VII. Jake
É uma bela manhã de domingo, o céu está coberto de nuvens, e o calor começa a diminuir. A previsão do tempo diz que uma frente fria se aproxima, e que pode haver chuva ao anoitecer. O policial Jake Saito está em um estado de profunda meditação. É seu dia de folga, não há preocupações do mundo civil, não há inimigos, não há mais nada além de um profundo silêncio. O cômodo em que se encontra é forrado com tatames e revestimentos acústicos, com pequenos bonsais e orquídeas espalhados assimetricamente, provocando uma sensação satisfatória e harmoniosa. Em sua frente,se estendia um pequeno altar de madeira negra, com um prato com incensos de aroma silvestre, velas e no centro um portão tori com um gongo no centro. O instrumento tinha uma gravura que fazia referência à Inari Ōkami, o deus das raposas, o soberano de toda Kitsune.
Jake estava sentado em posição de lótus sobre uma almofada azul celeste, suas mãos se entrelaçam de uma maneira única na altura do peito. A respiração era ritmada e tranquila. Inspirando e expirando, assim alinhando seu ki com o seu corpo e sua mente, formando um só. O vento trás uma mensagem, os guisos anunciam sua chegada, folhas de cerejeira acompanham. Eis que se materializa uma máscara de madeira na parede, tem o formato de uma raposa com detalhes prateados.
— Hisagawa, Saito. Você está atrasado em seu progresso. Explique. - diz uma voz feminina, enevoada e muito exigente, que vem da máscara.
Jake muda o gesto das mãos, os polegares e indicadores se conectam. — Houve uma mudança na minha jornada. Não pude prever que os ventos me levariam à isto. — apesar de estar falando, seus lábios não se movem.
— Então você vai mesmo acompanhar aquele Demônio de Sangue?
— Ela é minha parceira, precisa de mim, e não irei desampará-la. — sua voz é tranquila e suave. Tinha de ser.
— Não misture a sua vida. Você tem responsabilidades com o nosso Kami. Ele sempre teve bons olhos com seu clã. — ela é severa nas palavras, como se estivesse tentando tirá-lo do seu estado.
— Não misturo. Sei onde meu coração está, e farei aquilo que devo fazer.
Um silêncio de poucos segundos se segue, até que uma mariposa entra pela porta e pousa no altar.
— Vejo que você foi requisitado por aquela ninfa nocturna. Se ainda está aberto à algum conselho, aceite o seu pedido. — os ventos levam as folhas de cerejeira para longe, e a máscara desaparece da parede.
Jake finaliza sua meditação com mais um gesto de mãos e uma profunda respiração, se levanta e se inclina até a pequena mariposa. Ela sobe em seu dedo, seus olhos negros o encarando enquanto suas antenas se iluminam.
— Jake, sou eu, Melanie. Preciso que venha até Henrysdale. É a Nihilum.
Esse nome, ele é familiar a Jake. Ele se lembra, é uma Cabala de vampiros, uma união de Casas familiares, unidas por sangue. A voz prossegue.
— Venha rápido, e não traga Alana, pode ser perigoso. Você sabe, eles gostam de novos membros.
As antenas abandonam seu brilho de outrora, e o pequeno inseto permanece inerte. Ele leva a pequena criatura até a cozinha e, deixando-a na mesa, procurou por um pouco de açúcar. Encontrando apenas uma garrafa meio vazia de mel, despejou algumas gotas para o inseto - uma oferta, pela sua viagem. O brilho reluzente e dourado retornou, e levantando voo, ela parte até desaparecer no ar.
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Jake se aprontou, e antes de sair ele faz uma rápida ligação - que por acaso, caiu na secretária eletrônica. De casa, pegou um táxi. A corrida foi longa, e a conta final ainda maior, mas lá estava Henrysdale, a pequena cidade suburbana de South Meadow, dividida entre fanáticos políticos e uma minoria de ciganos hispânicos conhecidos por serem muito ardilosos. Jake preferia não ter de lidar com nenhum dos dois durante a sua estadia ali. Ficou na praça central, próxima da prefeitura por alguns minutos, sentado em um banco de madeira. Melanie se esqueceu de dar qualquer ponto de encontro, então não lhe restou muito além de esperar.
