfarçar a surpresa.

— Jimin é meio rico, sabe? Quis dar algo à altura dele.

— Um anel de diamantes? Estou chocada. Tenho certeza de que seu salário não paga nem metade desse anel.

Jungkook piscou de lado e a garota entendeu o recado. Apesar de preferir manter detalhes mais pessoais em segredo, Jungkook vinha de uma família abastada. Desde que ingressou na carreira policial, havia feito questão de conquistar tudo por mérito próprio, considerando o dinheiro dos pais algo que tecnicamente não lhe pertencia. Ainda assim, para ocasiões especiais, permitia-se aceitar ajuda. O anel era um desses casos — assim como sua moto, um luxo que o salário de investigador não bancária.

Enquanto fechava cuidadosamente a caixinha, a secretária entrou na cozinha, informando que o delegado o aguardava. Jungkook trocou um olhar de curiosidade com Boram antes de se encaminhar até o escritório do chefe.

Hanbin o recebeu com um sorriso amistoso. Ao vê-lo abrir a porta, fez sinal para que entrasse:

— Jungkook, entre. Fique à vontade.

— Precisa de algo? — perguntou ele, arqueando levemente a sobrancelha enquanto se aproximava da mesa e tomava um assento— se for sobre o roubo do banco, deixei todo o relatório ontem à noite na sua mesa. Temos provas consistentes de que Jang Woozi foi o mentor do crime. Inclusive, ele já foi preso. É disso que você queria falar?

Hanbin observou Jungkook por alguns momentos, ouvindo-o com atenção. Era sempre assim: Jungkook nunca falhava, e o delegado se orgulhava de ter alguém tão comprometido na equipe.

— Jungkook, gosto de dizer a todos que sua inteligência se destaca. Você se formou em biomedicina, fez mestrado em perícia e, pelo que ouvi, está pensando em se especializar em balística — disse Hanbin, enquanto caminhava até um pequeno frigobar no canto da sala. Ele pegou uma garrafa de uísque e serviu dois copos, entregando um para Jungkook.

— Sim, estive pensando nisso. Trabalhei com o pessoal da Narcóticos há alguns meses e achei interessante. Além disso, tenho uma amiga perita que consegue reconstruir cenas de crimes só analisando uma bala. Sempre achei incrível esse nível de habilidade.

Jungkook aceitou o uísque, embora não fosse sua bebida preferida. Sorveu um pequeno gole por educação, enquanto Hanbin continuava.

— Sempre me perguntei o que um cara como você está fazendo aqui e não em um laboratório forense — comentou o delegado, casualmente.

— Com todo respeito, senhor, eu tenho plena qualificação para estar aqui. Me formei na academia de polícia, fui guarda municipal antes de partir para Chicago e passei na seleção para este cargo de investigador. Não entendi onde quer chegar — respondeu Jungkook, encarando Hanbin com leve apreensão.

— Um dos supervisores do laboratório forense deixou o cargo na semana passada. O comissário de Seul está buscando indicações para a substituição, e eu tomei a liberdade de mencionar o seu nome — disse Hanbin, encarando Jungkook com seriedade.

— O quê?! — Jungkook respondeu, surpreso, erguendo o olhar do copo de uísque.

— O comissário gostou muito do seu currículo e quer agendar uma entrevista logo após o Natal. É uma excelente oportunidade para você, Jungkook. Liderar sua própria equipe de investigação, receber um salário bem mais alto e ainda impulsionar seu histórico profissional de uma maneira significativa. Não me entenda mal, você é um ótimo investigador. Porém, quando olho para suas habilidades, acredito sinceramente que um laboratório é o lugar onde você mais se destacaria.

— Hanbin, eu agradeço a consideração, mas... eu sou feliz aqui, fazendo exatamente o que faço — rebateu, com firmeza, embora sua voz carregasse uma hesitação quase imperceptível.

— Eu entendo o que está dizendo, mas pelo menos vá conversar com o comissário. Uma conversa nunca faz mal a ninguém — insistiu Hanbin, com um sorriso leve, tentando minimizar a tensão.

Jungkook assentiu lentamente, embora ainda parecesse perdido em seus próprios pensamentos. Seus olhos desceram novamente para o líquido âmbar no copo de vidro que segurava. Não pôde evitar que sua mente divagasse.

De fato, ele sentia falta de estar em um laboratório. Sempre que surgia uma brecha, dava um jeito de se enfiar no departamento forense ou na medicina legal, que ficavam estrategicamente ao lado do Departamento de Polícia no qual trabalhava. Além disso, quando não estava lá para visitar Jisoo, mergulhava no trabalho em casos que exigiam técnicas laboratoriais.

