Savvina narrando...

- Desculpe! - meu irmão falou enquanto me tocava.

Assim que se desculpou, sentí meu corpo perder alguma força. Era Zinn usando um dos poderes do seu tacto sobrenatural: ele roubou metade da minha energia ao me tocar.

Zinn iria levar aquilo a sério, já que sabia que eu queria matá-lo. Não bastava ter um tacto sobrenatural, Zinn também tinha uma força descomunal. Minha super velocidade e minha visão sobrenatural, contra o tacto sobrenatural dele, e a sua super força.

Zinn tentou me dar um soco no rosto, mas esquivei, e antes dele se dar conta que eu corrí para trás dele, eu lhe dei um soco bem rápido  nas costas, mas nem cheguei a causá-lo dor.

"Já ia me esquecendo, você tem também uma super resistência maninho. Tanto é que mesmo que é capaz de correr por dois dias seguidos sem descansar." - pensei enquanto ele virava para mim.

"Já foi tarde!" - quando ele virou para me ver atrás dele, eu já não estava lá.

Eu estava parada onde antes era a sua frente (agora atrás dele). Usando minha super velocidade, comecei uma série de ataques nas costas dele.

Intercalava entre socos e pontapés, mas meu irmão não cedia, ele parecia e era tão duro quanto uma rocha.

Aquilo fazia sentido, ele tinha roubado metade da minha energia, que agora passaram a ser deles, e isso aumentou a resistência e força dele.

Mesmo que meus ataques fossem rápidos e consequentemente fortes,  não eram o suficiente, porque era como se eu quisesse destruir um diamante, usando uma agulha.

Ele virou, e segurou meu braço com muita força, e antes que eu usasse minha visão sobrenatural para paralisá-lo, ele socou meu rosto com muita força, impossibilitando que eu abrisse os olhos.

Depois disso, sentí uma imensa dor percorrendo meu corpo a medida que ele me dava socos na barriga.

Zinn narrando...

Enquanto minha irmã me atacava ferozmente nas costas, eu sentí com meu tacto, que algo estava errado. Pela vibração do corpo dela, eu podia sentir que ela estava pensando demais. Eu sabia que por eu ter roubado metade da energia dela, mesmo que ela me atacasse com todas as forças que ela tinha no momento, minha super resistência me faria aguentar tudo e mais um pouco. Então foi aí que tive um plano de contra ataque.

Virando bruscamente, conseguí segurar o braço dela que dessa vez ia de encontro ao meu peito, e dei um soco bem forte no rosto dela, para que ela não usasse nenhum dos poderes da sua visão sobrenatural.
Rapidamente e com tudo planeado, usei mais um dos poderes do meu tacto sobrenatural. Um dos poderes do meu tacto sobrenatural, é romper noventa por cento da resistência corporal das pessoas que eu toco.

Todo mundo tem uma certa resistência corporal (e emocional), e com o meu poder, posso fazer com que essa resistência (apenas corporal) se rompa ou se quebre em noventa por cento, e assim, até um ataque não muito forte, pode causar a morte de alguém.

Tendo isso em mente, e tendo rompido a resistência da minha irmã, dei alguns socos na barriga dela, enquanto ela grunhia de dor, e em menos de dez segundos, ela desmaiou por conta da dor imensa, e por não ter resistência alguma para ficar consciente.

"Me desculpe, era o certo a fazer." - pensei carregando-a até onde Hillolo estava parado, observando tudo.

Nalina narrando...

Eu ainda no modo intangível, estava parada com o coração de Savvina nas minhas mãos. Era incrível como coisas novas podiam surgir do nada. Eu já tinha assimilado o facto de Hílmit não ter mente, e Hillolo não ter coração, e nem alma, mas ainda assim os dois estarem vivos. Mas há uma diferença enorme entre ser contado algo, e ver.
Eu acabava de arrancar o coração de alguém, e essa pessoa continuava viva.

(...)

Quando finalmente parei de pensar no que aconteceu, tanto com meu irmão, e comigo, eu ví Zinn carregando a sua irmã, caminhando até Hillolo.

- O que houve? - perguntei curiosa e preocupada, deixando o meu irmão, deitado ao lado de Savvina.

Mesmo que Savvina tivesse furado os olhos do meu irmão, depois de tanto pensar, notei que ela só fez aquilo por estar sob influência do poder de Hór.

Todo mundo tem um lado sombrio, mesmo que bem escondido. Hór só usou o seu poder em Savvina para despertar esse lado mau, e deu no que deu.

- Você claramente não deve ter assistido a luta entre eu e minha irmã. - Zinn levantou o rosto para poder me ver. - Ela está bem. Apenas desacordada.

- Depois do que presenciei, só conseguí pensar em meu irmão, e no que fiz a ela. - falei olhando para o coração de Savvina em minhas mãos.

- Sem ressentimentos. Sempre que algum órgão do corpo de qualquer um da minha família é arrancado ou destruído, no mesmo instante, outro órgão se forma no corpo dessa pessoa. - Zinn falou levantando.

Zinn levou o coração nas minhas mãos, e destruiu pisando-o.

- O que nos interessa agora, são aqueles dois. - Zinn falou olhando para Hór que olhava para nós com um sorriso irritante.

- É. Viemos aqui para destruir o núcleo que armazena o poder de todos os influenciadores. Mas, só com parte do poder total, dois dos influenciadores já estão nos dando tanto trabalho. Hílmit, Lusinit e Savvina já fora de acção. Temos que fazer de tudo para vencer. - falei olhando para Zinn, que olhava para Hílmit desacordado, um pouco distante a nossa trás.

- Temos que salvar a humanidade. - Zinn voltou seu olhar para Hillolo. - É hora de você lutar também. Com seu poder, poderemos vencer.

- Desejos, por mais intensos que sejam, não são parte da verdadeira realidade. Um Homem que luta para retirar toda a água do mar, mesmo que aumente o tamanho do balde, não significa necessariamente que vá conseguir ter sucesso. - Hillolo olhou para nós, fazendo todo o seu corpo ficar coberto de lava. - Vamos!

Hillolo começou a andar, seguido por mim e Zinn.

"O que será que Hillolo quis dizer com aquilo?" - me perguntei enquanto eu, Zinn e Hillolo, caminhávamos em direcção de Myv e Hór que estavam a nossa espera para lutar.
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