Os pássaros cantarolavam com alegria dominical, as flores criavam um tapete vermelho sobre todos os cantos da praça, e casais passeavam por ali - a maioria idosos, que haviam acabado de deixar o culto matinal. Os sinos da paróquia ecoavam pelo lugar, indicando que deveria ser algo entre meio-dia e uma da tarde. O calor era torturante, no entanto. Os poucos carros nas ruas eram de modelos antigos, alguns sendo caminhonetes.
Não demorou muito até que um pequeno grupo de crianças viessem até Jackson, e havia algo de muito travesso em seus rostos enquanto cochichavam algo entre si. Usavam lenços coloridos, colares e brincos de cobre.
Uma delas se aproximou e logo apontou para algo muito fascinante no chão, mas Saito conseguia sentir uma menina logo atrás do banco, com os braços prontos para agarrar sua carteira. Ele riu, apenas, e o grupo teve de se reunir para tentar algo melhor. Contudo, algo parecia perturbar aquele momento, alguém o observa de longe, e não era uma criança e nem muito menos um idoso solitário. Seus instintos indicavam que havia algo mais ali, mas seus pensamentos se dispersaram quando um homem se aproximou. Se vestia como as crianças, contudo era bem mais... Extravagante. Usava roupas leves, botas com salto que chegavam ao joelho e um lenço colorido na cintura. Jake o observou com cautela.
— Hola, señor! — disse ele, sorridente.
— Vai me vender alguma coisa? Já adianto que não vou comprar.
— Oh, não, de forma alguma. — seu sotaque era tão excêntrico quanto suas roupas. — Na verdade, imagino que sejas o Zorro de Hista... Hina... — não conseguindo pronunciar o nome, ele limpa a garganta e prossegue — Bem, o señor sabe o nombre de seu clã, certo?
— Sim, e você seria... ?
— Jo soy Donquixote Delano! - ele faz uma longa reverência.
Ele suspira, incrédulo. Poderia ser mais um louco que fugira do hospício, ele pensa. — Igual ao cara no livro do Cervantes?
— Mais ou menos. Vamonos, Melantha aguarda-te. Explico pelo caminho, si?
Indo na direção de uma reserva natural de pinheiros, os dois encontraram uma clareira onde Melanie, Morgana e mais uma garota discutiam em volta de um enorme toco.
— Ah, Jake, que bom que veio. — disse Melanie, pegando algo do bolso. Aquilo, para o policial, parecia com um punhado de folhas — Dê para Alana. Ela pode fazer um chá com isso e acalmar a sede dela por algum tempo.
— Isso seria... Mato? — pergunta ele, confuso.
Ela revira os olhos — É orelha-de-duende. Ele controla pessoas com tendência à frenesi por sangue e... Bom, só entrega e fala pra fazer chá com isso. Temos algo mais importante agora.
— Certo, mas... Desculpe, quem é você? — ele diz, apontando para a terceira garota.
— Mirian, trabalho na mesma confeitaria que Melanie, e também nos formamos no mesmo Colégio. — obviamente, se referia ao Colégio de Artes Místicas.
Melanie tira do bolso seu ramo dourado. Aproximando-o da superfície do toco, a madeira se levanta quase como se fosse líquida, e toma a forma de um enorme chalé.
— Este é o atual velário do Conde desta cidade. Seu nome é Gunther Zvezdan, ele não está aqui agora. Na verdade, deve ter ido à Nashville.
— Isso fica no Tenesse... Porque ele iria para um outro estado? — Morgana pergunta.
— O Príncipe deles reúne seus Condes a cada tantos dias em diferentes cidades fora do estado. É uma forma de manter as relações, acho.
A madeira se molda no rosto do Conde Zvezdan e no Príncipe. Ambos tinham uma aparência quase intocável, como se tivessem parado no tempo a anos.
— Então, a casa está vazia? — Jake questiona.