Mas afastou-se disso por motivos pessoais. Motivos que preferia não revisitar. O temor de reviver velhos traumas e de deixar novamente o emocional falar mais alto o atormentava. Respirando fundo, Jungkook pousou o copo na mesa, sequer tocando a bebida, antes de se levantar.

— Vou pensar sobre o assunto. Com licença, preciso comprar algumas coisas para a ceia de Natal — disse ele, encerrando a conversa com educação.

Hanbin observou Jungkook se afastar, um sorriso pensativo estampado no rosto. Tinha certeza de que o colega, com todas as habilidades e talentos que possuía, ainda iria muito longe.


🎄🎄🎄


— Sunmin! Estamos cansadas de andar! — gritou Sunhee.

— É mesmo, podemos parar? — reforçou Sunne, concordando com a irmã.

Pela décima vez, as reclamações das meninas ecoaram. Sunmin suspirou profundamente. Não gostava de bancar o babá, mas, naquelas circunstâncias, não tinha escolha.

O pai precisou resolver uma emergência no trabalho, e ele aproveitou a chance para ir ao shopping comprar uns boosters de card game, que prometeu levar para os amigos em uma partida marcada para o próximo final de semana. O shopping até ficava razoavelmente perto de sua nova casa, mas as gêmeas, pouco habituadas a caminhadas, reclamavam de tudo.

— Já estamos quase lá. Olhem, dá para ver o parque logo ali — disse ele, apontando na direção do playground, onde Jimin costumava levar as meninas para se divertirem.

— Podemos brincar um pouquinho? — pediu Sunhee, com os olhos brilhando.

— Só um pouquinho? — reforçou Sunne, apoiando a irmã com um olhar esperançoso.

Sunmin suspirou novamente, mas acabou concordando com um aceno. Antes que pudesse reagir, as duas saíram correndo na direção dos balanços, e ele se viu obrigado a ir atrás. Desde que começou a morar com o pai, Sunmin assumiu um senso de responsabilidade que, apesar de pesado para sua idade, o fazia sentir-se confiante. Com doze anos, já ajudava a cuidar da casa e das irmãs, ainda que houvesse uma diarista encarregada da limpeza e as meninas passassem boa parte do dia na escola. Ele sabia que sua colaboração era importante, e isso o fazia sentir-se um "homenzinho".

Enquanto as gêmeas se divertiam nos balanços, Sunmin se sentou em um banco próximo, aproveitando para observá-las. Era um alívio vê-las tão felizes, alheias à confusão que havia acontecido em suas vidas. Jimin lhe explicou como foi o tribunal, como a justiça foi finalmente feita. Ele queria sentir aquela mesma satisfação, mas simplesmente não conseguia.

Na verdade, ainda carregava um misto de ódio e frustração. Vez ou outra, flashes das conversas que ouviu entre Jimin e Jungkook vinham à sua mente. Foram nessas ocasiões que descobriu verdades duras sobre sua mãe, algo que o deixava em um torvelinho emocional.

Mas não era só a sua mãe que omitiu coisas dele.

"— Eu não sou pai das gêmeas.

— Sinto muito por isso... O dentista...

— Ele não quer saber delas. Disse que não seria um bom pai. Na verdade, ele só não quer se envolver com toda essa confusão. Como elas estão registradas no meu nome, a guarda ainda é minha. Mas tenho medo, Kookie...

— Calma, Jimin"

Sunmin rangia os dentes toda vez que lembrava dessas palavras. Quantas mentiras, quantos segredos, todos vindo de uma pessoa... a própria mãe. A mulher que deveria ser a figura de amor e segurança para ele. Como lidariam suas irmãs quando atingissem a idade de compreender a dimensão de tudo aquilo?

Seus pensamentos foram interrompidos quando uma voz desagradável chegou aos seus ouvidos:

— Ora, ora... olha só quem encontramos aqui!

Sunmin virou-se com rapidez, assustado. Para sua infelicidade, era o grupo de três garotos que ele mais detestava. Eles haviam descoberto que seu pai era gay e faziam questão de transformar isso em munição para humilhá-lo.

Não era algo que o incomodasse em si; Sunmin estava confortável em relação à sexualidade do pai. Sempre lidou bem ao viver com o tio e o companheiro dele, e Jimin sempre foi transparente sobre o assunto ao perceber que Sunmin entendia bem o que representava ser gay. O problema vinha do preconceito das pessoas ao seu redor, ainda mais de garotos que tiravam prazer em atacá-lo.