— Não, deve haver alguma comitiva liderada por um dos dois Lordes da cidade, — a madeira se reforma nos rostos; uma mulher e um homem — e pelo menos um Anfitrião, também. Eles nunca deixam o território sem a permissão prévia de seu Conde. — ela explica.
— Entendi, e oque exatamente nós devemos fazer? Chegar lá e transformar todos eles em pó?
— Quase, amigo zorro. — diz o estranho cigano — Essencialmente, devemos recuperar uma jóia.
— Se lembra do Assassino de Saint John? — pergunta Melanie.
— Sei, você disse que ele foi transformado por Magia Neuri.
— Um ritual com a tal jóia pode causar coisas como a marca que transformou Ridges em lobisomem. — movendo sua mão, os rostos desaparecem para dar lugar à jóia. Sua aparência é a de uma pedra preciosa perfeitamente lapidada.
— Se eles estiveram aqui, fazendo seus rituais, como que Edgar se transformou? Ele nunca sai da cidade durante essa época do ano.
— Eu não sei. — Melanie solta —Pode ser que o efeito tenha um grande alcance, ou talvez... — ela se perde em pensamentos por um segundo, mas logo retorna — Bom, são muitas probabilidades. Se estiverem mesmo com a jóia, ou mesmo se tiverem algum envolvimento com seu roubo, já estarão infringido uma porção de regras dentro da sua sociedade.
Jake notou o esforço de Melanie em ser convincente. Mas por bem, todos ali confiavam nela, mas o mesmo sentimento não se aplicaria ao cigano, e por isso Jake precisou soltar aquilo que estava na mente de todos:
— E porque deveríamos confiar em você? Você tem certeza de que rastreou aquela jóia corretamente?
— Eu estive atrás dela pelos últimos nove meses. Sem dúvida alguma, ela está lá. — seu olhar era sério e penetrante. Não estava mais sorrindo como antes.
— Nós iremos agir ao entardecer. É o horário em que a maioria deles deixa o velário para se alimentar e fazer rondas.
Jake observa as árvores mais além. Rondas, quem pode dizer se não estiveram sendo observados até agora pelos vampiros? O sol, é claro. A única segurança que teriam para agir em oculto na cidade, mas ele não ficaria no céu para sempre.
— Mas logo hoje? Não seria melhor dar um tempo? Fazer um plano de ação, arranjar recursos...
— Eu até gostaria, mas não temos tempo — explica Melanie. — É tradicional que aos domingos hajam rituais, seja qual for a motivação por trás. É possível que agora mesmo estejam preparando a jóia...
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Passaram o restante do dia investigando os possíveis aliados dos vampiros na cidade. Muitos humanos estavam sob seu controle, hipnotizados, servindo a todos os seus comandos sem hesitar. Isso, é claro, já infringe uma das muitas leis da sociedade vampírica - nunca devem hipnotizar mortais sem vínculo ao Velário. Havia também um homem, morador de rua, que fora um dos Sentinelas na corte de um dos três Lordes, contudo, fugiu. Foi transformado sem o seu consentimento - outro crime. Forçado a dever lealdade, ele fugiu quando encontrou oportunidade após anos de servidão. Ele deu a Melanie uma visão de como é o lugar em seu interior. Ele é bem maior que aparenta, e têm muito mais saídas do que entradas, oque torna tudo bem mais difícil do que já era.
Reunindo-se num restaurante, se alimentaram antes do entardecer. Melanie compartilhou como era o lugar, onde poderiam haver armadilhas e onde a jóia possivelmente esteja. O cigano, que agora atendia pelo nome de Oscar, propôs ser usado como isca, entrando pela porta da frente e chamando toda a atenção para si. É arriscado, mas ele argumenta que todos eles já esperam pela sua chegada de qualquer forma.
E então ficou decidido, Melanie e Mirian entrariam pelos fundos, enquanto Jake e Morgana - sendo os mais ágeis - iriam fazer sua entrada pela lateral, em uma das janelas. Apesar de todos os riscos, Jake concorda que é um bom plano.