— Me deixem em paz — murmurou, tentando conter a irritação, mas sem esconder o nervosismo.

— Paz é algo que a gente só vai ter quando você sumir daqui. Não queremos uma bichinha poluindo o ambiente — disse um dos garotos, arrancando risadas do pequeno grupo.

— A praça é pública — respondeu Sunmin, com uma calma que contrastava com o ódio que crescia dentro dele.

— Pode até ser, mas ninguém quer você aqui — retrucou outro, com desdém.

Sunmin suspirou. Sabia que não valia a pena se prolongar naquela discussão, então decidiu se levantar. Já estava caminhando na direção de suas irmãs, pronto para chamar as gêmeas, quando ouviu uma última provocação que fez sua paciência se romper.

— Vai embora mesmo, se esconder nas asas do viadinho do seu pai..

Ele parou no ato. Virando-se lentamente, seu rosto expressava uma fúria quase palpável.

— O que foi? Ficou bravinho, é? Só porque gosta de dar o...

Antes mesmo que o insulto fosse concluído, o punho de Sunmin já havia encontrado o rosto do garoto. O soco foi direto na boca, interrompendo qualquer outra palavra que pudesse sair dele. No entanto, a reação do pequeno bando foi imediata. Dois dos amigos do garoto rapidamente o jogaram no chão e começaram a chutá-lo sem piedade. Sunmin enrolou-se no concreto na posição fetal, tentando proteger o rosto enquanto sentia as pancadas espalharem dor em seu corpo.

A poucos metros dali, as gêmeas testemunhavam a cena, completamente assustadas. Seus gritos de pavor cortaram o ar, mas apenas alimentaram a crueldade dos agressores. Quando um deles começou a se aproximar das meninas, o sangue de Sunmin ferveu. Ignorando a dor que sentia, ele conseguiu, em um ímpeto de puro ódio, se erguer mesmo em meio às agressões.

— Fica longe delas! — gritou, partindo para cima do garoto que ameaçava suas irmãs.

Sunmin o derrubou com força, montando-se sobre ele e desferindo uma enxurrada de socos sem controle, enquanto seus próprios gritos competiam com o choro das gêmeas ao fundo. A tudo que vinha lutando para superar — as mentiras, a humilhação, os desafios recentes de sua vida — misturou-se àquela fúria momentânea. Ele sabia que não era apenas raiva dos garotos à sua frente. Era raiva do mundo.

De repente, algo o deteve. Sentiu uma mão forte agarrar sua camisa e puxá-lo para trás. Quando olhou para o lado, viu o rosto sério de Jeon Jungkook. Apenas sua presença era suficiente para reacender parte da frustração que ele carregava.

Jungkook o segurou firme, tentando acalmar a situação, e ergueu a voz para os agressores:

— Parem com isso agora!

Os garotos, no entanto, soltaram outra provocação que atingiu a ambos.

— Olha só quem chegou! O baitola de estimação do pai do Sunmin!

O insulto fez Jungkook cerrar o maxilar, mas sua reação veio de forma precisa. Sem alterar o tom de voz, ele puxou o distintivo que carregava sob a camisa preta e o exibiu com firmeza.

— Se eu fosse vocês, procuraria confusão em outro lugar. Agora.

A simples visão do distintivo foi o suficiente para que o grupo de agressores fugisse, ainda soltando risadas nervosas enquanto se afastavam. Jungkook suspirou. Ele já tinha uma ideia do que havia acontecido ali, mas sua prioridade agora era as crianças. Ajoelhou-se ao lado das gêmeas, que choravam, e tentou acalmá-las com palavras gentis. Em seguida, aproximou-se de Sunmin, que ainda se recuperava do confronto, examinando-o com atenção.

— Você se machucou? — perguntou Jungkook.

— Não encosta em mim! — respondeu Sunmin, empurrando a mão do investigador com raiva. Seu olhar carregava desprezo.

Jungkook permaneceu em silêncio por um instante. Sabia que o garoto não o tolerava e entendia que, no momento, não havia nada que pudesse dizer para mudar isso. Ainda assim, ele observou as gêmeas e respondeu no tom mais neutro possível:

— Você não deveria brigar assim na frente de suas irmãs. Elas ficaram assustadas.

— Cala a boca! Você não sabe de nada! — retrucou Sunmin, com amargura evidente.

— O que eu sei — Jungkook replicou, mantendo o tom calmo, mas firme — é que, se continuar assim, vai acabar conhecendo a delegacia mais cedo do que imagina. É isso que você quer?

O garoto ficou em silêncio, suas feições ainda expressando raiva, mas suas mãos cerradas denunciaram o conflito interno que sentia. Ele não queria causar mais problemas para Jimin, que já havia passado por um calvário suficiente nas últimas semanas. Sabendo que não adiantava discutir mais, Sunmin apenas virou o rosto.

Jungkook, percebendo o momento ideal para encerrar o assunto, focou nas gêmeas novamente. Ajoelhando-se ao lado delas, disse com ternura:

— O tio está de carro. Vamos até lá, tudo bem?

As meninas, nervosas e com olhos vermelhos de tanto chorar, apenas concordaram com pequenos acenos de cabeça. Sunmin, mesmo contrariado, seguiu em silêncio. Ele sabia que não tinha outra opção.

Ao chegar ao jipe, Jungkook garantiu que as gêmeas estavam seguras no banco de trás e esperou até que Sunmin colocasse o cinto. Em seguida, deu partida no carro. O garoto, no entanto, percebeu rapidamente que estavam seguindo por um caminho oposto ao da casa.

— Por que não estamos indo para casa? — perguntou Sunmin, desconfiado.

— Primeiro, vamos passar no hospital — respondeu Jungkook, enquanto mantinha os olhos na estrada.

— Pra quê? — O tom de Sunmin era irritado.

— Porque você levou uma surra, e o hospital é o melhor lugar para cuidar disso.

— Eu não quero ir pra droga de um hospital! — rebateu o garoto, cruzando os braços.

Jungkook respirou fundo, contendo a impaciência. Lidar com adolescentes nem sempre era simples, especialmente com Sunmin, que carregava tanta raiva em si. Porém, em vez de prolongar a discussão, resolveu encerrar o assunto de forma pragmática:

— Pena que o motorista sou eu. Então, o carro vai pra onde eu o guiar.

Sunmin fechou a expressão em um misto de raiva e frustração, enquanto Jungkook precisou respirar fundo para conter um riso. Aquele tipo de "marra" nunca funcionava com ele, mas sabia que o momento pedia seriedade. Assim que chegaram ao hospital, a primeira coisa que Jungkook fez foi avisar Jimin que estava com seus filhos e que Sunmin precisava de cuidados.

Quando Jimin finalmente chegou, o garoto já estava sendo examinado. Assim que entrou na sala, o coração de Jimin acelerou ao notar a gravidade da situação. O filho, deitado na maca, estava sem camisa, exibindo várias escoriações no peito e nos braços. No canto da sala, Jungkook estava sentado com uma das gêmeas em cada perna, distraindo-as com conversas suaves e carinhos para aliviar o nervosismo.

— Meu Deus, filho! O que aconteceu? — perguntou Jimin, se aproximando apressadamente da maca.

Sunmin permaneceu imóvel, encarando o teto com uma expressão dura, visivelmente irritado com tudo à sua volta. Antes que pudesse elaborar qualquer resposta, o médico interrompeu o silêncio:

— Foi uma briga de rua. Pra ser sincero, eu já estava considerando chamar o conselho tutelar, mas... — Ele voltou o olhar para Jungkook, que respondeu com um curto sorriso, exibindo o distintivo pendurado no pescoço.

Jimin sentiu um arrepio frio percorrer seu corpo. A possibilidade de envolver o conselho tutelar o deixou tenso, mas limitou-se a assentir, tentando manter a calma. Ainda assim, a preocupação transpareceu em sua voz ao segurar o braço do filho:

— Ah, Sunmin, o que vamos fazer com você? — perguntou, agora num tom frustrado e cansado. Aquela já era a quarta briga em que o garoto havia participado em poucas semanas.

Foi nesse momento que Sunmin, sem conter sua revolta, ergueu o olhar para o pai e explodiu:

— Se o senhor tivesse a decência de terminar com o Jungkook e parasse de dar motivo pras pessoas ficarem em cima de mim, as coisas seriam diferentes! Viram vocês na rua um dia desses... todo mundo da minha escola sabe...

A sala caiu em completo silêncio. Jimin ficou paralisado por alguns instantes, sentindo o peso das palavras do filho. O médico, que observava de canto, lançou a ele um olhar curioso, quase julgador. Jimin sentiu a tensão aumentar ainda mais. Desde que começou a namorar Jungkook, fazia o possível para preservar a privacidade deles e evitar expô-los em situações públicas. Era quase sempre ele e os filhos, com Jungkook aparecendo apenas nos momentos mais reservados. Mas, por mais que tentasse ser discreto, parecia que isso não era suficiente para Sunmin.