Todos seguiam em direção ao Velário, eventualmente se separando cada um para suas posições. Não havia muito onde se esconder além das árvores e do milharal, então foi um grande desafio para todos, até que ouviram o sinal que possibilitaria sua entrada — Buenas noches, Chupassangues! — bradou Oscar, e após sua voz, ruídos de luta se seguiram. Sons de chutes. Grunhidos de dor. Gemidos. Mobília caindo e se quebrando. Lâmina cortando carne. Sem cerimônia, Jake saltou agilmente por uma grade de jardim suspenso na parede. Estavam enferrujadas, mas a subida foi tranquila e silenciosa, Morgana, por outro lado, fez ruídos a cada passo em sua escalada. Para alívio de ambos, todas as forças parecem ter se concentrado no invasor.
Jake a encarou por uns segundos, descrente de quão barulhenta ela podia ser.
Ah, não enche. Nem todo mundo tem uma academia de polícia pra treinar! —— ela sussurra.
Jake revira os olhos e segue. Não se aprende ginástica ou escalada em academias de polícia, apenas o básico para conseguir correr e alcançar o criminoso, mas ela não se importaria com isso agora. Ao passo em que subiam, os barulhos foram sumindo até que havia apenas o silêncio. Eram incontáveis corredores e escadarias, repletos com quadros de pessoas em roupas de séculos passados, tinta à óleo, outras eram mais abstratas, com cores vibrantes e berrantes em formas estranhas e sem sentido à primeira vista, mas logo após Jake tocar e murmurar algumas palavras, elas se esvaziaram da cor, como se a mesma tivesse escorrida por um ralo.
— Era uma armadilha — explica Jake. — Se passamos na frente da pintura, ela iria denunciar nossa presença.
Morgana não entende bem como isso funcionaria, mas dá de ombros.
O piso era todo de madeira e as paredes eram brancas, alguns tapetes de cor vermelha e dourada se entendiam pelo chão - e tendo sido avisados previamente por Melanie, evitaram de pisar neles. Não haviam Sentinelas, Iniciados - vampiros recém-transformados - e nem Servos mortais por ali, apenas o silêncio. Subiram um pouco mais até encontrarem uma porta dupla, que pelos ornamentos entalhados, só poderia ser a entrada para o hall de rituais. Jake colocou seu ouvido nela, e das duas uma; ou todos estavam fazendo um silêncio mórbido, ou não havia ninguém ali. Com muito cuidado, o policial empurrou a porta, que já estava aberta, e ligeiramente varreu o lugar com os olhos. Não encontrou ninguém.
O quarto tinha baixa iluminação, com uma abóboda de vidro acima, com a luz da lua atingindo o centro do ambiente com precisão. O quarto era bem extenso, com colunas, estantes de livros, um estranho altar de pedra em um canto e dois grandes armários negros que Jake não queria nem saber oque tinham dentro.
A jóia estava lá, irradiando um brilho único e esbranquiçado à luz da lua, flutuando a um metro sobre um círculo de giz no chão. Os dois analisam a sala, buscando inimigos escondidos ou armadilhas, mas não havia. Morgana, no entanto, repara em algo — Estamos... Dentro de um círculo? — diz ela.
Jake olha para baixo, havia uma enorme estrela de sete pontas desenhada com, aproximadamente, 7 metros de circunferência.
Agachando-se, passa a mão por uma das riscas. Está ativo, sente a magia pulsar por ele, mas não há ninguém ali. Talvez Oscar tenha impedido o ritual de começar. Todavia, o policial avança para agarrar a jóia, e acaba tateando o vazio. Sua imagem tremeluziu e desapareceu no ar.
— Um truque? — sugere Morgana, surpresa com o desaparecimento.
— Não sei. Mas talvez... — ele agora entende. A jóia era falsa, uma isca para trazer o cigano aqui e o matar rapidamente. — Aquele idiota nos trouxe para uma armadilha! Precisamos avisar Melanie.