— Sunmin... nós vivemos numa sociedade homofóbica e, infelizmente, as pessoas vão tentar te diminuir por quem eu sou. Isso é errado, eu sei, mas você não pode aceitar que seus sentimentos tomem esse rumo. A violência não vai resolver nada. Filho, as ações falam mais alto do que qualquer briga — disse Jimin, tentando transmitir calma, apesar da dor que sentia ao ouvir as reclamações do garoto.

Sunmin, ainda enfurecido, rebateu sem pensar:

— Eles estavam indo pra cima das minhas irmãs! Ninguém mexe com as minhas irmãs!

Dessa vez, Jimin não teve forças para responder de imediato. Apenas respirou fundo e assentiu, reconhecendo pelo menos uma parte da justificativa do filho. O médico, por outro lado, continuou seu trabalho, ainda lançando olhares de reprovação na direção de Jimin. Sem dizer muito mais, prescreveu medicamentos para a dor e liberou Sunmin do atendimento.

Do lado de fora do hospital, Jungkook acompanhou a família até o carro de Jimin. Ajeitou as gêmeas no banco traseiro enquanto Jimin prendia o cinto de segurança delas. Quando tudo estava pronto, Jimin deu um suspiro pesado e olhou para Jungkook, parecendo mais perdido do que nunca.

— Eu não sei mais o que faço com Sunmin... — confessou, com a voz baixa.

— Terapia — respondeu Jungkook, direto como sempre.

— Ele não aceita — disse Jimin, ansioso.

— Então insista. Jimin, o que está acontecendo com o Sunmin é muito sério. Ele passou por muitas situações difíceis e está cheio de raiva acumulada. Eu não tô querendo soar pessimista, mas muitos criminosos que eu prendo começaram exatamente assim. Toda essa raiva, se não for tratada, pode levá-lo a tomar decisões erradas, e quando isso acontecer... vai ser tarde demais.

— Tá sugerindo que meu filho vai virar um bandido? — devolveu Jimin, sentindo um nó na garganta enquanto processava as palavras de Jungkook.

Jungkook fechou os olhos por um instante, tentando manter a paciência. Respirou fundo antes de responder:

— Não é isso que eu tô dizendo exatamente. O que quero dizer é que, se você não tomar uma atitude agora, a vida vai tomar uma decisão por ele. E geralmente, quando isso acontece, o resultado não é bonito.

Jimin desviou o olhar, encarando o chão como se quisesse fugir da realidade. Sentia-se esmagado pelo peso das suas falhas como pai, como se nada do que fizesse fosse suficiente. Ele queria acreditar que sua presença e dedicação bastavam para evitar os erros. Mas, ao encarar a própria impotência diante da situação, sentiu-se o pior pai do mundo.

Foi então que Jungkook colocou uma mão firme em seu ombro e falou com seriedade, mas sem perder o toque de apoio:

— Crianças moldam o caráter até lá pelos oito anos. Depois disso, tudo depende do quanto elas estão dispostas a aceitar mudanças. Insista na terapia. Vai dar certo, Jimin. Ele só precisa de tempo e de um empurrão.

Jimin assentiu, hesitante. Ainda assim, as palavras de Jungkook não foram suficientes para acalmar os pensamentos intrusivos que começavam a dominá-lo. Uma ideia terrível rondava sua mente: talvez o melhor para Sunmin fosse terminar o relacionamento com Jungkook. Talvez essa fosse a solução para garantir que o filho tivesse paz. Mas, ao mesmo tempo, ele sabia que essa decisão traria outras dores. Não queria abdicar da felicidade que estava construindo ao lado do investigador.

— Eu vou conversar com ele mais uma vez. Você vem pra casa? — perguntou Jimin, quebrando o silêncio.

— Vou, sim. Consegui comprar as coisas para a ceia de Natal. A gente se encontra lá.

Mais uma vez, Jimin assentiu em silêncio. Voltou para o carro, respirando fundo antes de colocar o cinto de segurança. Foi então que notou, com surpresa, várias chamadas não atendidas do número do Minho. Um arrepio percorreu seu corpo.

— O que foi agora? — murmurou para si, enquanto apertava o volante.











Muitas coisas acontecendo, pouco espaço para comentar hehehe

Pensei em começar narrando o casamento dos minsungs, mas saibam que eu tenho planos 👹👹👹

De tudo que tá acontecendo o que mais me deixou ansiosa confesso é o Jimin conhecer os sogros. Até eu tô ansiosa por isso.

Bjs em vossos corações

Até o próximo filler ~ ❤️

7775k de palavras

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