Com os corredores vazios, os dois desataram a correr, com Jake indo à frente para identificar as armadilhas e as desativar. Jake se encontra com Melanie e Mirian numa sala de estar luxuosa, com divãs e uma lareira. O lugar era belo e aconchegante, um contrate gritante com o ambiente do qual acabaram de sair. Havia também outras duas portas, e o brilho intenso do fogo na lareira refletia no verniz delas, do piso e dos móveis.
— Encontraram? — perguntou Mellie.
— Não, o cigano empurrou a gente pra uma cilada. — diz Morgana.
— Como?
— Estávamos no hall de rituais, com um holograma da jóia flutuando na nossa frente. Quando fui pegar, ela desapareceu.
Melanie se sentou no sofá — Isso é estranho. Eu podia quase ter certeza de que estava aqui, em algum lugar. — diz ela, pensativa.
— Mellie, se quer saber, é melhor a gente se mandar daqui enquanto o cigano tá lutando. — diz Morgana.
Ela se levanta — Eu concordo, mas não seria correto deixar ele aqui.
Terminando sua frase, o próprio irrompe por uma das portas. Estava ainda soltando gozações e ofensas aos vampiros quando se deparou com todo o grupo reunido. A feição era de surpresa — Vocês conseguiram? Há, já devia saber que conseguiriam. Vamos ent... — ele parou abruptamente, fitando os olhares.
— Não, não conseguimos. Eles te enrolaram com uma pedra falsa esse tempo todo, e agora você arrastou a gente pro meio de uma armadilha! — exclama Morgana.
Oscar piscou, confuso — O quê? Não, isso é impossível! Eu saberia se fosse...
— Até parece. — ela corta, ríspida.
— Vamos esquecer isso agora, precisamos sair daqui o quanto antes. O Lorde ou o Anfitrião podem chegar a qualquer minuto. — diz Jackson.
E o ambiente perdeu seu calor, subitamente. As luzes piscavam ao ritmo de passos que ficavam cada vez mais altos, cada vez mais próximos. Não eram pesados, mas cada um pôde sentir uma opressora presença, como chumbo, a partir deles. Foi então que Melanie, seguida de todos, notaram uma presença na penumbra da porta estreita. Seu terno combinava bem com o casaco preto, mas eram seus olhos, mais vermelhos e profundos que qualquer coisa, que realmente chamava a atenção.
Ele encarava de longe, com olhar austero, uma cicatriz na face esquerda — Não esperava que viesse acompanhado, caçador. —Sua voz era suave, profunda e refinada.
— Hm... Algum plano, compañeros? — diz Oscar, tirando uma lâmina dobrável de dentro do cinto de pano. O som seco de cliques ecoou no ar. — Esta é minha última...
Jake imediatamente reconheceu o som: é uma navaja. Típica lâmina espanhola, muito antiga e ainda muito eficaz. Porque se lembra disso? Nem ele entende bem o motivo. Estava recuando junto dos demais até a parede oposta ao Lorde, quando sente que outro alguém se aproximava.
— Deve ser o Anfitrião... — sussurrou Melanie, tentando pensar, desesperadamente, em qualquer coisa que pudesse tirá-los dali vivos. Como se já não fosse difícil pensar em algo com um Lorde vampiro prestes a devorá-los, ainda teria de lidar com essa segunda ameaça à altura da primeira.
— Perdão? — diz uma voz feminina. — Anfitriã!
Ela surge na porta ao lado, seu vestido negro parecia devorar toda a luz em volta de si, criando todo um ambiente morto ao redor. Seu cabelo tinha leves ondulações que caiam com suavidade para trás, revelando seus ombros, sua pele lisa e suave.
— Deveríamos lhes entregar ao banimento por terem interrompido nossa cerimônia do crepúsculo dominical e... — sua voz tão fria e seca como um dia nublado de outono se detém, ao olhar mais a fundo. Seus olhos se encontram com os de Jake no mesmo momento, e um prazeroso sorriso lhe surge nos lábios tão vermelhos quanto os olhos. — Ora, ora... A Kitsune do clã Hisagawa... — diz ela, se aproximando a passos elegantes. — Sempre quis vê-lo pessoalmente, Jackson Saito!
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